Há uma idéia que é hoje consenso entre quase todos os teóricos da Filosofia Política. Todos chegaram a conclusão que o Socialismo, com sua proposta de estabelecer um modelo de relações econômicas entre as pessoas baseado na supressão da propriedade particular e de arranjos políticos fundamentados na igualdade política, acabou. E com isso, também entrou em
colapso a idéia de uma democracia igualitária. Somente dentro de algumas gerações, talvez, a humanidade encontrará energia para voltar a propor um modelo alternativo de pensamento político. O fato é que hoje, somente temos uma visão hegemônica para os arranjos políticos e econômicos. A democracia liberal, com sua proposta de economia de mercado e institucionalização da liberdade, venceu.
A hegemonia do pensamento liberal põe, entretanto, um grave problema para os intelectuais. Isto é, na falta de um pensamento alternativo, como fazer a crítica da democracia
liberal? De uma forma geral só nos resta como caminho, a via das críticas menores, das pequenas escaramuças, incursões ofensivas parciais e ficamos perdidos no chamado cinturão de proteção e nos ataques às teses secundárias que protegem o miolo, o ‘hard core’, do pensamento democrático liberal.
O debate na Filosofia Política, entretanto, não chegou ao seu fim. E a busca pela grande objeção capaz de acertar o centro do pensamento liberal se torna cada vez mais intensa. Nesse esforço, os intelectuais tem encontrado inspiração na retomada das grandes questões fundamentais do espírito humano.
O fato é que existem dois conceitos que, desde a origem da chamada civilização ocidental e cristã, estiveram na agenda das preocupações intelectuais das pessoas e foram objeto de muitas investigações. Trata-se das idéias de Verdade e Justiça. O que é a Verdade? Em que condições o nosso conhecimento pode ser considerado verdadeiro? E ainda, o que é a Justiça? Quando é que nossas ações podem ser consideradas como justas? Conhecer e Agir; idéias e ações; epistemologia e ética, parecem expressar duas dimensões importantes da existência humana.
O conceito de Justiça tornou-se particularmente importante desde o início do século XX. E os parâmetros do debate contemporâneo sobre Justiça foram estabelecidos por Hans Kelsen. Na sua obra "Teoria Pura do Direito", Kelsen alega que a discussão sobre a Justiça não pertence ao mundo das discussões da Ciência do Direito. Entretanto, ele constrói toda uma teoria da Justiça. Ocorre que, num primeiro momento, a "Teoria Pura do Direito" e as possibilidades de uma Ciência Positiva do Direito, ocupam os debates na Filosofia Política do início do Seculo XX. Posteriormente, as idéias de Kelsen sobre a Justiça ocupam o cenário dos debates, posto que não se consegue entender o Direito somente através de uma Ciência Pura do Direito. Nós precisamos da idéia de Justiça. Por outro lado, o conceito de Justiça pode ser entendido a partir de reflexões sobre o indivíduo, ou de considerações sobre a sociedade. Isto é, a Justiça pode se expressar na preservação da liberdade dos indivíduos, ou na construção das condições de uma vida social bem sucedida. É nesse sentido que vem o debate entre Liberais (Isaiah Berlin, John Rawls, Robert Nozick, R. Dworkin) e os Comunitaristas (M. Walzer, M. Sandel, J. Habermas e C. Taylor).

"Teorias da Justiça" e uma disciplina com a qual se pretende introduzir os alunos nesse debate.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

14. TEMA 11 - IDENTIDADE E PLURALISMO: CHARLES TAYLOR

Caros Alunos,

Leia o texto: What´s  wrong with negative liberty" de Charles Taylor -  Philosophical papers, v. 2, pp. 211-229 (Cambridge, 1985).

Elabore seus comentários e envie para serem apreciados pelos seus colegas. Vc. tem até dia 17 de outubro, quinta feira, 24:00hs. para realizar essa tarefa.

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136 comentários:

  1. Charles Taylor apoia sua teoria no resgate da identidade do indivíduo, reforçando o multiculturalismo através do reconhecimento. O reconhecimento está pautado em duas esferas: na intimidade, onde se constrói a identidade individual pela apreensão ou desprezo de certos significados; no âmbito social, onde ocorre uma política de reconhecimento.
    Ele defende a política do bem comum, que possui implicações ontológicas e históricas, de maneira que não exista um Estado que constitua imposições arbitrárias ou autoritárias no que diz respeito ao que é moralmente aceito, não condenando aqueles que possuem concepções diferentes.
    Assim, Taylor preocupa-se em estudar como podemos manter e defender uma sociedade que valorize a liberdade, a autonomia e autenticidade sob as circunstâncias impostas pelo pluralismo.

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  2. Charles Taylor, filósofo canadense, comunitarista, foi uma espécie de inspirador para o movimento comunitarista. Taylor tenta retornar com a idéia do “self”, pois segundo o autor, a modernidade o “demoliu”, tornando-nos indivíduos descartáveis, sem identidade.

    Taylor diferencia sua critica ao liberais dos outros comunitaristas pois peculiarmente o autor não relega alguns ideais do liberalismo, e mais, o autor aposta na possibilidade de se conjugar liberalismo com comunitarismo. Deixando assim o sujeito conscientemente inserido na sociedade aliado à defesa social de valores como a liberdade e individualidade.

    Para Charles Taylor, tanto o comunitarismo quanto o liberalismo são dois modelos de cidadania. No entanto, o comunitarismo define a participação no governo tendo a liberdade como pré-requisito, componente essencial da cidadania. Já o liberalismo fundamenta-se nos direitos individuais e no tratamento igual.

    Segundo Taylor, Rawls só pôde elaborar sua teoria sobre a sociedade liberal, porque estava inserido em uma, porém as conclusões de sua teoria vão contra as premissas da mesma, e essa é uma das principais criticas de Taylor a Rawls.

    O principal problema identificado pelo autor, sobretudo, nas teorias liberais está na defesa do atomismo. Taylor enfatiza a cultura e o grupo social que concedem identidades aos indivíduos "atomizados" pelas tendências sem raízes da sociedade liberal. O pressuposto dessa visão de sujeito “atomizado” é proveniente da tradição epistemológica. O dualismo cartesiano trouxe o desprendimento do sujeito com o mundo dos objetos. Esta tradição representou alterações não só na epistemologia como no campo da política. Nesse sentido, o sujeito antecede à própria sociedade, que passa a ser fruto das vontades individuais (direitos). Coisa que Taylor discorda, pois para ele a sociedade é anterior ao indivíduo; este é constituído por fins que não escolhe, todavia descobre em função da sua existência em contextos culturais partilhados no convívio social.

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  3. Taylor defende a necessidade da busca de um bem comum e para isso critica o modelo liberal de liberdade: a liberdade negativa. Ele quer demonstrar como tal ponto de vista é indefensável como concepção de liberdade. Ele argumenta que tanto a liberdade positiva quanto a negativa sofreram com as suas simplificações. A primeira, por exemplo, foi relacionada simplesmente com o controle coletivo, ignorando-se o fato que sugere que cada homem é capaz de controlar a si mesmo. Por outro lado, a liberdade negativa é pensada exclusivamente em relação a obstáculos externos (físicos e legais). Deixa-se de lado a falta de conhecimento, a falsa consciência, etc.
    Taylor pretende reelaborar os conceitos de liberdade. Sugere que a liberdade positiva seja tratada como um “exercise-concept”, uma vez que “one is free only to the extent that one has effectively determined oneself and shape of one’s life”. Está associada, portanto, à prática do autocontrole. Já a teoria negativa é definida como “opportunity-concept”, uma vez que considera que para alguém ser livre basta seu caminho estar desimpedido. Contudo, o autor nota a impossibilidade de pensar a liberdade negativa simplesmente como oportunidade. Sua primeira refutação passa pela observação de que as barreiras, além de externas, são também internas. Ser livre envolve autoconhecimento, autocontrole e discernimento moral. Se, por exemplo, somos incapazes de discriminar os fins de nossas ações podemos estar fazendo aquilo que aparentemente queremos, mas que não estaremos sendo livre e poderemos, inclusive, estar incorrendo no verdadeiro caminho da servidão. Se não possuímos, por exemplo, nenhum tipo de auto realização ou não estamos conscientes de nossas potencialidades torna-se impraticável afirmar que alguém seja livre.

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  4. Taylor acredita que é inegável que existem duas famílias de concepções de liberdade política em nossa civilização. Uma descendente de Rousseau e outra de Marx. Há uma grande gama de visões em cada categoria. É importante ter em mente as variações para não nos fixarmos nas variantes extremas e quase caricaturescas de cada visão. Quando as pessoas atacam a teorias positivas de liberdade, elas geralmente tem em mente uma teoria totalitarista de esquerda em mente, de acordo com ela, a liberdade reside exclusivamente em exercer controle coletivo do destino das pessoas numa sociedade sem classes, em sua forma caricaturesca extrema, essa visão se recusa a reconhecer a liberdade garantida em outras sociedades como genuínas. A destruição da “liberdade burguesa” não é realmente uma perda de liberdade, e a coerção pode ser justificada em nome da liberdade se for necessário para fazer existir a sociedade sem classes, única na qual os homens são livres de verdade. Em suma, homens podem ser forçados a serem livres.
    Esse retrato é um pouco extremo, mesmo quando aplicado ao comunismo oficial, embora expresse a lógica contida nesse tipo de teoria. Mas é uma caricatura absurda se aplicada a todas as visões de concepções positivas. Não há necessariamente uma conexão com a visão de que a liberdade consiste simples e puramente no controle coletivo sobre a vida comum ou que não há liberdade que mereça carregar esse nome fora do contexto de controle coletivo.
    Por outro lado, diz Taylor, já uma versão caricaturesca da liberdade negativa que tende a vir primeiro. É a visão que vê liberdade simplesmente como a falta de obstáculos externos físicos ou legais. A noção moderna de liberdade negativa leva em conta assegurar o direito dos outros poderem se realizarem de seus jeitos que podem não ter nada a ver com a noção de Hobbes e Bentham de liberdade.
    As teorias negativas querem definir liberdade em termos de independência individual dos outros; a positiva quer identificar liberdade como autogovernação coletiva. Mas por trás disso está uma diferença mais profunda nas doutrinas.
    Ele acredita que a visão de Hobbes-Bentham é indefensável como uma visão de liberdade. A vantagem da visão de que a liberdade é a falta de obstáculos externos é sua simplicidade. Ela nos permite dizer que a liberdade é ser capaz de fazer o que você quer, quando o que você quer é entendido sem problemas como o que o agente consegue identificar como seu desejo. Em contraste, um conceito-exercível de liberdade requer que nós discriminemos entre nossas motivações. Se somos livres ao exercício de certas capacidades, então não somos livre, ou somos menos livres, quando essas capacidades estão de alguma forma não cumpridas ou bloqueadas. Mas os obstáculos podem ser externos ou internos. Você não é livre se é motivado pelo medo, padrões internos inautênticos, ou falsa consciência. O ponto da discussão é que em conceito-exercível de liberdade, ser livre não pode ser um questão de fazer o que se deseja num sentido não problemático. Deve ser também que o que você deseja não vá contra a base de seus propósitos básicos, ou sua autorrealização. Colocando de outra maneira, o sujeito em si não pode ser a autoridade final na questão se ele é ou não livre, pois ele não é a autoridade final na questão se seus desejos são autênticos, se eles frustram ou não seus propósitos. Mas colocar isso pode levar a errônea conclusão de que uma vez que admitimos que o sujeito não é a autoridade final em sua liberdade, abrimos o caminho à manipulação totalitarista. Essa conclusão é errada, quando a única concessão que admitimos foi esta. Pois, há boas razões para acreditar que os outros não estão em melhor posição para entender seus propósitos reais.

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    1. A visão de sociedade liberal de Taylor é uma que valorize a autorrealização, e aceite que ela pode falhar por razões internas, mas que acredite nenhuma orientação pode ser provida em princípio por uma autoridade social, deviso a diversidade humana e originalidade, e sustenta que a tentativa de impor tal orientação destrói outras condições necessárias de liberdade.
      Há atividades e objetivos que são mais significantes para os seres humanos que outras atividades e objetivos. Então algumas restrições a liberdade são mais ou menos sérias. A crença religiosa de uma pessoa é reconhecida, mesmo pelos ateístas como de suprema importância por que é através dela que o indivíduo se define como um ser moral. Em contraste, meu ritmo de movimento pelo tráfico da cidade é trivial. Uma restrição à primeira é então muito mais grave que na segunda. Nós dificilmente admitiríamos até que a liberdade está em jogo no caso do semáforo.
      Assim, a liberdade não é mais apenas a falta de obstáculos externos, mas a falta de obstáculos externos à ações significantes. Como identificar então quais dos meus desejos são mais importantes? Que tipo de restrição a liberdade é mais significativa? As restrições mais significativas são aquelas que atingem o que eu sou, as expressões de mim mesmo, não posso perder essa liberdade sem alterar o que sou, sem perder algo de minha personalidade.
      Liberdade é a falta de obstáculos internos ou externos para o que eu quero de verdade ou autenticamente. Nossos propósitos significantes podem ser frustrados por nossos próprios desejos, e quando eles são suficientemente baseados na falta de apreciação, nós os consideramos como não realmente nossos, e os experienciamos como impedimentos.
      A liberdade de um homem pode ser encurralada por obstáculos internos, motivacionais, assim como por obstáculos externos. A liberdade, para Taylor, envolve ser capaz de reconhecer adequadamente meus propósitos mais importantes, e ser capaz de superar ou pelo menos neutralizar meus impedimentos motivacionais, assim como eu sendo livre de obstáculos externos. A primeira condição requer que eu atinja uma certa condição de auto-clarividência e auto-entendimento.

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  5. Taylor é participante do ponto de vista comunitarista, enfatiza a importância das instituições sociais no desenvolvimento do significado individual e reconhece que os indivíduos são integrados nos contextos culturais e sociais em que vivem.
    Como “eus”, somos agentes orientados por aquilo que é significativo para nós, embora habilitados para seguir o bem.
    A noção fundamental que Taylor defende é a de que, é imprescindível para uma sociedade democrática estabelecer uma concepção comum de bem, de vida boa. O diálogo é a única forma de se manter um profundo respeito pelas diferenças pessoais e culturais, típicas da modernidade. Isso significa que nenhuma fonte moral pode ser imposta, ela precisa ser decorrente do diálogo e da livre escolha.

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  6. Charles Taylor pensa que as teorias liberais, ao darem prioridade à escolha de fins por parte dos indivíduos, colocam os direitos individuais acima das pretensões da sociedade. A afirmação não justificada do pensamento liberal argumenta que o homem pode ser encarado como auto suficiente, racional e autônomo – independente da sociedade.

    Por se centrarem excessivamente nos direitos individuais, as instituições liberais não conseguem avaliar a importância de apoiarem as capacidades que possibilitam a escolha individual. Segundo Taylor, para fazê-lo, seriam necessárias instituições muito mais preocupadas em garantirem que o contexto social no qual os indivíduos operam fossem de molde a ajudar a desenvolver essas capacidades.

    Como todos os comunitários, Taylor pensa que devemos prestar mais atenção ao problema de como apoiar e preservar as nossas tradições e comunidades e menos às pretensões dos indivíduos.

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  7. Neste texto, Taylor tenta nos mostrar o que está errado com a concepção de liberdade negativa. Lembrando que os conceitos de liberdade positiva e liberdade negativa foram elaborados por Isaiah Berlin. Ele concorda que existam esses dois tipos de liberdade porém ele nos diz que ambas são apenas caricaturas para mascarar o debate ideológico, pois ambas em nome de ideais elevados da humanidade acabam sendo representadas por entidades ou indivíduos que decidem sobre a vida de todos.


    Em busca de bem estar comum, ele além de questionar o conceito de liberdade negativa, ele retoma a idéia do indivíduo, do "self". Este indivíduo, segundo Taylor deve reconhecer a si mesmo e ter o reconhecimento da sociedade em que está inserido. Assim, cada indivíduo é livre para fazer suas escolhas e mesmo estando inserido em uma comunidade pode lutar por aquilo que anseia. Desde modo, Taylor acaba por unir as ideias liberais e comunitaristas.

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  8. Charles Taylor é um autor comunitarista e crítico do conceito de liberdade negativa, que seria a dos modernos, quando se é livre sem interferência nos seus atos. Diz que esse ponto de vista de Berlin é inviável como visão de liberdade. Argumenta que ambas as liberdades (negativas e positivas) são muito simplistas.

    Taylor defende uma sociedade democrática para estabelecer o bem comum, uma boa vida, para isso é necessário uma discussão de temas como identidade, que seria o self. Essa liberdade envolveria discriminações de caráter qualitativo,que possam garantir as próprias condições necessárias para esta liberdade.

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  9. O filósofo canadense Charles Taylor tem uma visão mais sociológica da discussão liberal-comunitária. Além disso, embora muitos o considerem um autor comunitarista, o fato de criticar a visão liberal de que os direitos individuais não são suficientes para que se estabeleça a justiça e também criticar a insuficiência do argumento comunitarista de que a influência das comunidades na construção da justiça é de grande importância mostra que ele é um autor que beira essa discussão, sem adentrar profundamente em uma das correntes (podendo ser considerado republicano, por conta de alguns pontos que defende).

    O autor faz uma crítica mais elaborada à concepção de liberdade negativa elaborada por Isaiah Berlin (embora também faça considerações sobre a liberdade positiva). Na liberdade negativa a concepção de bem social é extremamente individualista quando admite que não há como construir um consenso que resulte em um senso de justiça conveniente para todos. A satisfação dos bens individuais prevaleceria então como a única forma de se estabelecer o bem estar em uma sociedade, já que seria impossível, na opinião dos liberais, estabelecer de forma plena as escolhas coletivas. Taylor, então, utiliza a linguagem como uma saída para a melhor entender o estabelecimento dessas escolhas coletivas, pois diz que mesmo que a sociedade seja formada por indivíduos que possuem diferentes concepções de bem e que cada um seguirá um caminho diferente em busca do bem estar (fortalecendo a ideia de impossibilidade de se estabelecer escolhas que satisfaçam a todos) a definição liberal de que a valorização das escolhas individuas em detrimento dos valores da comunidade é o caminho para formação da justiça é errônea, na medida em que desconsidera o fato de que as concepções de bem de cada indivíduo estão intrinsecamente ligadas à cultura e tradições que suas comunidades compartilham. Por isso, a linguagem é de extrema importância para se perceber essa concepção e entendê-la de forma satisfatória.

    Taylor também critica a teoria liberal negativa no ponto que diz respeito ao exagero na falta de limites ao progresso individual. Para o autor essa definição de que deve ser fornecido o máximo de espaço possível para que as pessoas consigam exercer suas liberdades individuais e que o governo só deve evitar casos prejudiciais extremos faz com que a concepção e a estrutura da sociedade humana, afastando-se da influência política, fiquem pífias no sentido de que não poderiam ser consideradas como evoluídas jurídica e moralmente.

    Fazendo também uma crítica a Rawls, Taylor diz que a justiça se relaciona com a maneira como as pessoas se comportam em sociedade e não com um eu abstrato que se distancia da realidade. Percebe-se, então, uma clara crítica ao nível de abstração (considerado incoerente) que Rawls faz em relação aos selfs, pois esse considerava possível o desprendimento dos indivíduos de suas comunidades e valores.

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  10. Taylor propõe uma ética da autenticidade, a qual depende dos juízos de valor que orientam um povo. Ele coloca que há a liberdade positiva, que seria um autogoverno de todos, e a liberdade negativa - a qual ele critica - que seria a falta de obstáculos para a liberdade do indivíduo (falta de obstáculos para aquilo que se considera um desejo real, autêntico). Além disto, Taylor retoma o foco no indivíduo e a importância das instituições sociais.

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  11. O diferencial da teoria política do filósofo canadense Charles Taylor está no fato de que ele intercala o liberalismo com o comunitarismo.

    No texto em questão, Taylor faz uma analise das ideias liberdade positiva e critica a liberdade negativa de Isaiah Berlin, que consiste basicamente na possibilidade de realizar o que se deseja sem que haja a interferência de terceiros.

    Taylor vê a sociedade como “uma associação de indivíduos, cada um dos quais tem uma concepção de uma vida boa ou válida e, correspondentemente, um plano de vida. A função da sociedade deve ser facilitar esse plano de vida o máximo possível e seguir algum princípio de igualdade”.

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  12. O autor separa a liberdade entre os liberais e os comunitaristas: liberdade individual sem interferência de outrem x controle coletivo sobre a vida comum.
    O autor utiliza os termos liberdade positiva e negativa, conforme descritos por Isaiah Berlin em seu “Two concepts of liberty” e argumenta que acabam se tornando caricaturas de posições extremas.
    Taylor vai desconstruir a noção liberal de que o indivíduo prevalece sobre o “bem comum”. Ele mostra que não há liberdade sem interferência de ninguém pois o que conhecemos como liberdade está dentro de um contexto social, tem um pano de fundo e este se altera com o tempo. O conceito de liberdade hoje é diferente daquele da antiguidade ou da Idade média.

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  13. A proposta de Charles Taylor ressalta a importância fundamental da defesa do reconhecimento público da diferença ser regulada pelas instituições públicas, bem como conjugada com a afirmação de direitos fundamentais e direitos coletivos, para proteção dos grupos culturais. A necessidade do reconhecimento destes contextos culturais se dá em virtude de possibilitarem em seus espaços a formação das identidades individuais e grupais mediante processos que acontecem através do debate, apresentando as culturas valores por elas mesmas.
    Neste sentido, sua proposta trata de defender uma política de reconhecimento pautada no valor da diferença e na sua importância para constituição das identidades pessoais e grupais, além de incentivar uma idéia de igualdade que busca tratar desigualmente os desiguais em busca de uma igualdade substancial. Com isso, o autor rechaça a idéia de cidadania liberal tradicional justificada somente na igualdade formal e abstrata entre os indivíduos e assume uma noção de cidadania que engloba as diferenças e é formada por direitos específicos.

    Essa sua visão vai em desencontro com o conceito de liberdade negativa, que é expressado por Isaiah Berlin considerando o indivíduo livre para agir, tendo cada um liberdade de decidir o seu futuro, liberdade para agir com autonomia, ou seja, dando a si mesmo a sua própria lei, desde que não atrapalhe outro indivíduo nesse contexto, e isso aconteceria, principalmente, com a não interferência do Estado sobre essas ações individuais.

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  14. Taylor trabalha os conceitos de liberdade negativa – falta de controle externo nos atos dos indivíduos- e positiva - quando há certo controle de um órgão sobre as atitudes - propostos por Isaiah Berlin e afirma que seu ponto de vista sobre as mesmas são simplistas, apenas estereótipos de situações extremas.
    Afirma que é necessário estabelecer uma concepção comum de bem, da boa vida, introduzindo no debate questões como identidade e comunidade, e daí se obtém o conceito de justiça e não da concepção individual.

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  15. Charles Taylor faz críticas ao liberalismo negativo de Berlin que defende a liberdade completa mas também afirma que a liberdade positiva assim como a negativa não são capazes de criar algo perfeito sendo apenas esboços de extremos da sociedade.
    Cada indivíduo deve ser livre para buscar o melhor para si, mas deve ter a consciência de que vive em uma sociedade e apesar de não possuir barreiras para o que anseia, deve viver de acordo com ela(sociedade).Deste modo não haveria um estado regulador, mas o "self" deve se auto regular.

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  16. Em aula foi levantada a questão do "self" que Taylor afirma que está perdido na sociedade moderna. Os indivíduos procuram descobrir sua identidade, quem são e construir algo sólido, mas não conseguem. Isto me lembrou muito da teoria do sociólogo Zygmunt Bauman, e teoria da "Modernidade Líquida", quando este afirma que a sociedade moderna vive relações líquidas, advindas das mudanças de comportamentos sociais (família, casamento, política, entre outros).

    Além do mais pela pluralidade e multiculturalidade que vivemos hoje em dia, fica ainda mais complicado essa construção. E é importante ressaltar que o indivíduo só quer afirmar sua individualidade, porém isto deriva da sua inserção no contexto social da qual ele não consegue se desligar. Para ele, diferentemente de Rawls, a sociedade é anterior ao indivíduo. Dessa forma, ele não se encaixa totalmente no grupo dos liberais, nem comunitaristas.

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  18. Embora Charles Taylor seja considerado um comunitarista, ele julga algumas colocações do comunitarismo como insuficientes. Essa postura de crítica em relação a pontos do liberalismo e do comunitarismo, possibilita que ele se mantenha como uma espécie de observador, atento para as deficiências de ambos os modelos, e enfatizando a possibilidade de se conjugar o liberalismo e o comunitarismo.

    Taylor, em sua crítica ao liberalismo, identifica um problema sério presente nas teorias liberais, esse problema principal é a defesa do atomismo. Para Taylor o atomismo é uma característica das teorias de contrato social e outras cuja pressuposição básica é a visão da sociedade como “em algum sentido constituída por indivíduos para o cumprimento de fins primariamente individuais”.

    Nessa concepção o sujeito antecede à própria sociedade, a sociedade passa a ser fruto das vontades individuais. Taylor discorda fortemente disso, para ele o atomismo é impossível. Taylor argumenta que não há um self autossuficiente, o eu individual depende da comunidade, e os direitos individuais emergem conectados a obrigações para com a comunidade, a deveres de pertencimento e responsabilidade moral.

    Pode-se afirmar, portanto, que não se pode criar direitos (juridicamente) sem se considerar com cautela a relação dos indivíduos com a comunidade e os laços pessoais e morais que sustentam os indivíduos e os direitos.

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  19. Charles Taylor é um dos principais e mais influentes filósofos contemporâneos, suas contribuições mais conhecidas estão no campo da politica. (com o tema liberal-comunitário).
    Taylor critica a concepção de liberdade negativa que foi elaborada por Isaiah Berlin, apontando os erros dessa concepção além disso o autor também faz algumas considerações a liberdade positiva. Também retoma a ideia do "self" e a necessidade da busca de um bem comum , sendo o motivo para o questionamento (critica) da liberdade negativa. Ele une idéias liberais e comunitaristas pois acredita que devemos preservar nossas tradiçoes,comunidades e não apenas o individuo pois há ligações entre eles mesmo sendo livres para buscar o melhor os individuos não podem esquecer que vivem em uma sociedade e devem viver de acordo com ela.

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  20. Taylor faz uma critica ao modelo liberal de liberdade, a liberdade negativa. Para ele, a simplificação da liberdade negativa, admitindo somente a relação do indivíduo com obstáculos externos a ele, é insuficiente por não considerar a falta de consciência, a falsa consciência, a falta de controle, a repressão. E também critica a liberdade positiva, pois a ideia de que a liberdade consiste no controle coletivo sobre a vida comum, descarta a capacidade de o indivíduo controlar sua própria vida.
    Para ele, a liberdade positiva deve estar relacionada a capacidade de executar determinado objetivo e ao autocontrole que o indivíduo deve ter para alcançar esse objetivo. Já a liberdade negativa deve estar relacionada com a liberdade (não interferência) que o indivíduo tem para alcançar um objetivo, ou seja, que ele tenha todas as oportunidades para conseguir realizar o que quer. Porém, o autor coloca que não possível considerar somente os fatores externos como impedimento para o indivíduo, pois por mais que seu caminho esteja livre, ele ainda pode sofrer de obstáculos internos, como medo, ou valores conflitantes que esse indivíduo possui.
    Assim, é preciso admitir que as pessoas podem se confundir sobre seus desejos, objetivos e aspirações. Por isso, ser capaz de fazer o que se quer, não pode ser aceito como condição para ser livre. O indivíduo deve ser capaz de reconhecer a finalidade em suas ações. Assim, para ser considerado livre é preciso que o indivíduo tenha autorrealização e seja capaz de reconhecer o que ele pode ou não fazer.
    Além disso, Taylor retoma a ideia de “self”, onde o indivíduo tem de se reconhecer, reconhecer a sua identidade, mas também deve reconhecer a comunidade na qual ele está inserido. E aborda também a necessidade de se estabelecer uma concepção de bem comum, de boa vida, levando-se em consideração questões como a identidade e a comunidade, pois para ele não é possível considerar somente a concepção individual, porque não é possível desconectar o indivíduo da sua comunidade e dos costumes, valores e tradições que ele adquire nessa comunidade.

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  21. Taylor vem apresentar um crítica a concepção individualizada e atomizada de indivíduo, em que os direitos individuais estariam acima dos interesses da sociedade. Para ele, o conceito liberal, principalmente a teoria da justiça como equidade de Rawls, que aponta a prioridade na escolha de fins por parte dos indivíduos, de forma que os direitos individuais estariam em sobreposição aos direitos da sociedade. Com isso observa-se que na teoria liberal a pessoa é atomizada, e com isso não é possível explicar a questão da sociabilidade humana de forma adequada. O enfoque é que as instituições liberais não têm capacidade de avaliação do apoio em relação às capacidades humanas que tornam possível a escolha individual, dado que os direitos individuais estão no centro. Para Taylor as instituições precisariam se voltar para a garantia de que os âmbitos social e político sirvam de modelo para auxiliar no desenvolvimento das capacidades que possibilitam essa escolha individual.

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  22. Taylor foca na crítica ao modelo liberal de liberdade negativa, demonstra como a liberdade negativa não pode ser defendida como concepção de liberdade (Lembrando que esta liberdade é a que está dentro dos conceitos hobbesianos e que vimos na apresentação da Teoria de Berlin). Esta visão de Liberdade negativa acaba ordenando por grau de importância os desejos e isso seria a prova de uma necessidade de estabelecer bens comuns para todos os cidadãos de uma sociedade.
    Taylor desenvolve também faz uma critica ao self (que ele define como sendo o individuo totalmente desprendido e guiado pela razão e que exerce, segundo ele, grande influencia na cultura ocidental), ele propõe que voltemos a nossa interioridade para sermos conscientes dos processos que nos formam ,de nossas atividades, etc. Pois só assim conseguiremos construir nossas representações do mundo de forma pessoal.

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  23. A crítica que Taylor faz sobre o nosso liberalismo, sobre o "vazio" que permeia os indivíduos na nossa sociedade atomizada, toca em um ponto que me interessa muito, mas me parece que Taylor faz um enfoque um pouco inadequado do problema. Ele fala sobre identidades, como a religião, por exemplo, que levam um indivíduo a ter um proposito grandioso a seguir, mas esta é uma visão muito romantizada desse tipo de identidade/ideal.
    A meu ver o problema está em um indivíduo tomar ou não as rédias da própria vida, em um indivíduo tomar poder ou não, digamos assim. As identidades como a religião ou a teoria marxista ajudam um sujeito a tomar uma postura ativa em relação ao mundo por simplificarem o mundo, tornando a vida fácil de compreender e dominar. Por exemplo, um marxista ortodoxo reduz absolutamente tudo a relações econômicas. Resultado: Ele sabe que pode mudar tudo mudando a economia, ele tem um objeto claro de intervenção efetiva. Mas será que um sujeito desses tem alguma satisfação que não temos? Porque ele pode ter esse senso de segurança, mas é um senso falso. O próprio sujeito vê os problemas na sua teoria, mas não tem mais seriedade para mudar suas concepções, uma vez que precisa da segurança que obteve, a sua segurança se torna um fardo. Além disso ele se molda com base em um ideal, ele se nega o tempo todo.

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  24. Taylor esforça-se para entender o “espírito da época” (Zeitgeist). Para isto, parte do pensamento e dos conceitos que predominam debates sobre justiça e sociedade – o liberalismo, multiplicidade, tolerância, multiculturalismo; elementos que constituem o “self” moderno.
    Dentro do debate sobre justiça social, uma das contribuições de Taylor é seu texto “What’s wrong with negative liberty”, no qual são reconhecidas e definidas, de forma caricatural - visto que há uma enorme gama de pensamentos dentro de cada uma – as duas principais formas de conceber a liberdade: liberdade positiva e a negativa. A primeira,é um “exercise-concept”, ou seja, está ligada com a permissão para realizar uma ação. A segunda, um “opportunity-concept”, que é a ausência de impedimentos externos para uma ação. Taylor conduz seu raciocínio de forma a chegar na conclusão de que a liberdade negativa é indefensável.
    Quem se opõe à liberdade positiva geralmente a associa a casos extremos, como por exemplo um regime comunista, que para manter uma sociedade sem classes determina ações que podem ou não ser realizadas, forçando algumas ações a alguns indivíduos com o pretexto de defender a liberdade – pois são atitudes necessárias para que não haja diferenciações entre eles. A sociedade é “forçada a ser livre”
    A liberdade negativa, das tradições hobbesiana e utilitarista, define a liberdade como a ausência de obstáculos externos; não pode haver impedimento às ações que indivíduos realizam para alcançar sua realização. Estes impedimentos não são apenas de natureza externa, mas também há os de natureza interna, como por exemplo sentimentos, medos ou “falsas consciências”. Um indivíduo pode não ter impedimentos externos para realizar determinada ação, mas é impedido por um medo de realiza-la. Se este é o caso, não há a liberdade de ação. Apenas se é livre quando se tem a possibilidade de transpor tais obstáculos internos, e isto passa pela auto-consciência. Entretanto, há ainda a possibilidade de se agir conforme concepções errôneas de autorrealização, neste caso, também não há a plena liberdade. Dependendo-se exclusivamente do próprio julgamento, é possível incorrer neste tipo de erro. E é isto que “há de errado com a liberdade negativa”: ela é individualista. Os julgamentos individuais são passíveis de erro, portanto ela é indefensável.
    Do outro lado, uma concepção menos caricaturada de liberdade positiva oferece uma possibilidade de construção conjunta de finalidades sociais. Indivíduos agindo de acordo com concepções de realização elaboradas por eles próprios são mais livres na medida em que não estão à mercê de suas próprias paixões e medos. Assim, esta concepção de liberdade positiva é uma forma da sociedade se autogovernar, determinar seus próprios fins e assegurar as ações que visam seu cumprimento. Entretanto, assim como na concepção caricaturada, há ainda o problema do “forçar a ser livre”.

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  25. O americano Charles Taylor encerra o debate pelo lado comunitarista, opinando sobre o termo liberdade negativa, dado pelo liberal Isaiah Berlin. Taylor procura demonstrar como essa visão de liberdade não é possível. O autor argumenta que tanto o conceito de liberdade negativa quanto o de liberdade positiva sofreram com as simplificações. A liberdade positiva foi constantemente associada ao controle por parte de instituições de poder, enquanto que a negativa foi associada à ausência de controle, físico e legal. Essa expressão de liberdade não leva em consideração a falta de conhecimento ou consciência por parte de alguns indivíduos, quando de uma utilização da liberdade negativa que poderia acarretar problemas.

    Assim, Taylor procura uma melhor definição para os dois conceitos de liberdade: a liberdade positiva passa a ser tratada como “exercise-concept”, estando associada à prática do autocontrole. Já a concepção negativa passa a ser tratada como “opportunity-concept”, considerando que para ser livre basta ter o caminho desimpedido. Entretanto, e como crítica a liberdade negativa, Taylor mostra que os obstáculos enfrentados pelo homem, na busca da liberdade, não são só externos, mas também internos. Este conceito de ser livre necessita de certo conhecimento, como também de autocontrole para não prejudicar o outro, que nem todos possuem.

    Para Taylor, a liberdade implica, necessariamente, discriminações qualitativas, que garantem as condições necessárias para esta liberdade. A busca de bens comuns, a ser alcançado por todos os membros de uma sociedade, é importante para Taylor. E, para o autor, a aproximação da liberdade negativa à positiva, quando da hierarquização de desejos, indica possibilidade do estabelecimento destes bens. A importância da comunidade para Taylor é destacada quando da relevância da cultura desta para formar o conceito de bens sociais. Apesar de que muitos aceitem uma visão de escolha individual de bens, tornando as escolhas de bens compartilhadas por todos os indivíduos de uma comunidade improváveis, é possível perceber que a cultura compartilhada por todos eles justifica a existência de bens sociais. A cultura de uma sociedade acaba influenciando e justificando as concepções de bens dos cidadãos, de forma individual. Assim, bens sociais são possíveis devido à cultura compartilhada por membros de uma mesma comunidade.

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  26. Charles Taylor,o último autor que encerra esse curso,retoma a discussão sobre liberdade positiva e liberdade negativa,tendo como foco a crítica de liberdade negativa. É interessante saber que Taylor foi orientando de Isaiah Berlin,outro autor estudado na disciplina que propôs esses conceitos e era defensor da liberdade negativa.

    Taylor critica a liberdade negativa pois esta estimula o atomismo,o isolamento e a perda de identidade.Como comunitarista Taylor propõe que a cultura e o grupo social que dão a identidade para o individuo.

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  27. O canadense Charles Taylor é o último pensador estudado em nosso curso sobre as Teorias da Justiça. " Padrinho" acadêmico de Sandel, Taylor influenciou teorias e contribui para o debate sobre justiça, indivíduo, política e modernidade.

    Taylor escreve sobre a modernidade e seus indivíduos, e como estes perderam a noção de identidade. Atualmente tudo é negociável, não há mais valores pelos quais lutamos até a morte e nem mais nada que seja " eterno", vivemos a era do efêmero, onde tudo que é sólido se desmancha no ar. Vivemos a era da mercadoria e da obsolescência programada. Para Taylor, o indivíduo sem identidade e sem raíz, fruto de uma sociedade liberal, é extremamente atomizado, como já pensava Hobbes, e se concebe como indivíduo antes mesmo de haver sociedade.
    Taylor discorda desta visão atomista, pois quem sou Eu sem Você? e acha que as noções de identidade devem ser revistas, para que assim a noção de liberdade possa existir, e assim construir uma sociedade mais "justa"

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  28. *Atrasado

    Taylor faz um diagnóstico da vida moderna e nota que temos uma forma de nos interpretar que determina como somos. Taylor tenta retomar a ideia do “self”, que foi perdida devido à descartabilidade do mundo contemporâneo, onde as pessoas não possuem uma identidade concreta e irrevogável. Tudo é negociável. Nós nos percebemos como seres voláteis, e isso tem um peso moral pois não é possível viver com moral em um mundo onde tudo é negociável, inclusive os valores dos indivíduos.

    A crítica do autor se refere ao conceito de liberdade negativa, proposto por Berlin, onde os indivíduos não sofrem limitações nem interferências em seus atos. Taylor acredita que esse conceito de liberdade não é viável. O autor também faz uma crítica à abstração do indivíduo proposto por Rawls, dizendo que a justiça se relaciona com a maneira como as pessoas se comportam em sociedade.

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  29. Charles Taylor explica que a liberdade negativa é uma "oportunidade-conceito’, ou seja, a liberdade negativa é garantida se não ha escravização por forças externas, e tem acesso igual aos recursos de uma sociedade. Já liberdade positiva, trata-se de um "exercício-conceito", não ha constrangimento interno, é preciso ser capaz de utilizar a razão, pois implica o amadurecimento do eu, a partir do momento em que não existe mais restrições interiores, como o medo.


    Taylor contraria Berlin que também é comunitarista, porém defende a definição de que a liberdade negativa resume-se no interesse de se limitar a autoridade. Todavia, o autor acredita que tal liberdade baseia-se no conceito de oportunidade, ou seja, ausência de obstaculo externo, mas também vê o defeito de tal definição, pois a maioria das vezes o obstaculo é interno, mesmo assim propicio a sua realização. Além de relatar sobre a liberdade positiva, ou seja, por à prova a teoria, mostrar que é possível a superação, sendo que para isso é de extrema relevância a compreensão do eu. E essa persuasão se encontra nos poderes coercitivos da lei.



    Portanto, Taylor denota duas vertentes, como instrumental a qual é elaborada por Skinner, outro comunitarista, e que tem uma forte ligação histórica com o republicanismo de Maquiavel, e a outra trata-se do cívico-humanista mais ligada com a filosofia e o conceito de identidade. Ambas teorias defendidas pelo autor são adversárias da concepção liberal.

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  30. [[ATRASADO]]

    Taylor é um autor inspirador da tradição comunitarista que não aborda a questão da sociedade justa como sendo assunto principal e o cerne da discussão social que é feita no mundo liberal.
    Para ele o entendimento do mundo moderno está no entendimento da sua essência, no espírito da época e como se dá tal época. Para obter esclarecimentos é necessário entender o eu, sendo este um interlocutor do espaço interior – o “self” com o exterior, o meio social. Para que concepções sejam estabelecidas é necessário estabelecer o Eu (teórico e social) x Sociedade.
    Diferente do que a liberdade negativa de Isaiah Berlim propõe a identidade, o self de cada um é algo que muda de acordo com a época, é passível de mudanças e, assim, é a maior barreira para estabelecer justiça dentro do conceito de um mundo liberal sendo que até mesmo a moral dos indivíduos é mudável.

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  31. Desculpe o atraso.

    Charles Taylor é canadense, comunitatrista e viveu quase sua vida toda na Inglaterra. Em sua descrição não quer colocar como discussão central a justiça, mas sim entender a sociedade moderna atual, a qual segundo ele por conta do liberalismo incentivando à individualidade, fez com que os indivíduos como pessoas perdessem sua identidade, ou seja, aquele discurso do liberalismo de que as pessoas seriam livres para ter o modo de vida que queriam e fazer o que queriam levariam as pessoa a serem mais excêntricas, tendo uma identidade forte, deve o efeito inverso na concepção de Taylo: as pessoas perderam sua identidade.

    Para resgatar tal identidade, o autor estuda a situação da sociedade moderna e tem como diagnóstico de que a forma que nos interpretamos é o que define nosso modo de ser, sendo que o resultado deste diagnósticos é: que somos seres descartáveis, sem identidade e onde tudo é negociável, ou seja, a moral está se perdendo. Para isso é necessário resgatar o "eu" das pessoas.

    Taylor combate o atomismo social, o qual diz que o ser humano é indivíduo antes mesmo de fazermos parte de uma sociedade.

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  32. Charles Taylor, apesar de alguns o considerar comunitarista, ele possui um viés de crítica à visão liberal, principalmente no que se refere aos direitos individuais, os quais não são suficientes para se estabelecer uma certa justiça. Ademais, ele critica certos argumentos comunitaristas, em especial
    o de que as comunidades devem participar ativamente do processo de construção de justiça, uma espécia de influência total. Assim, pode-se dizer em outras palavras que ele é um autor que não necessariamente encontra no espectro entre liberal e comunitarista. Ele parte de princípios que visa criticar ambos os lados e ao mesmo tempo achar um termo que
    possa satisfazer suas ideias.

    Dessa forma, Taylor tenta definir melhor os conceitos de liberdade. A liberdade positiva é vista como prática de autro-controle. A negativa é aquela em que a pessoa pode ser livre desde que seu caminho seja "desimpedido". Taylor coloca em pauta também um pensamento o qual todas as dificuldades do homem para ter sua liberdade passa por fatores internos, e não só externos como muitos até então alegavam. O raciocínio de Taylor então relaciona-se com a liberdade negativa e positiva: ambas são vistas de forma que o auto-controle é necessário para não prejudicar outras pessoas, assim como entender que nem todas as pessoas de fato o possuem.

    Taylor desenvolve a ideia em que o indivíduo precisa e necessita se reconhecer. Reconhecer como? De forma a ver sua própria identidade (interno) e comunidade (externo). Reconhecer no que de fato ele está inserido. Assim, considerar somente a concepção individual do indivíduo não o coloca apto a lidar com os problemas da comunidade geral.

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  33. Taylor reabre o debate sobre as liberdades positivas e negativas sendo parcial e demonstrando sua preferência pela positiva, uma vez que enxerga nos negativos problemas como a perda de identidade e o isolamento do indivíduo.
    Taylor pensa que todos os indivíduos deve ter a liberdade para buscar o que for melhor para si e o que for lhe proporcionar melhor qualidade de vida, porém, esse mesmo indivíduo não deve nunca esquecer que vive em sociedade e por isso deve seguir regras para que o convívio seja sempre o mais justo e pacífico.

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  34. AQUI COMEÇAM OS COMENTÁRIOS DOS ALUNOS MATRICULADOS EM 2013.

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  35. CHARLES TAYLOR
    (1931-)

    “Nós não somos eus do mesmo jeito que somos organismos, ou nós não temos eus do mesmo jeito que temos corações e fígados. Nós somos seres vivos com esses órgãos independentemente de nossos entendimentos de nós mesmos ou de nossas interpretações, ou do significado que as coisas têm para nós. Mas nós somente somos eus enquanto nos movemos em um certo espaço de questões, enquanto procuramos e encontramos uma orientação para o bom.” (Sources of the self – The making of modern identity, p. 34)

    “Não se pode ser um eu por conta própria. Eu sou um eu somente em relação a certos interlocutores: de um jeito, em relação àqueles parceiros de conversação que foram essenciais para que eu alcançasse uma definição de mim mesmo; de outro, em relação àqueles que agora são cruciais para minha continuada apreensão de linguagens de entendimento de mim mesmo — e, por óbvio, essas classes podem se sobrepor. Um eu existe somente no interior do que chamo ‘teias de interlocução’”. (p. 36)

    “Nós nos convencemos de que certa visão é superior porque vivemos uma transição que entendemos como redutora de erros e, portanto, como um ganho epistêmico. (…) Mas isso não significa que nós não discutimos e que não podemos discutir. Nossa convicção de que crescemos moralmente pode ser desafiada por outro. Ela pode afinal ser uma ilusão. E então nós discutimos; e discutir, aqui, é disputar entre interpretações do que eu tenho vivido.” (p. 72)

    “Parece que eles [os teóricos do liberalismo] são motivados pelos mais fortes ideais morais, tais quais a liberdade, o altruísmo e o universalismo. Estas estão entre as aspirações morais centrais da cultura moral, os hiperbens que são distintivos dela. E ainda assim aquilo em direção a que esses ideais dirigem esses teóricos é uma negação de todos esses bens. Eles são pegos em uma estranha contradição pragmática, desde a qual os bens mesmos que os movem forçam-nos a negar ou desnaturar todos esses bens. Eles são constitutivamente incapazes de abrir o jogo acerca das fontes mais profundas de seu próprio pensamento.” (p. 88)

    “Onde ‘bom’ significa a meta primária de uma teoria consequencialista, onde o certo [right] é decidido simplesmente por seu significado instrumental para esse fim, então devemos mesmo insistir que o certo pode ser primeiro em relação ao bom. Mas onde usamos ‘bom’ no sentido desta discussão, onde ele significa o que quer que seja destacado como superior por uma distinção qualitativa, então nós poderíamos dizer que o reverso é o caso, que, em um sentido, o bom é sempre primeiro em relação ao certo… o bom é o que, em sua articulação, dá o ponto das regras que definem o certo.” (p. 89)

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    1. Texto de Rawls discutindo a questão da prioridade do certo em relação ao bom:

      http://homepage.univie.ac.at/herbert.preiss/files/Rawls_The_Priority_of_Right_and_Ideas_of_the_Good.pdf

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  36. Ao ler o texto sugerido pelo professor Peluso, percebi que o Taylor constrói parte de sua teoria em resposta as ideias de Berlin. Podemos dizer que o pensamento desenvolvido pelo Taylor é uma forma de discussão com as obras de Berlin. No texto exposto para leitura isso fica claro já em seu título: O que há de errado com a liberdade negativa.

    Taylor inicia um detalhamento sobre o pensamento liberal. A ideia intuitiva não satisfaz a análise de tal pensamento, segundo ele. Liberdade, na visão liberal, significa o aumento da sua possibilidade de escolha. Taylor nos mostra que a intuição de que o indivíduo vem antes do coletivo é algo equivocado.

    O autor em questão retoma a ideia de “self”, ou seja, de indivíduo. Este indivíduo precisa se “auto reconhecer” e, ao mesmo tempo, ser reconhecido pelos demais, ou seja, pela sociedade.

    Taylor desconstrói a base da doutrina liberal dissertando sobre a linguística. Para ele, o pensamento só pode existir quando imerso em uma “dimensão do significado”. Segundo ele “Num sentido mais forte, certos pensamentos são impossíveis em certas circunstâncias.”. (Taylor, 2000: 148). Dessa forma, o ponto de partida de Taylor é a ideia de que a nossa percepção de indivíduo vem do contexto de relacionamentos com outros seres humanos, ou seja, há a formação do “eu” na sociedade.

    A partir da análise da linguística, Taylor demonstra a relação entre bens individuais e sociais. Pode-se dizer que a cultura social é responsável pela concepção da “boa vida” dos indivíduos, sendo possível afirmar que a cultura é algo público e que torna os bens possíveis.

    Pesquisando um pouco mais sobre o tema, encontrei um texto escrito por Andre Veiga Bittencourt que diz “A noção fundamental que Taylor defende, por conseguinte, é a de que é imprescindível para uma sociedade democrática estabelecer uma concepção comum de bem, da boa vida. Para tal, argumenta Taylor, é necessário introduzir no debate questões como identidade e comunidade, ou mais precisamente o tema do patriotismo." (BITTENCOURT, 2007)

    Sendo assim, Taylor explicita o fato de que há construção de um bem comum a partir das culturas (e linguagens).

    Não podemos deixar de expor que no texto sugerido Taylor concorda com a ideia das duas dimensões da liberdade (a positiva e a negativa), porém, ele nos diz que elas são utilizadas para “mascarar” o debate ideológico. Para Taylor, a justiça dos arranjos sociais depende sim da noção do bem, porque a concepção do indivíduo depende do coletivo, que depende do arranjo social. Assim, o “hiper bem” do indivíduo se constrói coletivamente. (Na liberdade negativa, a ideia de “bem social” é individualista, admitindo que não há possibilidade de consenso que gere um senso de justiça conveniente para todos).

    Ingrid Desihiê Antoniori
    RA: 21004712

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  37. SP – 13/09/13
    Jonatas Silveira de Souza
    RA: 21040912

    Gostaria de iniciar o meu comentário com uma nota: o texto e as discussões em aulas foram muito interessantes neste autor, a diversidade de temas tratados na primeira aula, a discussão da herança que este autor traz na sua teoria, foi muito enriquecedora e podemos entender uma boa maneira de se argumentar as questões de sua teoria analisando de quem o mesmo a herda. Desde os seus princípios Hegelianos até as suas heranças da Hermenêutica.

    Taylor, assim como Berlin, aceita o fato de existirem dois tipo de liberdade a positiva e a negativa, por mais que essa "tipologização" atrapalhe o debate na sua concepção . Traz para a discussão uma análise da mesma. Ou seja, ele discute os temas liberdade sem fazer um juízo de valor. Ele aponta como estamos no campo dessa discussão entre comunitaristas e liberalistas.

    “Communities are not simply collections of individuals. Instead individuals are largely shaped and defined by their communities.” Ai está um dos fatores esquecidos até então e que para ele tem um como o backgorund a linguagem, ou as formas de expressão. Alias, para que sua liberdade, seja aumentada, podemos aumentar o nosso background, ou seja, ampliar o nosso conhecimento de linguagens, conhecer a maneira que a cultura do outro se manifesta. Nozick parece esquecer-se que ao se formar os órgãos de defesa da sociedade as pessoas interagiriam, criariam culturas e identidades que são, em si, uma maneira de restringir a nossa liberdade.

    Taylor, claramente se insere nessa discussão que vimos nos últimos dois autores (Berlin e Nozick). Taylor critica tanto a visão positiva/liberal como a negativa (vide o nome do texto: O que há de errado com a liberdade negativa?). A ideia liberal de que o conceito de individuo (self) vem antes de uma identidade coletiva, assim como esse pensamento de que há uma “atomissidade” em cada pessoa é quebrada por Taylor, pois para ele a ideia de um ser comunitário, interagindo socialmente através de uma linguagem vem antes mesmo da ideia do ser em si.

    “Nossa convicção de que crescemos moralmente pode ser desafiada por outro. Ela pode afinal ser uma ilusão. E então nós discutimos; e discutir, aqui, é disputar entre interpretações do que eu tenho vivido.” (p. 72) Fica clara a ideia de que o autor quer dizer. Não estamos em um fim da historia de Fukuyama, mas devemos (ou deveríamos) estar discutindo o que devemos fazer sobre este antagonismo que nos e dado entre o liberal e o comunitário. Os insights de Taylor enriquece grandemente esse debate que, espero eu, se estendem ate os dias de hoje.

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  38. Este comentário foi removido pelo autor.

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  39. O texto sugerido para leitura e discussão de Taylor, "What's wrong with negative liberty", foi escrito em resposta ao ensaio de Berlin "Dois conceitos de liberdade", que distingue as liberdades positiva e negativa. Taylor concorda que existam duas dimensões da liberdade, porém ele nos diz que ambas são apenas caricaturas para mascarar o debate ideológico, pois ambas, em nome de ideais elevados da humanidade, acabam sendo representadas por entidades ou indivíduos que decidem sobre a vida de todos.

    O trecho seguinte foi destacado pelo meu grupo na apresentação do seminário e, como destacamos e defendemos durante a exposição, traz noções bastante interessantes: "Indeed one can represent the path from the negative to the positive conceptions of freedom as consisting of two steps: the first moves us from a notion of freedom as doing what one wants to a notion which discriminates motivations and equates freedom with doing what we really want, or obeying our real will, or truly directing our lives. The second step introduces some doctrine purporting to show that we cannot do what we really want, or follow our real will, outside of a society of a certain canonical form, incorporating true self-government. It follows that we can only be free in such a society, and that being free is governing ourselves collectively according to this canonical form." (TAYLOR).

    Taylor procura desconstruir a visão atomista, base da doutrina liberal, que diz que "A independência individual é a primeira das necessidades modernas" (CONSTANT, s/d: 7). Para tanto, Taylor disserta sobre a linguística.

    Segundo ele, só pode haver a noção de “indivíduo” dentro de uma sociedade – a ideia de indivíduo não é anterior à ideia de coletivo, à medida em que para se identificar como “self”, este indivíduo deve reconhecer a si mesmo e ter o reconhecimento da sociedade em que está inserido.

    Taylor também defende a necessidade de estabelecimento de uma concepção de bem comum. Retiro agora uma citação do artigo utilizado pelo meu grupo na apresentação do seminário: “A noção fundamental que Taylor defende, por conseguinte, é a de que é imprescindível para uma sociedade democrática estabelecer uma concepção comum de bem, da boa vida. Para tal, argumenta Taylor, é necessário introduzir no debate questões como identidade e comunidade, ou mais precisamente o tema do patriotismo." (BITTENCOURT, 2007)”

    Além disso, discutimos em sala a questão das barreiras não apenas externas ao indivíduo, que em tese seriam impostas por mecanismos coercitivos e restringir as liberdades, mas também a questão das barreiras internas que Taylor identifica.

    Finalizando, Taylor, na tentativa de criticar a concepção negativa de liberdade (“opportunity-concept”, em sua terminologia) indica que esta acaba sempre caminhando para uma noção de liberdade como exercício (“exercise-concept”), isto é, por maiores que sejam os esforços dos autores liberais em simplificarem ao máximo a idéia de liberdade negativa (ignorando, por exemplo, as barreiras internas do ator), uma análise mais acurada indicaria ser necessário também, nessa concepção de liberdade, um aproveitamento de oportunidades, o controle pessoal para desvencilha-se, por exemplo, das barreiras internas e dos próprios confrontos que dois desejos podem produzir.


    Giovana Cavaggioni Bigliazzi
    (R.A.: 21010512)

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  40. O Pensamento exposto por Taylor é uma resposta ao pensamento de Berlin, com maior ênfase na liberdade negativa.

    Taylor se inicia com o pensamento liberal e com o significado de liberdade como algo que aumenta a sua possibilidade de escolha.

    O autor também nos mostra que o individuo vem antes do coletivo e que este individuo tem a necessidade de se reconhecer e ser reconhecido pelos demais da sociedade.

    Taylor desconstrói o liberalismo com a linguística, em que mostra que a ideia de percepção de individuo vem de contextos relacionados com outros seres, isto é, a formação do individuo ou do eu na sociedade.

    E por fim, Taylor nos mostra ( critica) a concepção negativa da liberdade que sempre caminha para a noção de liberdade como exercício, ou seja, por maiores que sejam os nossos esforços para simplificar a ideia de liberdade negativa ao máximo, neste conceito também temos que perceber as oportunidades para suprirmos as nossas barreiras internas e os confrontos que nos podemos produzir.

    Outro ponto importante para enfatizar é que o hiper bem do individuo se constrói com o coletivo, sendo que na liberdade negativa esse bem social é individualista e sem um consenso para uma justiça conveniente a todos.

    Assim, Taylor simplesmente nos mostra que devemos fazer uma discussão sobre a discussão já existente sobre justiça, isto é, como podemos manter e defender uma sociedade que valoriza a liberdade, autonomia e autenticidade sob o que é imposto pelo pluralismo.

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  41. No texto proposto (“What’s wrong with negative liberty”), Taylor apresenta uma resposta às ideias apresentadas por Berlin sobre a questão da liberdade. Taylor não nega a existência de duas dimensões de liberdade, a positiva (ou dos antigos) e a negativa (a dos modernos), mas defende que ambas são “simplistas” e “caricaturas” que mascaram o debate ideológico, além de afirmar que a ideia de liberdade negativa (onde um indivíduo é livre quando não possui interferência nos seus atos) na realidade não existe, uma vez que esta ideia de liberdade ignora as barreiras internas dos indivíduos e ambas as dimensões descritas de liberdade possuem representantes que acabam por decidir sobre a vida dos outros.

    A questão principal discutida em Taylor é a formação do eu na sociedade moderna. Para ele, certos valores, pensamentos e a própria noção que o indivíduo possui de si mesmo só existem por conta da sociedade, em outras palavras, a ideia que se possui de indivíduo surge depois da ideia de coletivo. Ele também defende que o pensamento só pode existir quando imerso em uma “dimensão de significado”, e que “certos pensamentos são impossíveis em certas circunstâncias”. Desta forma, a cultura e a linguagem passam a influenciar a formação do indivíduo. Segundo Bittencourt, “essa discussão lingüística permite a Taylor perceber com mais clareza a relação entre bens individuais e bens sociais (...) A cultura de uma sociedade acaba perpassando e mesmo garantindo e justificando as concepções de boa vida dos cidadãos individuais”(BITTENCOURT, 2007)

    Podemos dizer que Taylor se interessa em “esclarecer o debate”. Não há interesse em dizer o que é certo e o que é errado, mas deve-se buscar sempre debater sobre as questões relacionadas à sociedade. Deve-se buscar uma concepção comum de bem, e para isso é necessário debater sobre questões relacionadas à identidade e comunidade.

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  42. Ao explorarmos a obra de Charles Taylor, percebemos sua contraposição as propostas de Isaiah Berlin. Taylor concorda que existam duas dimensões da liberdade, mas ambas seriam, segundo ele, apenas máscaras ao debatem em nome de dogmas supostos da humanidade, e acabam sendo defendidas por instituições que ditam a vida de toda a população. Taylor assume a questão contraditória do pensamento liberal, e com isso trabalhará sua argumentação através da dialética hegeliana.

    Tenta dissipar a visão atomista de Berlin, base do pensamento liberal, propondo que a independência individual é a primeira das necessidades modernas. Para isso irá dissertar sobre a linguística. Com isso, sugere que só pode haver a ideia de “indivíduo” se inserido dentro de uma sociedade, de tal forma que, para o indivíduo se reconhecer deve reconhecer a sociedade de que faz parte. Também defende a concepção de um bem comum, da boa vida, para qual seria fundamental a introdução ao debate de questões como identidade e comunidade, ou mais o tema do patriotismo.

    Portanto, ao criticar a concepção negativa de liberdade, mostra que esta sempre caminha para um discernimento de liberdade como exercício, ou seja, por mais que os autores liberais tentem trabalhar com a ideia de liberdade negativa, uma análise mais aperfeiçoada mostra a necessidade também, na concepção negativa deliberdade, um usufruto de conjunções, se alertar pessoalmente para desprender-se dos confrontos que dois desejos contraditórios podem trazer.

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  43. Taylor em seu livro “What’s wrong with negative liberty”, discutiu as formas de liberdades, como Berlin apresentou em seu livro. Com o nome dessa obra, podemos notar que ele critica a visão de liberdade negativa, defendida por Berlin. Liberdade para Taylor aumenta suas opções de escolha na sociedade. Porém precisa se discutir além das liberdades.
    A questão principal de sua obra é a discussão do “eu” na sociedade, na qual os nossos pensamentos, o que somos só é possível porque vivemos em sociedade. Por conta própria, sem o coletivo nos não podemos ser “eus”, somos simples organismos, para conseguir pensar, e criar ideias sobre algo, precisamos estar inseridos dentro de alguma sociedade.A sociedade veio antes do indivíduo.

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  44. Charles Taylor faz em seu texto uma análise da liberdade negativa proposta por Isaiah Berlin. Taylor coloca a liberdade como algo que pode aumentar a possibilidade de escolha do indivíduo. Além disso, mostra que o indivíduo vem à frente do coletivo, se opondo àquilo que mostram os autores que defendem o liberalismo, estudados anteriormente.
    Taylor desenvolve esta sua crítica utilizando-se da linguística. Ele mostra que a percepção básica da língua é algo que vem relacionado a outros indivíduos. Em suma, não é possível a um indivíduo estar à frente da sociedade se ele se utiliza da língua, algo que é um consenso de uma sociedade, para comunicar-se dentro dessa sociedade.
    Taylor faz uma crítica à concepção de liberdade negativa, colocando que esta concepção de liberdade caminha para uma noção de liberdade como exercício. Isso quer dizer que, embora haja um grande esforço para simplificar ao máximo a ideia de liberdade negativa, também deve-se perceber as oportunidades para suprir as barreiras pessoais internas e os confrontos possíveis de serem produzidos.
    Por fim, há ainda a ideia de hiper bem do indivíduo. O hiper bem se constrói vindo do coletivo e, na liberdade negativa, esse hiper bem é individualista e sem um consenso para uma justiça conveniente a todos.
    Enfim, Taylor propõe um debate do debate que já existe sobre a justiça, ou seja, como é possível manter e defender uma sociedade que valoriza a liberdade, a autonomia e a autenticidade do que é imposto pelo pluralismo.

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  45. O autor Charles Taylor em sua obra "What's wrong with negative liberty" nos apresenta a sua visão sobre as teorias de Berlin e seu conceito de liberdade negativa, não que Taylor não admita a existência de duas dimensões de liberdade mas, ele prefere analisar aspectos, ao seu ver, mais profundos e relevantes a serem esclarecidos
    Segundo o texto, haveriam questões mais profundas a serem consideradas e resolvidas antes de se questionar tipos de liberdade e outros direitos individuais , teríamos de primeiro resolver questões mais internas enquanto “seres” sobre nossas autodefinições sobre o “self” em toda a dimensão do seu significado.
    Diferente dos demais teóricos da justiça estudados até aqui, Taylor vai recorrer a linguística para construir uma teoria sobre a forma como o indivíduo se estabelece como ser refletindo as definições que a sociedade lhe concede, para Taylor a sociedade precede o indivíduo para ele a dimensão da liberdade estaria antes enfrentando barreiras internas no íntimo de cada pessoa. E que para se encontrar uma noção mais precisa de hiperbem , teremos que considerar em primeiro lugar questões de identidade.

    Alexandra Saphyre de Oliveira RA 21072812

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  46. Charles Taylor não entra propriamente no debate entre libertaristas e comunitaristas(vertentes da ideologia liberal), apesar de enxergar o indivíduo como ser social.Ele discute como esse debate deve ser estabelecido, sobre que parâmetros; ele insere a linguagem como fator decisivo na elaboração e transmissão do pensamento ideológico, todo modo de vida ou opção ideológica deve ser explicado pela história porque nenhuma civilização é igual ou possui anseios iguais a outras.
    Ele vê, diferente dos libertaristas como Nozick, que liberdade individual que os citados anteriormente defendiam, de fato, não existia da forma como eles viam, já que Taylor via o homem como um ser social, sendo impossível desvincular as relações socias do ser humano dele mesmo, e a própria linguagem é uma resultante deste fato, já que a linguagem é concebida na esfera social.
    Eu creio que está visão melhorada em se fazer a crítica entre comunitaristas e libertaristas é bastante válida, contudo Taylor só limita a fazer isso, e não se posiciona no debate até então central da filosofia política.Como Taylor se mostra quase que somente análito, há uma frustração em sua obra, já que está não tem uma utilidade concreta na sociedade.

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  47. A ideia de Charles Taylor, frente à Isaiah Berlin, é de esmiuçar e responder a liberdade negativa, que segundo Berlin, que era nada menos que a autonomia máxima perante a sociedade. Taylor concorda ao mesmo tempo que discorda da proposição acima, mas agora partindo para o sentido de identidade e comunidade.
    Taylor concorda que haja duas liberdades, mas as distingue de outra forma. Ele declara que o indivíduo busca a definição de si mesmo por meio de um auto reconhecimento, porém tal conhecimento parte de uma ideia a qual a sociedade teve influência na concepção.
    Dessa forma, podemos apesar de criarmos e definirmos a nossa própria identidade, ressaltar que o sociedade vem anterior ao indivíduo. Podemos afirmar, que não existe o indivíduo destituído da sociedade, mesmo em seu auto reconhecimento, julgando, portanto, o “self” como insuficiente na sociedade.

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  48. [Atrasado]
    A obra de Taylor aparece como resposta as teorias de Berlin. O ponto mais evidente dessa resposta é feita pela distinção que Berlin faz entre liberdade positiva e negativa; segundo Taylor, a questão desencadeia um debate ideológico que não é demostrando claramente: em nome de valores e ideais, os indivíduos acabam representados por grupos ou pessoas que acabam por decidir sobre a vida de todos.

    O posicionamento de Taylor é sobre a visão do indivíduo dentro da sociedade, ou seja, só pode ser definido um indivíduo se inserido na sociedade, assim para que um indivíduo se conheça deve conhecer também a sociedade que participa. Se colocados fora do coletivo, os indivíduos não representariam e não realizariam ações, seriam organismos. Em Taylor então, pode-se perceber que a sociedade antecede o indivíduo e estabelece sua relação e significado.

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  49. Charles Taylor segue uma linha mais comunitarista, ao mesmo tempo em que ele faz críticas a algumas idéias liberais, Taylor consegue conciliar idéias comunitaristas com idéias liberalistas.
    O filósofo faz críticas ao chamado Liberdade Negativa na qual é a liberdade de poder fazer e viver do modo que desejar sendo livre e sem que haja nenhum tipo de interferência, conceito que foi proposto por Isaiah Berlin, porém para Taylor tanto a Liberdade Positiva quanto a Negativa foram trabalhadas de forma muito simplistas, pois seriam apenas idéias preconcebidas de situações extremas da sociedade.
    Para Taylor, a sociedade é vista como uma agregação de indivíduos na qual cada um tem a sua própria concepção de uma boa vida, no entanto cada indivíduo deve estar ciente de que deve viver de acordo com a sociedade em que está inserida.

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  50. Charles Taylor se apresenta como um autor que diferente dos estudados anteriores parte de um outro ponto para entender a sociedade atual, liberal, e analisar suas características de justiça em seus arranjos sociais. Taylor parte de uma analise do indivíduo inserido na sociedade para expandir e entender o conceito de liberdade, que aparentemente orienta as sociedades liberais atuais.

    Em crítica ao libertarismo, que chega a ser um conceito quase anti-social, afirma que devemos expandir o conceito de liberdade partindo de um entendimento anterior do que é o indivíduo. Para ele o indivíduo é, só se constitui indivíduo dentro da sociedade, a sociedade lhe confere as características de indivíduo. Desse modo, ha limites no liberalismo individual, visto que a própria concepção de indivíduo é coletiva.
    A discussão trazida por Taylor não se propõe a uma nova teoria da justiça, mas sim uma reflexão a cerca do liberalismo, e de como as pessoas se percebem com indivíduos nesse sistema liberal.

    Critica os autores liberais, uma vez que eles desconsideram que há uma noção de bem anterior que orienta a liberdade, e que essa própria concepção de bem pode implicar em contradições na sociedade liberal e na incapacidade de compreensão das outras sociedades não liberais.

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  51. Charles Taylor é um filósofo comunitarista canadense. Um ponto interessante em sua obra é o fato de que ele não propõe um modelo de teoria da justiça ideal que, se fosse seguido, acabaria resultando em uma sociedade mais justa, tal como Rawls o fez, mas busca, através do estudo da história, compreender as relações humanas em sociedade.
    Na obra “What’s wrong with Negative Liberty” Taylor apresenta suas concepções acerca das ideias de liberdade previamente propostas por Berlin. Para Berlin, a Liberdade Negativa seria aquela na qual o indivíduo deveria ser livre para fazer o que quisesse, com uma intervenção mínima do Estado, e a Liberdade Positiva seria aquela liberdade tida para se fazer algo, que seria garantida pelo Estado mais efetivamente. O problema é que muitas vezes defensores destas liberdades acabavam por agir de maneira autoritária a fim de preservar estes modelos, e este sentido é um dos sentidos nos quais se observa a crítica de Taylor. Segundo ele, “Uma sociedade pode ser liberal sem ser democrática. Os regimes que buscavam igualar as massas eram terrivelmente autoritários”.
    Um dos aspectos de mais importância em sua teoria é o estudo do ser humano em sociedade, e defende a ideia de que é necessária a existência de uma sociedade democrática a fim de se estabelecer o bem comum. Para se compreender as relações humanas se torna necessário compreender que a ideia de indivíduo só existe perante a ideia de sociedade. A sociedade precederia ao indivíduo.

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  52. [Atrasado]


    Charles Taylor é um dos pensadores que da início ao comunitarismo, porém ele não nega totalmente o liberalismo, ele consegue ver a possibilidade de conciliar alguns aspectos dos dois.
    Através de uma tentativa de resgatar a ideia do “self”, ou seja, do indivíduo, ele crê na possibilidade de vincular essa ideia a de liberdade. Essa liberdade seria fundamental para o comunitarismo, enquanto que a igualdade seria para o liberalismo.
    A maior crítica feita por Taylor ao liberalismo diz respeito ao “atomismo”, pois para ele o indivíduo não precede a sociedade e sim o contrário, o indivíduo é construído, por assim dizer, pela cultura que está presente na sociedade em que ele está inserido.
    Com isso o indivíduo é formado e regulado tanto pelo seu “self” como pelo ambiente externo, para ele então não seriam necessárias mais entidades repressivas e coercitivas, pois o indivíduo sempre então basearia suas decisões dentro dos limites em que a sociedade em que ele está inserido está estabelecida.
    Assim a concepção do indivíduo deve ser baseada no coletivo, sempre dependendo da noção de bem, como resposta as ideias de liberdade positiva e, principalmente, a negativa de Berlin, para as quais ele diz serem somente um outro modo de expor as ideologias opostas da época, já que para ele elas somente tendem a retardar e até mesmo ser inconvenientes no debate por ele proposto.

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  53. Carolina Fátima de Oliveira e Marques Paula
    RA 21006412

    Charles Taylor em seu texto "Whats wrong with negative liberty", aborda a questão do multiculturalismo, das culturas nas quais as pessoas estão inseridas. Cada pessoa pertence a uma classe cultural diferente. É possível sabermos à qual classe cultural uma pessoa pertence de duas maneiras: conhecendo-a no âmbito social e conhecendo-a no âmbito pessoal, em sua intimidade.

    Taylor intercala liberalismo com comunitarismo, pois acredita que o homem deve ser capaz de defender valores sociais pela comunidade que, por sua vez, se voltem para seu bem individual. O homem é um ser comunitarista, que foi feito para viver em sociedade, devido à sua cultura e hábitos de vida. Essas culturas fazem com que também vivamos em um ambiente liberal, uma vez cada um pertence a um povo específico. Pelo fato de cada um pertencer à uma classe cultural diferente, Taylor acredita que o Estado não deva estipular regras morais, uma vez que cada pessoa possui sua visão do que é moral ou não de acordo com as suas raízes culturais.

    Para comprovar o que afirma, Taylor toma como exemplo Quebec, uma das dez províncias do Canadá. Ele afirma que lá há o grande desejo coletivo de manter as raízes francesas, mas que isso não torna os cidadãos de Quebec contrários ao liberalismo. Desde que respeitem as culturas das outras pessoas, os quebequenses satisfazem seus desejos pessoais e também os desejos da comunidade.

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  54. Este comentário foi removido pelo autor.

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  55. Em seu mais famoso livro, “What’s wrong with negative liberty”, Taylor apresenta um contraponto às ideias de Isaiah Berlin sobre a questão da liberdade. Taylor expõe, assim como Berlin, a existência de duas dimensões de liberdade (a positiva e a negativa), porém, critica o caráter simplista e caricato que elas possuem, mostrando que essa visão acaba por mascarar o debate ideológico.

    Taylor afirma ainda que a ideia de liberdade negativa (onde um indivíduo é livre quando nenhuma força externa interfere nos seus atos) não encontra um correspondente na realidade, pois esta ideia de liberdade não leva em conta as barreiras internas que os indivíduos possuem. Taylor mostra ainda que ambas as dimensões de liberdade possuem representantes que acabam por decidir sobre a vida dos outros.

    A questão principal que Taylor coloca em discussão é a formação do eu na sociedade moderna. Taylor acredita que certos valores, pensamentos e a própria noção que o indivíduo possui sobre si mesmo só existem devido à sociedade, em outras palavras, a ideia que se possui de indivíduo surge depois da ideia de coletivo. Ele também defende que o pensamento só pode existir quando imerso em uma “dimensão de significado”, e que “certos pensamentos são impossíveis em certas circunstâncias”. Sendo assim, a cultura e a linguagem passam a influenciar a formação do indivíduo.

    Podemos dizer que Taylor se interessa em “esclarecer o debate”. Não há interesse em dizer o que é certo e o que é errado, mas deve-se buscar sempre debater sobre as questões relacionadas à sociedade. Deve-se buscar uma concepção comum de bem, e para isso é necessário debater sobre questões relacionadas à identidade e comunidade.

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  56. Charles Taylor não propõe uma nova teoria da justiça. Ao invés, reflete sobre o liberalismo se questionando sobre como as pessoas se percebem como individuo dentro do sistema liberal.

    Para Taylor, o individuo só percebe sua condição de individuo dentro de um contexto social, ou seja, dentro de uma sociedade. Sem esse contexto - sem uma comunidade/sociedade -, não se é possível determinar direitos e deveres, por exemplo.
    O individuo é, então, descrito – e se descreve – a partir das associações das quais faz parte (religião, escola, trabalho, etc). Nesse sentido, o liberalismo possui bens sociais, ou seja, bens comuns aos indivíduos; e isso impõe limites ao individualismo.

    Ainda para Taylor a concepção de bem depende da capacidade do individuo de se auto-descrever e de descrever a própria concepção de bem.

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  57. [ATRASADO]
    Relembrando a visão negativa de liberdade formulada por Berlin, que implicaria uma maior liberdade de escolha aos indivíduos, uma formulação de ‘eus’ únicos formando o todo da sociedade. Porém, Charles Taylor procura desconstruir tal visão, colocando o social novamente de volta a frente do indivíduo.

    Todo pensamento, para este pensador, só existiria, envolto por uma espécie de redoma, por uma dimensão de significado. Pensamentos precisam desta dimensão para possuírem sentido. Sendo assim, estes vários eus, precisam da sociedade para existir. A liberdade do indivíduo estaria ligada a dimensão de significado que este possui. Para aumentar liberdade, necessita que esta dimensão também aumente.

    Charles Taylor não contesta a ideia ambígua de liberdade sugerida por Isaiah Berlin, porém trata o que estaria errado com a formulação de liberdade negativa do mesmo. Taylor diz que a tentativa de simplificar ao máximo o conceito de liberdade negativa, não pondera os conflitos que esta pode produzir.

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  58. Taylor critica o modelo liberal de liberdade, a liberdade negativa, cuja simplificação admite apenas a relação indivíduo e obstáculos externos, desconsiderando, portanto, diversos fatores, como a consciência, controle e repressão. Critica também a liberdade positiva, que afirma que a liberdade consiste no controle coletivo sobre a vida comum, impedindo que o próprio indivíduo controle sua vida.

    Para Taylor, a liberdade positiva deve se relacionar com a capacidade de se executar algo e o autocontrole envolvido no esforço do indivíduo para alcançar tal objetivo. A liberdade negativa, por sua vez, relaciona-se com a liberdade que o indivíduo tem para alcançar certo objetivo, ou seja, sem que haja interferência nas oportunidades que haveria para se conseguir realizar o objetivo. Para o autor, não se pode afirmar que apenas fatores internos possam impedir o indivíduo de alcançar um objetivo, mas também fatores internos ao indivíduo, como o medo ou seus valores.

    Dessa forma, as pessoas pode não saber seus desejos, objetivos e aspirações, portanto, a capacidade de se fazer o que se quer não pode ser parâmetro da condição de ser livre, que depende, na verdade, na capacidade do indivíduo de reconhecer suas limitações e da sua autorrealização.

    Taylor levanta a importância do indivíduo de reconhecer tanto sua própria identidade quanto a comunidade em que está inserido. Com isso, mostra também a necessidade da concepção de bem comum, já que para Taylor não se pode considerar somente a concepção individual, uma vez que o indivíduo não pode ser separado de sua comunidade e de seus costumes, seus valores e suas tradições adquiridas.

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  59. Taylor como aluno de Berlin, parte de sua teoria. Ele aceita que existam liberdades negativas e positivas, mas para ele as liberdades ainda restringem o indivíduo. Pois, no limite, grandes corporações ou alguns poucos decidem o rumo das sociedades.

    Mas a novidade de Taylor no debate, é a perspectiva da linguagem para entender liberdade. Para Taylor, o indivíduo se torna cada vez mais livre, enquanto ele é capaz de aprender outras linguagens e vice-versa. E que a linguagem é o agente no transmissor ideológico. Neste sentido, a sociedade capaz de aprender cada vez mais uma linguagem, ou que possui uma linguagem flexível e adaptável é aquela que cada vez mais se torna livre. Ao meu ver, o que é um problema, pois assim se transfere o problema da dominação econômica pela dominação linguística.

    Outro ponto interessante na teoria de Taylor, é a adição da dialética hegeliana para a constituição da ideia de ‘self’. Para Taylor, o indivíduo só se reconhece como tal, quando inserido em uma comunidade que o reconheça assim. A ideia de que é preciso estar inserido em um contexto social para se enxergar como senhor de si mesmo, contrariando Nozick. A linguagem é resultado do processo de relação social. E ser libertário ou o que quer que seja, é fruto da linguagem.

    Portanto, Taylor se insere no debate como alguém que analisa os pressupostos de um debate que se inicia em Rawls e depois ganha o outro lado da moeda em Nozick e Berlin. Ele analisa o debate propriamente, mas ao mesmo tempo, se mostra como um comunitarista.

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  60. Charles Taylor seguirá a mesma linha de raciocínio de Berlin, irá avaliar a ambiguidade da liberdade e perceberá que existem outras ambiguidades que constitui tal ideia. Liberdade pode escolher uma série de ações, é a capacidade de agir dentro de um espectro de ações. Estas, porém, são limitadas, pois existem barreiras naturais.

    Taylor parte da ideia de que, para que se possa entender a sociedade liberal, é necessária reconhecer as qualidades dessa sociedade, contrapondo-se à individualidade e atomização do sujeito simplesmente em seu sentido normativo. Dessa perspectiva, o autor é enquadrado às características comunitaristas.

    Desse modo, a “linguagem” assume grande importância para o autor, uma vez que este é o instrumento/ meio entre o indivíduo e a sociedade. Esses indivíduos são agentes sociais e a comunidade é composta por esses agentes. Taylor não realiza uma nova proposta ou formulação para uma nova teoria da justiça, mas apenas busca entender as relações humanísticas entre o homem e essa sociedade ao qual está inserido.

    Assim substitui a noção apenas econômica de Rawls pelo caráter linguístico e interpretativo, ao afirmar que além desse entendimento entre os demais indivíduos, o homem interpreta a si mesmo.

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  61. Charles Taylor descreve como os indivíduos perderam a noção de identidade e não possuem valores “eternos”, estamos na era do efêmero onde tudo é temporário. Segundo Taylor, o individuo sem identidade, fruto da sociedade liberal é extremamente atomizado e se concebe como individuo antes mesmo de haver sociedade, Taylor é contrario a essa atomização, certos ideias e identidades só estão presentes no individuo por causa da sociedade e acha que a noção de identidade deve ser revista para que a noção de liberdade possa existir, a identidade e personalidade de cada um esta imerso em uma dimensão de significado, certos pensamentos são aceitos apenas nas suas respectivas localidade, um habito que parece inconcebível por uma sociedade pode ser cotidiano a outra.
    Taylor defende o esclarecimento em debate, não existe unanimidade entre o correto e o errado e no encontro de duas civilizações diferentes os conflitos devem ser discutidos para que os diferentes lados possam conhecer os argumentos do outro lado e possa eventualmente mudar sua posição ou adapta-la, a conclusão do que é correto pode ser contrario a opinião da maioria, pois esta não depende da quantidade de defensores do ponto de vista mas sim de seus argumentos.

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  62. Em Taylor, temos uma continuação, de maneira mais esclarecida sobre a visão, ligada as ideias de Berlim, sobre a ideia de liberdade negativa. Taylor coloca a liberdade como algo que pode aumentar a possibilidade de escolha do indivíduo. Ele critica a liberdade negativa colocando que esta concepção de liberdade caminha para uma noção de liberdade como exercício.


    Diferente dos demais teóricos da justiça estudados até aqui, Taylor vai recorrer a linguística para construir uma teoria sobre a forma como o indivíduo se estabelece como ser refletindo as definições que a sociedade lhe concede, para Taylor a sociedade precede o indivíduo, com isso, pode-se entender que há ainda a ideia de hiper bem do indivíduo. O hiper bem se constrói vindo do coletivo e, na liberdade negativa, esse hiper bem é individualista e sem um consenso para uma justiça conveniente a todos.

    Portanto, nota-se que Taylor não há interesse em dizer o que é certo e o que é errado, mas deve-se buscar sempre debater sobre as questões relacionadas à sociedade. Deve-se buscar uma concepção comum de bem, e para isso é necessário debater sobre questões relacionadas à identidade e comunidade.

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  63. Taylor faz uma critica ao modelo liberal de liberdade, a liberdade negativa. Para ele, a simplificação da liberdade negativa, admitindo somente a relação do indivíduo com obstáculos externos a ele, é insuficiente por não considerar a falta de consciência, a falsa consciência, a falta de controle, a repressão. E também critica a liberdade positiva, pois a ideia de que a liberdade consiste no controle coletivo sobre a vida comum, descarta a capacidade de o indivíduo controlar sua própria vida.
    Mas a novidade de Taylor no debate, é a perspectiva da linguagem para entender liberdade. Para Taylor, o indivíduo se torna cada vez mais livre, enquanto ele é capaz de aprender outras linguagens e vice-versa. E que a linguagem é o agente no transmissor ideológico. Neste sentido, a sociedade capaz de aprender cada vez mais uma linguagem, ou que possui uma linguagem flexível e adaptável é aquela que cada vez mais se torna livre.
    Para Taylor, a liberdade implica, necessariamente, discriminações qualitativas, que garantem as condições necessárias para esta liberdade. A busca de bens comuns, a ser alcançado por todos os membros de uma sociedade, é importante para Taylor. E, para o autor, a aproximação da liberdade negativa à positiva, quando da hierarquização de desejos, indica possibilidade do estabelecimento destes bens. A importância da comunidade para Taylor é destacada quando da relevância da cultura desta para formar o conceito de bens sociais.

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  64. Atrasado devido a motivo explicado ao professor (assalto).

    Charles Taylor foi um filósofo político comunitarista que conseguiu transitar entre ideias comunitaristas e liberais . No texto proposto criticou a idéia de seu professor Berlin sobre a liberdade negativa, Taylor argumenta que as definições de liberdade dadas por Berlin são muito fracas e servem apenas para mascarar debates ideológicos maiores.

    Para Taylor uma discussão mais importante é retomar a idéia do indivíduo, que ele denomina como "self", para isso ele se utiliza da linguística para demonstrar que a sociedade veio antes do indivíduo. Ele diz que todo indivíduo se utiliza da linguagem para se comunicar e expressar pensamentos e essa ferramenta só faz sentido se estiver inserida numa sociedade.

    Segundo Taylor o indivíduo deve reconhecer a si mesmo e reconhecer a sociedade em que esta inserido, pois só assim ele pode estabelecer o que é uma boa vida para ele. Como cada indivíduo tem uma concepção de uma vida boa diferente a função da sociedade é facilitar o plano de vida de cada um.

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  65. Charles Taylor é um filósofo comunitarista canadense. O autor, em sua obra “What’s wrong with negative liberty” não propõe um modelo de teoria da justiça ideal, mas busca, através do estudo da história, compreender as relações humanas em sociedade. Taylor parte de uma análise do indivíduo inserido na sociedade para expandir e entender o conceito de liberdade, que é aparentemente o que orienta as sociedades liberais atuais.

    Para Taylor devemos expandir o conceito de liberdade partindo de um entendimento anterior do que é o indivíduo, segundo ele o indivíduo só percebe a sua condição de indivíduo dentro de um contexto social, ou seja, dentro de uma sociedade, sem tal contexto, não é possível, por exemplo, determinar direitos e deveres. Dessa forma, a sociedade que confere as características do indivíduo.

    Sendo assim, um dos aspectos mais importantes em sua teoria é o estudo do ser humano em sociedade, pois ele defende a ideia de que é necessária a existência de uma sociedade democrática a fim de estabelecer o bem comum.

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  66. Ao tratar de liberdade Taylor propõem que tomemos uma nova perspectiva, a perspectiva linguística. A linguagem é resultado do processo de relação social. Para o autor o conceito de indivíduo só pode ser concebido dentro de uma comunidade, sendo que para o indivíduo se reconhecer como indivíduo este deve reconhecer a sociedade que faz parte e que este é um indivíduo dentro dela. A linguagem seria o agente na transmissão da ideologia dentrode uma sociedade, aí que se apresenta a dialética hegeliana, pois quando não há sociedade, não há indivíduo. Neste sentido, a sociedade capaz de aprender cada vez mais linguagens, ou que possui uma linguagem mais flexível e adaptável é aquela que cada vez mais pode admitir um "pluralismo" dentro de si.
    Taylor não tenta criar uma nova proposta ou formulação de teoria da justiça, apenas tenta apresentar um novo escopo de análise que poderia ser tomado dentro do debate, entendendo as relações entre indivíduos.

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  67. Pode-se dizer que a grande contribuição de Charles Taylor para o discurso da justiça sobre o sistema liberal é questionar suas bases que estão intrinsecamente ligadas com a preponderância da esfera individual nas relações sociais, quando defende a superioridade da primeira em relação à segunda.

    Taylor desconstrói essa visão se apoiando nas ideias lingüísticas. Simplificando, um pensamento, uma ação, um costume, uma ideia, só pode existir e subsistir quando imerso num contexto mais amplo, em uma “dimensão de significado”, ou seja, se hoje se coloca o individualismo como preponderante é somente pelo fato de que o contexto histórico, cultural e intelectual permitiu e tornou possível, não se deve, portanto, esquecer do meio como elemento essencial na construção do “self”, do indivíduo.

    Visto essa perspectiva fica mais fácil evidenciar a relação entre bens individuais e bens sociais. As teorias liberais, chamadas por Taylor de atomistas, reduzem a importância dos bens compartilhados socialmente, pois enxerga a sociedade como composta por indivíduos, cada um com sua concepção de bem, portanto muito improvável de determinar escolhas coletivas. Porém, Taylor nos mostra que a cultura de uma sociedade acaba perpassando e mesmo garantindo e justificando as concepções da boa vida dos cidadãos individuais, ou seja, é imprescindível para uma sociedade democrática estabelecer uma concepção comum de bem.

    Esta visão vai de encontro com as concepções de liberdade positiva e negativa de Isaiah Berlim. Taylor argumenta que as simplificações desses conceitos não passam de barreiras que dificultam a compreensão do debate ideológico. A liberdade negativa não deve ser pensada somente em termos de se livrar de barreiras físicas e legais para a realização da liberdade. O auto-reconhecimento, considerações morais, barreiras psicológicas também devem ser consideradas e almejadas para se alcançar a liberdade, ou seja, a liberdade negativa deve se aproximar da positiva, no qual a liberdade deve envolve necessariamente discriminações de caráter qualitativo para garantir sua própria condição.

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  68. [atrasado]

    A corrente comunitarista, a qual Charles Taylor é vinculado, é uma reação ao liberalismo clássico. O conceito de indivíduo não viria antes da identidade coletiva, como supõe a corrente liberal. Entende-se que a comunidade é de extrema importância para a formação dos indivíduos, os quais serão por ela moldados e definidos, e a construção de sua identidade depende não só do reconhecimento de si mesmo, mas do reconhecimento da sociedade na qual está inserido.

    Taylor trabalhará em sua obra as dimensões de liberdade trazidas por Berlin, estendendo-as a outros conceitos: “opportunity concept” e “exercise concept”.
    Passou-se a associar fortemente as limitações das liberdades e, por conseguinte, dos modos de vida das pessoas à interferência de instituições específicas ou do próprio Estado de forma caricata. Além disso, tendeu-se a uma simplificação demasiada da ideia de liberdade negativa. Entende-se que na liberdade negativa barreiras externas ao indivíduo são criadas para tentar garantir a autonomia dele de forma igualitária em relação aos outros. Entretanto, desconsidera-se a existência também de barreiras internas, criadas pelo próprio indivíduo.
    Nessa teoria, esse espaço no qual se pode agir livremente passa a corresponder ao “opportuniy concept”, pois é onde o indivíduo é livre para agir sem interferências. Em decorrência dessas barreiras internas, torna-se necessário ainda autocontrole e autoconhecimento, o domínio sobre si mesmo, o que corresponde ao “exercise concept”, relacionado ao fato de que ser livre é escolher por si mesmo seu modo de vida.

    Danielle Bello
    RA: 21022112

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  69. Ao considerarmos o fato de Taylor ser um dos principais precursores da ideia do chamado comunitarismo, não significa que ele deixe de considerar valores atribuídos ao liberalismo, isso porque para o autor, é possível que haja a conciliação de aspectos vindos de ambas formas.

    Taylor enxerga o indivíduo como um ser social, tenta resgatar através do denominado “self”, ou seja, do indivíduo, a crença na viabilidade de vincular essa ideia com a ideia de liberdade, liberdade essa que seria imprescindível para se concluir a ideia de comunitarismo. Já em relação ao liberalismo, peça fundamental para seu estabelecimento seria a igualdade.

    Taylor não explana um debate entre liberalismo e comunitarismo, entretanto não deixa de pontuar certas críticas como a questão do “atomismo”, não vai de acordo com essa última porque ao seu ver, o indivíduo não precede a sociedade, essa associação é inversa, pois há a formação do ser humano através da cultura da qual faz parte.

    Logo, há a clara intervenção do meio externo na formação do indivíduo, não somente baseado no chamado “self”. Partindo de suas ideias, se chega a conclusão de que não há a necessidade de imposição e repressão de entidades, isso porque as ações dos indivíduos está sempre ordenado a partir dos moldes nos quais a sociedade na qual o indivíduo se insere está estruturada. Dessa forma, as ações e entendimento dos indivíduos têm de serem estruturadas a partir do coletivo.

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  70. [ATRASADO]

    Charles Taylor é um canadense, também da vertente comunitarista. Sua tese se baseará muito sobre um conceito de ‘linguagem’ e sobre uma visão de self que nos remete à Hegel. O indivíduo, para Taylor, só se identifica como tal, quando integrante de uma sociedade que o reconhece como um. E isso está intrinsecamente ligado à linguagem, pois a formação do indivíduo – e o modo como ele se conceberia – dependeria da linguagem da comunidade à qual ele pertencesse.

    E esse é um aspecto importante. Cada comunidade possuiria uma linguagem, que se constituiria por uma série de fatores (cultura, religião, costumes e tradições). Esses fatores seriam os constitutivos do indivíduo, e que permitiriam ele se identificar como tal. Mas essa percepção só poderia ocorrer de dentro de uma linguagem. Por essa razão não haveria possibilidade do indivíduo ser visto como um ser atomizado, isolado e livre de qualquer influência. Taylor parece ditar o fim do atomismo do indivíduo, mostrando a dificuldade de assumirmos posições simplistas, como a de Nozick ou a de Berlin.

    À medida que os indivíduos se apropriam de linguagens que se diferem da sua, ele adquire mais liberdade. O mesmo pode ser dito das próprias comunidades. A ideia aqui é a de que uma comunidade que soubesse conversas com outras comunidades seria uma comunidade mais justa e livre. E esse é um processo essencial dentro da tese taylorista: a ideia de diálogo. O indivíduo pode se conceber através do diálogo e as comunidades poderiam se reconhecer e construir algo que fosse além do atomismo através dele.

    Taylor, com essa ideia, assume um papel crítico sobre a modernidade e a ênfase dada ao individualismo. Ele vê esse individualismo como uma falha de identificação e de comunicação dos nossos tempos.

    Importante ressaltar que a linguagem, para Taylor, não se resume a fala. A linguagem aqui abrange diversas esferas; o amor, a arte e toda forma de expressão e comunicação é vista como linguagem, o que permite uma análise mais profunda do modo como as próprias relações se constroem.

    As dificuldades se encontram pelo que se pode identificar como o ‘multiculturalismo’ e a diversidade de linguagens existentes no mundo. Parece evidente que algumas culturas não conversam com outras. Certos ideais não podem mesmo conviver junto de outros. E nesse caso, nem mesmo o debate parece ser possível. Como resolver o debate que não ocorre? Ou então, como argumentar e conversar com alguém que parte de premissas diferentes das suas? Parece impossível livrar-nos da nossa própria linguagem, e é a nossa “linguagem natural” que forma aquilo que pode ser chamado de “nossas premissas” ou valores. Dessa forma, falta algo para que o diálogo possa sempre existir e para que a justiça seja alcançada em alguns casos.

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  71. Charles Taylor procura demonstrar em sua teoria que o conceito de Liberdade Negativa, defendido por Isaiah Berlin, não é possível. Para isso, argumenta que os conceitos de Liberdade Positiva e Negativa deterioraram-se com as simplificações. Isso por que, a Liberdade Positiva passou a ser constantemente atrelada à prática de controle exercida pelas instituições de poder, enquanto a Liberdade Negativa foi atrelada à ideia de ausência de controle físico e legal. Esse tipo de pensamento não leva em consideração, segundo o autor, a falta de conhecimento ou consciência de alguns indivíduos, pois uma utilização inadequada da Liberdade Negativa pode acarretar problemas.

    Por essa razão, Taylor busca definir melhor esses dois conceitos de liberdade. Assim, a Liberdade Positiva passa a ser denominada como “exercise-concept” e é associada à prática do autocontrole. Por outro lado, a Liberdade Negativa passa a ser denominada como “opportunity-concept”, e considera que para ser livre basta ter o caminho desimpedido. Porém, Taylor atenta para a questão de que os percalços enfrentados pelos homens em sua busca pela liberdade não são somente externos, mas também internos. O conceito de ser livre torna necessário ter um certo conhecimento e autocontrole, para não prejudicar os demais, atributos que nem todos possuem.

    De acordo com Taylor, a liberdade requer discriminações qualitativas, que garantem as condições necessárias para esta liberdade. O autor considera que a busca de bens comuns a ser alcançado por todos os constituintes de uma sociedade é de fundamental importância. Além disso, considera que a aproximação da liberdade negativa à positiva, referente à hierarquização de desejos, é um indício da possibilidade do estabelecimento de tais bens.

    A importância da comunidade, para Taylor, é destacada em relação a relevância da cultura desta para formar a conceituação de bens sociais. Mesmo que muitos aceitem uma visão de escolha individual de bens, o que faz com que a visão de escolhas de bens compartilhadas por todos os indivíduos de uma sociedade seja improvável, pode-se perceber que a cultura compartilhada por tais indivíduos justifique a existência dos bens sociais. Portanto, a cultura de uma sociedade acaba influenciando e justificando as concepções de bens dos indivíduos. Assim, bens sociais são possíveis devido à cultura compartilhada por membros de uma mesma comunidade.

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  72. Não foi por menos que Charles Taylor analisou e criticou o considerado “simplista” modelo de divisão das duas liberdades: seu orientador de doutorado foi ninguém menos do que Isaiah Berlin. Além da influência direta, Taylor escreveu também sobre Hegel, Wittgenstein, Heidegger e Merleau-Ponty, ficando claras então algumas de suas outras influências ao tratar do tema Justiça.

    Taylor, assim como Habermas – e em certos pontos Wittgenstein -, defende que é através da linguagem que são criadas as múltiplas teias de compreensão na sociedade. Ele procura desconstruir a visão atomista do projeto liberal – a qual pressupõe uma “superioridade ontológica” do indivíduo sobre o social – advogando que toda forma de significado só pode existir quando inserido em um contexto mais amplo, em um pano de fundo – ou como o autor denomina, uma “dimensão do significado”. Nesse sentido, para Taylor, determinadas coisas não farão sentido quando não são partes da “dimensão de significado” em que estão inseridas; ou seja, certas coisas não poderão ser expressas através da linguagem quando não fazem parte do contexto social. Como ele bem coloca: “num sentido mais forte, certos pensamentos são impossíveis em certas circunstâncias”. Esse pano de fundo, contudo, não pode ser localizado em indivíduos – mas tão somente em situações de intercâmbio contínuo.

    Para Taylor (ao contrário dos liberais que defendem a expressão máxima individual sem nenhum tipo de impedimento – ou seja, a liberdade negativa), somente a cultura de uma sociedade é capaz de garantir e justificar o que é considerado como “concepções boas de vida” para cada cidadão individualmente. Ou seja, nem mesmo as concepções individuais – algumas divergentes entre os indivíduos, naturalmente – são de fato livres da influência do ambiente social, uma vez que determinadas referências são inerentes à formação de valores, ideias e inclusive de prazeres: a formação da personalidade possui um caráter recíproco, reflexivo, de trocas com semelhantes.

    Nesse sentido, a linguagem funciona como fator essencial para a construção de uma concepção de bem na sociedade. A partir do momento em que os direitos individuais são considerados como insuficientes para o estabelecimento dos princípios da justiça, a linguagem e a comunicação ganham uma importância notável para que a compreensão do contexto em que os indivíduos vivem (suas culturas e tradições), para que assim seja possível construir uma sociedade justa. A linguagem é o agente formador das sociedades e de cada indivíduo nelas inserido.

    Ademais, Taylor foca também em um ponto importante da crítica à liberdade negativa: embora não haja impedimentos de expressão e ação aos indivíduos nesse tipo de sociedade, certamente haverá impedimentos considerados “internos” à cada um, que acabará por tornar sua virtude da liberdade em um vício: para ser absolutamente livre, é necessário certa dose de autoconhecimento, autocontrole e também discernimento moral. Quando surge a incapacidade de discriminar os fins das ações, o indivíduo perde a capacidade de controlar seus impulsos passionais – alguns prejudiciais a si mesmo e também àqueles ao seu redor -, acabando por tornar-se um “escravo” de si mesmo. É nesse ponto que entraria a necessidade do controle externo – um controle equilibrado, entretanto – controle este também aludido pelo próprio Isaiah Berlin.

    Uma questão fundamental discutida e defendida por Taylor diz respeito à necessidade de estabelecimento de uma concepção de bem comum através do debate social – ou seja, através da existência de instituições inclusivistas que permitam este tipo de participação e discussão: instituições claramente democráticas, criadoras de liberdades individuais – e coletivas – substantivas (em uma alusão às liberdades debatidas por Amartya Sen). Para Taylor, é necessário que questões como identidade e comunidade – ou mais precisamente o “patriotismo” – sejam inseridas nos debates públicos/políticos.

    (continua)

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    1. Defensor de premissas republicanas, Taylor advoga as formas de estrutura de uma “sociedade livre”, no sentido de não-despótica. Para ele, embora alguns sacrifícios sejam necessários e nem sempre haverá meios para que todo indivíduo seja ouvido, faz-se necessário que toda sociedade considerada livre substitua a coerção característica de regimes despóticos por algo próximo de uma “auto-imposição” – ou seja, a identificação voluntária por parte dos cidadãos nas deliberações político-jurídicas da sociedade. É esse conceito a que Taylor identifica como patriotismo: “a condição essencial do regime livre (não despótico) é que os cidadãos tenham uma identificação patriótica mais profunda”.

      Taylor procura mostrar também que os desejos são de fato hierarquizados dentro dos indivíduos, o que acaba por revelar um indicativo da possibilidade (e necessidade) do estabelecimento de bens comuns, realizado e respeitado por todos os cidadãos de uma determinada sociedade.

      Sendo assim, Taylor acredita em uma concepção “aristotélica” da natureza humana: ela é essencialmente social e política. É por isso que se relaciona com Walzer, Habermas, Sandel – uma vez que defende que todo indivíduo é dependente da comunidade e do contexto social em que está inserido para formar seus próprios valores e caráter, através da linguagem que compartilha com seus semelhantes. Nesse sentido também critica Rawls (assim como Habermas e Sandel o fazem) e, em uma alusão ao pensamento habermasiano – como foi destacado no último comentário realizado, sobre o referido autor -, vale destacar que a participação da comunicação se faz imprescindível nas deliberações quanto à Justiça: o ser humano depende necessariamente das trocas e interações que realiza em comunidade através da linguagem, sendo incapaz de comportar-se imparcialmente e de dissociar-se do meio social em que está inserido – como bem apontou Sandel e como também defendeu Walzer.

      Por fim, para Taylor, o pluralismo da modernidade e suas tensões podem ser mediados através de uma tentativa de “reconciliação” das suas múltiplas tendências. E, além disso, pode-se também dizer que Taylor não refuta “totalitariamente” a liberdade individual, uma vez que rejeita concepções fundamentalistas de conduta, sendo a “reconciliação” e o “equilíbrio” fatores primordialmente almejados – através de instituições presentes em, por exemplo, um regime democrático de direito.

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  73. Charles Taylor é um comunitarista canadense, que acredita que o indivíduo só pode ser identificado como tal quando membro integrante de uma sociedade que o reconheça dessa maneira. Possui um conceito de linguagem – extremamente ligado a ideia de indivíduo, já que para ele, a formação deste depende da linguagem da comunidade a qual está inserido (cultura, costumes, religião, etc) - e ainda, uma visão de self.

    O texto aqui sugerido para leitura funciona como resposta à Berlin e suas liberdades, positiva e negativa. Taylor concorda com a existência de duas liberdades, porém afirma que estas são caricaturas que mascaram a representação de entidades/indivíduos que manipulam e decidem sobre a vida de um coletivo. E mais, para o autor, à medida que os seres se apropriam de outras “linguagens” (amor, fala, arte, etc.), sua liberdade aumenta; quanto maior o diálogo entre comunidades, mais justa e livre elas se tornam.

    Critica a modernidade e o individualismo, como fatores falhos no âmbito da comunicação, logo desconstrói a visão atomista. Acredita que é necessária a introdução, em uma sociedade democrática, de um debate que envolva questões como identidade e comunidade – patriotismo. A grande pergunta é: como manejar um diálogo entre todas as culturas, diante de tamanho multiculturalismo? Principalmente frente a algumas culturas que não conseguem coexistir.

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  74. Charles Taylor prossegue os estudos na linhagem do pensamento do indivíduo e sua posição na sociedade. Aluno de Berlin, ele “critica” a Liberdade Negativa, resgatando a ideia de indivíduo e sua identidade.

    Para Taylor, a Liberdade Negativa implica um conceito de oportunidade onde estar livre significa estar desimpedido. No entanto, tal embasamento não teria sentido, já que para ser livre há a necessidade de autoconhecimento. Em oposição, a Liberdade Positiva estaria vinculada à necessidade de um autocontrole. Logo, o conceito de Comunitarismo não faria sentido neste contexto, sendo defendido o Liberalismo como uma forma de garantir os direitos individuais e igualdade no tratamento.

    Logo, não haveria a necessidade de uma ação repressiva do Estado, tampouco uma estrutura que suprimi tal liberdade. O modelo tangível seria uma estrutura social que permita que o indivíduo se autorrealize e tenha a liberdade de escolha do caminho a qual tal conceito se efetivará.

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  75. Este texto foi escrito em resposta ao texto de Berlin, Dois conceitos de liberdade, apesar de concordar em relação a existência das duas liberdades, ele diz que elas seriam apenas caricaturas para mascarar o debate ideológico.
    Taylor identifica o problema, dentro das doutrinas liberais, na defesa do atomismo, em que o individuo estaria isolado e livre de qualquer influência, já que só poderia haver a noção de individuo dentro de uma sociedade, pois para tal, o individuo precisaria se identificar como tal e ser identificado assim pela sociedade a qual faz parte, ou seja, o individuo não pode vir antes da sociedade. A linguagem e a cultura passam a influenciar a formação do indivíduo, já que o pensamento só poderia existir quando dentro de uma dimensão de significado e alem disso haveriam certos pensamentos que não seriam possíveis em certas circunstancias.
    Assim o hiper bem se construiria vindo do coletivo, e, ao contrario na liberdade negativa, ele seria individualista. Pudemos ver que Taylor não se interessa em dizer o que é certo, mas tenta apresentar um novo escopo de análise que poderia ser tomado dentro do debate.

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  76. O canadense Charles Taylor, além de adepto das ideias comunitaristas, é uma de suas grandes influências, traza a ideia de "Self" dentro do contexto de influência do meio sobre o ser, no qual o indivíduo é fruto do meio social no qual ele se insere e da época na qual ele vive.
    Taylor concorda com a ideia de seu tutor, Isaiah Berlin, de que existem dois tipos de liberdades que o indivíduo pode exercer, a positiva e a negativa, na ideia de que a positiva é aquela que remete ao auto conhecimento e ao auto controle. E a negativa representa a forma de liberdade aonde o indivíduo não está impedido de agira por forma alguma, dentro de seu raciocínio desenvolve a ideia de que para o indivíduo ser plenamente livre, é necessário que ele tenha auto controle de suas necessidades para que, ao exercer sua liberdade, não viole a liberdade dos outros indivíduos.
    Assim como Wittgenstein, Charles Taylor defende que a linguagem é um dos meios mais confiáveis para se obter um amplo conhecimento sobre a comunidade que se deseja estudar e uma ferramenta muito útil para uma análise mais verossímil sobre como a sociedade funciona.
    Dentro de sua posição comunitarista, afirma que a cultura da comunidade na qual o indivíduo está inserido é de uma altíssima relevância para a formação individual do ser, sendo a cultura o fator que justifica através da forma como influencia a sociedade, tem essa importância estacada na formação social da comunidade, e por associação, dos indivíduos nela contida, justificando padrões comportamentais sociais dentro de um grupo influenciado epla mesma cultura apesar da existência das diferenças individuais.
    E caso a sociedade exista harmonicamente, respeitando uma forma de liberdade que pregue o auto conhecimento e o auto controle, não seria necessária a repressão estatal, is dentro desse sistema, o indivíduo teria autonomia, liberdade, e não violaria o bem estar social invadindo ou suprimindo liberdades individuias de outras pessoas.

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  77. Charles Taylor se basa en su teoría de la justicia, en la idea del reconocimiento. Para ello, divide su análisis en dos áreas: la primera es el reconocimiento de la persona como él mismo (auto-reconocimiento) y la segunda por la sociedad que lo rodea (reconocimiento social). Esta dualidad llega la libertad del individuo. Esto no sólo puede controlar por otras personas y entidades quiméricas como el estado hobbesiano, pero por sí mismo (auto-control).

    En base a esta definición, ya no necesitan las estructuras represivas. Cada decisión es el resultado de la elección personal y la interacción con la sociedad, la comunidad en la que se inserta un individuo. El individuo es libre en el sentido de no tener obstáculos para hacer realidad sus deseos, pero debe ser capaz de elegir los caminos que mejor se adapten a la sociedad en que se inserta.

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  78. O canadense Charles Taylor é um grande filósofo político da vertente comunitarista. Seu trabalho é intimamente ligado às questões da linguagem e do “self”. Para Taylor o indivíduo se reconhece como tal apenas se estiver inserido em uma sociedade, e essa sociedade também deve reconhecê-lo como indivíduo.

    Cada sociedade, ou comunidade, tem uma linguagem e essa linguagem é a base na construção do individuo. A linguagem está diretamente ligada a fatores culturais, religiosos e tradicionais, por conseguinte, o indivíduo também é influenciado por esses fatores.

    Para Taylor, quanto mais linguagens diferentes o indivíduo conhece, maior é a sua liberdade, pois ele pode se relacionar com mais comunidades diferentes. O mesmo principio pode ser extrapolado às comunidades, tornando-as mais justas e livres. A conclusão mais óbvia quanto à propriedade de expandir a liberdade encontrada na linguagem é que a base da teoria da justiça de Taylor reside no diálogo. Não só no diálogo, mas no debate, na arte, e em todas as outras formas de expressão, a comunicação como um todo, o ato de tornar comum. A segunda implicação é que o diálogo, por razões bastante claras, acaba por encerrar o ideal individualista que alguns autores defendem para justiça.

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  79. Charles Taylor desenvolve sua teoria a partir do problema da supressão do indivíduo pelo coletivo, aonde não existe um eu. Para ele o indivíduo deve reconhecer a si-mesmo e os outros indivíduos como parte de um todo, dessa forma não existe necessidade de haver repressão por parte do estado, pois o reconhecimento de si como parte de um todo é suficiente para um agir consciente.

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  80. Charles Taylor (1931), filósofo canadense, foi orientando de Isaiah Berlin, autor liberal que propôs os conceitos inseparáveis de liberdade positiva e liberdade negativa. A liberdade negativa é a possibilidade de ações dentro de um limite de coerção, esse limite é determinado pelo Estado. Nesse sistema, a liberdade é garantida para todos, o que gera um pluralismo. A liberdade positiva é a possibilidade de ações independente de um limite de coerção, o limite é pessoal, determinado pelo próprio indivíduo. Nesse sistema há mais liberdade, numa questão individual, pois não é uma força externa que determina o que se pode e o que não se pode fazer, mas, em contrapartida, essa liberdade não é garantida para todos.
    A obra de Taylor é uma resposta a Berlin. Ele concorda com Berlin, mas considera que algumas ideias são muito simplistas e precisam ser melhoradas, como a liberdade negativa. Para ele, a liberdade é tudo o que indivíduo pode fazer, dentro de um certo limite, e é preciso examinar de onde vem essa limitação.
    Taylor tenta equilibrar o comunitarismo com o liberalismo, considera como importantes questões como a linguagem e o indivíduo dentro da sociedade, no reconhecimento pessoal (auto-reconhecimento) e o reconhecimento da sociedade (reconhecimento social).

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  81. Charles Taylor retoma as definições de liberdade positiva e negativa de Isaiah Berlin em sua obra “What's wrong with negative liberty?”e os conceitua da seguinte forma:
    . A liberdade negativa como uma “opurtunidade-conceito”, que consiste em ser livre, ter acesso igual aos recursos dentro de uma sociedade e não ter nenhuma coerção por meio de forças externas ;
    . A liberdade positiva, como um “exercício-conceito que se encontra num estado maduro na tomada das decisões que devem ser feitas pelo meio da razão, livres de restrições internas, por exemplo, a fraqueza, o medo e a ignorância.

    Nesse contexto, ele desenvolve uma crítica a liberdade negativa, que é a liberdade defendida pela maior parte dos liberalistas , pois de acordo com o mesmo, ela não considera as forças internas e somente se preocupa com as externas, o que implica numa insuficiência para se atingir a liberdade individual, como um todo, como ele retrata no trecho:

    “Freedom cannot just be the absence of external obstacles, for there may also be internal ones. Nor may the internal obstacles be confined to those the subject identifies as such, for he may be profoundly mistaken about his purposes and about what he wants to repudiate. And if so, he is less capable of freedom in the meaningful sense of the word.”

    Através disso, ele assim como Habermas levanta o poder da comunicação para se chegar a um a consenso na sociedade, principalmente para que as pessoas não sejam afetadas em suas liberdades individuais, sem ao menos se preocuparem acerca do assunto.

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  82. Charles Taylor é um filósofo da corrente comunitarista, no entanto, ele não nega totalmente o liberalismo, afirmando que é possível conciliar ambos. Taylor não se propõe a formular uma teoria da justiça, buscando compreender as relações sociais através do estudo da história.
    Em sua obra "What's wrong with Negative Liberty", Taylor discute as concepções de liberdade propostas por Berlin. A liberdade proposta por Berlin tem duas vertentes:
    1. Liberdade Negativa: é a liberdade de não ser obrigado a fazer nada que não se queira; requer uma intervenção mínima do Estado.
    2. Liberdade Positiva: liberdade para se fazer e se viver da maneira que se deseja; garantida por um Estado que age de maneira mais efetiva.
    O grande problema acerca dessas concepções é que aqueles que as defendem, acabam por agir de maneira autoritária, buscando a manutenção desses modelos; é justamente nesse ponto que reside a principal parte da crítica de Taylor.
    Taylor afirma que “Uma sociedade pode ser liberal sem ser democrática. Os regimes que buscavam igualar as massas eram terrivelmente autoritários”.
    O estudo do ser humano em sociedade, levou Taylor à conclusão de que a sociedade precede ao indivíduo, uma vez que é necessária a existência de uma sociedade para que se estabeleça uma noção de bem comum. Taylor afirma que a ideia de indivíduo só existe em um contexto social.

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  83. O autor canadense Charles Taylor apresenta sua resposta as ideias de Berlin durante o texto “What’s wrong with negative liberty”, não contestando as ideias de haver liberdade negativa e uma liberdade positiva. Para Taylor, a liberdade poderia ser limitada por questões materiais, habilidades ou pela sociedade. Taylor considera como um conhecimento muito superficial e simplista a colocação entre liberais e comunistas para separar as liberdades positivas e liberdades negativas. E define que alguns bens só poderiam ser alcançados socialmente (exemplo da amizade, amor, e outros).

    Para Taylor, os bens que são relevantes não são meramente férteis, envolvem a questão moral, uma posição, escolhas relevantes e importantes seriam tais bens. E não a preferência por questões ou gostos simples. A comunidade moral se constrói a partir de um vocabulário, a conceituação de liberdade é paradoxal e muito mais profunda do que Berlin pensava.

    Taylor não busca uma teoria sobre a justiça, não há perspectiva deontológica, discute e busca interpretar/entender o próprio debate, impedir perspectivas de um lado. Não negando que existam bens intrinsecamente individuais, mas também existiriam bens intrinsecamente sociais.

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  84. Taylor diferencia-se dentre os autores porque não apresenta uma teoria da justiça, mas sim um debate sobre o próprio debate, que em sua visão vinha sendo unilateral, ocorrendo apenas entre defensores do atomismo. Para o autor, a linguagem é fundamental na formação do indivíduo, pois não podemos ser 'eus' sem interação com outros 'eus', ou seja, o pensamento só pode existir quando imerso em uma dimensão do significado.

    A teoria liberal parte sim de uma noção de bem, que é a liberdade. A perspectiva econômica liberal também parte de um pressuposto moral, como o da dignidade da posse dos bens adquirida através do trabalho. Taylor critica a teoria liberal a partir da concepção de bem desta ser uma concepção baseada na propriedade sempre. A sociedade linguística é, para o autor, muito mais rica do que a sociedade econômica. Rawls, por exemplo, defende a pluralidade de formas de vida e portanto as várias noções de bem. No entanto, essas concepções de bem estão contidas numa única concepção de bem que é o bem econômico. Ou seja, há uma incoerência interna na teoria liberal e uma irrelevância na prática da liberdade na escolha de concepções de bem, pois o bem relevante para mim pode não se dar no puro consumo. O bem realmente relevante para as pessoas foge ao consumo de prazeres e satisfações materiais e vai para o sentido dos sentimentos morais, que não são apenas resposta a estímulos e que são expressas através da linguagem.

    Em "What's Wrong With Negative Liberty", Charles Taylor reconhece as duas dimensões da liberdade, porém alerta para um possível esquecimento do debate ideológico gerado pela comodidade do pluralismo. O autor critica a noção de que a independência individual é a primeira das necessidades modernas, que é a base da doutrina liberal.

    Tanto a liberdade positiva quanto a liberdade negativa se mostram insuficientes como conceitos de liberdade quando simplificadas em controle coletivo e (falta de) obstáculos externos, respectivamente, pois o indivíduo não escolhe os fins que o constituem, mas os descobre em função de sua existência social e se depara com suas limitações internas e externas através da mesma. Ser livre é conhecer suas potencialidades, ter autocontrole e possuir discernimento moral. Se, portanto, não nos conhecemos e não possuímos sentimento moral, coisas que são dadas necessariamente através da sociedade, não podemos exercer nossa liberdade enquanto indivíduos.




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  85. Charles Taylor adota a separação em sentidos negativos e positivos de liberdade proposto por Berlim e acrescenta os termos " opportunity-concept " e " exercise-concept " para dar corpo a consideração deles . o " opportunity-concept " considera que "ser livre é uma questão de o que pudermos fazer, do que está aberto para nós a fazer, se vamos ou não fazer alguma coisa para exercer estas opções . " O " exercise-concept ", por outro lado , considera que " cada um é livre apenas na medida em que se tem efetivamente determinado a si mesmo e a forma de sua vida. " Uma pessoa não é "livre , em uma visão de auto -realização , se ele é totalmente inconsciente de seu potencial , se nunca mesmo tenho surgido como um questionamento por ele , ou se ele está paralisado pelo medo de romper com alguns norma que ele tenha internalizado , mas não autenticamente refletir -lo. " Considerando o sentido negativo pressupõe que uma versão mais ou menos completa de o que se deve ser e querer é facilmente perceptível , o sentido positivo objeta que a construção de um modelo satisfatório da pessoa é uma condição necessária a condição antecedente para o exercício da liberdade . O sentido negativo, sugere que uma tabulação estática de oportunidades disponíveis para a ação é uma suficiente descrição da liberdade. O sentido positivo insiste em que existe um intercâmbio entre essas oportunidades para a ação e a problemática disposição do ator. O sentido positivo, percebe-se que há uma tensão entre a disponibilidade bruta de opções e uma consciência esclarecida de sua disponibilidade, ou seja, se é possível articular a opção como uma identificação possibilidade para si mesmo. Há também uma tensão para o ator entre sua escolha significativa para perseguir uma opção, a fim de realizar-se, e incertezas subsequentes e persistentes sobre se a opção que ele selecionou melhor atende suas (talvez incipientes) capacidades e aspirações. Taylor, além disso, está convencido de que um sentimento negativo bruto de liberdade não é compatível com as intuições de um " pós-romântico civilização que coloca grande valor à auto-realização, e os valores da liberdade em grande parte devido a isto. " A atração persistente de sentido negativo ,apesar de sua incapacidade de satisfazer essas intuições pós- românticas , deriva , em grande parte de sua simplicidade estrategicamente útil : é mais fácil de segurar " a linha em torno de um questão muito simples e básico de princípio, ... difícil e exclusivamente definida como a ausência de obstáculos externos " ao invés de se engajar na defesa de uma evoluindo exercício conceito que é continuamente recorrível quanto à sua profundidade ou escopo ou legitimidade ou abrangência. Mas Taylor insiste que é o exercise-concept que comporta com a nossa intuição de que a liberdade , inevitavelmente envolve discriminações entre nossas motivações variadas. " as capacidades relevantes para a liberdade devem envolver algum auto-conhecimento,, a discriminação moral e auto-controle , caso contrário, seu exercício não poderia ascender a liberdade no sentido da auto-direção ". " A simplicidade estrategicamente útil do conceito de oportunidade é fundamentalmente insuficiente para acomodar a diversidade e complexidade dos contemporânea noções do que significa liberdade .

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  86. Charles Taylor, um comunitarista, afirma que uma sociedade deve reconhecer o indivíduo para que ele possa ser entendido e reconhecido como tal. A formação de um indivíduo relaciona-se com a sociedade que ele vive, sua linguagem, seus valores e si mesmo (self).
    O texto apresentado é uma respostas às teorias de Isaiah Berlin. Ele não nega que haja, de fato, duas liberdades, a negativa e a positiva, mas afirma que a liberdade poderia ter um limite devido a sociedade, ou questões materiais ou habilidades. Dividi-las apenas como liberais e comunistas seria, portanto, insuficiente, pois não mostram entidades que decidem sobre a vida de um grande número. Para o autor, a linguagem e comunicação são de extrema importância, quanto melhor, maior justiça e liberdade.
    Ele faz uma crítica ao individualismo, pois com ele a comunicação não funciona. Os debates sobre problemáticas são importantes. Porém, a comunicação e a discussão pode ser complicada devido ao mundo plural e multicultural que vivemos. Lembrando-se que não se trata de mostrar algo como certo e verdadeiro, mas sim, apresentar um novo olhar para discussão.

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  87. Charles Taylor é um autor de cunho comunitarista. Ele tenta retornar com a ideia de "self" em sua teoria, pois em sua concepção a modernidade acabou com este conceito, os que nos tornou indivíduos descartáveis, sem opinião e identidade.

    A critica de Taylor aos liberais difere de muitos dos autores comunitarista, afinal, ele não descarta algumas das ideias liberais, pelo contrario, ele apostaria em uma forma de união do liberalismo e do comunitarismo, assim permitindo ao individuo que este esteja inserido dentro de uma sociedade e ainda preserve valores sociais como a individualidade e a liberdade.

    Uma das principais criticas do autor as teorias liberais seria o atomismo, pois considera que a sociedade liberal traria tendencias sem raízes aos indivíduos. Em sua visão a sociedade seria anterior ao individuo, logo este seria constituído por fins no qual ele não escolhe, porém descobre o seu contexto cultural e a função de sua existência através do convívio social.

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  88. Charles Taylor, em "What's wrong with negative liberty", faz uma crítica à ideia de liberdade negativa formulada por Isaiah Berlin e, consequentemente, ao modelo liberal, que considera extremamente individualista, pois a satisfação individual se sobressai sobre o bem coletivo.

    Taylor propõe que a liberdade negativa não corresponde, de fato, à realidade. Segundo ele, o coletivo é posterior ao indivíduo, i.e., que o meio em que se vive forma quem o indivíduo é. Sendo assim, essa ideia individualista estabelecida pelo liberalismo acaba sendo limitada, porque o indivíduo é, antes de tudo, coletivo.

    Essa identificação do indivíduo, essa construção do "self", que só é possível a partir da sociedade em que está inserido, é fruto, antes de tudo, da linguagem. Taylor, portanto, não se propõe a formular uma teoria da justiça, mas a estudar a relação da linguagem com essa formação do ser.

    Camila Almeida A. de Souza
    ccamila@aluno.ufabc.edu.br

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  89. Charles Taylor apoia sua teoria no resgate da identidade do indivíduo, reforçando o multiculturalismo através do reconhecimento. O reconhecimento está pautado em duas esferas: na intimidade, onde se constrói a identidade individual pela apreensão ou desprezo de certos significados; no âmbito social, onde ocorre uma política de reconhecimento.
    O principal problema identificado pelo autor, sobretudo, nas teorias liberais está na defesa do atomismo. Taylor enfatiza a cultura e o grupo social que concedem identidades aos indivíduos "atomizados" pelas tendências sem raízes da sociedade liberal. O pressuposto dessa visão de sujeito “atomizado” é proveniente da tradição epistemológica. O dualismo cartesiano trouxe o desprendimento do sujeito com o mundo dos objetos. Esta tradição representou alterações não só na epistemologia como no campo da política. Nesse sentido, o sujeito antecede à própria sociedade, que passa a ser fruto das vontades individuais (direitos). Coisa que Taylor discorda, pois para ele a sociedade é anterior ao indivíduo; este é constituído por fins que não escolhe, todavia descobre em função da sua existência em contextos culturais partilhados no convívio social.

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  90. Taylor utiliza o conceito de liberdade negativa e positiva de Isaiah Berlin para dizer que ambos são insuficientes, são apenas retratos elevados ao extremo de um radicalismo, são conceitos simplistas. A razão da critica, principalmente do modelo de liberdade negativa de Berlin, se da pela postura de Taylor em defesa da necessidade da busca por um bem comum. Nessa busca pelo bem comum, é trazida a ideia do reconhecimento pelo individuo, que deve reconhecer a si mesmo e ter o reconhecimento da sociedade em que está incluso. Em uma critica ao liberalismo de Rawls, Taylor diz que a justiça está relacionada com a maneira como os indivíduos se relacionam com a sociedade e não com uma abstração dessa realidade, como seria o caso do Véu da Ignorância na teoria liberal de Rawls.

    Felippe de Oliveira
    RA: 21038610

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  91. Taylor finaliza opinando sobre o termo liberdade negativo, de Isaiah Berlin, procurando demonstrar como não é possível essa visão de liberdade. Argumenta que tanto a liberdade negativa, quanto a positiva sofreram com simplificações, sendo que a positiva foi associada ao controle por parte de instituições de poder, já a negativa foi associada à ausência de controle, legal e físico.
    Para Taylor, a liberdade implica discriminações qualitativas, garantindo as condições necessárias para a liberdade. Com a aproximação da liberdade negativa e positiva, em relação a hierarquização dos desejos, indica possibilidade do estabelecimento dos bens comuns a serem alcançados por todos da comunidade.

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  92. Charles Taylor em sua obra What´s wrong with negative liberty, realiza sua crítica as teorias de Isaiah Berlin que formula duas dimensões de Liberdade: a negativa e a positiva. Taylor irá concordar com a existência dessas dimensões, porém para ele, elas mascaram o debate ideológico, sendo representadas por aqueles que irão tomar as decisões sobre a vida de todos na sociedade.

    O autor irá realizar um detalhamento sobre o sistema do pensamento liberal, sendo para ele que a liberdade nessa visão possuí apenas um carater de possibilidade de escolha. Taylor irá criticar a ideia de liberdade negativa, que caminha para uma noção de liberdade como exercício, e por mais que os liberalistas simplifiquem a ideia de liberdade negativa, ainda é necessario aproveitar as oportunidades, para que seja suprido as barreiras internas e os confrontos que podem ser produzidos pelos desejos.

    Taylor afirma que o bem estar do indivíduo somente é construído com o coletivo, e que na liberdade negativa o bem social é individualista e sem consenso de justiça entre todos. Para Taylor, o indivíduo não é anterior a ideia do coletivo, e não existe um indivíduo que seja destituído da sociedade, sendo o "self" insuficiente, e para se identificar como tal, o indivíduo deve antes se reconhecer e ter o mesmo reconhecimento em sua sociedade.

    Taylor defende uma ideia de concepção de bem comum, que somente pode ser alcançado realizando debates sobre as questões da sociedade.

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  93. Nesse texto, Charles Taylor critica a ideia que Isaiah Berlin (que foi seu mestre) tem sobre liberdade negativa (e positiva). Ele concorda com a existência dos dois tipos de liberdade, mas coloca que essas são apenas caricaturas de dois extremos. Foca sua crítica na concepção de liberdade negativa que os liberais tem. Isso por que ela não considera a 'liberdade interna' dos indivíduos, e também sugere uma estrutura dominadora sobre o indivíduo, bloqueando sua individualidade.

    Há uma interessante reflexão sobre o 'self', sobre a identificação do indivíduo, tanto sozinho, como em sociedade (alinhando-se à corrente comunitarista). A sociedade, para Taylor, vem antes do indivíduo, sendo que a primeira constrói a identidade do segundo, criticando assim o atomismo na concepção de sociedade. A exemplo de Habermas, também dá importância à linguagem na criação da identidade do indivíduo dentro da sociedade. A linguagem é um importante fator na identificação do indivíduo, junto com sua cultura, religião e etc... Um indivíduo que não se comunica, não está verdadeiramente inserido numa comunidade.

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  94. Taylor é mais um autor comunitarista. Em seu trabalho defende principalmente a importância do reconhecimento do individuo, tanto por ele próprio quanto pela sociedade a qual ele faz parte e o cerca. É nesse contexto que transita sua liberdade, uma vez que o individuo não se encontra somente perante os limites do Estado, mas também seus próprios limites. A partir disso, a intensidade de atuação do Estado pode ser reduzida a formas que não sejam repressivas, pois a sociedade e a interação de cada individuo já formariam um importante papel regulatório, isso garantiria maior liberdade ao individuo. O autor também cita as liberdades positivas e negativas, ele defende a primeira pelo seu caráter de autogoverno e critica a segunda por considerar a falta de mecanismos de controle uma utopia.

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  95. A teoria de Taylor se apoia no resgate da identidade individual, dando força ao multiculturalismo por meio do reconhecimento. Esse reconhecimento está pautado em dos tipos: intimidade, aonde se constrói a identidade individual pela apreensão ou desprezo de certos significados; âmbito social, é onde acontece uma política de reconhecimento. Charles Taylor defende uma politica de bem comum, de forma que não haja um Estado que tenha imposições arbitrárias na questão do moralmente aceito, não sendo condenados os que têm concepções diferentes. Dessa forma, Taylor procura descobrir formas de manter e defender sociedade que dão valor a liberdade, autonomia e autenticidade sob a circunstância imposta pelo pluralismo.

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  96. Charles Taylor é um autor comunitarista e crítico do conceito de liberdade negativa, que seria a dos modernos, quando se é livre sem interferência nos seus atos. Diz que esse ponto de vista de Berlin é inviável como visão de liberdade. Argumenta que ambas as liberdades (negativas e positivas) são muito simplistas. 
    Taylor defende uma sociedade democrática para estabelecer o bem comum, uma boa vida, para isso é necessário uma discussão de temas como identidade, que seria o self. Essa liberdade envolveria discriminações de caráter qualitativo,que possam garantir as próprias condições necessárias para esta liberdade.

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  97. Taylor esteve palestrando no Brasil em abril deste ano. Nessa oportunidade ele deixou bem claro sua ideia de comunitarismo, que não é o de um grupo fechado e hermético, mas de um grupo que pode integrar pessoas de diversas origens e diferentes lugares. Ele é nascido no Canadá, um país tradicionalmente receptivo a estrangeiros e metido em sua própria confusão comunitária, com um grupo usando o inglês e outro, o francês. Esse tipo de mentalidade é destaque em uma época como a nossa, onde o problema da imigração se torna preocupante e fonte de conflitos em várias partes do mundo.

    Ele chama a atenção para o comunitarismo como uma ideia de comunidade da república toda, de toda a sociedade. No Canadá, segundo ele, impera o multiculturalismo, onde o estrangeiro é interado no país de destino e assimilado por sua cultura. Ele defende que haja a fusão de culturas e que isto se torne permanente, mesmo que incomode a tradição local: ““As pessoas são acostumadas com uma continuidade e uma linearidade culturais, e gostam de pensar que a sociedade continuará a ter estruturas imutáveis. Essa é uma das grandes reações emocionais”.

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  98. A proposta política de Charles Taylor é baseada na realização do indivíduo e encontra-se em sua obra: “ O Multiculturalismo e a política do reconhecimento”. Ele procura elucidar os laços que existem entre identidade, reconhecimento e processo dialógico.

    O autor procura demonstrar um tipo de política baseado nesse princípio de reconhecer o indivíduo, visando a proteção de grupos minoritários. A versão do Estado que estaria preparada para afirmação de políticas de reconhecimento precisa antes, na visão de Taylor conhecer esses minorias, que pertencem por sua vez ao multiculturalismo.

    O multiculturalismo pode ser compreendido de duas formas a princípio. Caracterizada como fato, o multiculturalismo refere-se a convivência entre grupos distintos culturalmente num mesmo território, como um fenômeno já antigo que todas as civilizações contemporâneas.

    Contudo, o multiculturalismo numa definição mais apropriada para as teorias políticas de Taylor é de caráter normativo. Aparece como proposta de soluções para os problemas oriundos da convivência humana e os diversos grupos culturais e de identidade que pretende manter-se juntos num mesmo espaço cultural mantendo suas identidades.

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  99. A grande contribuição de Charles Taylor foi apresentar um debate sobre o próprio debate, que em sua visão vinha sendo unilateral, ocorrendo apenas entre defensores do atomismo. Para o autor, a linguagem é fundamental na formação do indivíduo,simplificando, um pensamento, uma ação, um costume, uma ideia, só pode existir e subsistir quando imerso num contexto mais amplo, em uma “dimensão de significado”, ou seja, se hoje se coloca o individualismo como preponderante é somente pelo fato de que o contexto histórico, cultural e intelectual permitiu e tornou possível, não se deve, portanto, esquecer do meio como elemento essencial na construção do “self”, do indivíduo.
    Visto essa perspectiva fica mais fácil evidenciar a relação entre bens individuais e bens sociais. As teorias liberais, chamadas por Taylor de atomistas, reduzem a importância dos bens compartilhados socialmente, pois enxerga a sociedade como composta por indivíduos, cada um com sua concepção de bem, portanto muito improvável de determinar escolhas coletivas. Porém, Taylor nos mostra que a cultura de uma sociedade acaba perpassando e mesmo garantindo e justificando as concepções da boa vida dos cidadãos individuais, ou seja, é imprescindível para uma sociedade democrática estabelecer uma concepção comum de bem.
    Tanto a liberdade positiva quanto a liberdade negativa se mostram insuficientes como conceitos de liberdade quando simplificadas em controle coletivo e (falta de) obstáculos externos, respectivamente, pois o indivíduo não escolhe os fins que o constituem, mas os descobre em função de sua existência social e se depara com suas limitações internas e externas através da mesma. Ser livre é conhecer suas potencialidades, ter autocontrole e possuir discernimento moral. Se, portanto, não nos conhecemos e não possuímos sentimento moral, coisas que são dadas necessariamente através da sociedade, não podemos exercer nossa liberdade enquanto indivíduos.

    Victor Pinho de Souza

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  100. Charles Taylor, seguidor da corrente liberal comunitarista, discorre sobre ideia e teorias que vão contra as ideias liberais individualista. Ele acaba até fazendo críticas ao trabalho do principal autor individualista da história: John Rawls.

    Taylor fundamenta sua crítica na teoria do véu da ignorância, na qual todos os indivíduos de uma sociedade ficariam sob este véu e perderiam toda e qualquer opinião passada dele em relação a qualquer assunto, ou seja, partiria do Estado de Natureza, ja proposto por outros autores, como Locke e Hobbes. A partir deste estado os individuos chegariam a um senso de justiça que fosse justo para todos.
    Taylor fundamente sua crítica justamente neste ponto da teoria de Rawls, dizendo que a partir do véu da ignorância tanto o individuo como a sociedade perdem sua identidade.

    Julgo a critica de Taylor pertinente, pois realmente se todos os individuos partissem do veu da ignorancia nao teria uma discussão sobre qualquer assunto, entre eles a justiça.

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  101. Arthur El Reda Martins
    RA: 11002610
    Email: art.erms@gmail.com


    Mais um para o time dos comunitaristas, Taylor traz um debate novo no que se refere à uma crítica não tão pesada ao liberalismo, como seus colegas que estudamos no curso.
    Taylor usa como base de críticas os conceitos das duas liberdades de Berlin, a positiva e a negativa.A primeira é a liberdade para se viver da maneira que bem quer, garantida pelo Estado eficiente. A segunda é a de não ser obrigado a fazer algo contra sua vontade, garantida por um Estado de mínima intervenção.
    Taylor nos diz que: em ambos temos espaço para a inserção do autoritarismo, e isso não pode ser bom. Igualar massas pode ser autoritário, não podemos confundir esses conceitos. Quando dizemos ‘igualar’ devemos pensar em dar direitos justos a todos e igualdade de oportunidades de acordo com certa comunidade. O indivíduo de Taylor é totalmente social, moldado pelo conceito de sociedade, que o precede.

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  102. Charles Taylor fundamenta sua teoria como um resgate da identidade do indivíduo e do pluralismo, o qual reforça através da ideia de reconhecimento, pautado em duas esferas:

    1. Na intimidade, onde se constrói a identidade individual através da afinidade ou desprezo por certos significados;
    2. Na sociedade: onde ocorre a política de reconhecimento.

    Ele escreve sobre a modernidade, os indivíduos e a maneira como as identidades foram dissolvidas. Segundo Taylor, vivemos em uma era onde tudo é negociável e efêmero, onde não existe mais nada que seja " eterno". Para Taylor, o indivíduo sem identidade, resultante de uma sociedade liberal, é extremamente atomizado e se reconhece como indivíduo antes de estar inserido na sociedade.
 Taylor se opõe à visão atomista e defende que as ceoncepções de identidade precisam ser discutidas, para que possamos retomar as ideias de liberdade e construir os princípios de justiça que desejamos.

    Danielle Romana Bandeira Silva
    RA: 11060011

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  103. O comunitarista Charles Taylor retoma o conceito apresentado anteriormente em Berlin sobre a liberdade negativa e a positiva. No entanto, em sua crítica ao individualismo liberal, Taylor não rechaça por completo este modelo e defende a conciliação entre o liberalismo e o comunitarismo.

    Assim como outros filósofos desta vertente, afirma que o meio que envolve o indivíduo (tendo como instrumentos principais a cultura e costumes da comunidade), é essencial para a formação desta pessoa. Em sua defesa, também afirma que o único modo do individuo perceber a sua condição é a inserção em um contexto social.

    O texto “What’s wrong with negative liberty?” apresenta uma redefinição mais completa destes dois tipos de liberdades. A liberdade positiva se relaciona com a capacidade de se executar algo e o autocontrole envolvido no esforço do indivíduo para alcançar tal objetivo. Por outro lado, a liberdade negativa, está correlacionada com a liberdade que o indivíduo tem para realizar um determinado objetivo, e para que isto seja garantido é preciso que não exista interferência nas oportunidades apresentadas.

    Em uma sociedade realmente harmônica, onde a liberdade praticada não fosse extremista e polarizada, o autoconhecimento e o autocontrole seriam respeitados. Caso isto realmente acontecesse, o individuo encontraria a liberdade e a autonomia, a busca pelo bem estar social não ultrapassaria os limites individuais e a coerção praticada pelo Estado não encontraria motivo para continuar sendo praticada.

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  104. Taylor em sua obra “ What’s Wrong with Negative Liberty”, a qual foi escrita com o intuito de rebater a perspectiva de Berlin sobre liberdade, expressa que existem sim duas formas de liberdade, porém ambas são regidas e comandadas por istituições ou pessoas que comandam a vida de todos.Para entender como são exercidas as liberdades, Taylor analisa o indivíduo para descobrir como se dá a liberdade. Taylor acredita que o indivíduo não precede a sociedade e que ao contrário, é a sociedade que molda o indivíduo, por issopara se chegar a alguma conclusão eficientea cerca da justiça é necessário se analisaro coletivo. Desta forma pode-se perceber que há uma imensa intervenção do meio externo no indivíduo. Sendo assim, ambas as liberdades propostas por Berlin são insuficiente quando analisadas na coletividade, a liberdade vista como ausência de ostáculos para se fazer o que bem deseja, porém, como Taylor mostra, existem obstáculos internalizados nos indivíduos, os quais foram inseridos pela coletividade,

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  105. Em sua obra, "What's wrong with negative liberty", Charles Taylor discorre uma crítica às ideias propostas por Isaiah Berlin acerca da liberdade. O autor não nega a existência das duas dimensões de liberdade propostas por Berlin, mas mostra que estas são insuficientes. Ele afirma que a concepção de liberdade negativa não corresponde, de fato, à realidade. De acordo com ele, o coletivo é posterior ao indivíduo, de forma que o meio proposto pelo liberalismo passa a ser limitado, pois o indivíduo é, primeiramente, parte do coletivo.

    Para Taylor, a linguagem constrói o “self”, isto é, a identificação do indivíduo se faz pelo contato e participação integral que tem na sociedade em que está inserido. Sua obra pretende investigar a linguagem como elemento formador do ser e defende, assim, a liberdade como a inexistência de quaisquer elementos limitadores da vontade humana em seu agir, porém defende a existência de limitações e dificuldades internalizadas ao indivíduo, as quais são impostas pelo meio externo que se caracteriza pela coletividade.

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  106. Charles Taylor, filósofo canadense, comunitarista, foi uma espécie de inspirador para o movimento comunitarista. Taylor tenta retornar com a idéia do “self”, pois segundo o autor, a modernidade o “demoliu”, tornando-nos indivíduos descartáveis, sem identidade.A proposta de Charles Taylor ressalta a importância fundamental da defesa do reconhecimento público da diferença ser regulada pelas instituições públicas, bem como conjugada com a afirmação de direitos fundamentais e direitos coletivos, para proteção dos grupos culturais.
    Para Charles Taylor, tanto o comunitarismo quanto o liberalismo são dois modelos de cidadania. No entanto, o comunitarismo define a participação no governo tendo a liberdade como pré-requisito, componente essencial da cidadania. Já o liberalismo fundamenta-se nos direitos individuais e no tratamento igual.Neste sentido, sua proposta trata de defender uma política de reconhecimento pautada no valor da diferença e na sua importância para constituição das identidades pessoais e grupais, além de incentivar uma ideia de igualdade que busca tratar desigualmente os desiguais em busca de uma igualdade substancial. O principal problema identificado pelo autor, sobretudo, nas teorias liberais está na defesa do atomismo. Taylor enfatiza a cultura e o grupo social que concedem identidades aos indivíduos "atomizados" pelas tendências sem raízes da sociedade liberal. O pressuposto dessa visão de sujeito “atomizado” é proveniente da tradição epistemológica. O dualismo cartesiano trouxe o desprendimento do sujeito com o mundo dos objetos.Essa sua visão vai em desencontro com o conceito de liberdade negativa, que é expressado por Isaiah Berlin considerando o indivíduo livre para agir.

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  107. Taylor faz uma crítica ao conceito 'caricatural' de liberdade negativa de Berlin, tida simplesmente como a falta de impedimentos externos para a ação individual. Esse conceito de liberdade negativa, de acordo com Taylor, está presente na defesa de liberdade como independência individual moderna, e por isso é tão importante analisar o que há de errado com ele.
    De modo geral, Taylor irá defender o auto-controle, a auto-realização e o auto-conhecimento como formas de ser, de fato, livre. Portanto, é necessário remover não apenas os impedimentos externos, mas também os impedimentos internos, e que podem deturpar a liberdade do indivíduo. Taylor também irá dizer que a liberdade envolve, necessariamente, discriminações de caráter qualitativo, que possam garantir as próprias condições necessárias para esta liberdade.
    Além disso, Taylor também faz críticas certeiras ao atomismo (que se centra no indivíduo e acredita que todos os bens são irredutivelmente individuais) e ao individualismo metodológico (que trata todas as coletividades como compostas por indivíduos), que são a base de muitos liberalistas.
    Taylor demonstra, em seu texto chamado "bens irredutivelmente sociais", que existem sim tais bens e que eles são extremamente importantes tanto para as coletividades, quanto para os indivíduos "isolados" liberais. É importante atentar-se para o pano de fundo no qual a linguagem (e o pensamento) estão irredutivelmente inseridos, e o modo como tal pano de fundo disponibiliza significados para as sociedades. Somente a partir de determinado pano de fundo é que se pode pensar e falar sobre as coisas, e deve ser a partir deste que devemos analisar as ações e condutas das sociedades/pessoas (como entender as ações de uma comunidade a partir do meu pano de fundo e não do dela?).
    Por fim, em seu texto "propósitos entrelaçados: o debate liberal-comunitarista", Taylor irá diferenciar as questões ontológicas (relacionadas aos fatores que devem ser invocados a fim de explicar a vida social), que separa 'atomistas' de 'holistas'; e as questões de defesa (que se referem à posição moral ou à política que se adota), onde existem diversas posições, que, numa extremidade, dá primazia aos direitos individuais e à liberdade (o Estado deve ser neutro entre as diferentes concepções da boa vida esposada pelos indivíduos) e, na outra, dá maior prioridade à vida comunitária ou ao bem das coletividades (uma sociedade democrática precisa de alguma definição aceita em comum da boa vida).
    É importante perceber que assumir uma posição ontológica não equivale a defender alguma coisa; contudo, ao mesmo tempo, o ontológico ajuda a definir as opções que são importantes sustentar por meio da defesa.

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  108. Charles Taylor acredita na existência da liberdade positiva e da liberdade negativa, mas acredita que elas só tenham a função de esconder o debate ideológico pois as duas possuem indivíduos que decidem sobre a vida de todos. Em seu texto ele comenta os erros da liberdade negativa, retomando a ideia do "self". O autor acredita que o indivíduo deve ter o reconhecimento da sociedade e o próprio, dessa forma cada um terá direito de fazer suas escolhas, é dessa maneira que o autor une tanto os pensamentos liberais quanto os pensamentos comunitaristas. Segundo o autor, os dois modelos servem para a cidadania.

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  109. Taylor, filósofo e comunitarista, também foi adepto ao conceito de liberdade positiva e de liberdade negativa. Entretanto, o autor ressalta que ambas apresentam intervenções sobre a vida da coletividade. Portanto, ao contrário do que é afirmado dentro das definições de liberdades negativas em relação a autonomia de cada individuo, ao seu modo individual de estabelecer às suas próprias concepções de justiça e à sua não sujeição aos limites das leis, Taylor retorna a idéia do "self", onde o autor enfatiza que é necessário que a sociedade seja reconhecida, pois desta maneira, cada um poderá fazer suas próprias escolhas. Em relação a isso, defende o auto-controle e a auta determinação como formas de ser, e acredita que tanto o Liberalismo, como o Comunitarismo são modelos que devem ser seguidos.

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  110. Charles Taylor, um comunitarista, afirma que uma sociedade deve reconhecer o indivíduo para que ele possa ser entendido como pilar da sociedade para melhor compreensão das cada nicho socieal. A formação de um indivíduo relaciona-se com a sociedade que ele vive, sua linguagem, seus valores e si mesmo .Taylor faz uma crítica ao conceito 'caricatural' de liberdade negativa de Berlin, tida simplesmente como a falta de impedimentos externos para a ação individual. Esse conceito de liberdade negativa, de acordo com Taylor, está presente na defesa de liberdade como independência individual moderna, e por isso é tão importante analisar o que há de errado com ele.
    De modo geral, Taylor irá defender o auto-controle, a auto-realização e o auto-conhecimento como formas de ser, de fato, livre. Portanto, é necessário remover não apenas os impedimentos externos, mas também os impedimentos internos, e que podem atordoar a liberdade do indivíduo. Taylor também irá dizer que a liberdade envolve, necessariamente, discriminações de caráter qualitativo, que possam garantir as próprias condições necessárias para esta liberdade. Taylor analisa o indivíduo para descobrir como se dá a liberdade. Taylor acredita que o indivíduo não precede a sociedade e que ao contrário, é a sociedade que molda o indivíduo, por issopara se chegar a alguma conclusão eficientea cerca da justiça é necessário se analisaro coletivo. Desta forma pode-se perceber que há uma imensa intervenção do meio externo no indivíduo. Sendo assim, ambas as liberdades propostas por Berlin são insuficiente quando analisadas na coletividade, a liberdade vista como ausência de ostáculos para se fazer o que bem deseja, porém, como Taylor mostra, existem obstáculos internalizados nos indivíduos, os quais foram inseridos pela coletividade.
    A sociedade, para Taylor, vem antes do indivíduo, sendo que a primeira constrói a identidade do segundo, criticando assim o atomismo na concepção de sociedade. A exemplo de Habermas, também dá importância à linguagem na criação da identidade do indivíduo dentro da sociedade. A linguagem é um importante fator na identificação do indivíduo, junto com sua cultura, religião e etc.Por fim um dos pilares que o autor Taylor se apoia e nao ideia de que um indivíduo que não se comunica, não está verdadeiramente inserido numa comunidade.

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  111. A liberdade envolve, segundo Taylor, necessariamente discriminações de caráter qualitativo, as quais possam garantir as próprias condições necessárias para esta liberdade. A própria liberdade negativa (entendida como “opportunity-concept”) acaba distinguindo entre os obstáculos externos que considera mais ou menos importantes, caso contrário nos veríamos obrigados a afirmar, ironiza Taylor, que a Albânia é mais livre do que a Inglaterra por possuir menos sinais de trânsito, apesar daquele país restringir o culto religioso e este não; afinal, muito mais pessoas são afetadas por sinais de trânsito do que pela liberdade de culto . A isso Taylor dá o nome de “strong evaluation” – é sim possível hierarquizar os desejos mais ou menos importantes, uma vez que muitas vezes eles entram em conflito:
    Como percebemos, Taylor em sua avaliação crítica de um modelo liberal, calcado em uma ontologia atomista, propõe uma noção holista da natureza humana e da sociedade, o que lhe permite estabelecer uma noção de bem comum, através da distinção saussuriana entre langue e parole. Longe de isso ser um impeditivo da liberdade, como podem sugerir os seguidores da tradição liberal clássica, Taylor procura mostrar que a própria noção negativa de liberdade acaba por hierarquizar os desejos, o que seria, mais uma vez, um indicativo da possibilidade (e necessidade) do estabelecimento de bens comuns, uma meta única a ser alcançada e respeitada por todos os cidadãos de uma determinada sociedade civil.

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  112. Charles Taylor que é considerado um comunitarista, veio com sua teoria no objetivo de retornar a real identidade do ser, afinal, conforme o tempo foi passando, a modernidade acabou por desconstruir essa identidade.
    Apesar de o autor ser considerado um comunitarista, ele não exclui integralmente o modo de pensar dos liberais, fazendo com que, sua teoria da justiça seja um pouco mesclada entre esses dois tipos de pensamentos, ou seja, da parte comunitarista, segue-se a ideia de que o indivíduo está sempre ligado à uma sociedade, e, na parte liberalista que ele não opõe, diz que o sujeito deve defender seus valores como a liberdade.
    Sobre esses dois tipos de pensamentos, o liberalismo, vai a favor dos direitos individuais e equitativos. Já no comunitarismo, há uma preocupação do governo em garantir a liberdade dos indivíduos. Ambas as linhas, são considerados modelos de cidadania por Taylor.

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  113. Taylor foca na crítica ao modelo liberal de liberdade negativa, demonstra como a liberdade negativa não pode ser defendida como concepção de liberdade (Lembrando que esta liberdade é a que está dentro dos conceitos hobbesianos e que vimos na apresentação da Teoria de Berlin). Esta visão de Liberdade negativa acaba ordenando por grau de importância os desejos e isso seria a prova de uma necessidade de estabelecer bens comuns para todos os cidadãos de uma sociedade.
    Taylor desenvolve também faz uma critica ao self (que ele define como sendo o individuo totalmente desprendido e guiado pela razão e que exerce, segundo ele, grande influencia na cultura ocidental), ele propõe que voltemos a nossa interioridade para sermos conscientes dos processos que nos formam ,de nossas atividades, etc. Pois só assim conseguiremos construir nossas representações do mundo de forma pessoal.

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  114. A teoria apresentada por Taylor é baseada na identidade do individuo.
    É apresentada a idéia do reconhecimento do individuo. Esse reconhecimento é dividido em duas partes, a da intimidade que é a identidade individual e a social que trata de uma política de reconhecimento.
    A política defendida por Taylor trata do bem comum e defende um estado que não crie imposições autoritárias sobre o que é ou não moral deixando livres as diferentes visões do moral. Essa política tem como objetivo a defesa da liberdade dos indivíduos, o direito em ter diferentes visões.

    Guilherme N A Melo
    R.A. 21050512

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  115. O autor apoia sua teoria no resgate da identidade do indivíduo, reforçando o multiculturalismo através do reconhecimento. O reconhecimento está pautado em duas esferas: na intimidade, onde se constrói a identidade individual pela apreensão ou desprezo de certos significados; no âmbito social, onde ocorre uma política de reconhecimento.
    Taylor defende a política do bem comum, que possui implicações ontológicas e históricas, de maneira que não exista um Estado que constitua imposições arbitrárias ou autoritárias no que diz respeito ao que é moralmente aceito, não condenando aqueles que possuem concepções diferentes.
    Assim, Taylor preocupa-se em estudar como podemos manter e defender uma sociedade que valorize a liberdade, a autonomia e autenticidade sob as circunstâncias impostas pelo pluralismo.

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  116. Charles Taylor, aluno de Isaiah Berlin, parte da distinção entre conceitos de liberdade, positiva e negativa, de seu mentor e a partir desta forma um pensamento menos otimista a respeito da liberdade negativa uma vez que no limite os caminhos tomados por uma sociedade ainda são definidos pelos poucos, agora localizados em grandes corporações e em algumas instituições.
    Porém Taylor se destaca não por esta crítica a liberdade negativa, mas sim pela exposição do papel da linguagem para se interpretar liberdade, onde o indivíduo se torna cada vez mais independente, livre, na medida em que ele consegue absorver e aprender diferentes linguagens, onde esta atua como transmissor ideológico de grupos e sociedades.
    Ou seja, com isso, a capacidade de uma sociedade de interpretar diferentes transmissores, linguagens, é aquela onde o indivíduo consegue gozar de maior liberdade, onde o indivíduo se reconhece como tal na medida em que está inserido em um grupo, comunidade, que o veja assim, construindo uma ideia de ‘self’ bem peculiar, onde ser libertário ou qualquer outra coisa seria sempre fruto da linguagem, reduzindo a ser fruto de processos sociais.
    Com isto, Taylor pode ser caracterizado também como um comunitarista, bem ao estilo de Habermas e sua preocupação com a linguagem, se inserindo preocupado tanto quanto os pressupostos a serem considerados num debate como também analizando papéis na sociedade acerca da liberdade e do ‘selfs’ como que introduzido por Berlin.

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  117. Charles Taylor assim como Isaiah Berlin afirma que existem duas liberdades, a negativa e a positiva, porém, segundo sua visão existe um limite estabelecido na liberdade de acordo com cada sociedade e as questões que a envolvem. Para Taylor a comunicação é primordial e quando feita de maneira correta possibilita ainda mais a liberdade e a justiça entre os indivíduos.

    O autor comunitarista acredita que o indivíduo tem a sua formação de acordo com seus valores, sua linguagem e a sociedade em que vive, e que a mesma deve reconhecê-lo como cidadão.

    Taylor acredita que a comunicação é prejudicada pelo individualismo e pela pluralidade que existe, pois para ele o cidadão deve ser inserido em uma sociedade que debata sobre certas questões em comunidade afim de se apresentar novos olhares para as discussões.

    Marina Müller Gonçalves
    R.A.: 21082512

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  118. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312

    Charles Taylor é um autor que segue grande parte de sua teoria baseado nos pensamento de Isaiah Berlin. O conceito de liberdade é abordado por duas vertentes: liberdade negativa e liberdade postiva. Para ele, as liberdades ainda restringem o indivíduo, pois ele alega que o rumo das sociedades é decido por grandes corporações ou até mesmo pequenas organizações.

    A respeito do debate, Taylor inova na perspectiva da linguagem a fim de entender a liberadade. Segundo Taylor, enquanto o individuo for capaz de aprender novas linguagens, este se torna cada vez mais livre. Portanto, segundo ele, a linguagem tem um papel de vetor de ideologias.

    O autor tem suas bases no comunitarismo. Para ele, o indivíduo deve conhecer-se a si próprio e a sociedade no qual este se encontra inserido, a fim de estabelecer os parâmetros de um bom modo de vida.

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  119. Taylor se aproxima de Berlin ao admitir que existem duas liberdades, a positiva e a negativa. Mas ao invés de defender ou criticar uma ou outra, Taylor se focou na comunicação. Com ela sendo plenamente usada, com o intérprete podendo absorver diferente estilos de linguagem, mais livre ele é.

    Mas ele também diz que a mesma é prejudicada pela pluraridade e individualidade, defendo o debate de algumas questões em comunidade, embora não especifique quais devem ser, para abrir-se novos olhares sobre ela.

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  120. Taylor procura dizer que o conceito de Liberdade Negativa não é possível. O autor argumenta que os conceitos de Liberdade Positiva e Negativa deterioraram-se com as simplificações, porque a Liberdade Positiva passou a ser constantemente atrelada à prática de controle exercida pelas instituições de poder, enquanto a Liberdade Negativa foi atrelada à ideia de ausência de controle físico e legal. Para Taylor o indivíduo se reconhece como tal apenas se estiver inserido em uma sociedade, e essa sociedade também deve reconhecê-lo como indivíduo. Esse tipo de pensamento não leva em consideração, segundo o autor, a falta de conhecimento ou consciência de alguns indivíduos, pois uma utilização inadequada da Liberdade Negativa pode acarretar problemas.

    Segundo o autor, a liberdade requer discriminações qualitativas, garantindo as condições para ela. Ele considera que a busca de bens comuns a ser alcançado por todos os constituintes de uma sociedade é de fundamental importância. Para ele, cada sociedade, ou comunidade, tem uma linguagem e essa linguagem é a base na construção do individuo. A linguagem está diretamente ligada a fatores culturais, religiosos e tradicionais, por conseguinte, o indivíduo também é influenciado por esses fatores. A comunidade é destacada em relação a relevância da cultura desta para formar a conceituação de bens sociais. Para ele, a cultura de uma sociedade acaba influenciando e justificando as concepções de bens dos indivíduos.

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  121. Taylor ressalta a importância de defender o reconhecimento de que as diferenças devem ser reguladas por instituições sociais, e sai em defesa de que os direitos fundamentais e coletivos. Isso ajudaria a proteger os grupos sociais, o que seria de fundamental importância, uma vez que estes contextos culturais possibilitam a formação da identidade individual, e identidades de grupos, através de processos cuja chave é a linguagem: debates. Estes, proporcionariam uma apresentação de valores culturais.
    Então, o autor propõe que se defenda

    Neste sentido, sua proposta trata de defender uma política de reconhecimento pautada no valor da diferença e na sua importância para constituição das identidades pessoais e grupais, além de incentivar uma idéia de igualdade que busca tratar desigualmente os desiguais em busca de uma igualdade substancial. Com isso, o autor rechaça a idéia de cidadania liberal tradicional justificada somente na igualdade formal e abstrata entre os indivíduos e assume uma noção de cidadania que engloba as diferenças e é formada por direitos específicos.

    Essa sua visão vai em desencontro com o conceito de liberdade negativa, que é expressado por Isaiah Berlin considerando o indivíduo livre para agir, tendo cada um liberdade de decidir o seu futuro, liberdade para agir com autonomia, ou seja, dando a si mesmo a sua própria lei, desde que não atrapalhe outro indivíduo nesse contexto, e isso aconteceria, principalmente, com a não interferência do Estado sobre essas ações individuais.

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  122. Charles Taylor é um autor comunitarista que critica a ideia de liberdade negativa criada por Berlin, ou seja, de quando há liberdade sem interferência de terceiros. No texto indicado, Taylor defende a ideia de que é preciso estabelecer uma concepção de bem comum, com os aspectos de identidade e comunidade inseridos nessa concepção.

    Taylor não propõe um modelo de justiça, mas pretende entender as relações humanas em sociedade através do estudo da história. O autor aborda o fato de que cada indivíduo deve possuir autonomia para buscar o melhor para si, porém, esse indivíduo deve ter a consciência de que vive em comunidade e precisa viver de acordo com ela.

    Sendo assim, a questão do "self" de Taylor seria o regulador da sociedade, ao invés de um Estado. Ou seja, percebe-se que, em sua obra, a sociedade antecede o indivíduo e estabelece suas relações.

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  123. Charles Taylor - filósofo comunitarista canadense - surge como adepto da ta teoria de Berlin sobre a liberdade positiva e negativa, mas critica a liberdade negativa por acreditar que se tem que examinar o indivíduo em seu contexto social e total, como ser completo e movido por mais do que motivações simples: não se pode discutir o indivíduo sem discutir a sociedade em que ele está inserido.

    Para Taylor uma sociedade justa é democrática e permite ao indivíduo ser o que quiser, escolher seu próprio modo de vida e ter respeitado seus valores enquanto ser individual e ser político-social. Taylor também coloca a ideia de “hiperbem”: um bem comum construído socialmente e individualmente de algum modo, a fim de evitar imposições sobre moralidade e permitir a liberdade de escolha do indivíduo.

    Gosto da ideia de Taylor, de que o indivíduo ao mesmo tempo em que é moldado pela sociedade, também a molda e que a linguagem tem um papel fundamental nessa relação: permite que diferentes culturas e sociedades se comuniquem, permite a troca de experiências e o torna mais fácil entender e respeitar o indivíduo, sua visão de mundo e seus costumes.

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  124. O autor Charles Taylor é comunitarista e ao analisarmos é possível perceber que se contrapõe ao autor Isaiah Berlin. Apesar de concordar com ele no sentido em que expressa a existência de dois tipos de liberdade, a liberdade positiva e negativa. No entanto alega que estes conceitos mascaram os reais debates e servem como base de argumentação para quem usufrui de grande poder e tem influência na sociedade.
    Berlin, será desconstruído por Taylor em relação à sua visão atomista, que por sua vez defende um ideal do resgate das particularidades individuais no sentido de se auto-reconhecer e ser reconhecido por outros, alegando que a sociedade moderna destruiu esse conceito e tornou os indivíduos sem identidade.O conceito de indivíduo por sua vez só passa a existir a partir do momento que há essa compreensão dentro do contexto de uma sociedade. Para tal discorre sobre o conhecimento das linguagens e sua capacidade de aprofundar nossas liberdades.
    Taylor se diferencia dos outros autores estudados por partir do estudo do indivíduo na sociedade, além de fazer uma reflexão detalhada acerca do liberalismo, colocando que a justiça vai variar de acordo com a noção de bem da sociedade, e esta noção de bem depende das concepções dos indivíduos que por sua vez dependem do coletivo.

    Raquel Ribeiro Rios
    21008812

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  125. Taylor é mais um autor de cunho comunitarista, de forma a possuir também grandes influencias do filósofo Berlin. Por esse motivo, crê na existência de dois tipos de liberdade, de forma a principalmente ter a preocupação de trazer de volta a preocupação com o seu proprio eu e da sociedade que o rodeia.
    Sendo assim, a liberdade não é só algo que se relaciona somente à ideia estatal ou pública, mas também a nós mesmos, acerca do que nos priva intrínsecamente. Por isso, Taylor acredita que para compreender liberdade seja preciso a linguagem, pois é ela que nos auxilia a ser mais livres, afinal quanto maior poder de compreensão acerca de alguma linguagem, mais livre tal sociedade se torna. É a força da argumentação, a força dos questionamentos ideológicos, pondo em pauta as relações sociais, de forma que tais relações são frutos da capacidade ou incapacidade de se entender ou saber as diferentes linguagens.

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  126. Charles Taylor pensa que as teorias liberais, por darem prioridade à escolha de fins em partida dos indivíduos, colocam os direitos de cada indivíduo acima das pretensões que a sociedade possa ter. A afirmação sem justificativa do pensamento liberal argumenta que o homem pode ser encarado como independente, racional e autônomo – a parte da sociedade.
    Ao focarem enfaticamente nos direitos individuais, as instituições liberais não conseguem avaliar a importância de darem apoio as capacidades que possibilitam a escolha própria do individuo. Segundo o autor, para isso acontecer, instituições muito mais preocupadas em garantirem que o contexto social no qual os indivíduos atuam seriam necessárias, e que elas também fossem molde para ajudar a desenvolver essas capacidades.
    O indivíduo é livre no sentido de não possuir barreiras para concretizar seus desejos, mas deve ser capaz de escolher os meios que melhor se encaixem à sociedade que se encontra.

    Gabriela Petherson
    21035812

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  127. Charles Taylor pode ser considerado um autor comunitarista, porém, em sua obra Taylor unirá ideias liberias e comunitaristas. Taylor critica a visão liberal de que os direitos individuais não seriam suficientes para que se estabelecesse a justiça, porém, Taylor também fazia crítica ao argumento comunitarista de que a influência das comunidades na construção da justiça é de grande valor. Taylor era um autor de ideias diversas, não se ligava a uma corrente única de pensamentos apenas, alguns o consideravam possivelmente, republicano.

    Taylor não concordava com as ideias de Isaiah Berlin sobre o conceito de liberdade negativa e positiva do autor, embora Taylor concordasse com a existência de tais conceitos. Taylor alegava que estes conceitos, seriam impostos à uma sociedade afim de nos mostrar que a realidade não é, tal como é, e assim "mascarar" o debate ideológico, sendo essas ideias de liberdade aproveitadas por entidades ou organizações e indivíduos, para que decidam sobre a vida de todos.

    Taylor criticava os liberais pelo fato de que os pensamentos liberais, se baseavam nos valores individuais, em detrimento dos valores de umas sociedade.

    Sendo assim Charles Taylor, defendia a ideia de que uma sociedade dever ser democrática, afim de estabelecer o bem coletivo dos indivíduos, Taylor propõe que para se atingir uma boa vida, deveria haver uma discussão de temas, como identidade, que seria o "self". Discussões como essa proposta por Taylor nos proporcionária, uma liberdade que envolveria discriminações de caráter qualitativo, que poderiams garantir as condições necessárias para esta liberdade.

    O reconhecimento da sociedade em que um indivíduo esta inserido, para Taylor, seria fruto do "self", sendo assim, todos os indivíduos de uma comunidade seriam livres para fazerem suas escolhas e até mesmo lutar por aquilo que defendem, em sua comunidade.

    Luis Guilherme Fregolon
    RA:21067112

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  128. Charles Taylor é um filósofo canadense que encaixa na vertente comunitarista por crer que o bem comum deve prevalecer sobre as vontades individuais. O autor admite a existência das duas liberdades conceituadas por Isaiah Berlin, entretanto critica e admite que ambos os conceitos são simplistas, refuta principalmente conceito de liberdade negativa. Para ele, é um equívoco considerar que o indivíduo deva prevalecer sobre o coletivo. Além disso, afirma que um estágio em que não haja interferência nas escolhas de um indivíduo seja, de fato, abstrato. Segundo os preceitos apresentados por Taylor, o conceito de “comunidade” precede o conceito de “indivíduo”. Em suma, de acordo com o autor, certos valores se estabelecem por conta da própria sociedade por intermédio da linguagem, inclusive a concepção que um indivíduo possui de si próprio e, portanto, não há sentido em adotar a posição que vise o ser este mesmo indivíduo como um ser atomizado.

    Matheus de Almeida Rodrigues - 21039712

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  129. [ATRASADO]

    A obra de Taylor é uma resposta as teorias de Berlin, essa resposta fica mais evidente graças a distinção que Berlin faz entre a liberdade positica e negativa, que segunda Taylor, ela acarreta uma grande debate ideológico que não é corretamente e nem claramente demonstrado por Berlin, que em nome dos valores e ideais, as pessoas acabam representados por grupos ou pessoas que decidem sobre as suas vidas.

    Taylor tem a visão do individuo dentro da sociedade, e ele desenvolve uma critica ao self, que são os que exercem grande influência na cultura ocidental, ele fala que nós devemos volta a nossa interioridade para sermos conscientes dos processos que nos formam e de nossas atividades.

    Rafael de Souza Cabral
    RA: 21072412

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  130. A principal finalidade de Chales Taylor, um comunitarista canadense, é propor um modelo de justiça que diferentemente de uma concepção contratualista, de beneficie do estudo das relações humanas em uma determinada sociedade, no caso a liberal. Assim, ele se apropria do conceitos de liberdade de Berlin, mas se o possível autoritarismo que os defensores da democracia podem ter a fins de proteger o sistema liberal. Esta seria no caso a crítica à liberdade negativa, que seria a melhor proposta para Berlin dentro de sua visão crítica da liberdade positiva.

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  131. [ATRASADO]

    Filosofo comunitarista canadense, Charles Taylor propõe em sua teoria que não existe uma teoria da justiça ideal, que se seguida levaria uma sociedade definitivamente mais justa, como é colocado por Rawls. Assim Taylor busca por meio do estudo da história compreender o funcionamento da sociedade e das relações humana nela traçadas. Ele se contrapõe às ideias de Berlin no que se refere a liberdade positiva e liberdade negativa, onde os indivíduos que as defendem podem se tornar autoritários, afim de preservar este modelo. Para Taylor, os regimes que procuram igualar as massas são muito autoritários, isso faz com que uma sociedade possa ser liberal sem ser democrática. Ele defende a sociedade democrática para a conquista do bem comum, para isso ele constitui sua teoria no estudo do ser humano dentro do meio social, e em sua teoria afirma que a sociedade precederia ao indivíduo, e este só existe a partir da ideia de sociedade.

    Beatriz Luzia de Campos Manocchi
    RA: 21076512

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