Há uma idéia que é hoje consenso entre quase todos os teóricos da Filosofia Política. Todos chegaram a conclusão que o Socialismo, com sua proposta de estabelecer um modelo de relações econômicas entre as pessoas baseado na supressão da propriedade particular e de arranjos políticos fundamentados na igualdade política, acabou. E com isso, também entrou em
colapso a idéia de uma democracia igualitária. Somente dentro de algumas gerações, talvez, a humanidade encontrará energia para voltar a propor um modelo alternativo de pensamento político. O fato é que hoje, somente temos uma visão hegemônica para os arranjos políticos e econômicos. A democracia liberal, com sua proposta de economia de mercado e institucionalização da liberdade, venceu.
A hegemonia do pensamento liberal põe, entretanto, um grave problema para os intelectuais. Isto é, na falta de um pensamento alternativo, como fazer a crítica da democracia
liberal? De uma forma geral só nos resta como caminho, a via das críticas menores, das pequenas escaramuças, incursões ofensivas parciais e ficamos perdidos no chamado cinturão de proteção e nos ataques às teses secundárias que protegem o miolo, o ‘hard core’, do pensamento democrático liberal.
O debate na Filosofia Política, entretanto, não chegou ao seu fim. E a busca pela grande objeção capaz de acertar o centro do pensamento liberal se torna cada vez mais intensa. Nesse esforço, os intelectuais tem encontrado inspiração na retomada das grandes questões fundamentais do espírito humano.
O fato é que existem dois conceitos que, desde a origem da chamada civilização ocidental e cristã, estiveram na agenda das preocupações intelectuais das pessoas e foram objeto de muitas investigações. Trata-se das idéias de Verdade e Justiça. O que é a Verdade? Em que condições o nosso conhecimento pode ser considerado verdadeiro? E ainda, o que é a Justiça? Quando é que nossas ações podem ser consideradas como justas? Conhecer e Agir; idéias e ações; epistemologia e ética, parecem expressar duas dimensões importantes da existência humana.
O conceito de Justiça tornou-se particularmente importante desde o início do século XX. E os parâmetros do debate contemporâneo sobre Justiça foram estabelecidos por Hans Kelsen. Na sua obra "Teoria Pura do Direito", Kelsen alega que a discussão sobre a Justiça não pertence ao mundo das discussões da Ciência do Direito. Entretanto, ele constrói toda uma teoria da Justiça. Ocorre que, num primeiro momento, a "Teoria Pura do Direito" e as possibilidades de uma Ciência Positiva do Direito, ocupam os debates na Filosofia Política do início do Seculo XX. Posteriormente, as idéias de Kelsen sobre a Justiça ocupam o cenário dos debates, posto que não se consegue entender o Direito somente através de uma Ciência Pura do Direito. Nós precisamos da idéia de Justiça. Por outro lado, o conceito de Justiça pode ser entendido a partir de reflexões sobre o indivíduo, ou de considerações sobre a sociedade. Isto é, a Justiça pode se expressar na preservação da liberdade dos indivíduos, ou na construção das condições de uma vida social bem sucedida. É nesse sentido que vem o debate entre Liberais (Isaiah Berlin, John Rawls, Robert Nozick, R. Dworkin) e os Comunitaristas (M. Walzer, M. Sandel, J. Habermas e C. Taylor).

"Teorias da Justiça" e uma disciplina com a qual se pretende introduzir os alunos nesse debate.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

13. TEMA 10 - POSIÇÃO ORIGINAL E SITUAÇÃO IDEAL: HABERMAS VERSUS RAWLS

Caros Alunos,
Após ler o texto: "Teoria da Ação Comunicativa", de Jurgen Habermas
e examinar o meterial disponível nos seguintes endereços:
e
e
elabore seus comentários e envie para o Blog. Vc. tem até o dia 14 de outubro, segunda feira, as 24:00hs., para realizar essa atividade.

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154 comentários:

  1. Professor, vou contrariar minha "precaução" tida até agora e fazer o primeiro comentário sobre Habermas. Aproveito para colocar que o vídeo em espanhol é particularmente belo ao mesmo tempo que é explicativo e sintético.
    Outro detalhe: pela primeira vez, aceitei um pouco melhor as ideias de um comunitarista! Habermas me cativou, vejamos o que meu amigo de defesa do liberalismo Aron irá colocar sobre este autor.



    Habermas possui uma teoria bastante interessante. Ele parte por criticar o contrato defendido por Rawls à medida que não se pode crer que é razoável o estabelecimento de representantes em uma posição original munidos do véu da ignorância, pois eles estariam indo contra o estabelecimento de indivíduos autônomos que, através do contrato, deveriam agora encaixar-se em princípios estabelecidos da sociedade, abdicando de sua autonomia. A questão da distribuição de bens adotada por Rawls também é falha, uma vez que precede a ela um conceito de justiça pré-estabelecido. Habermas também ressalta a importância dos direitos serem exercidos, além de apenas estabelecidos.
    Habermas tem como ponto principal de seus estudos a democracia e elabora, a partir disto, a Teoria da Ação Comunicativa onde coloca que nossas ações cotidianas refletem processos de racionais na busca do homem de ser entendido e passar uma mensagem. A ação comunicativa ocorre sempre que um indivíduo coordena-se com outro, na tentativa de se fazer entendido, sem pretensões apenas individuais, mas na busca de alcançar objetivos individuais respeitando sua inserção em harmonia com o que é comum aquela sociedade.
    Ele nos apresenta uma distinção entre três mundos: o mundo objetivo, dado como a composição física das coisas; o mundo social, onde se constroem as relações interpessoais; e o mundo subjetivo, entendido como o patamar sentimental e de consciência de cada indivíduo. Outra distinção é feito pelo mundo da vida: cultura, entendida como o conhecimento que os atores de determinado meio recorrem ao buscarem uma interpretação sobre o mundo; sociedade, tida como a ordem legítima onde os participantes regulam suas ações no grupo social; pessoa, definida pelas competências que tornam um indivíduo capaz de falar e agir, compondo sua própria personalidade. Faz-se aqui uma comparação com o conceito de Superestrutura de Marx aos processos culturais que estamos inseridos e dos quais não podemos fugir.
    A estrutura do estado (conceito de Infraestrutura de Marx) que reflete esta organização de mundo e de vida é tida como um sistema político seguido por uma esfera de organização pública que regula a sociedade e, juntamente com a imprensa e meios de comunicação, exercem poder sobre a sociedade. A sociedade por sua vez possui, em certa medida, um papel de sua fala (ação comunicativa) temporal e variável, e exerce influência sobre o sistema político, a esfera de organização pública e a imprensa e os meios de comunicação.
    Nesse contexto, Habermas defende a democracia deliberativa que é um regime composto de mecanismos de controle social através da administração pública, porém onde o papel democrático do indivíduo não se reduza apenas ao voto, sendo estendido ao debate público entre cidadão livres e de condições iguais de participação. Esse tipo de democracia, assim como o autor, defende princípios de pluralidade e autonomia.

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  2. Habermas com sua teoria da ação comunicativa transpassa a teoria social e atinge uma filosofia analítica da linguagem, e esta linguagem se um ponto fundamental para a sua teoria sobre o agir comunicativo . O autor faz uma leitura do mundo moderno e a partir dele constrói sua teoria que busca a racionalidade, a relação do sujeito com o seu mundo de fatos, a forma como ele interage com outros indivíduos e também como ele interage com sua própria natureza cria uma série de comunicações racionais que criam todo um conhecimento e isso consiste no agir comunicativo.

    Para o autor, a razão se divide entre a razão comunicativa, que é um instrumento que protege a liberdade, e a razão instrumental que proporciona a dominação. O razão comunicativo é uma forma de construir um entendimento e de buscar conhecimento, a razão instrumental é um método persuasivo de conquistar algo, podemos dar como exemplo a Primavera Árabe que através de redes sociais o agir comunicativo criou uma série de manifestações e uma efervescência social que possibilitaram a conquista da liberdade de um povo reprimido porém a ânsia pelo poder faz com que alguns, através da razão instrumental, busquem obter uma nova dominação.

    Está presente em sua teoria a divisão de três mundos , o mundo objetivo , que é o mundo dos objetos e estados físicos, o mundo subjetivo , que consiste no mundo das ideias e da consciência de cada indivíduo e por ultimo o mundo social que é o mundo onde o indivíduo expressa suas experiências de vida ou até uma experiência simulada que o indivíduo tem interesse em expressar, esse é o mundo da cultura e da arte.

    Portanto, Habermas acredita em uma construção de consensos pela linguagem que dá base para a construção de uma Justiça que tem a participação de todos os indivíduos envolvidos pois estes são além de observadores, participantes. O conhecimento é construído e transmitido pela comunicação e isso torna a ação comunicativa o pilar desta teoria, ela possibilitará a participação de todos na criação de uma sociedade justa e de um modo de vida de qualidade, sempre tendo a razão por trás da comunicação.

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  3. Compartilhando da mesma opinião da Natália, a teoria de Habermas foi a que mais me agradou entre os comunitaristas. Quando o autor fala sobre o mundo da vida e nos leva a uma abordagem muito mais sociológica de justiça, acredito que a inserção desta nova ideia no debate ajuda a extrapolar alguns limites considerados intransponíveis mesmo para autores críticos da teoria liberal. A comunicação assume papel principal na teoria de Habermas e torna-se ferramenta extremamente eficiente para caracterizar os sistemas de dominação e as possíveis maneiras de vencê-los. A característica mais relevante levantada por este autor certamente é a impossibilidade de mudança das relações culturais sem a transformação das relações de produção. Logo, quaisquer idéias e atitudes contrárias ao sistema, mas produzidas dentro dele, findam por impulsioná-lo ainda mais. Visto isso, ressalta-se a importância do agir comunicativo que se desenvolve no mundo da vida longe da institucionalização da racionalidade promovida pelo sistema. Sendo assim, uma sociedade justa será aquela que mais preservar o agir comunicativo de cada cidadão, ou seja, promover a liberdade de expressão. Apesar da tendência do sistema de englobar todo o conteúdo que lhe faça oposição, o agir comunicativo exercido constantemente e sem restrições parece ser a única maneira de participar igualmente cada vez mais pessoas nos litígios realizando a emancipação social pela razão.

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  4. Habermas, filósofo alemão da escola de Frankfurt, é o único autor estudado nesse curso que parte do estudo da teoria marxista. Com claras influências de frankfurtianos anteriores à ele, como Adorno e Horkheimer, assim como sociólogos, entre eles Weber e Durkheim, Habermas escreve a Teoria do Agir Comunicativo abordando e relacionando temas como: racionalidade, ação e comunicação. A obra estrutura-se através de interlúdios, confrontamento com teorias de outros autores, alguns destes já citados. Os motivos do livro o próprio Habermas lista : 1- tentativa de uma teoria da racionalidade.
    2- A teoria do agir comunicativa em si.
    3- Mostrar que : " usando conceitos próprios de uma teoria comunicativa é possível desenvolver uma teoria da modernidade que possua a necessária seletividade para fenômenos sócio-patológicos, isto é, para o que na tradição marxista foi concebido como reificação."
    4- Desenvolver um conceito de sociedade que una a teoria sistêmica e a teoria da ação.
    A base das ideias de Habermas, é uma distinção entre racionalidade comunicativa e instrumental, o que leva à um agir comunicativo e instrumental, já que para ele a comunicação e a linguagem são centrais para definir a racionalidade. O agir comunicativo seria aquele no qual sujeitos comunicam-se em prol de se entenderem e entenderem sobre algo, para assim, criarem consensos. Já o agir intrumental seria o uso da comunicação para fins próprios de ludibriação e dominação.
    Há uma divisão em três mundos: Objetivo,social e subjetivo, que acarretam três formas diferentes de justificação, pois para Habermas somos constantemente forçados a dar explicações para nossa ações. O mundo objetivo, mundo dos objetos e coisas físicas, no qual o indivíduo se guia por um agir teleológico, o mundo subjetivo, de relações internas de um sujeito, ele com ele mesmo e por fim o mundo social, das artes e culturas, em que prevalece um cumprimento de normas, um agir normativo.
    Este agir normativo nos leva as ideias de sistema e mundo da vida, talvez o ponto alto do livro. Habermas acredita que somos "adeptos" de um agir normativo, pois o sistema à isso nos "obriga" na medida em que é composto por instituições, como as leis por exemplo, que formatam o comportamento humano. A melhor saída seria a não existência de instituições, mas sim consensos entre as pessoas. A saída para Habermas está no mundo da vida, em sua transformação, que só se concretizaria em uma sociedade regida pela comunicação ideal entre seus integrantes.

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  5. Habermas se destaca entre os comunitaristas por sua Teoria da Ação Comunicativa. O ser humano se expressa através da comunicação, mostrando seus desejos, gostos, opiniões etc. Neste processo exercita-se a razão (dividida entre comunicativa, que resguarda a liberdade, e instrumental que gera dominação). Em Habermans a comunicação se dá em três esferas: a do objetivo físico; a do social; e a do subjetivo. Bem, por conta dos desejos e individualidades de cada pessoa, há sempre conflitos e estes conflitos geram acordos e eles surgem através da comunicação exercitada pela razão que quando é comunicativa defende a liberdade. Há também de se considerar que os acordos podem ser provisórios, podem mudar com o tempo, visto que as opiniões e desejos mudam de acordo com desenrolar de cada sociedade, então, seriam feitos novos acordos consequentemente.

    Fica claro então que, para Habermans, ao que parece, é através da comunicação que chaga-se a um bem comum e que a linguagem trás consensos importantes para dar estrutura a uma teoria de justiça.

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  6. Habermas apresenta um visão diferenciada dos demais autores, buscando oferecer uma perspectiva diferente, fato explicado por ele pertencer a escola alemã. Concordo os demais e considero sua abordagem e teoria muito interessantes. Influenciado pelo pensamento Marxista, em que o conhecimento racional é instrumento de dominação, Habermas vai apontar o papel da razão na emancipação social, com uma teoria procedimental da moral e do direito limitada aos aspectos procedimentais do uso da razão que desenvolve o sistema de direitos a partir da ideia de sua institucionalização jurídica. A estrutura social apontada por ele é formada por duas esferas, o sistema, composto pelas relações de reprodução material, e o mundo da vida, composto pela relações de reprodução simbólica que através da linguagem constrói consensos. O ponto chave é o agir comunicativo, ferramente com a qual se obtém a justiça com a participação igualitária de todos os cidadãos nos litígios, ou conflitos de interesse. Baseado no ideal Marxista, o autor apresenta a relação entre infraestrutura, do sistema, e a superestrutura, o mundo da vida, sendo a primeiro o ponto determinante para a dinâmica da segunda. Com isso, para mudança nas relações culturais, do mundo da vida, é necessária uma revolução na infraestrutura, um mudança de sistema. Com isso, qualquer forma contrária a estrutura do sistema inerente a ele, não consegue mudá-lo, mas vai apenas corroborar este sistema. Com isso, para Habermas, o agir comunicativo é o caminho para uma sociedade justa, pois somente com o debate, com base na razão, a sociedade caminhará para uma emancipação social e uma estrutura igualitária.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. O comunitarista Habermas contribuiu significativamente para o avanço e modernização da filosofia moral e de direito, ao sugerir sua teoria de ação comunicativa. Habermas então, enaltece a importância do debate teórico, que levaria à uma melhoria na prática, através de normas mais justas e mais abrangentes.“Assim, a fundamentação do Direito, sua medida de legitimidade, é definida pela razão do melhor argumento. Como emanação da vontade discursiva dos cidadãos livres e iguais, o Direito pode realizar a grande aspiração da humanidade: a efetivação da justiça.” Esse processo se daria a partir de contestações, que levariam a uma conclusão conciliadora.
    Ao se assumir que o diálogo leva a melhores conclusões, Habermas também assume que não há verdades absolutas, e que até o ato mais injusto pode ser justificado, se for defendido de maneira primorosa.
    Habermas, portanto, revela-se adepto do regime de democracia deliberativa, que, além de ser o regime que busca levar em conta na momento de decisão todos os cidadãos, através da representação indireta, e também busca se aprofundar no conhecimento dos indivíduos que estão sendo representados, usando-se de debates e diálogos.

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  9. Habermas apresenta uma ideia bastante similar a ideia marxista de infraestrutura e superestrutura. Que é a ideia de que a racionalidade se divide em duas dimensões: O Sistema, que são as instituições de controle, como o governo, mídia, etc. E o Mundo da Vida, que é o mundo concreto, algo não institucionalizado, o dia-a-dia do individuo. Habermas apresenta o mundo da vida como sendo o lugar para as discussões, os debates, a proposição de idéias. Pois segundo ele, na dimensão do sistema isso não seria possível.

    Para o autor as comunicações que os sujeitos estabelecem entre si, mediadas por atos de fala, dizem respeito sempre a três mundos: O Mundo Objetivo, que é o mundo dos objetos, um mundo tangível, um mundo físico. O Mundo Subjetivo, o mundo da mente, das idéias, da consciência. E o Mundo Social, o mundo da arte, da ciência, onde a expressão do agente se da por um meio cultural.

    Há também uma distinção para o autor entre Razão Instrumental, que seria um instrumento de dominação, essa racionalidade define-se pela relação meios e fins, pela escolha de meios adequados para atingir determinados fins, pela escolha de alternativas estratégicas com vista consecução de objetivos. E Razão Comunicativa, que proporcionaria a liberdade, a critica e a racionalidade.

    Habermas postula a ação comunicativa como base para que possa haver justiça. Sendo que a ação comunicativa se dá através da interação do homem com o mundo. Habermas propõe ainda, um modelo ideal de ação comunicativa, em que as pessoas interagem e, através da utilização da linguagem, organizam-se socialmente, buscando o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna.

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  10. Jurgen Habermas, embora seja considerado comunitarista, é um pensador diferente dos demais apresentados até agora no curso. Filósofo da Escola de Frankfurt construiu sua teoria sobre as linhas do pensamento marxista. O grande foco de seu trabalho consiste na análise do sistema comunicativo dominante estabelecido na sociedade e na tentativa de estabelecer e definir um outro sistema comunicativo (verdadeiro) que está presente em nosso cotidiano, mas que não se relaciona com o primeiro.

    Uma ideia muito presente no pensamento marxista é a de que o conhecimento racional é utilizado como instrumento de dominação e Habermas faz uma separação que justifica exatamente essa forma de pensar. O autor diferencia dois tipos de racionalidade: a instrumental e a comunicativa. A racionalidade instrumental é, justamente, aquela que é utilizada para a dominação da população e das relações sociais e a racionalidade comunicativa é aquela que proporciona a real comunicação entre os indivíduos, gerando um real entendimento (diferente daquele dominado) que aproxima os indivíduos da mundo da vida.

    O mundo da vida seria aquele em quem as pessoas, se relacionando e se comunicando fora do sistema, conseguiriam construir consensos e assim construir a justiça. Com o agir comunicativo as pessoas são colocadas frente à comunicação de forma igualitária, fato que propiciaria a criação de uma nova consciência, a qual, na visão do autor, viabilizaria a construção de uma mundo mais justo.

    O autor também divide o mundo em três partes: o mundo objetivo, o mundo subjetivo e o mundo social. O mundo objetivo é formado pelos objetos e coisas físicas, ou seja, o mundo da reprodução material; o mundo subjetivo, pelos estados de consciência e pelos sentimentos; e o social é representado pelo experimental, em que as pessoas, através da arte da cultura, se expressam.

    O fato é que Habermas defende que para que a justiça seja estabelecida e que as pessoas encontrem uma forma de vida satisfatória, o mundo institucionalizado em que vivemos deve ser modificado por meios exteriores a ele. O mundo da vida e o agir comunicativo são saídas apresentadas, nas quais os indivíduos devem se apoiar para mudarem os modos de vida estabelecidos pela racionalidade dominante.

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  11. Habermas tenta elaborar uma teoria social robusta capaz de interpretar criticamente a realidade social contemporânea. Um de seus primeiros passos é o desenvolvimento de um modelo comunicativo de ação a partir da crítica às limitações e do exame da racionalidade, do modelo da ação regulada normativamente e do modelo da ação dramatúrgica. A teoria da evolução aponta para a racionalização do mundo da vida como o processo de diferenciação dos componentes estruturais. Para ele, é preciso lançar mão do conceito de sistema: sob esse ângulo, o mundo da vida vira mais um entre vários sistemas autorregulados de interconexões de ação funcionalmente estabilizadas. Com isso, Habermas chega à ação comunicativa, que considera todas as funções da linguagem e mantém sua reflexividade.
    Um ponto importante para o autor, é que a ordem negociada com sucesso na ação comunicativa demanda a incorporação do ponto de visto do outro. Além disso, é preciso clarificar que o modelo da ação comunicativa não iguala a ação à comunicação, os atores que negociam o consenso pela linguagem estão sempre perseguindo seus fins particulares, o que mantém uma estrutura teleológica comum a todos os conceitos de ação. O que distingue a ação comunicativa é a forma como as ações dos atores são coordenadas.
    Da definição formal da ação comunicativa, segue o conceito de “mundo da vida”. Como o autor deixa claro, todos os processos de intercompreensão são realizados contra o pano de fundo de um estoque de conhecimento culturalmente adquirido que, como um todo, permanece não problemático, mas cujas “regiões específicas” são tematizadas pelos participantes da interação.
    O mundo da vida é, ao mesmo tempo, o meio e o resultado do agir comunicativo. Seus três componentes estruturais são a cultura, a sociedade e a personalidade, cujos papéis principais nos processos reprodutivos são respectivamente, o do estabelecimento de esquemas interpretativos adequados ao consenso, relações interpessoais legitimamente ordenadas e capacidades interativas. A justiça se obtém com a participação de todos os cidadãos de forma igualitária através do agir comunicativo.

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  12. Habermas é um comunitarista e o autor da ação comunicativa. Essa se baseia que
    a resposta para construção de uma justiça maior se daria pelo diálogo. Somos seres humanos, com sentimentos, vontades e modos de vida diferentes, seria muito útil a conversa para traçar um parâmetro que seja bom para todos. Eu achei essa abordagem muito interessante. Acho difícil uma teoria pronta poder abranger todas as pessoas, ou como ele separa, em três mundos (primeiro como o mundo objetivo , do objetos, coisas materiais, segundo como o mundo subjetivo, seria dos sentimentos, formas de ver o mundo e por ultimo o mundo social que é onde ele expressa o mundo anterio.) já que modos de viver e formas de pensar variam muito de uma cultura para outra, ou até mesmo de uma pesssoa para outra na mesma cultura ou família.

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  13. Eu achei muito interessante a forma como Habermas observa a sociedade, e seu pensamento chama nossa atenção para várias armadilhas feitas pelo sistema vigente. Por exemplo,quando nós nos servimos dos mesmos meios utilizados pelo sisteme que pretendemos derrubar, estamos na realidade o perpetuando, de forma cíclica.
    Me parece que, em grande parte, a história ocidental - falando aqui sobre a política - foi a história da manutenção da tirania. Por muitos anos um tirano reina, um dia surge uma revolução, os revolucionários são reprimidos, um dia o movimento se torna forte demais para ser reprimido, e finalmente o sistema vigente sede... mas apenas superficialmente- o sistema vigente incorpora os ideais da revolução e os corrompe sutilmente permitindo uma coexistência entre a sede de liberdade do povo e a sede de poder dos governantes, ou os revolucionários tomam o poder, mas são completamente corrompidos com o passar do tempo, formando uma nova tirania, que traz uma nova revolução, e assim por diante. Nossa democracia não foge deste ciclo. Nós não mudamos de sistema, mas mudamos de ideais e de liderança política com o passar do tempo, e da mesma forma que o ciclo entre revolução e tirania ocorre;
    Um determinado modo de vida parece repulsivo para o poder vigente, que cria uma imagem sobre o determinado modo de vida que faz com que a população democraticamente o recuse a todo custo. Aos poucos o modo de vida ganha expressão e um espaço digno no debate, e então, por razões essencialmente publicitárias, o governo e os meios de comunicação incorporam o modo de vida antes rejeitado, mas fazendo os devidos ajustes , mudando a superfície da sociedade sem mudar a essência, e mantendo a população em uma situação de conforto e com uma sensação de poder sobre o sistema.
    A saída então seria o mundo da vida, segundo Habermas. Seria romper decisivamente com a lógica do sistema e trabalhar com uma racionalidade que não foi envenenada pelo sistema. Mas "o sistema" não é apenas um fenômeno psicológico coletivo? Ao meu ver a abstração escolhida por Habermas é muito interessante para chamar a atenção para o problema, mas não para encontrar uma solução, pois confia demais no mundo vivo e na racionalidade humana como cura para a dominação. Talvez o foco apropriado seria a psicanalise do delírio coletivo que chamamos de sistema, um esforço para entender o que leva um sujeito a desejar o controle da sociedade e o que leva a população a desejar um líder.

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  14. Jurgen Habermas explicita que idéias de verdade, liberdade e justiça estão inscritos na nossa fala cotidiana, assim toda comunicação é mediada por atos de fala entre dois ou mais indivíduos.

    Existem três pretensões de validade que podem ser criticáveis são elas:

    Veracidade da afirmação, refere-se a um mundo objetivo entendido como a totalidade dos fatos, cuja existência pode ser verificada; já a correção normativa indica um mundo social dos atores, entendido como as relações interpessoais; e a autenticidade e sinceridade que trata-se de um mundo subjetivo, entendido como a soma das experiências do locutor às quais são de acesso privilegiado dele.

    O conceito de razão comunicativa de Habermas pressupõe, portanto, uma diferenciação entre os mundos objetivo, social e subjetivo. Tal diferenciação, distingue o pensamento moderno do modo de pensar mítico, ou seja esse pensamento assume que as interpretações variam com relação à realidade social e natural, e que as crenças e valores discrepam em relação ao mundo objetivo e social. A teoria da ação comunicativa indica o entendimento linguístico como uma ação subsequente que buscará a realização das metas dos indivíduos, portanto, a ação comunicativa contém também um componente teleológico.

    Para Habermas, existe uma correlação direta entre ação comunicativa e mundo da vida, ou seja, a ação comunicativa serve para transmitir e renovar o saber cultural, propiciando a integração social e na formação da personalidade individual.

    O mundo da vida é composto por três componentes estruturais:

    Cultura, o armazenamento de conhecimento do qual os atores suprem-se de interpretações quando buscam a compreensão sobre algo no mundo; sociedade, são as ordens legítimas, onde os participantes regulam suas relações no grupo social; e pessoa, competências do indivíduo de compor sua própria personalidade.

    O autor salienta que a coesão social não pode ser garantida apenas através de processos comunicativos de busca do entendimento. Então existem duas formas básicas de integração de um sistema de ação, obtida através de um consenso alcançado normativamente ou comunicativamente (Integração social); ou por meio de uma regulação não normativa das decisões individuais que vai além da consciência dos atores.

    Em síntese, podemos dizer que a ação comunicativa é a interação de, pelos menos duas pessoas, capazes de falar e agir, que estabelecem relações interpessoais com o objetivo de alcançar uma conclusão, uma compreensão sobre a situação e coordenar suas ações por meio do entendimento. Perante isso, as pretensões são apreciadas quanto à sua veracidade, correção normativa e autenticidade, cada uma destas referindo-se respectivamente a um mundo objetivo dos fatos, a um mundo social das normas e a um mundo das experiências subjetivas.

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  15. Habermas é um pensador da escola de Frankfurt que, para recolocar o potencial de emancipação da razão, adota o paradigma comunicacional.
    Assim, ele concebe a razão comunicativa – e a ação comunicativa, ou seja, a comunicação livre, racional e crítica – como alternativa à razão instrumental à razão instrumental e superação da razão iluminista. Habermas está preocupado com o restabelecimento dos vínculos entre socialismo e democracia.
    Segundo o autor, duas esferas coexistem na sociedade: o sistema e o mundo da vida. O sistema refere-se à reprodução material, regida pela lógica instrumental (adequação de meios e fins), incorporada nas relações hierárquicas (poder político) e de intercâmbio (economia).
    O mundo da vida é a esfera de reprodução simbólica da linguagem, das redes de significados que compõem determinada visão de mundo, sejam eles referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos.
    Habermas crítica a maneira como as discussões sobre justiça ocorrem, entendo que o sistema é muito diferente do mundo da vida e somente no segundo a justiça pode, de alguma maneira, existir, ou seja, na vida cotidiana onde as pessoas estão em comunicação, não no mundo das regras (sistema).
    Através dessa comunicação, que acontece de todas as formas (gestos, olhares, etc), é possível chegar a um consenso e a partir daí chegar ao que é justo ou injusto.
    O mundo onde vivem as pessoas é o único e verdadeiro. O sistema é apenas uma abstração do que deveria ser.

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  16. Filósofo da segunda geração da escola de Frankfurt, que adotava um pensamento marxista, Habermas busca, a partir de sua visão do mundo moderno, criar uma teoria que busca a racionalidade entre as relações dos indivíduos através da comunicação.

    Para Habermas, na sociedade existem duas esferas distintas, o “Sistema” que representa as relações de produção material e o “Mundo da Vida”, uma esfera em que através das comunicações, os sujeitos são capazes de chegar a consensos através da racionalidade comunicativa. Esse tipo de racionalidade é diferente da outra racionalidade presente na sociedade, a instrumental, essa serve como instrumento de dominação, de imposições do mais forte ao mais fraco.

    No mundo da vida, com comunicação através da troca de convicções e da intersubjetividade do contexto em que vivem, as pessoas são capazes de chegar a um entendimento, enquanto que a razão instrumental intervém no mundo como ele fosse algo que necessita ser controlado e que não produz esses consensos. Para Habermas, ainda, o Sistema que age através da razão instrumental, tenta se apropriar, colonizar o mundo da vida, mas que devido suas características, que se constituem em relações mutáveis, acaba não o alcançando.

    Habermas vê, portanto, na ação comunicativa a capacidade de os indivíduos através de uma pluralidade de vozes chegarem a consensos nos diversos litígios presentes na vida e assim chegarem, com a participação de todos, à Justiça de forma racional.

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  17. Habermas acredita que a razão está no centro de nossas ações, pois estamos sempre buscando justificar o que fazemos e o que os outros fazem. Ele faz uma crítica a Rawls por acreditar que o véu da ignorância dispensa a autonomia e a racionalidade do indivíduo.
    Quando há um crescimento da esfera pública, as discussões são estimuladas, e fica claro que os indivíduos possuem interesses em comum, interesses os quais o Estado pode falhar em servir.
    Diante disto, Habermas, influenciado pelo marxismo, afirma existirem dois tipos de comunicação: a razão comunicativa que é aquela na qual os indivíduos buscam entender-se, trocando ideias diferentes e chegando ou não a uma conclusão e a razão instrumental que é aquela que o Estado utiliza como instrumento de dominação. Em outras palavras, a razão comunicativa seria aquela dos espaços públicos onde acontece aquilo que Habermas acredita ser crucial na sociedade: o questionamento e a crítica às suas próprias tradições e culturas; enquanto a razão instrumental é a resistência do Estado, que tentando manter o controle, se utiliza dos meios de informação como televisão, rádio e jornais para suprimir estes debates. Concluindo, Habermas afirma que uma sociedade justa é aquela que preserva o agir comunicativo.

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  18. Habermas foi da conhecida escola de Frankfurt, e suas teorias estão um pouco mais distante do pensamento dos outros autores já discutidos em sala, Habermas tem como base o marxismo cultural e diz que o conhecimento racional é instrumento de dominação. Ele diz que existem dois tipos de razão, sendo então a instrumental como um instrumento de dominação, assim como são as leis impostar pelo Estado.E também a razão comunicativa, que ele acreditava ser instrumento de liberdade, racionalidade e critica.

    Para ele então existem duas esferas de racionalidade, que seria a do “Sistema” que são as relações de reprodução material e o “Mundo da Vida” que são as relações de reprodução simbólica através da linguagem, ou seja, as inter-relações simbólicas que temos no nosso dia-a-dia. Neste mundo simbólico temos liberdade para o pensamento, podemos criticar o que achamos que está errado, discutir pontos de vistas, e para Habermas a justiça seria obtida através da participação igualitária dos cidadãos através da comunicação.

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  19. Habermas é herdeiro da escola de Frankfurt, tendo como uma de suas ideias, a questão do marxismo, que diz que o conhecimento racional é utilizado como forma de dominação entre os indivíduos. Sobre essa área racional, ele destaca e separa a razão, analisando-a quanto à sociedade, em duas partes: a razão instrumental (que serve como instrumento para a dominação) e a razão comunicativa (que é usada como instrumento de liberdade, racionalidade e critica).

    Habermas também diz que a sociedade contêm 2 esferas, que são a do Sistema e a do Mundo da Vida. A esfera do mundo da vida é de reprodução simbólica, do uso da linguagem, cria consensos, determina certeas visões de mundo. Enquanto que a esfera do sistema refere-se a reprodução material, a adequação dos meios aos fins, relacionando-se principalmente com os poderes político e econômico.
    Na minha opinião, o que mais chama a atenção nessa teoria de Habermas é a questão do Sistema. Esse sistema, que acaba por controlar as bases de uma sociedade capitalista, sempre arranja alguma maneira de englobar e, principalmente, se adequar às novidades que vão surgindo, fazendo com que, a cada novo "problema" que surge em determinado lugar, o sistema se adeque a ele, expandindo-se, crescendo sempre, dando margem praticamente nula para que essas novidades não se enquadrem nessa esfera. É possível explicar isso com o exemplo dado em sala de aula, em que, se uma pessoa ou um grupo de pessoas, deseja "fugir" desse sistema, indo para o meio do mato, saindo das regras e normas impostas na sociedade em que vivem, trará certos tipos de consequencias que podem ser benéficas, por exemplo, para alguém que vende barracas, ou para algum tipo de repórter que vai querer conhecer como isso funciona, passando essa experiência através da mídia, gerando um maior volume de capital em diversas áreas de comércio, assim, servindo como uma engrenagem que ajuda a fazer funcionar cada vez melhor o sistema. Apesar de parecer que não há uma saída desse sistema, e que todas as ideias contra ele podem ser contestadas e refutadas, acho que é possível sim haver alguma maneira de este tipo de sistema ser "quebrado", alguma saída, porém não sei qual seria, nem quanto tempo passará até que isso seja descoberto.

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  20. Habermas é considerado principal herdeiro das discussões da escola de Frankfurt uma das principais correntes do marxismo cultural. Ele fala da situação ideal de comunicação e da ação comunicativa, ou seja, a comunicação livre, racional e crítica como alternativa à razão instrumental que é um tipo de dominação.
    Ele divide o mundo em duas esferas, o sistema e o mundo da vida. O sistema é a reprodução material, ou seja, adequação de meios e fins, incorporada pelo poder político e pela economia. O mundo da vida é a esfera de reprodução simbólica, da linguagem das redes de significados que compõem determinada visão do mundo. O sistema rege o mundo da vida.
    Habermas elabora um marco teórico em que os conceitos de agir comunicativo e mundo da vida conduzem, nos discursos reais, à justiça e à solidariedade respectivamente. A justiça se refere à igualdade das liberdades e dos direitos dos indivíduos na participação dos discursos e a solidariedade se apresenta como condição de sobrevivência dos indivíduos enquanto membros de uma comunidade na qual foram socializados.
    Habermas defende também uma ética universalista, deontológica, formalista e cognitivista. Para ele, os princípios éticos não devem ter conteúdo, mas garantir a participação dos interessados nas decisões públicas através de discussões, em que se avaliam os conteúdos normativos demandados naturalmente pelo mundo da vida.

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  21. Habermas que era da Escola de Frankfurt tenta com seus escritos construir um conceito de racionalidade que encontra seus fundamentos nos processos de comunicação intersubjetiva com a intenção de alcançar o entendimento. Ele acredita que na estrutura da linguagem cotidiana está embutida uma exigência de racionalidade, pois quando fala cada indivíduo manifesta uma pretensão de ser entendido por seu ouvinte. Esse tipo de racionalidade Habermas chama de comunicativa pois ela visa o entendimento de um indivíduo com outro através da linguagem e ela é contrária a racionalidade instrumental que visa apenas usar a linguagem para dominação, para ludibriar a quem ela é destinada.

    O conceito de razão comunicativa de Habermas pressupõe, portanto, uma diferenciação entre os mundos objetivo que é o mundo dos objetos, o social que é o mundo onde as expectativas de vida dos indivíduos são expressas (este também é o mundo da cultura e da arte) e o subjetivo que é o mundo das ideias de cada indivíduo, sua consciência. Partindo desse entendimendo dos três mundos ele formula sua Teoria da Ação Comunicativa na qual um indivíduo se comunica e é entendido por outro, sendo que essa comunicação se dá por objetivos individuais mas que são inseridos no contexto da comunidade em que esses dois indivíduos estão inseridos.

    Segundo Habermas, para se alcançar o entendimento que decorre da ação comunicativa é preciso definir o contexto em que estas ações acontecem, ele cria então o conceito de mundo da vida, que é dividido em três componentes. O primeiro é a cultura que pode ser entendida como o estoque de conhecimento do qual os indivíduos suprem-se de interpretações quando buscam a compreensão sobre algo no mundo. O segundo é a sociedade que é entendida como as ordens legítimas através das quais os participantes regulam suas relações no grupo social e a terceira é a pessoa e é entendida como as competências que tornam um sujeito capaz de falar e agir, de compor sua própria personalidade.

    Com os conceitos que criou, Habermas defende que em uma sociedade comunicativa pode haver a garantia de condições básicas para uma prática cominicativa que propiciaria as condições para os seus indivíduos participantes buscarem e realizarem uma vida melhor, mais justa para todos. O debate nessa sociedade comunicativa criaria as condições para a participação de todos na vida social, política, econômica e jurídica dessa sociedade.

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  22. * atrasado

    Habermas partilha das ideias da escola de Frankfurt, que parte do princípio marxista de que o conhecimento racional é um instrumento de dominação, e questiona o papel da razão na dominação social. O pensamento marxista afirma que existem as relações de produção e suas condições materiais, chamadas de estrutura que determinam como se desenvolve a cultura e as relações não baseadas no materialismo, pertencentes a super-estrutura.

    Assim, as condições materiais e o modo de produção determinam a cultura e o modo de agir das pessoas. Somente com uma revolução seria possível de mudar o sistema capitalista por meio de uma revolução que mudaria o modo de produção, e assim, mudando a estrutura, seria possível mudar também a superestrutura e consecutivamente a cultura que se encontra na última esfera.

    A escola de Frankfurt partilhava dessa idéia e afirmavam que na sociedade capitalista a razão serve aos interesses burgueses, sendo assim, um instrumento de dominação. Defendiam que por meio de uma simples revolução cultural e criticas ao sistemas capitalistas, não adiantam para enfraquecer o sistema que acaba por se fortalecer ainda mais. A única resposta possível para acabar com o capitalismo, seria uma violenta revolução que impusesse seus valores aos inimigos acabando com qualquer resistência. Esse ponto de vista é, porém, um tanto pessimista ao afirmar que não temos como romper com o sistema utilizando uma de nossas maiores virtudes: a razão.

    A análise de Habermas não é pessimista quanto ao uso da razão de modo geral. Para o autor há um tipo de racionalidade instrumental, que é institucionalizada e reflete os interesses da classe dominante, sendo de fato um meio de dominação.Há no entanto, um outro tipo de razão, a que pertence a vida real, presente no nosso dia-dia, onde não nos encontramos presos as instituições. É uma racionalidade que construímos nas nossas interações pessoais por meio da comunicação que é livre da dominação do sistema, que não tem como controlar efetivamente a comunicação entre as pessoas, formando uma possibilidade de saída do sistema através do agir comunicativo, é por meio deste último que se chega a um consenso em uma comunidade sobre como promover a justiça.Para se chegar a um consenso, segundo Habermas, não é necessário se impor ao adversário de forma violenta, mas sim por meio da comunicação e livre da racionalidade das instituições dominantes.

    Embora não haja nenhum exemplo expressivo na vida real sobre o sucesso de uma mudança obtida com o “agir comunicativo” que conseguiu de fato romper com o sistema, as idéias de Habermas são valiosas e merecedoras de nossa atenção e análise, para que quem sabe, possamos encontrar uma maneira de quebrar ou solucionar os problemas do sistema sem estarmos presos e engessados as idéias fixas provenientes da razão instrumental.

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  24. Habermas criou uma teoria crítica em relação a sociedade. Sua teoria busca ação e prática, é justificativa e explicativa. Partindo do papel de razão na emancipação social, ele coloca que há uma razão instrumental que atua como instrumento de dominação e uma razão comunicativa que atua como instrumento da liberdade, racionalidade e crítica.
    Utilizando das ideias marxistas, ele afirma que as sociedades estão divididas em 2 esferas: o sistema: relações de reprodução material; e o mundo da vida: relações de reprodução simbólica através da linguagem.
    Quando estabelece a Teoria da Ação Comunicativa, ele dá uma importância especial ao agir comunicativo, que por ele é visto como uma saída para manter a condição de igualdade entre as pessoas. Habermas divide o mundo em três: objetivo, subjetivo e social. O mundo objetivo é o mundo dos objetos físicos e materiais. O mundo subjetivo é o mundo intrínseco a cada indivíduo, da mente, imaginação, sentimentos. E o mundo social é o meio onde se manifestam os aspectos culturais e artísticos de cada sociedade.
    Quando cita a teoria marxista, que acredito que todos já conheçam, o que mais ficou para mim foi o fato de Habermas colocar que há uma racionalidade no sistema capitalista da qual não conseguimos fugir. Não há como mudar a Superestrutura, as relações culturais, o mundo das Instituições sem mudar a Infraestrutura. E que mais uma vez, a saída para estabelecer justiça seria o agir comunicativo alcançado pela participação de todos possibilitando a inserção no meio social.

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  25. [ATRASADO]
    Habermas se destaca entre os autores até aqui estudados, não sendo norte americano ou britânico. Ao contrário, o autor alemão, da Escola de Frankfurt, escreve sua tese sofrendo grande influência da escola a qual provém e propõe uma tese diferente das vistas até agora. Em uma tese baseada no marxismo cultural, onde o conhecimento racional é instrumento de dominação, Habermas tenta mostrar a importância da comunicação. Todas as relações que se estabelecem entre os indivíduos de uma sociedade são decorrentes do sistema econômico vigente. A racionalidade que faz parte da linguagem abre espaço para um agir comunicativo. Esta racionalidade na comunicação tem pretendida a compreensão do ouvinte. Para Habermas, existem duas razões que podem ser usadas em uma comunicação: a instrumental e a comunicativa. A razão instrumental, utilizada como instrumento de dominação por parte do emissor, para transmitir ao receptor, mensagens confusas, com o objetivo de engana-lo através da conversa. A razão comunicativa, utilizada como instrumento de liberdade, racionalidade e crítica, tem por objetivo estabelecer uma conversa real entre emissor e receptor, com mensagens claras que possam ser compreendidas.

    Essa racionalidade que Habermas diz, quando aplicada ao conceito comunicativo, difere duas esferas de discussão: o sistema e mundo da vida. O sistema constitui a parte institucionalizada, onde ocorrem as relações de produção material. O mundo da vida é o mundo inserido no sistema, onde ocorrem as discussões acerca do sistema, numa dimensão não institucionalizada, com relações de reprodução simbólica através da linguagem. Essa discussão é permeada pelas características culturais daqueles que participam do debate, possibilitando a aparição dos diferentes pontos de vista, que contribuem para uma discussão mais abrangente. Habermas denomina esta discussão de agir comunicativo, e este é fundamental para construir consenso, quando há divergências. Assim, o mundo da vida é constituído simultaneamente, do local onde ocorre o debate, bem como situação resultante deste debate. O mundo da vida é, ainda, composto por três fatores: a cultura, a sociedade e a personalidade. Estes três fatores exercem grande influência nas discussões: a cultura carrega todo o conhecimento acumulado até o momento por aquela sociedade, o que influi na compreensão dos aspectos que norteiam a discussão; a sociedade constituída por ordens, as quais regulam as relações sociais; e por fim, a personalidade, a capacidade individual de cada um de compor uma interação racional.

    Habermas acredita que a justiça é alcançada com a participação dos cidadãos nos debates, com a utilização do agir comunicativo por parte destes. Um debate estabelecido com o agir comunicativo gera condições para uma maior participação dos cidadãos, bem como maior probabilidade de atender justamente todos eles.

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  26. *Outra vez, me desculpe pelo atraso!*

    No texto de Habermas somos apresentados a uma teoria que muitas vezes nos lembra um pouco a teoria de superestrutura e de infraestrutura de Marx. Na visão de Habermas a racionalidade pode ser dividida em duas dimensões, a primeira é o sistema que se baseia nas áreas da mídia e do governo, ou seja, das instituições de controle, onde existe a reprodução material, o controle dos meios e dos fins, se baseando também nas áreas Política e Econômica. A segunda é o Mundo da vida que é área do nosso dia-a-dia, nosso cotidiano e não uma instituição, onde criamos visões sobre o mundo e criamos consensos.
    Vemos também ateoria da comunicação entres os invidvíduos que é separada por Habermas em três categorias ou/e mundos, o primeiro é o mundo Objetivo, que resumidamente seria o mundo físico. O mundo Subjetivo que é o mundo das ideias e da mente, e por fim o mundo Social, que seria o mundo das artes e da ciência, e também da cultura, esse mundo é onde a expressão de cada pessoa se torna mais evidente.
    Também é levantada pelo autor a questão da fuga do sistema, que de certa forma parece ser impossível, pois sempre que tentamos usar algum artífico para escapar, sempre caímos em algo que na verdade está somente fortalecendo ainda mais este sistema, eu penso que existi uma saída, mas acho que cada um, deve achar em si mesmo um modo de escapar.

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  27. Habermas claramente influenciado pelas idéias de Marx sobre Superestrutura e Infraestrutura cria dois conceitos de racionalidade:sistema e mundo da vida. Sendo o sistema a parte das relações materiais e institucionalizada e o mundo da vida que representam as relações que temos e possuímos mais liberdade, podemos ter pensamentos mais críticos e assim ter diálogos abertos com outros indivíduos e poder expressar nossas vontades, ter voz ativa e participar na construção do que é justiça.
    Habermas também divide a razão em duas partes:intitucional que tem como função, implantar uma ideia confusa e com o propósito de dominação e a comunicativa que é mais aberta e permite a expressão de ideias claras para compreensão e a construção de ideais.
    Ele divide o mundo em 3 partes
    -objetivo- mundo dos objetos físicos
    -subjetivo- mundo das ideias de cada indivíduo
    -social- mundo das relações onde há o debate entre as pessoas

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  28. Habermas que tem sua tese baseada no marxismo cultural. Para o autor a razão divide-se em comunicativa (protege a liberdade) e a instrumental (proporciona a dominação). E através de seus estudos relacionados a democracia ele elabora a Teoria da Ação Comunicativa . Há também duas esferesas de racionalidade, o sistema e o mundo da vida que ainda é composto por três fatores ( cultura-estoque de conhecimento do qual os individuos suprem-se de interpretações quando buscam a compreensão sobre algo no mundo, sociedade- ordens legítimas através das quais os participantes regulam suas relações no grupo social e a personalidade-competências que tornam um sujeito capaz de falar e agir, ou seja, de compor sua própria personalidade).
    A ação comunicativa se dá da interação do homem com o mundo, Habermas acredita que a ação comunicativa é a base para que possa haver justiça.

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  29. "comentário atrasado"

    Habermas, filósofo alemão influenciado pela escola de Frankfurt, busca em seu raciocínio filosófico uma sociedade justa que, em sua leitura, seria uma sociedade sem dominação – que alcançou a emancipação social; na qual os indivíduos, através da utilização da razão, seriam plenamente livres de todos os mecanismos de dominação.

    Não concordando com o ponto de partida que Rawls tomou em seu raciocínio, Habermas busca outra via, chamada por ele de situação ideal de comunicação. Ao contrário da teoria rawlsiana, esta opção não estabelece de uma vez por todas os princípios norteadores da justiça na sociedade, mas sim funciona a partir da reflexão permanente a respeito dos princípios já estabelecidos.

    O pensamento de Habermas conduz a repensar a teoria da situação inicial de Rawls:

    Segundo Rawls, numa situação inicial, indivíduos - envoltos no véu de ignorância - desprovidos de características pessoais, racionais, partilhando uma mesma concepção de justiça e sem saber sua posição na sociedade seriam capazes de estabelecer princípios justos – pois seriam imparciais e escolheriam princípios considerados justos por todos. Habermas, assim como os comunitaristas em geral, coloca em questão que tais sujeitos sem características provavelmente não seriam representantes adequados da sociedade. Além disto, não serão estabelecidos princípios imparciais também porque está entre as condições para que ocorra este debate da posição original que os indivíduos partilhem de uma mesma intuição de justiça. Portanto, é uma discussão iniciada em um contexto já definido, no qual já se sabe a priori o conteúdo a ser debatido e seus resultados.

    De forma menos previsível, os princípios de justiça estariam para Habermas em constante construção, através da “Ética do Discurso” – uma prática intersubjetiva, na qual estariam em debate permanente, com participação de todos, os temas de interesse da sociedade. Este debate pressupõe o uso da razão comunicativa – que é um pensamento racional e crítico, que independe do sistema por estar atrelado ao mundo da vida e por não poder ser “moldado” pelas estruturas materiais.

    Através da razão comunicativa, este agir comunicativo, é possível a libertação da sociedade dos instrumentos de opressão.

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  30. Atrasado

    Outro filósofo que volta a criticar Rawls criticando a seriedade da posição original de Rawls, estabelecendo uma teoria de um sistema, baseada na comunição onde o individuo cria ideias se opõem ao sistema mas ainda esta dentro do próprio levando a inércia das oposições criadas ou a absorvição das proprias pelos sistema , a experiencia prática disso foi um debate em aula onde ideias foram concebidas mas provalvelmente não causarião mudança pratica na vida dentro do sistema.

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  31. A linguagem é aquilo que Habermas toma para sua teoria e que possibilita a proposição inicial da ação a partir de uma rejeição da versão oficial da racionalidade weberiana em que a ação repousa numa compreensão do sujeito como solitário e no modelo teleológico da ação relativa a fins.
    Habermas considera possível tornar mais claros os conceitos de intercompreensão e de agir orientado ao entendimento mútuo, apenas com base nos atos ilocucionários, pois quando o locutor atinge seu objetivo ilocucionário é o momento em que se tem êxito a tentativa de reconhecimento intersubjetivo embutida em todo ato de fala, e não nos atos perlocucionários, que são atos de fala estrategicamente calculados, que se fundamentam teleologicamente.
    A distinção entre trabalho e interação que é extraída da filosofia de Hegel é reformulada por Habermas na distinçãoo entre a ação orientada ao sucesso (erfolgsorientiert) e a ação orientada à intercompreensão (verständigungsorientiert) e ela se encontrará no cerne da teoria da ação de Habermas. A noção de agir comunicativo é o único tipo de ação social orientada a intercompreensão.
    O conceito de agir comunicativo, que tem como pano de fundo o entendimento lingüístico como mecanismo de coordenação da ação, faz com que as suposições contrafactuais dos atores que orientam seu agir por pretensões de validade adquiram relevância imediata para a construção e a manutenção de ordens sociais: pois estas mantém-se no modo do reconhecimento de pretensões de validade normativas. Isso demonstra que a tensão entre facticidade e validade, embutida na linguagem e no uso da linguagem, volta ao modo de integração de indivíduos socializados, ao menos comunicativamente, e que deve ser trabalhada pelos participantes. Esse raciocínio demosntrado na principal obra de Habermas em matéria de filosofia política e filosofia do direito, torna perceptível a conexão entre as teorias da ação e da sociedade. (http://www.filosofante.com.br/?p=867)
    Para Habermas, há uma razão Instrumental que é instrumento de dominação e uma razão Comunicativa que é instrumento da liberdade, racional e criativa. Habermas busca superar o conceito de racionalidade instrumental, ampliando o conceito de razão, para o de uma razão que contém em si as possibilidades de reconciliação consigo mesma: a razão comunicativa.
    As comunicações que os sujeitos estabelecem entre si, mediadas por atos de fala, dizem respeito sempre a três mundos: o mundo objetivo das coisas, o mundo social das normas e instituições e o mundo subjetivo das vivências e dos sentimentos. As relações com esses três mundos estão presentes, ainda que não na mesma medida, em todas as interações sociais.
    Habermas propõe um modelo ideal de ação comunicativa, em que as pessoas interagem e, através da utilização da linguagem, organizam-se socialmente, buscando o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301999000100007)

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  32. Habermas, em sua teoria da ação comunicativa, que parte do princípio marxista de que o conhecimento racional é um instrumento de dominação, questiona justamente o papel da razão na sociedade. Para ele, existem duas racionalidades – a instrumental e a comunicativa. A razão instrumental é a que é utilizada como instrumento de dominação, e a razão comunicativa, que ele acredita ser a que proporciona a liberdade, a racionalidade e a crítica. Essas duas racionalidades, podem ser relacionadas a duas esferas da sociedade definidas pelo autor, o sistema e o mundo da vida. O sistema constitui as instituições de controle, onde existe a reprodução material, o controle dos meios e dos fins, através da lógica instrumental. O mundo da vida é um mundo inserido no sistema, não institucionalizado, onde ocorrem discussões entre os indivíduos buscando-se construir consensos, com relações de reprodução simbólica através da linguagem. Essas discussões, para Habermas, são o “agir comunicativo” e são fundamentais para a construção de consensos, pois esse agir leva os indivíduos a criarem debates baseados em suas características culturais, o que faz com diferentes pontos de vista possam ser abordados na discussão.
    Além disso, o mundo da vida é também composto por três importantes fatores: a cultura, a sociedade e a personalidade. A cultura armazena todo o conhecimento que os indivíduos utilizam quando buscam a compreender algo nas discussões; a sociedade constitui as ordens que regulam as relações sociais e a personalidade é a capacidade que cada indivíduo possui de criar seu próprio caráter, seus valores, sua interação social e racional.
    O autor também faz três distinções do mundo: o mundo objetivo, o mundo subjetivo e o mundo social. Onde o mundo objetivo é mundo dos objetivos e coisas físicas, da reprodução material; o mundo subjetivo é o mundo que compreende a consciências e os sentimentos dos indivíduos e o mundo social é o que é representado pelos aspectos culturais e artísticos que cada sociedade expressa.
    Assim, Habermas procura mostrar que o agir comunicativo é uma forma de acabar com o mundo institucionalizado, buscando a justiça através de debates com a participação de todos os indivíduos e suas concepções. Portanto, a justiça deve ser baseada nos consensos construídos através da linguagem que os indivíduos utilizam para expressar suas ideias, modos de vida e o conhecimento que armazenaram através da sua cultura. Por isso, o agir comunicativo se torna tão importante em sua teoria, por tornar capaz que todos os indivíduos participem da criação de uma sociedade justa e da escolha se um modo de vida satisfatório, tendo sempre a razão como base dessa comunicação.

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  33. O filósofo alemão Habermas é herdeiro das ideias da escola de Frankfurt, que parte do princípio de Marx que o conhecimento racional é um instrumento de dominação.

    Para o autor, o entendimento é alcançado por meio da ação comunicativa e pelo contexto cultural e social em que elas se encontram.

    A sociedade é entendida como um conjunto de ordens legítimas, as quais regulamentam as relações sociais das pessoas, que estas são compreendidas como sujeitos capazes de compor sua própria personalidade por meio da ação e da fala, sendo estes derivados da racionalidade.

    Como os indivíduos de uma sociedade são seres plurais, Habermas defende uma sociedade baseada na comunicação.

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  35. (atrasado)

    Habermas é um importante filósofo alemão e seu principal pensamento gira em torno de uma crítica à racionalidade do mundo moderno sendo que tal problema de racionalidade estaria relacionado à limitação dos espaços comunicativos nas quais as sociedades modernas se desenvolveram, outro ponto interessante a ressaltar é que Habermas fora influenciado pelo materialismo dialético de Marx e também no que diz respeito à concepção crítica da realidade.

    Em sua obra, Habermas divide a sociedade basicamente em duas dimensões: o mundo da vida (aquele relacionado ao local onde a comunicação se dá) e o mundo do sistema (caracterizado pela organização estratégica econômica e política), sendo que as relações criadas pelos indivíduos nessas duas dimensões são dialéticas.

    Quando se compara as teorias de Habermas e Rawls temos que o primeiro filósofo se atém a discutir a problemática do pluralismo bem como a concepção rawlsiana do overlapping consensus, na qual a argumentação habermasiana gira em torno da ideia de um “consenso sobreposto” tido como a observância de um índice de estabilidade social, em contraposição Rawls afirma que a precaução com a estabilidade está presente em sua formulação. Outras críticas de Habermas à Rawls são: a afirmação de Habermas sobre Rawls estar “preso” ao procedimento da posição original; a crítica à Rawls por obscurecer certas distinções entre normas e valores e a dúvida habermasiana acerca da imparcialidade do procedimento rawlsiano.

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  36. [[ATRASADO]]
    Jurgen Habermas propõe uma saída à emancipação social através da razão humana e do agir comunicativo. É um filósofo e sociólogo alemão ligado a ideias e concepções marxistas devido a sua trajetória acadêmica na Escola de Frankfurt.
    Comunitarista, Habermas consegue trilhar caminhos mais palpáveis para suas teorias, no sentido de que a comunidade em si tem o papel fundamental para o alcance de uma sociedade abrangente em seu sentido libertário da razão e crítico do homem. Uma vez que a razão é um instrumento de dominação [razão instrumental], os homens sendo portadores desse instrumento são capazes de indagar e pensar, reproduzir seus questionamentos e aproximar aqueles que compartilham do mesmo ponto de vista. Sendo assim, as ideias de John Rawls a respeito do véu da ignorância, do contrato social e de homens razoavelmente capazes de definir o papel da justiça e de fazer julgamentos, afastam o ideal da ação da comunicação e seu poder de convergir em favor da liberdade individual e de uma comunidade posteriormente.
    O ideal aqui, para Habermas não é propor contratos cheios de cláusulas para o meio social. Mas sim convergir ideias e ideais através da razão comunicativa a partir de pequenas comunidades dentro do mundo da vida, ou seja, do mundo social que constrói consensos através da linguagem com o uso da critica e da racionalidade humana. Todo isso deve ser favorecido por uma participação igualitária dos indivíduos, ninguém seria razoavelmente superior para exercer o agir comunicativo, todos têm a liberdade de expressão para usufruir. Tais aspectos têm por objetivo quebrar com as institucionalizações construídas por poucos para se tornar na medida do possível em consensos para muitos.
    Com essa breve explanação do que seria o ideal de justiça através da igualdade para Habermas, me possibilita dizer que talvez ele tenha sido até então um dos mais ousados, onde ao invés de buscar caminhos estreitos para a discussão de Justiça, buscou o que eu diria ser o mais sensato dentro da realidade do mundo atual (a liberdade do agir comunicativo, a construção de ideais, pontos de vista e consensos a partir da convergência de ideias utilizando-se da racionalidade humana através da linguagem), ainda que seja o mais difícil. Mas até então, dificuldade é o mínimo esperado para um debate acerca de uma Teoria da Justiça.

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  37. *Atrasado

    A comunicação é o ponto fundamental da teoria de Habermas. Dessa forma o autor propõe uma teoria da comunicação como uma teoria crítica da sociedade, de modo que a ação comunicativa entre os interlocutores sociais é analisada segundo suas relações.
    O autor enuncia que as ideias de verdade, liberdade e justiça estão subentendidas na nossa fala cotidiana e que toda comunicação é mediada por atos de fala entre dois ou mais sujeitos. Nesses atos, estão presentes três mundos: o objetivo (o mundo dos objetos físicos), o subjetivo (o mundo dos estados mentais ou da consciência) e o social (o mundo da cultura, da arte e da ciência).
    Habermas divide a racionalidade em duas partes: a instrumental -aquela usada para a dominação da população – e a racionalidade comunicativa – aquela que proporciona a comunicação entre os indivíduos e proporciona o entendimento e o consenso entre eles. O autor defende que é através da comunicação que se chega à um consenso e ao bem comum, necessário para a elaboração de uma teoria da justiça.

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  38. Habermas critica as ideias de Rawls pois ele acredita qe não é possível que exista uma situação de contrato onde os individuos estejam munidos de um véu de ignorância,isso seria contrário a idéia de individuos autônomos que abdicam de sua autonomia.

    Habermas crê em uma contrução por meio da linguagem que é a base para a construção de uma justiça que tem a participação dos individuos pois ele são observadores e participantes.

    O conhecimento para Habermas é transmitido e construído por essa comunicação e isso torna a ação comunicativa a base de sua teoria e possibilita todos participarem na criação de uma sociedade justa e de um modo de vida que seja "bom". Para tal é necessário o conceito de razão na comunicação que é um instrumento de proteção a liberdade.A razão comunicativa é uma forma de construir um conhecimento.

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  39. Habermas tem como proposição inicial uma rejeição das ideias de Rawls. Ele parte do princípio que termos como "véu da ignorância", se posto em prática, não trás efeito real. Ele acredita que uma construção na base da linguagem é a mesma em que a participação dos indivíduos, tais como os observadores e participantes, são de extrema relevância no contexto dado.

    Um outro ponto relacionado é o de pluralismo (reconhecimento de diversidade). Habermas argumenta sobre o “consenso sobreposto”, que é observar um índice da estabilidade social. Diferente de Habermas, e foco da crítica do mesmo, Rawls parte do pressuposto da precaução com a estabilidade.

    No caso do véu da ignorância, Habermas crítica o fato de Rawls não considerar eventuais mudanças da "posição original", e isto leva a questionamentos sobre a imparcialidade ou não sobre pontos considerados por Rawls.

    Assim, o pensamento de Habermas foca-se boa parte no entendimento de "linguagem". As discussões sobre justiça se dão em uma ótica onde que na prática o cotidiano da pessoa é muito diferente do que a justiça possa ou não considerar, assim deve-se dar uma certa prioridade em como ocorre a comunicação e como de fato efetivá-la, assim chega-se a um consenso sobre o que é justo ou injusto.

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  40. (ATRASADO)
    Embora Habermas seja considerado um comunitarista, ele possui uma postura diferente dos demais autores apresentados no curso. Ele construiu seu pensamento influenciado pelas ideias marxistas, um ponto presente na teoria marxista e também presente na teoria de Habermas é a de que o conhecimento racional é utilizado como um instrumento de dominação .

    O grande foco de seu trabalho consiste na análise do sistema comunicativo. O autor distingue dois tipos de racionalidade: a comunicativa e a instrumental. A racionalidade instrumental é aquela utilizada para a dominação da população e das relações presentes na sociedade e a racionalidade comunicativa é aquela responsável pela real comunicação entre os indivíduos, gerando uma real compreensão que aproxima os indivíduos da mundo da vida.

    Também está presente em sua teoria a divisão de três mundos:
    o mundo objetivo, que é o mundo dos objetos e estados físicos; o mundo social que é o mundo no qual os
    indivíduos expressam suas experiências de vida, é o mundo da arte, da cultura e da ciência; por último temos mundo subjetivo , que consiste no mundo das ideias, da mente e da consciência de cada indivíduo.

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  41. (ATRASADO)Habermas tem suas ideias fortemente influenciadas pela teoria marxista e devido a isso ele pensa que a personalidade das pessoas é formada por meio da comunicação e da realidade cultural onde essa pessoa estar inserida.
    Para ele devido a pluralidade da sociedade uma justiça que seja benéfica para toda a comunidade só pode ser alcançada se os indivíduos se comunicarem através da linguagem e estiverem buscando sempre um ponto comum que seja agradável para todos.

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  42. Habermas é mais um dos comunitaristas estudados no curso, discorda da ideia da pós-modernidade e constrói a sua teoria com fundamentação em bases marxistas.
    A democracia é o principal papel de pesquisa e interesse aqui para Habermas, pois trata-se do sistema alternativo de poder para todo regime, ao menos para o que se vive na atualidade. Através da democracia houve a disseminação da educação e do conhecimento. Foi por isso que Habermas conseguiu estudar. Mais uma vez aqui, diante da afirmação anterior, fica claro porque ela é tão fundamental para
    Habermas, ainda que ele tenha apresentado interesse pelo estudo da filosofia e leis internacionais.
    Está inteiramente envolvido pela democracia deliberativa. Atualmente defende e observa a mesma. Este tipo de democracia é o ponto mais específico do trabalho
    atual que realiza, porque é abarcada na vida comunicativa.
    Diariamente, as pessoas são perguntadas "porque tomaram determinada atitude" ou "fizeram determinada ação". Ou seja, sempre temos que ter respostas para as nossas atitudes. Isso é o "agir comunicativo" que Habermas também tanto persegue.
    Ele está sempre interessado em descobrir quais são os motivos que nos fazem usar certos tipos de linguagem a cada dia.
    Para Habermas o ponto principal para construir as bases e consolidar as questões jurídicas é através da linguagem. A linguagem traz o "agir comunicativo".
    "O princípio do discurso está vinculado a teoria das instituições".
    As "instituições são estendidas para além do marco tradicional", que é rodeado pelas esferas pública, associações e a mídia, que são circundadas pela sociedade
    civil. Esta por sua vez, tem papeis dinâmicos de fala que já podem até deixar de estar inseridos naquilo que o circundaria de desejo ou que ele circundaria.
    Normalmente estão dentro do contexto daquilo que é chamado de "círculo difuso do mundo da vida". É como se o "mundo da vida" fosse um conjunto Universal onde todos os outros subconjuntos estão contidos.
    Fazendo uma analogia seria assim: O "mundo da vida" está para o conjunto dos números reais, assim como os demais
    subconjuntos estão para os subconjuntos numéricos.
    O aumento ininterrupto da complexidade e da submissão à lógica do poder público é cada vez mais crescente.
    A esfera pública de poder sempre realiza trocas de influência e poder com a sociedade civil que a circunda.
    A interação do homem com o seu mundo ao redor é o "agir comunicativo" citado por Habermas.
    As Ações são como as pessoas se manifestam ao longo de sua vida. O homem é tanto participante como observador do "mundo da vida" onde está inserido. Assim, o homem constrói as suas próprias opiniões.
    Segundo Habermas o mundo pode ser subdividido em 3 tipos diferentes. São eles:
    O mundo social - que é o "mundo da arte", "do científico", da interação social com o ambiente externo.
    O mundo objetivo - que é o mundo dos objetos, dos "estados físicos", do tato e do concreto.
    O mundo subjetivo - que é o mundo dos "estados mentais de consciência", da abstração, da imaginação e do não real. Trata-se do mundo onde busca-se a forma de entendimento das coisas do mundo real.
    Já o mundo da vida é a reunião, ou melhor, conjunto universal que reúne todos os subconjuntos acima.
    As "ações comunicativas" são aquilo que os indivíduos constroem em um diálogo, as argumentações que utilizam/ sistematizam em uma conversa antes de falar "nos
    conteúdos normativos de um grupo social" através do pensamento. Pode ser definida também como a ação interativa com o conjunto universal que define como as pessoas querem que os outros a vejam. É como se fosse um querer ser, um demonstrar de comportamento através das ações e interações com o ambiente externo. Trata-se de uma maneira de enxergar o mundo. Esta última parte é proveniente, principalmente,
    das ideias do mundo subjetivo.

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  43. Habermas, um comunitarista, dialoga com Rawls, um liberalista. Habermas começa por considerar que, mesmo após as revisões de Rawls, a operacionalização do ponto de vista moral em sua teoria continua presa ao
    procedimento da posição original, ficando pendentes alguns problemas relativos à sua configuração. Habermas faz quatro críticas: que os sujeitos não podem entenderem os “highest ordered interests” de seus clientes com base no egoísmo racional; que Rawls compreende o sujeito moral é central para que ele seja levado a entender os interesses e valores das partes somente como bens; que Rawls obscurece certas distinções entre
    normas e valores e a imparcialidade improvável do procedimento ralwsiano.
    Parte das objeções de Habermas culminam na conclusão de que Rawls, ao erigir princípios de justiça vai longe demais: seu procedimento não é tão formal quanto o que é exigido por uma moral do tipo pós-convencional. Rawls responderá a essas objeções com uma análise das diferenças entre sua posição e a de Habermas e com um reforço de sua noção de ‘"pessoa política"’.
    Para Habermas, direitos só podem ser usufruídos uma vez que são exercidos e a distinção entre o legal e o factual especifica que somente entre direitos e chances atuais de exercê-los pode haver uma cisão que é problemática do ponto de vista da justiça. E o procedimento mais viável é aquele que garantisse a justiça em torno de questões públicas e, quando muito, apenas monitorasse o debate, a fim de que detalhes de caráter contingente não possam vir a suplantar o interesse de todos ou provocar injustiças futuras.
    A respeito da noção rawlsiana de overlapping consensus Habermas lança duas objeções. A primeira delas diz respeito ao papel desse conceito, se instrumental ou cognitivo. A segunda vai de encontro ao sentido do predicado ‘Razoável’ tal como empregado por Rawls.
    Tanto Rawls quanto Habermas tentam estabelecer as condições de possibilidade de consenso. Entre Rawls e Habermas, o problema se resolve através de um debate sobre o melhor procedimento, embora ambos concordem com a prioridade do justo sobre o bem.
    Ambos defendem a primazia do justo sobre o bem, mas cada um entende de um jeito o que vem ser "procedimental", o que confirma a acusação de Macintyre sobre a interminabilidade do debate liberal. Habermas talvez responderia: sim, essa interminabilidade é uma virtude, é própria do mundo moderno, que nos condenou, bem ou mal, à visão de um horizonte sempre aberto. convencional. Contudo, essa interminabilidade deve ser mantida
    desde que não venha a significar a ausência da verdade, mas apenas o fato de termos de encontrá-la conjuntamente e, no que diz respeito a conteúdos ou conclusões substanciais, provisoriamente, a cada passo do processo de debate público.

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  44. Arthur El Reda Martins
    RA: 11002610
    Email: art.erms@gmail.com


    Habermas claramente é um autor que se mostra influenciado pelo pensamento marxista. Sua obra está basicamente centrada em conflitar o sistema comunicativo dominante atualmente e a busca por um outro sistema mais ‘verdadeiro’ através da sua teoria da ação comunicativa, embasada no diálogo. Ele separa as pessoas em 3 mundos, o objetivo (matéria), o subjetivo (sentimentos) e o social (expressão de todos). A única forma de interrelacionar todos os mundos é através de uma comunicação livre sem as barreiras comunicativas do iluminismo/liberalismo, e essa é a racionalidade comunicativa presente no seu ‘mundo da vida’. Entretanto o que vemos na sociedade é a racionalidade instrumental, a do ‘Sistema’, que é imposta aos mais fracos pelos mais fortes, como instrumento de dominação (perceba Marx).
    Novamente, como todo comunitarista que se preze, a oposição a Rawls. O diálogo, novamente, se mostra como pilar essencial para criar uma teoria da justiça que seja de fato, justa.

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  45. Como muitos colegas falaram e tenho de discordar, não considero Habermas comunitarista. Parece razoável considerar isso na teoria dele por encontrarmos essa abertura para o outro e por conseguinte a construção coletiva do justo através da comunicação. No entanto, o sentido da teoria da ação comunicativa não são multifacetados conceitos do que é justo (a depender da sociedade em que se vive) mas sim é a crença de haver, através de um diálogo em condições ideais, o acordo daqueles indivíduos.
    Numa situação hipotética, imagino a participação global das pessoas no discurso (aquele em situações ideais) sobre o que é justo. Segundo a teoria de Habermas a consequencia lógica dessa situação seria a 'eleição' acordada (não necessáriamente concensual) de princípios universais de justiça. Isso é algo que imagino que não ocorreria nos autores comunitaristas - a eleição de princípios universais.
    Para mim, Habermas concede uma sobrevida ao projeto iluminista. Pois, ao que parece ele tenta consciliar comunitarismo e liberalismo de forma análoga a ideia de soberania popular e direitos humanos.
    Cabe dizer que em sua teoria, a razão está por trás da comunicação e através dessa comunicação estariamos expressando algo trancendental (valores?) que possibilitariam nosso livre acordo. Vale ressaltar a interessante distinção que Habermas faz dos usos da razão: a razão comunicativa (impressindível para o exercício da liberdade e exercício conjunto de nossos valores) e a razão instrumental (usada nas relações de trabalho, políticas e etc, e que não pressupõe diálogo multilateral e uma relação de dominação unilateral)
    Essa razão comunicativa, expressa através do agir comunicativo consiste nas relações entre indivíduos, destes consigo prórprios e destes com a natureza e a forma de se entenderem, de entenderem o mundo ou se fazer entendidos tem como base a racionalidade, sucitando uma distinção do nosso mundo em objetivo, subjetivo e social.

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  46. Habermas em seu trabalho busca a construção de uma teoria social que tenha a capacidade de interpretar de forma critica a realidade social contemporânea. Critica a ideia de Rawls, uma vez que esse último acredita na possibilidade de estruturação de um contrato estabelecido através de condições que demandem a imposição do chamado “véu da ignorância” cuja ideia principal se dá na abstração das características sociais, financeiras e políticas para que haja somente a discussão do que é bom para a sociedade, havendo consequentemente a abdicação da autonomia. Ao seu ver, outra questão, falha, defendida por Rawls é a que diz respeito a distribuição de bens, já que para se fazer possível, há a necessidade de se ter um conceito de justiça pré-estabelecido.

    Habermas utiliza como ponto principal de seu trabalho, a democracia. A partir desse conceito, elabora a Teoria da Ação Comunicativa onde pontua que nossas ações cotidianas são reflexos de processos racionais na natural procura do homem de ser compreendido e passar sua mensagem, isso porque o indivíduo quando em contato com outro, realiza a tentativa de se fazer entendido, para que em geral consiga alcançar certos objetivos individuais, de forma a aceitar sua inserção com os valores comuns na sociedade da qual faz parte.

    Nos apresenta uma distinção entre três mundos, sendo eles os: mundo objetivo, que classifica como a composição física das coisas; o mundo social, no qual se é construiído as relações interpessoais, e o mundo subjetivo que se faz compreendido através do patamar sentimental e de consciência de cada indivíduo.

    Ao seu ver, a cultura é entendida como o conhecimento que os atores de determinado meio recorrem ao buscarem certa interpretação sobre o Mundo. A sociedade por sua vez é tida como a ordem legítima onde os indivíduos regulam suas respectivas ações no grupo social. A pessoa é definida por suas competências que tornam um indivíduo capaz de se comunicar e atuar, de modo que componha sua personalidade.

    A estrutra do estado é o que reflete essa organização de mundo e de vida, e é tida como um sistema político seguido por uma esfera de organização pública que regula a sociedade e, ao lado da imprensa e consequentemente os meios de comunicação, exercem poder sobre a sociedade. E a sociedade através do seu poder comunicacional, temporal e variável, exerce influência sobre o sistema político.

    Sendo assim, Habermas tende a defender a democracia deliberativa, que consiste em um regime composto de mecanismos de controle social por meio da administração pública, mas não defende que o papel democrático do indivíduo se faça presente apenas no voto, preza pela maior participação dos indivíduos.

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  47. El concepto de acción comunicativa es una de las bases que estableció el filosofo Jurgen Habermas, él observa cómo la interacción social del ser humano pasa de estar basada en ritos a la potencia del signo linguistico, con la fuerza racional de las verdades sometidas a crítica. Habermas opina que no hay mente, ni actividad intelectual sin un lenguaje previo. Si todo ser humano nació en una comunidad lingüística, el lenguaje es, paradójicamente, anterior al hombre.

    Él admite esta independencia del lenguaje y elabora su teoría filosófica a partir de lo que él llama los universales del habla: aquellos supuestos que debe considerar cualquier hablante antes de emitir palabra, porque son “mandatos” del lenguaje. Estos supuestos son Inteligibilidad, Verdad, Rectitud y Veracidad.

    Para él, la comunicación real está llena de problemas que impiden estas condiciones ideales del habla. Existen todo tipo de patologías en la comunicación humana, pero esto no excluye la necesidad de un modelo de comunicación ideal como referencia, el modelo que el uso correcto del lenguaje exigiría. Cuando no funcionan las bases de validez del habla y se interrumpe el proceso comunicativo, es cuando para Habermas se hace necesario lo que él llama el discurso: una forma reflexiva de interacción que se esfuerza en recomponer la comunicación. Si los supuestos admitidos no son sólidos, hay que buscar un consenso en una discusión, que sea tal, que garantice la simetría y la igualdad de oportunidades para los hablantes y donde se puedan aducir los mejores argumentos.

    Con esto quiere decir que cuando se produce una situación de incomunicación, los hablantes deben crear una situación ideal de habla en la que cada hablante se olvida de las diferencias de poder, sexo, edad,etc. y de las normas compartidas, ya que la violencia reinante las ha puesto en duda, y deben tener así igualdad de oportunidades para expresar los mejores argumentos que posean para defender su postura.

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  48. Rawls visa a justificação dos princípios sobre os quais a sociedade moderna deve ser constituído, é preciso garantir a justa cooperação de seus cidadãos como pessoas livres e iguais, todos deveriam ter direito a um sistema de liberdades básicas iguais, o princípio da igualdade de acesso a cargos públicos; desigualdades sociais só são aceitáveis ??se for para o benefício dos menos favorecidos,a concepção de justiça se reunirá com o acordo sob as condições de uma sociedade pluralista que ele próprio promove o liberalismo político é geralmente neutro com relação ao conflitantes visões de mundo.
    Habermas discorda em certos aspectos para ele a afirmação de que Rawls deve fazer uma distinção nítida entre os princípios de justificação e de aceitação , segundo Habermas, Rawls falha em seu objetivo de trazer as liberdades dos modernos em harmonia com a construção do Estado constitucional liberal que concede primazia dos direitos fundamentais sobre o princípio democrático de legitimação as duas decisões teóricas.
    As posses materiais são definidas como os meios que precisamos para realizar nossos planos para a vida. Para as partes na posição original, bens primários podem ser direitos, mas estes só são reconhecidos como uma categoria de bens, entre outros, assim,a questão dos princípios de justiça só pode surgir sob a forma de a questão da justa distribuição da principal bens.
    Rawls acredita que os bens primários tem relação às liberdades fundamentais como direitos básicos, ou seja, os bens primários são aqueles que são convenientes para os planos de vida e no desenvolvimento das faculdades morais dos cidadãos como pessoas livres e iguais, mas Habermas argumenta, esta etapa faz a distinção entre direitos e bens, em contradição com a primeira classificação dos direitos como bens.

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  49. Habermas tenta elaborar uma teoria social robusta capaz de interpretar criticamente a realidade social contemporânea. Um de seus primeiros passos é o desenvolvimento de um modelo comunicativo de ação a partir da crítica às limitações e do exame da racionalidade, do modelo da ação regulada normativamente e do modelo da ação dramatúrgica.
    Habermas possui uma teoria bastante interessante. Ele parte por criticar o contrato defendido por Rawls à medida que não se pode crer que é razoável o estabelecimento de representantes em uma posição original munidos do véu da ignorância, pois eles estariam indo contra o estabelecimento de indivíduos autônomos que, através do contrato, deveriam agora encaixar-se em princípios estabelecidos da sociedade, abdicando de sua autonomia. A questão da distribuição de bens adotada por Rawls também é falha, uma vez que precede a ela um conceito de justiça pré-estabelecido. Habermas também ressalta a importância dos direitos serem exercidos, além de apenas estabelecidos.
    Habermas com sua teoria da ação comunicativa transpassa a teoria social e atinge uma filosofia analítica da linguagem, e esta linguagem se um ponto fundamental para a sua teoria sobre o agir comunicativo . O autor faz uma leitura do mundo moderno e a partir dele constrói sua teoria que busca a racionalidade, a relação do sujeito com o seu mundo de fatos, a forma como ele interage com outros indivíduos e também como ele interage com sua própria natureza cria uma série de comunicações racionais que criam todo um conhecimento e isso consiste no agir comunicativo.
    Um ponto importante para o autor, é que a ordem negociada com sucesso na ação comunicativa demanda a incorporação do ponto de visto do outro. Além disso, é preciso clarificar que o modelo da ação comunicativa não iguala a ação à comunicação, os atores que negociam o consenso pela linguagem estão sempre perseguindo seus fins particulares, o que mantém uma estrutura teleológica comum a todos os conceitos de ação. O que distingue a ação comunicativa é a forma como as ações dos atores são coordenadas.
    Aos poucos o modo de vida ganha expressão e um espaço digno no debate, e então, por razões essencialmente publicitárias, o governo e os meios de comunicação incorporam o modo de vida antes rejeitado, mas fazendo os devidos ajustes , mudando a superfície da sociedade sem mudar a essência, e mantendo a população em uma situação de conforto e com uma sensação de poder sobre o sistema.
    A saída então seria o mundo da vida, segundo Habermas. Seria romper decisivamente com a lógica do sistema e trabalhar com uma racionalidade que não foi envenenada pelo sistema. Mas "o sistema" não é apenas um fenômeno psicológico coletivo? Ao meu ver a abstração escolhida por Habermas é muito interessante para chamar a atenção para o problema, mas não para encontrar uma solução, pois confia demais no mundo vivo e na racionalidade humana como cura para a dominação. Talvez o foco apropriado seria a psicanalise do delírio coletivo que chamamos de sistema, um esforço para entender o que leva um sujeito a desejar o controle da sociedade e o que leva a população a desejar um líder.

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  50. Primeiramente, vale ressaltar um dos principais projetos de crítica dos comunitaristas: a modernidade pós Iluminismo. Os ‘ataques’ geralmente apontam para um suposto mundo sem sentido e justificação – o que naturalmente conduziu um número significativo de pensadores contemporâneos a debater sobre seu tempo. Um dos importantes grupos de estudiosos foi justamente os teóricos da escola de Frankfurt – grandes críticos à noção de “razão instrumental” e à sociedade industrial moderna.

    A escola de Frankfurt surgiu em 1923 e foi marcada fortemente por determinadas condições políticas da época, tais como a ascensão do nazifascismo, a Segunda Guerra Mundial, o Milagre Econômico no pós-guerra e também a grande depressão de 30. Decepções históricas e algumas esperanças revolucionárias como a Revolução Russa de 1917 determinaram, em certo sentido, a linha geral de pensamento de alguns pensadores frankfurtianos, que utilizaram alguns filósofos tradicionais (como Hegel, Marx e Freud) como embate em relação aos problemas da época.

    É notável a crítica desses pensadores dirigida primordialmente a “razão iluminista”. Para eles, esta revela-se constantemente mais falha do que eficiente – perde-se o encantamento positivista trazido pela crença absoluta na tecnologia, no capitalismo e na ciência.

    É nesse sentido que surge o posicionamento de Jürgen Habermas. Contudo, ao contrário de seus colegas frankfurtianos – Habermas foi aluno de Adorno -, sua crítica à razão iluminista e ao projeto de modernidade é um tanto menos pessimista. Sua crítica principal foca-se no ponto de vista epistemológico, no sentido de que as bases fundamentais da modernidade determinaram os fundamentos epistemológicos vigentes atualmente. Assim, o ponto de partida para a compreensão do pensamento habermasiano é compreender, por sua vez, os chamados “pressupostos do pensamento moderno”: a razão, a liberdade, a igualdade – e o “agir humano”.

    Habermas une filosofia com sociologia: sua teoria estabelece uma conexão linguística entre algumas formas das ciências sociais e alguns princípios filosóficos atuais, tornando compatíveis linguagens teóricas distintas. Através dessa abordagem, Habermas analisa temas como comunicação, direito, epistemologia, ética, política, dentre outros – além de suscitar a discussão de temas tangentes, tais como a educação.

    Quanto à noção de contexto histórico, Habermas afirma que a historicidade e a contextualidade da razão consistem em princípios modernistas, no sentido de que somos seres linguísticos inseridos sempre necessariamente em determinada cultura, em um processo constantemente reflexivo de construção e reconstrução da mesma, conjuntamente com seus atores.

    Habermas alude também a alguns princípios weberianos, dentre eles a noção de racionalização progressiva das sociedades. Ele rejeita a racionalização da pós-modernidade, ao passo em que critica a decadência da esfera pública burguesa. Para ele, ao redor das instituições – e a esfera pública, a mídia e as associações – está a sociedade civil, com seus papéis dinâmicos de fala. Segundo entrevista de 2009, seu principal foco de estudo consiste no conceito de democracia deliberativa – conceito este que precede a noção de “ação comunicativa” desenvolvida pelo autor.

    (continua)

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    1. De qualquer forma, Habermas desenvolve um novo conceito de racionalidade – sem a “distorção dos excessos positivistas”, os quais criaram as bases das sociedades atuais: indústria, forças militares, administração econômica e governo liberal. Para ele, toda teoria crítica desenvolvida deve ser capaz de instigar a luta política por mudanças, ou seja, a transformação do até então existente que já não se revela mais tão eficiente. Para demonstrar isso, Habermas reconstrói toda a tradição filosófica desde Kant até os dias de hoje, aludindo em alguns momentos à pontos principais da teoria marxista, passando desde a filosofia social alemã, à filosofia analítica, hermenêutica (estudo da “arte da interpretação”) e ao pragmatismo (valorização da prática, dos resultados).

      Como citado anteriormente, Habermas critica primordialmente o estabelecimento de uma epistemologia única, ou seja, de uma tradição filosófica última. Ele cria as noções de “SISTEMA” e “MUNDO DA VIDA”: sistema diria respeito à racionalidade que busca fins (como o mercado) ao passo em que “mundo da vida” abordaria as ações sociais coordenadas por normas e valores comunicativamente estabelecidos – ou seja, as ações seriam coordenadas no mundo da vida de acordo com o padrão da AÇÃO COMUNICATIVA, ao invés da ação racional com respeito a fins. Para Habermas, a ação comunicativa consiste basicamente na interação entre as pessoas: na preocupação com a constante validez e correção das normas e valores instituídos. Para ele, o homem é necessariamente observador e participante, interagindo através de mundos “objetivo, subjetivo e social”, estruturando diálogos através da interação entre diferentes grupos sociais e assim definindo formas recíprocas de conduta. As trocas sociais baseiam-se na identificação ou não entre indivíduos e grupos sociais, entre culturas, entre adaptação ou reprovação: moldagem através das instituições modeladoras (escolas, mídia, igreja). Como Habermas discorre na entrevista supracitada, a ação de comunicar é de fato a mais executada, na medida em que todos estamos engajados em prover razões e argumentos que possam ser considerados razoáveis. Sendo assim, o elemento da comunicação é considerado indestrutível como base da vida social humana, que se reproduz através da linguagem.

      Nesse sentido, o iluminismo é sempre criticado por constantemente desvalorizar as interações do “mundo da vida” e supervalorizar a racionalidade das ações que buscam fins (as ações instrumentais).

      Obviamente, conforme Habermas, a linguagem demonstra as pretensões das pessoas, através de expressões inteligíveis: pretensões de verdade (defesa de um argumento), pretensões de sinceridade/honestidade e pretensões de sentido em relação às normas e valores existentes (pretensão de correção normativa). É nesse sentido que é estabelecido um “critério imparcial” de organização da participação dos indivíduos na ação e no discurso (aqui entra a Justiça organizando os valores e recriando a cultura), permitindo a revisão ou reformulação dos sistemas linguísticos, e assim reformulando os conceitos de verdade, liberdade e da própria Justiça.

      Habermas alude também à possibilidade de construção de uma ética discursiva, através da análise dos pressupostos normativos do discurso – ou seja, através da argumentação moral, do debate ético. Para alguns de seus críticos, Habermas apresenta uma ÉTICA DEONTOLÓGICA (ética do dever e não da utilidade e do prazer); COGNITIVISTA (normas podem ser racionalmente fundamentadas); FORMALISTA (se preocupa com os aspectos formais dos mecanismos de justificação das normas, e não com o conteúdo delas); e UNIVERSALISTA (normas devem ser universalizáveis, imparciais e justas).

      (conitnua)

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    2. Pode-se dizer ainda que Habermas adere a uma concepção contrária a de seus colegas tradicionais frankfurtianos: ele abraça a causa do REFORMISMO, ou seja, da transformação progressiva, ao invés da revolução. Para ele, faz-se necessário reconstruir a lógica da evolução social: rejeitando o absolutismo epistemológico e concepções restritivas, como é o caso do Positivismo, e valorizando a [nova] razão e o debate público como possibilidades – levando em conta o relativismo cultural liberal vivido atualmente. É nesse sentido que Habermas destaca que a linguagem traz consigo a possibilidade de crítica ao que existe (aos valores, verdades, culturas e justiças estabelecidos), possibilitando, portanto, a mudança histórica.

      Quanto à oposição de Habermas a Rawls, no texto chamado “Liberalismo político – uma discussão com John Rawls”, Habermas elabora e desenvolve algumas de suas principais críticas à “justiça como equidade”. Para ele, o projeto rawlsiano falha quando não consegue atender a algumas de suas próprias reivindicações. As primeiras críticas de Habermas dizem respeito ao modelo adotado por Rawls na noção de posição original, a qual elabora de uma vez por todas os princípios de justiça que os cidadãos deverão viver, sem que estes possam reconhecer-se como autores nem submetê-los a revisão. Questiona a Rawls também argumentando que ele acabou por submeter o seu segundo princípio de justiça (que trata de igualdade) ao primeiro (que trata de liberdade), a partir do momento em que postula que a igualdade só pode existir através da liberdade; a igualdade seria uma consequência necessária da liberdade – um dos pontos criticados por Habermas.

      Contudo, pode-se dizer que a principal crítica de Habermas a Rawls encontra-se no que poderia ser chamado “caráter pseudodeontológico” da teoria rawlsiana. Ou seja, Rawls não teria sido capaz de construir uma verdadeira concepção deontológica de justiça, a partir do momento em que advoga que os princípios da justiça seriam escolhidos racionalmente – que os indivíduos seriam capazes de absterem-se de seus interesses e desejos em prol da Justiça e Igualdade. Entretanto, Habermas defende que os participantes da posição original não são iguais, e na realidade são voltados para seus próprios interesses, sendo “cegos” para as questões de justiça. Para o autor, eles comportam-se como “jogadores que almejam a maior quantidade possível de pontos” – não sendo capazes de livrarem-se de seus egos.

      Rawls, por sua vez, defende que o “véu de ignorância” seria capaz de apagar a separação entre o teleológico – o utilitarismo, o “bem sobre o justo” – do deontológico, “o justo sobre o bem”. Habermas o critica alegando ser essa uma tentativa de conciliação do inconciliável: auto-interesse egoísta com exigência moral. Sendo assim, Habermas defende que a tentativa deontológica da “justiça como equidade” de Rawls não é possível, pelo menos não através dos pressupostos estratégicos da “posição original”.

      É nesse sentido que podemos entender a participação imprescindível da comunicação nas deliberações quanto à Justiça: o ser humano depende necessariamente das trocas e interações que realiza em comunidade através da linguagem, sendo incapaz de comportar-se imparcialmente e de dissociar-se do meio social em que está inserido – como bem apontou Sandel e como também defendeu Walzer.

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  51. Habermas acredita que a razão está no centro de nossas ações, pois estamos sempre buscando justificar o que fazemos e o que os outros fazem. Ele faz uma crítica a Rawls por acreditar que o véu da ignorância dispensa a autonomia e a racionalidade do indivíduo.

    Quando há um crescimento da esfera pública, as discussões são estimuladas, fica claro que os indivíduos possuem interesses em comum, interesses os quais o Estado pode falhar em servir.

    Diante disto, Habermas, influenciado pelo marxismo, afirma existirem dois tipos de comunicação: a razão comunicativa, que é aquela na qual os indivíduos buscam entender-se, trocando ideias diferentes e chegando ou não a uma conclusão, e a razão instrumental que é aquela que o Estado utiliza como instrumento de dominação. Assim, a razão comunicativa seria aquela dos espaços públicos onde acontece aquilo que Habermas acredita ser crucial na sociedade: o questionamento e a crítica às suas próprias tradições e culturas, enquanto a razão instrumental é a resistência do Estado, que tentando manter o controle, se utiliza dos meios de informação como televisão, rádio e jornais para suprimir estes debates. Concluindo, Habermas afirma que uma sociedade justa é aquela que preserva o agir comunicativo.

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  52. Habermas crê na democracia deliberativa – mecanismos de controle social por meio da administração pública - e tem seu trabalho voltado à Teoria da Ação Comunicativa – nossas ações refletem racionalmente a ânsia humana por sermos entendidos e passarmos uma mensagem. A comunicação entre sujeitos ocorre através de três mundos: subjetivo (âmbito sentimental/consciente), objetivo (composição física) e social (relações interpessoais). Há ainda a distinção feita pelo mundo da vida, que envolve cultura, sociedade e pessoa – competências que possibilitam ao indivíduo o poder de se comunicar (personalidade).

    A crítica à Rawls é baseada no contrato por ele defendido, já que Habermas enxerga que não é possível se crer razoavelmente no estabelecimento de representantes em uma posição original – ainda mais munidos do véu da ignorância – porque isso vai contra a autonomia dos indivíduos, levando-os a abdicá-la para encaixarem-se nos princípios estabelecidos pela sociedade. Afirma também que a distribuição de bens de Rawls é falha, pois precede a ela um conceito de justiça pré-estabelecido, e, além disso, Habermas considera importante que se exerçam os direitos.

    Por fim, a sociedade possui um papel de sua fala variável e temporal, que exerce influência sobre o sistema político, a imprensa, a organização pública e até os canais de comunicação.

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  53. Jugen Habermas possui ideias semelhantes a da escola de Frankfurt, que tem como base o princípio marxista onde o conhecimento racional é visto como um meio de dominação, e também questiona a relação da razão na dominação social.

    O ponto central dos estudos de Habermas é a democracia e por isso criou a Teoria da Ação Comunicativa que é um processo que ocorre quando um indivíduo relaciona-se com outro com o objetivo de ser entendido, buscando alcançar seus objetivos mas respeitando a sociedade a que pertence.

    Habermas possui seu conceito de razão objetiva e apresenta uma diferenciação entre três mundos: o mundo objetivo, representado pela composição física das coisas; o mundo social, composto pelas relações interpessoais; e o mundo subjetivo, onde encontra-se o nível sentimental e a consciência dos indivíduos.

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  54. Jurgen Habermas é mais um a criticar o liberalismo e Rawls. Esse autor busca elaborar uma teoria social capaz de interpretar criticamente a realidade contemporânea. Justamente por isso vai contra a condição original e a aplicação do véu da ignorância para elaboração de um contrato social justo, porque esses mecanismos abstraem as condições sociais, econômicas, políticas e culturais para que não contaminem a discussão desse contrato. Isso distancia a justiça da realidade, não satisfazendo a vontade de Habermas de encontrar uma teoria que se encaixe ao mundo concreto.

    Habermas acredita que o homem, naturalmente, procura ser entendido e compreendido ao passar uma mensagem, sendo que nossas ações são racionalmente pontuadas para que esse objetivo seja atingido. Isso constitui sua Teoria da Ação Comunicativa, que entre outras coisas, mostra que esse processo de entendimento desejado está ligado com a satisfação de objetivos individuais. Nossas ações são voltadas para que haja determinado entendimento, que por sua vez garante que alcancemos determinados objetivos. Esse engajamento de Habermas com o processo de comunicação é bastante característico do autor, e se deve em parte pela sua própria limitação. Nascido com lábio leporino Habermas tem dificuldade em pronunciar as palavras, o que acabou levando-o a uma grande dedicação em aperfeiçoar a própria escrita.

    Três tipos distintos de mundo são defendidos por esse autor: O mundo objetivo abriga as coisas em sua composição física; o mundo social é composto pelas relações interpessoais; o mundo subjetivo é construído do sentimental e do racional, da consciência de cada um. Por fim, para Habermas, essa organização determina como se dá a política. A esfera publica e midiática exercem influência sobre a sociedade através dos meios de comunicação, e a sociedade por sua vez pressiona o sistema político através do poder comunicacional que possuí.

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  55. Habermas busca construir uma teoria social que critique e situe o indivíduo dentro da sociedade em que vive. Para ele, o homem é um observador participante e uma questão importante a ser destacada seria um entendimento da ação comunicativa e suas consequentes implicações ao indivíduo e à sociedade a qual está inserido.

    Sendo um defensor da democracia, propõe uma Teoria do Agir Comunicativo, a qual se baseia no fato de que o elemento cognitivo da linguagem encontra-se no se fazer entender pelo outro e é justamente neste ponto que fundamenta – ou dá base – ao sentido do saber.

    Além disso, ele propõe a existência de três mundos (objetivo, subjetivo e o social) que fundamenta a sociedade e são distintos entre si, onde o indivíduo se realiza e se desenvolve como ser. A sociedade civil seria composta por três esferas (pública, mídia e associações) que seriam o ponto de partida para a formulação da Teoria das Instituições.

    Logo, o pleno sentido de democracia seria entendido com uma efetiva participação do indivíduo no processo democrático, buscando a discussão e elaboração conjunta e não de forma indireta, por uma representatividade muitas vezes falha.

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  56. Habermas é um dos representantes de destaque da escola de Frankfurt, vem da tradição que acredita que eram necessárias mais ferramentas teóricas para as discussões filosóficas de caráter crítico, buscando incorporar tais mecanismos de análise. Nesse sentido, irá trabalhar com diversos outros autores como Freud, Weber e Marx.

    O filósofo acredita que não há um conceito mais central para as discussões filosóficas do que o conceito de razão e assim, elabora a Teoria da ação comunicativa a partir dos processos racionais no que tange nossas ações. Habermas discerne dois tipos de razões: (a) a razão instrumental, empregada como instrumento de dominação e (b) a razão comunicativa, utilizada como meio de racionalidade, liberdade e critica.

    Habermas separa a sociedade em duas esferas, a do Sistema e a do Mundo da Vida. A primeira explana a adequação dos meios aos fins, ou seja, refere-se à produção material, associada, sobretudo, aos poderes econômicos e políticos. A segunda está concentrada em uma variedade de sentidos - valores, crenças, entre outros - partilhado entre os indivíduos, servindo de pano de fundo para sua comunicação, portanto, possui um caráter simbólico a partir da linguagem e das diferentes visões de mundo.

    O que se observa é que para Habermas o que é relevante não é propor contratos de exigências e condições para o meio social, mas agregar ideais por meio da razão comunicativa, ou seja, da construção de consensos por intermédio da linguagem, da critica e da racionalidade do homem, pois não há um consenso genérico. Para isso, deve haver uma participação das pessoas em discutir as diversas questões para concretização da mesma, que só ocorreria através da democracia, defendida pelo autor pelo fato desta conceder a participação igualitária dos indivíduos nos debates.

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  57. Habermas assim como muitos outros vai contra as teorias de Rawls, e afirma que o centro das motivações para todas as ações humanas está na razão devido a necessidade de explicações e justificativas para as ações humanas realizadas por quem analisa as ações que o rodeia e por quem analisa as próprias ações.
    Dentro de suas críticas a rawls, Habermas é mais um autor que critica a ideia do véu da ignorância no julgamento das pessoas, pois crê que o mesmo representa uma ideia que não contribuiria para o estímulo racional do indivíduo pois "censura" a autonomia de raciocínio de cada um.
    Habermas, influenciado pelas ideias Marxistas, afirma que as formas de comunicação se dividem em dois tipos:
    -A ação comunicativa;
    -a ação instrumental.
    A ação comunicativa seria a razão que é alcançada através do diálogo e do compartilhamento de diferentes ideias e pontos de vista, não necessariamente chegando a um consenso. A ação instrumental seria aquela que é ultilizada pelo estado como forma de imposição e dominação ideológica. Partindo dessa ideia, Habermas afirma que uma sociedade justa deve usufruir de uma ampla possibilidade de comunicação e de debate como no que chama de teoria da ação comunicativa.
    Também dentro do desenvolvimento de seu raciocínio propõe a existencia de três mundos, os quais são fundamentais no desenvolvimento social e em sua formação, mesmo não sendo iguais entre si, dentro de cada qual o indivíduo se desenvolve de maneira diferente, são esses mundos:
    -Objetivo;
    -subjetivo;
    -social.

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  58. Habermas, sob influência do pensamento frankfurtiano, acredita que uma sociedade viveria sob justiça se não houvesse, sob ela, dominação. Ou seja, uma sociedade onde os indícios façam uso da razão, de forma livre e plena.
    Discordando das idéias de John Ralws, o autor alemão busca uma solução baseada na comunicação. Esta, não imporia novos valores justos na sociedade, mas levaria a uma reflexão sobre os já estabelecidos.
    Para Ralws, a posição original seria coberta pelo véu da ignorância, o qual não possui caraterísticas racionais, ou traços pessoais, não sabendo, o indivíduo, sua posição social, e, portanto, capaz de estabelecer os princípios da justiça (já que seriam imparciais).
    Habermas, como comunitarista, coloca que, nessa situação, o indivíduo não representaria a justiça de forma adequada à sociedade.
    Além de inadequada, estes princípios não seriam, de modo algum, imparciais, já que, para esse debate primeiro, os indivíduos deveria, compartilhar do mesmo feeling de justiça - uma mesma intuição. Essa discussão, de fato, já é dada em um estado já definido, onde já se conhece o contexto e resultados a serem debatidos.
    Essa discussão, constantemente construída, conta com a participação de todos, considerando os interesses da sociedade. Pressupõe um conceito de razão comunicativa, critica e independente do sistema no qual se dá o debate, já que não é moldada às estruturas materiais: a chamada Ética do Discurso.
    Então, o autor propõe o uso da razão na comunicação e debate social, para que haja, de fato, emancipação da sociedade, em relação aos métodos de opressão sob as quais esta se encontra.

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  59. Jürgen Habermas é um dos representantes da Escola de Frankfurt e não exatamente situado no debate trabalhado durante o curso, o debate anglo-americano sobre a justiça. A escola de Frankfurt assume uma posição crítica com relação à ‘razão iluminista’, e influenciados por autores como Hegel, Marx e Freud, e por eventos como a ascensão do nazifascimo na europa e a Segunda Guerra Mundial, discutiram e apontaram uma falha nessa tal razão iluminista, expressa especialmente pela visão positivista, de que o capitalismo e o progresso científico resolveriam os problemas do mundo.

    Influenciado por Adorno (Habermas foi aluno dele), o nosso autor partirá terá um arcabouço rico, por unir pontos filosóficos e sociológicos em sua teoria. Essa união permitiu que ele discutisse temas muito distintos e que fizesse tais temas ‘conversarem entre si’. A importância que ele dá a linguagem me lembra muito as ideias de Taylor, por ele também considerar que somos seres inseridos sempre dentro de uma determinada cultura/linguagem. A ideia que ele traz da linguagem o levará a criar o conceito de “ação comunicativa”, que se refere às interações entre os indivíduos. Essa ação se difere da “ação racional”, que é orientada a um determinado fim.

    Essa preocupação com a comunicação se manifesta em diversas esferas da vida e os indivíduos (religião, educação, mídia e etc). Mas é exatamente nelas que se manifesta o debate e a comunicação e Habermas valoriza exatamente isso, e não a tendência iluminista de valorizar sempre uma racionalidade voltada para os fins, e que de alguma forma exclui esse debate. Aliás, esse debate vai de encontro às ideias “reformistas” do autor, que acredita numa mudança gradual da sociedade, que se constrói através de uma crítica aos valores e convenções sociais, como os valores e os ideais de justiça existentes.

    Isso também levará o autor a criticar John Rawls, apontando aquilo que Sandel também apontou, da impossibilidade dos indivíduos alcançarem a tal ‘posição original’. É impossível desprender-se de seus ideais e interesses para se submeter a formulação de um sistema justo, pois, na concepção de Rawls, os indivíduos estarão cegos para essa justiça, buscando satisfazer e defender seus próprios interesses.

    Esse é provavelmente o ponto mais importante para o desdobrar do curso e para a crítica à Rawls. Sandel, Walzer e agora Habermas, todos eles apontam para a impossibilidade da posição original. E junto de Taylor e MacIntyre, defendem que a comunicação e o diálogo deve estar presente na construção de uma justiça.

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  60. Jurgen Habermas é um filósofo da Escola de Frankfurt, considerado comunitarista, construiu sua teoria sobre as linhas do pensamento marxista. O seu trabalho consiste em analisar o sistema comunicativo estabelecido na sociedade e na tentativa de estabelecer e definir um sistema comunicativo verdadeiro, que está presente em nosso cotidiano, mas que não se relaciona com o primeiro.

    O ponto principal dos estudos de Habermas é a democracia, ele elabora a partir dela, a Teoria da Ação Comunicativa, onde é colocado que as nossas ações cotidianas refletem processos racionais na busca do homem de ser entendido e de passar uma mensagem. Com sua teoria da ação comunicativa, Habermas transpassa a teoria social e atinge uma filosofia analítica de linguagem. A Ação Comunicativa ocorre toda vez que um indivíduo se relaciona com outro, na tentativa de se fazer entendido, sem pretensões apenas individuais, mas na busca de alcançar seus objetivos individuais, respeitando a sociedade que está inserido.

    Está presente em sua teoria a divisão de três mundos, o mundo objetivo, o mundo subjetivo e o mundo social. O mundo objetivo nada mais é que o mundo dos objetos e estados físicos, o mundo subjetivo consiste no mundo das ideias e na consciência de cada indivíduo, e o mundo social é o mundo onde o indivíduo expressa suas experiências de vida, esse é o mundo da cultura e da arte. Habermas apresenta também o mundo da Vida, que seria aquele onde as pessoas se relacionariam fora do sistema, mas mesmo assim conseguiriam construir consensos e assim conseguiriam construir a justiça.

    Sendo assim, Habermas acredita em uma construção de consensos pela linguagem que irá gerar assim, uma base para a construção de uma justiça que tem a participação de todos os indivíduos envolvidos.

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  61. O filósofo e sociólogo alemão, Habermas possui influências nítidas do marxismo . Habermas descreve a sociedade em duas esferas, o 'sistema' e o 'mundo da vida', o primeiro é representado pelas instituições, e também os poderes políticos e econômicos. Assim, o sistema refere-se à reprodução material, através da lógica instrumental (adequação de meios e fins), incorporada nas relações hierárquicas (poder político) e de intercâmbio de mercadorias (economia).

    O denominado 'mundo da vida' seria uma parte comunicativa fora do sistema, das instituições no qual as pessoas buscam a formulação de princípios/consensos, através dos debates e discussões, assim, a construção da justiça e de um mundo mais justo. A partir disso, existiriam três mundos, são eles: o mundo objetivo (o mundo físico), o mundo subjetivo (o mundo das ideias, da consciência), e o mundo social (as artes, ciências, a cultura). O mundo da vida serviria como possível solução para os membros da sociedade alterarem os modos de vida vigentes até o momento.

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  62. Para Haberman fazer filosofia é uma tarefa sistemática e construtiva, que essencialmente deve integrar divergentes enfoques teóricos, dessa forma que o autor desenvolve sua teoria da ação comunicativa, embasada num constante diálogo com autores de diversas linhas teóricas, representantes do funcionalismo, da fenomenologia, do marxismo e também da teoria crítica da escola de Frankfurt.

    O autor retoma os pensamentos de Weber, Adorno e Horkheimer, quanto aos processos da racionalização societária, ele assume que estes autores chegam a um impasse, pois os mesmos trabalham com um conceito restrito da razão, consolidado no século XVIII por meio da ascensão do Iluminismo

    Dessa forma, Habermas tenta propor uma solução para esse impasse, abandonando o paradigma da consciência desses autores e sistematizando o paradigma da comunicação, como retrata em sua obra:

    ...eu pretendo arguir que uma mudança de paradigma para o da teoria da comunicação tornará possível um retorno à tarefa que foi interrompida com a crítica da razão instrumental; e isto nos permitirá retomar as tarefas, desde então negligenciadas, de uma teoria crítica da sociedade (1984, p. 386).

    A partir então do paradigma da comunicação, ele consolida sua “Teoria da Ação Comunicativa”, que pretende alcançar uma participação igualitária de todos os envolvidos numa comunidade, por meio da discussão e da ação comunicativa para que então se chegue a um consenso para satisfazer a integração social e a democracia, gerando consequentemente a justiça dentro da sociedade.

    Com um caráter pretensioso, a teoria de Habermas não poderia ser bem-sucedida se fosse aplicada na prática nas sociedades atuais, pois apesar de tentar estabelecer o fim de conflitos e o alcance de uma sociedade justa e democrática, não é desprezível a existência da consciência individual que tem papel importante na sociedade moderna e que no entanto não proporcionaria uma universalidade da sociedade referente a qualquer determinado assunto.

    Quanto a teoria de Rawls, Habermas também a critica e no seu ponto de vista identifica várias falhas relevantes na obra desse autor que são rebatidas pelo próprio Rawls e acaba-se por consolidar a acusação de MacIntyre de que no debate liberal não se existe uma interminabilidade, pois a discussão se mantém para determinar qual seria a teoria válida, frente a determinados assuntos.

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  63. A teoria de Habermas é a que mais me satisfaz entre os estudiosos comunitaristas. Também é possível identificar sua influencia na teoria marxista. Habermas vai bipolarizar a sociedade denominando-as em "sistema" e "mundo da vida". Sistemas são organizados e delimitados através dos respectivos mecanismos especiais da coordenação das ações, ou seja, o sistema jurídico através do direito, o sistema político enquanto estado através do direito e através da disposição sobre o poder organizado como meio de sanção para decisões obrigatórias.

    Já a ideia de "mundo da vida" segue o oposto ao sistema. O “mundo da vida” é um ambiente neutro onde os indivíduos expressam sua visão subjetiva a cerca de um mesmo objeto e tentam chegar a um objetivo comum por meio da interação neste espaço. No entanto, a maior diferença entre os diálogos formados pelos atos de fala e aqueles pelas ações é a precisão em relação à verdade. Quanto mais um fato é discutido, buscando um entendimento comum entre as partes, mais próximo se está da verdade

    Para Habermas, as sociedades dependem dessas relações para se desenvolverem e para se tornarem complexas sistematicamente falando.

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  64. Habermas é um filosofo da Escola de Frankfurt, ele esta inserido em uma vertente hermenêutica com influência do pensamento marxista da Europa continental, portando se difere bastante dos outros autores estudados no curso, inseridos no debate anglo americano e que partem de outras leituras. Sua foco de estudo esta na comunicação, segundo ele todos os indivíduos buscam ser compreendidos e passar uma informação por meio da racionalidade, em toda a relação em que um indivíduo busca transmitir uma mensagem tendo em vista seus objetivos pessoais ocorre a ação comunicativa, esta podendo ser através da racionalidade instrumental ou comunicativa. Instrumental é aquela utilizada como meio de dominação e opressão nas relações sociais, enquanto a comunicativa gera uma real comunicação e entendimento, é a que liberta.

    A sociedade é separada em duas esferas, a do Sistema e Mundo da Vida. A esfera do Sistema abrange a adequação dos meios aos fins ou seja, aos poderes econômicos e políticos oriundos da produção material, enquanto a o Mundo da Vida se expressa por um meio simbólico, de crenças e virtudes compartilhadas por indivíduos que atuam como plano de fundo da comunicação. Habermas também divide o mundo em objetivo, aquele que abriga as coisas em sua composição física, o social das relações entre pessoas e o subjetivo referente a racionalidade e sentimentos da consciência de cada um.

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  65. Jurgen Habermas é um importante filósofo alemão, parte da Escola de Frankfurt. Com pensamento simpático ao marxismo, Habermas formulou sua Teoria da Ação Comunicativa, que pressupõe que nossas ações e diálogos cotidianos expressam uma certa racionalidade.
    Para o filósofo, a sociedade estaria em um constante processo de racionalização, e a linguagem refletiria esse elemento de racionalidade comunicativa que serviria de base para as interações sociais. A sociedade moderna seria composta por duas esferas: a sistêmica, na qual haveria a ação racional, e a esfera do mundo da vida, na qual ação é coordenada pelo padrão de ação comunicativa, pela interação entre as pessoas, e não pela ação racional.
    Quando nos comunicamos acabamos “censurando” muitas coisas que gostaríamos de dizer a fim de manter uma boa convivência social e até mesmo manter uma certa imagem perante os outros. Dessa forma, Habermas distingue a situação real de fala da situação ideal de fala. A situação real de fala é justamente a situação que acontece no nosso dia a dia, quando buscamos falar somente o que é social e moralmente aceito em determinada situação, enquanto a situação real de fala é o contrário. Ela ocorre quando há ausência de constrangimentos externos, de modo que todos os participantes do diálogo possam ter iguais oportunidades de fala e também quando apenas a motivação racional é que pode determinar as conclusões do discurso.
    Habermas coloca a existência de 3 “Mundos” diferentes: o mundo subjetivo, aquele que representa os estados mentais de consciência; o mundo objetivo, que seria o mundo real, o mundo dos objetos em si; e por fim o mundo social, que seria o mundo cultural, artístico, cientifico.
    Assim como outros comunitaristas, Habermas critica Rawls no que concerne ao estabelecimento do contrato social sob os moldes da posição original e ao véu de ignorância. Segundo Luiz Bernardo Leite Araujo : “Para Habermas, não faz sentido construir um procedimento que estabeleça modos de escolher entre princípios de justiça. Um procedimento mais viável para Habermas é aquele que garantisse a justiça em torno de questões públicas e, quando muito, apenas monitorasse o debate”, ou seja, o que deveria haver seria um processo de estabelecimento de princípios da justiça de modo que os indivíduos de forma autônoma o estabelecessem, ponderando seus prós e contras, a fim de garantir a justiça na sociedade.

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  66. Habermas é um filósofo alemão que faz parte da corrente intelectual da Escola de Frankfurt, ou seja, possui uma vertente hermenêutica na elaboração das suas teorias, se afastando da forma de pensar que deriva da perspectiva analítica liberal que não possui uma metodologia que busca ir além das aparências.

    Fica claro que pontos da teoria de Habermas são devedores do Marxismo. Segundo esse autor, todas as pessoas são caracterizadas na sociedade de acordo com seu papel no processo de produção de riqueza. De uma forma não tão determinante como no pensamento marxista, Habermas nos diz que até os pensamentos dos indivíduos dependem do papel dos mesmos no processo de produção de riquezas. Tudo o que você é e tem traduz a sua posição.

    Sendo assim, Habermas faz um diagnóstico da sociedade dizendo que a opressão é um problema que devemos sanar na modernidade. Uma característica da sociedade atual industrial é que está havendo uma mudança dos indivíduos de sujeitos para objetos. Por isso, esse autor se questiona sobre o papel da razão na emancipação social.

    Habermas nos diz que as relações que tornam os indivíduos objetos devem ser quebradas. A razão tornaria isso possível. No entanto, nesse ponto é muito importante fazer uma análise sobre a razão (ou melhor, sobre as razões) teorizada por Habermas.

    De acordo com Habermas, o exame racional das relações mostra a "opressão nas relações". Em uma primeira aproximação, podemos não detectar a opressão existente nelas, no entanto, a razão deixará tal opressão visível. Ou seja, é correto afirmar que Habermas teoriza sobre papel emancipador da razão.

    Precisamos deixar claro que Habermas também se questiona sobre o que ele conceitua como "racionalidade instrumental". Segundo esse autor, há uma certa racionalidade que é instrumento da dominação. Dessa maneira, precisamos explicitar que Habermas expõe a existência de duas razões: Uma libertadora, com caráter comunicativo e que demanda internações sociais, e outra instrumental, "auxiliadora" da opressão.

    Continuando a análise, Habermas teoriza sobre dois mundos, dois sistemas. Um que é "Posto" e outro que é "Da Vida". O sistema posto é justificado pela razão instrumental, relacionado à esfera sistemática. Já no mundo da vida, os indivíduos passariam a se ver como livres e responsáveis pelas próprias ações. Nesse ponto precisamos diferenciar ação comunicativa de ação racional.A primeira é aquela que Habermas valoriza, que faz referência à razão do mundo da vida que gera diálogos na sociedade como um todo. A segunda está relacionada aos fins, ou seja, é aquela que teoriza e valoriza os fins.

    Dessa maneira podemos dizer que Habermas faz uma defesa do modelo democrático, no qual as pessoas são indivíduos que possuem valores que não podem ser oprimidos e estão inseridas em um debate. A crítica de Habermas às teorias de Rawls se baseia na afirmação de que a posição original é algo impossível. Habermas disserta sobre valores e convenções sociais, utilizando a linguagem na argumentação (nesse ponto a teoria de Habermas me lembra as obras de Charles Taylor e MacIntyre estudadas nessa disciplina).

    Assim, Habermas nos mostra a partir de sua teoria que a Ética é a eliminação das formas de opressão.

    Ingrid Desihiê Antoniori
    RA: 21004712

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  67. Habermas é um dos membros notáveis da Escola de Frankfurt, considerado um comunitarista acaba por construir sua teoria da justiça sob á luz do pensamento Marxista. O autor acredita que ferramentas teóricas são necessárias para fortalecer a discussão filosófica, entretanto não acredita que haja um conceito centralizador dessas dicussões, além da razão. Elabora a Teoria da Ação Comunicativa que consiste em reflexos das ações humanas pela vontade exagerada de conseguir exprimir uma mensagem e ser compreendido. Há dois tipos de razão: razão instrumental - usada como instrumento de dominação e a razão comunicativa - usada como meio de racionalidade . Partindo dessas duas razões, Habermas coloca uma sociedade justa com grendes debates e com capacidade de se comunicar, para conseguir ações mais justas a todos, pela Teoria da Ação Comunicativa. Partindo de uma concepção da natureza do homem, propõe que haja três mundos: o objetivo, o subjetivo e o social. Tais mundo seriam fundamentais na estruturação social.

    Por fim, pode-se perceber em Habermas que não há necessidade de acordos sociais, como em Rawls, para estabelecer sensos de justiça, estes estariam pautados na razão comunicativa. Os "consensos" coletivos estariam então pautados em recursos linguísticos, em debates para conseguir chegar a um conclusão sobre o que é justo ou não.

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  68. Jurgen Habermas parte da teoria marxista para elaborar seu estudo. O autor nos apresenta duas dimensões da ideia de racionalidade. A primeira seria O Sistema, que são as instituições de controle, como por exemplo, o governo. Já a segunda seria o Mundo da Vida, que é o mundo concreto. De acordo com Habermas, é nessa última dimensão que se daria as discussões, os debates, as teses das ideias. Na dimensão do Sistema, tais coisas não seriam possíveis.

    Habermas estabelece uma divisão em três mundos: o Mundo Objetivo, que seria o mundo dos objetos, dos estados físicos; o Mundo Subjetivo, que seria o mundo dos estados mentais, da consciência; e, por fim, o Mundo Social, que seria o mundo cultural, das artes e da ciência.

    Há, portanto, uma distinção entre a racionalidade comunicativa e instrumental, que é a base do pensamento de Habermas, que leva à agir comunicativo e instrumental. De acordo com o autor, o agir comunicativo é aquele que ocorre quando os indivíduos se comunicam com o objetivo de se entenderem e chegarem à uma concordância de ideias. Dessa maneira, pode-se concluir que a razão comunicativa proporciona a liberdade, a critica e a racionalidade. Em contrapartida, o agir instrumental se dá quando o uso da comunicação é empregada com a finalidade de iludir os demais, de dominação.

    Para Habermas, a ação comunicativa é a base para que se possa haver justiça. Vale ressaltar que a ação comunicativa acontece através da interação do homem com o mundo. Em vista disso, o autor sugere um modelo ideal de ação comunicativa, no qual os indivíduos interajam entre si e, através da linguagem, ordenem-se socialmente, na busca pela concordância de ideias de uma forma livre de influências externas e internas. Portanto, o autor acredita que seria melhor a não existência de instituições, e sim o consenso entre as pessoas. Dessa forma, para Habermas, a solução está na transformação do Mundo da Vida, que só seria possível através da comunicação entre os indivíduos de uma sociedade.

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  69. [atrasado]
    Jurgen Habermas é o primeiro autor que trabalhamos fora do debate anglo-americano, e foi de bastante valia integrá-lo a discussão por apresentar uma abordagem comunitarista diferenciada, com um viés marxista, embasada na corrente de pensamento que este fazia parte, a Escola de Frankfurt.

    A pergunta que gira o pensamento de Habermas é a do que a razão seria responsável em relação a liberdade social? Para Habermas, tudo começa quando indíviduos dão um significado de objeto - de coisa - a seus semelhantes, atitude essa considerada imoral. Um exemplo é quando você apropria-se do trabalho de um funcionário para enriquecer; você usa este como ferramenta para acumular capital, o desumanizando.

    O autor diz que existem dois modelos de racionalidade, a primeira delas responsável por justificar socialmente um sistema onde a opressão se esconde - chamada racionalidade sistêmica; na segunda, a responsável por revelar as opressões. Essa, não seria alocada num espaço especial, no mundo de coisas que não são controladas pelo sistema, que ele chamou de “mundo da vida”. Propunha neste mundo um debate político, criticando assim a posição original e o véu da ignorância de Rawls como os outros autores do viés comunitarista, devido a dispensa a racionalidade do indivíduo e de sua autonomia.

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  70. Jürgen Habermas (1929) é um filósofo e sociólogo alemão contemporâneo, que tem seu nome associado à Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, cujos principais representantes são Adorno (1903-1969), Marcuse (1898-1979), Horkheimer (1895-1973) e Benjamin (1892-1940). Não obstante as diferenças de pensamento desses filósofos, um tema perpassa a obra de todos eles: a crítica radical à sociedade industrial moderna.
    Habermas busca superar o conceito de racionalidade instrumental, ampliando o conceito de razão, para o de uma razão que contém em si as possibilidades de reconciliação consigo mesma: a razão comunicativa. Discutiremos a seguir esses dois conceitos básicos no pensamento de Habermas.
    Critico de Rawls o grande Habermas propunha a racionalidade e a significancia.

    Daniele Campos

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  71. O autor, que é proveninete da Escola de Frankfurt, na Alemanha, é influenciado em seu pensamento por algumas idéias provenientes de autores da mesma linhagem, como por exemplo o filósofo Karl Marx. Além de influências de autores, os pensadores formados por esta escola também sofreram influências de seu contexto histórico, como
    o Nazismo, o Milagre Econômico e o período pós Segunda Guerra Mundial.

    Habermas é comunitarista, porém se diferencia em seu pensamento, devido a sua Teoria da Ação Comunicativa. A forma que as pessoas usam para se expressar é a comunicação. E esta, está dividida em 3 partes: a social; a subjetiva; e a objetivo físico.

    Pessoas pensam de formas diferentes, e por isso desejam coisas diferentes. Devido a esses diferentes desejos, passam a existir conflitos.Pare que os conflitos sejam "resolvidos" passam a existir acordos, e estes se dão através da comunicação interpessoal.

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  72. Diferentemente dos outros autores até então estudados Habermas é um autor alemão que apresenta uma visão hermenêutica em seus estudos, contrastando com os anteriores que analisam as relações sociais a partir de uma visão analítica da sociedade. Habermas vem de uma tradição da Escola de Frankfurt, na qual busca a essência dos fatos e das situações que estão dadas para realmente entende-las, interpreta-las.
    A visão da sociedade de Habermas necessita que se compreenda as relações de produção e onde os indivíduos estão inseridos e qual o papel que desempenham nessas relações de produção, clara herança da tradição de pensamento marxista. O grande problema para ele é a opressão que aflige as pessoas, opressão que se manifesta ao transformar os indivíduos em objetos, processo de ‘coisificação’.
    Para Habermas há dois tipos de razão que servem à propósitos diferentes. A razão instrumental serve como meio de dominação, onde nessa razão apenas mantemo-nos no mesmo movimento imposto pelo mundo sistemático e normativo, sem quebrar ou tomar consciência da dominação existente. Já a outra razão nos permite conscientizar-se sobre a dominação, o que já é um passo no processo de emancipação do indivíduo, essa razão chama-se razão comunicativa. O fenômeno da coisificação é muito comum na sociedade capitalista e deve ser combatido, um elemento dessa mudança está presente na razão comunicativa que nos permite além de tomar consciência dos processos dominadores aos quais estamos sujeitos também permite que o diálogo entre as pessoas construa uma sociedade sem opressões, uma vez que ao comunicar o outro das opressões que sofro e apresentando os argumentos que sustentam essas afirmações é possível construir relações não opressivas.
    Para que esse diálogo construtivo ocorra é necessário espaços para que os sujeitos possam se expressar, e isso demonstra a defesa da democracia que Habermas traz em sua teoria. Na democracia as pessoas são indivíduos, não objetos, e suas individualidades são respeitadas. As individualidades estão presentes na outra esfera que compõe a sociedade, a esfera do mundo da vida, nessa esfera é onde os modos de vida, as subjetividades e as linguagens se relacionam e onde é possível, mediante o diálogo, construir consensos.
    Finalmente, para Habermas a democracia é o espaço onde a esfera do mundo de vida é possível de existir, onde há espaços de diálogos em que, usando-se da linguagem, é possível discutir sobre as opressões e chegar a consensos. É na democracia que reside uma sociedade justa, com meios de emancipação dos indivíduos das opressões presentes no mundo sistêmico e normativo.

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  73. Apesar de também negar as ideias de Rawls, como os comunitaristas, Habermas não é um deles. Ele rejeita o “Véu da Ignorância” e as demais ideias daquele autor, pois essas tiram a racionalidade e autonomia do indivíduo. Habermas tem influência Marxista e se aproxima da Escola de Frankfurt.

    Ele escreve a Teoria da Ação comunicativa, que fala da ação do indivíduo de se comunicar e se expressar, e a necessidade que tem fazê-lo. Nessa teoria, separa o mundo em três: o Objetivo (físico), o Subjetivo (o mundo da consciência, das ideias, dos estados mentais) e Social (o mundo da arte, do científico, da interação social entre os indivíduos). A ligação entre esses 3 mundos exige a racionalidade comunicativa. Mas coloca que a racionalidade dominante é outra, a instrumental, que é usada para dominar a população e suprimir suas individualidades (e aqui é possível ver parte da influência marxista, ao falar de dominação do sistema quanto ao indivíduo).

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  74. Jürgen Habermas traz um discurso diferenciado em relação ao debate anglo-saxão que temos acompanhado no curso.
    Da Escola de Frankfurt, sua perspectiva de análise vai além da visão imediatista dos fatos, buscando transcender o que é factualmente aparente para um exame mais aprofundado da realidade. Demonstra claramente uma aproximação à vertente marxista; aqui as relações econômicas são importantes para entender as relações sociais, bem como o papel que ocupam dentro do processo de produção, caracterizador do indivíduo.

    Antes de falar sobre a Justiça em Harbermas, é preciso entender algumas ideias trabalhadas pelo autor.
    A sociedade desenvolve-se em duas esferas: a sistêmica e a do mundo da vida.
    A primeira delas é uma simples reprodução daquilo que o sistema estrutura, onde as pessoas agem de forma sistemática, previsível - da maneira que se espera que elas se comportem. Na segunda, as pessoas manifestam-se como indivíduos livres; optam, opinam, agem como gostariam de agir.

    Na sociedade capitalista contemporânea, vem se desenvolvendo um processo de coisificação dos indivíduos. Habermas entende que ao transformar um sujeito em objeto, desconsiderando sua autonomia e liberdade, estabelece-se a opressão. É preciso interromper esse fenômeno e isso só é possível de ser feito através da racionalidade, ferramenta fundamental para a emancipação do indivíduo.
    Fala-se em uma racionalidade instrumental que não exerce poder para libertar o indivíduo; esta serve à dominação, somente justificando aquilo que se está posto no sistema. A racionalidade de fato libertadora é aquela crítica, que questiona as interações estabelecidas entre os indivíduos, tornando-o capaz de enxergar as relações opressivas que possam existir ali. Ao enxerga-las, o indivíduo liberta-se no sentido de que pode negar a ação opressiva que lhe é direcionada, mesmo que não seja capaz, ou mesmo não queira, sair dela imediatamente.

    Para o autor, uma sociedade justa é uma sociedade democrática, pois esta seria uma aplicação do mundo da vida em nível público. Busca-se o consenso por meio do diálogo, incentivando o debate e a participação das pessoas. A democracia cria espaços públicos que permitem a discussão e o questionamento das ações coisificadoras e das práticas opressivas ocultas nas relações sistêmicas.

    Danielle Bello
    RA: 21022112

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  75. Habermas critica as ideias de Rawls pois ele acredita qe não é possível que exista uma situação de contrato onde os individuos estejam munidos de um véu de ignorância,isso seria contrário a idéia de individuos autônomos que abdicam de sua autonomia. Ele acredita que uma construção na base da linguagem é a mesma em que a participação dos indivíduos, tais como os observadores e participantes, são de extrema relevância no contexto dado.
    Um outro ponto relacionado é o de pluralismo (reconhecimento de diversidade). Habermas argumenta sobre o “consenso sobreposto”, que é observar um índice da estabilidade social. Diferente de Habermas, e foco da crítica do mesmo, Rawls parte do pressuposto da precaução como a estabilidade.
    Habermas também afirma que a distribuição de bens de Rawls é falha, pois precede a ela um conceito de justiça pré-estabelecido, e, além disso, Habermas considera importante que se exerçam os direitos.
    Por fim, a sociedade possui um papel de sua fala variável e temporal, que exerce influência sobre o sistema político, a imprensa, a organização pública e até os canais de comunicação.

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  76. Habermas, por meio da teoria da ação comunicativa, abarca uma série de elementos que superam a filosofia política (na qual está Rawls), se caracterizando como uma doutrina abrangente, e buscando na filosofia da linguagem um parâmetro para a compreensão da racionalização social do mundo moderno. A ação comunicativa ocorre sempre que um indivíduo coordena-se com outro, na tentativa de se fazer entendido, sem pretensões apenas individuais, mas na busca de alcançar objetivos individuais respeitando sua inserção em harmonia com o que é comum aquela sociedade.

    A Razão é vista como um instrumento que liberta o indivíduo das relações opressivas (típicas das sociedades capitalistas, modernas e desenvolvidas) que resultam na “coisificação” [entendida como transformação em objeto e, portanto, privação da autonomia] dos indivíduos. Para continuar esta discussão sobre a Razão e introduzir a questão da democracia, utilizarei a citação extraída da seguinte página: http://caae.phil.cmu.edu/cavalier/Forum/meta/background/HaberIntro.html : “For Habermas, the general conditions of the ideal speech situation and the rules of reason*, especially as coupled with this sense of solidarity, describe the NECESSARY CONDITIONS OF DEMOCRATIC POLITY.
    *rules of reason - In Habermas's formulation in "Discourse Ethics", these are: 1. Every subject with the competence to speak and act is allowed to take part in a discourse. 2a. Everyone is allowed to question any assertion whatever. 2b. Everyone is allowed to introduce any assertion whatever into the discourse. 2c. Everyone is allowed to express his attitudes, desires, and needs. 3. No speaker may be prevented, by internal or external coercion, from exercising his rights as laid down in (1) and (2).”

    Segundo Fabricio Faroni Ganem e Bernardo Zettel, Habermas entende que uma comunidade jurídica formada por pessoas livres e iguais constitui direitos fundamentais por eles deliberados, o que entende ser o nascedouro da socialização horizontal dos cidadãos. A criação do Estado como estabilizador desse sistema faz com que a socialização horizontal com a atribuição de direitos recíprocos, passe a ser uma relação vertical institucionalizada entre indivíduo e Estado. A soberania do povo passa a ser exercida por meio de corporações e comunidades de foros que compõem uma esfera pública de deliberação. Em resumo, a teoria do filósofo busca conciliar os direitos fundamentais com a soberania popular por meio da ação comunicativa, pilar da democracia deliberativa.

    Giovana Cavaggioni Bigliazzi
    (R.A.: 21010512)

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  77. Os estudos de Rawls e Habermas estão focados em uma das principais problemáticas relacionadas com as democracias modernas, a questão da produção de consensos entre cidadãos autônomos, necessários para a vida político-democrática. Alcançar esse consenso é, um dos desafios teóricos mais relevantes para estes filósofos, para o qual traçam caminhos essencialmente distintos. O primeiro, por meio da da posição original; o segundo, por meio da comunicação linguística real de todos em um discurso ideal. Não obstante, enquanto o filósofo alemão desenvolveu uma teoria essencialmente procedimental, o americano desenvolveu uma teoria substantiva. Mas os pontos de diferença entre os autores são ainda mais amplos, e dizem respeito ao próprio objeto teórico de cada um: Habermas formula uma teoria abrangente que envolveria qualquer questão religiosa, moral ou política dentro da esfera deliberativa e Rawls uma teoria do político. Melhor dizendo, Rawls procura manter intocadas todas as doutrinas religiosas, metafísicas e morais para se basear exclusivamente na filosofia política. Já Habermas, por meio da teoria da ação comunicativa, abarca uma série de elementos que superam a filosofia política, se caracterizando como uma doutrina abrangente, buscando na filosofia da linguagem um parâmetro para a compreensão da racionalização social do mundo moderno.

    Com efeito, os projetos ''rawlsiano'' e ''habermasiano'' para a modelação da democracia constitucional partem do pressuposto de que o pluralismo cultural é uma característica central das sociedade modernas.

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  78. Os indivíduos são vistos de forma autônoma, já que sua concepção de indivíduo é baseada na ideia de capacidade de falar e agir, competências estas que formam a sua personalidade.
    Faz críticas a Rawls, particularmente a teoria do “véu de ignorância”, que acaba por criar leis e regras que são aplicadas a todos, ou seja, generalizadas a toda a comunidade, fato este que acaba por anular a autonomia dos indivíduos.
    Foca suas discussões quanto a questão da democracia, cria a “Teoria da Ação Comunicativa”, que diz que os indivíduos interagem entre si, buscando uma comunicação e troca de informação, porém essa busca baseia-se na ideia de busca individual, ou seja, de interesses individualizados, entretanto não há um atrito entre os indivíduos, já que estes respeitam os limites e sempre tem a pretensão de manter seus interesses alinhados com o da comunidade em que ele se encontra.
    Essa sociedade é tida para ele como legítima e será ela que moldara as atitudes dos indivíduos pertencentes a ela, como já dito antes, na busca de manter a harmonia entre os indivíduos e os seus interesses.
    Para Habermas a ideia de democracia não deveria estar unicamente vinculada ao voto, e sim a todas as extensões de discussões e debates que podem ocorrer dentro das comunidades democráticas, garantindo, além disso, oportunidades igualitárias. Ele não descarta o conceito de que as democracias são guiadas por uma administração pública, porém esta não pode ser excludente e sim inclusiva.
    Assim Habermas da vida a concepção de existirem três mundos distintos. O primeiro seria o mundo objetivo, dado como a composição física das coisas. Já o segundo é o mundo social, onde se constroem as relações interpessoais. E por último, o mundo subjetivo, entendido como o patamar sentimental e de consciência de cada indivíduo.
    Será através desses mundos que os indivíduos se comunicarão, assim as teorias da justiça serão formuladas por todos, pois todos os indivíduos são agentes participativos e atuantes na construção dos conceitos, tendo como principal caminho a comunicação, fazendo uso da linguagem será então possível a formulação dessas teorias da justiça.

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  79. Habermas, um dos mais importantes filósofos alemães, e um dos representantes da Escola de Frankfurt, era comunitarista, e, como todo bom comunitarista, faz críticas à modernidade pós-iluminismo. Diferente dos outros filósofos que foram previamente estudados no curso, ele não teve tanta influência anglo-americana – Hegel e Marx o influenciaram bastante, por exemplo. Por ser também sociólogo e historiador, eventos com a Segunda Guerra Mundial e o Nazismo alemão exerceram certa influência sobre seu modo de pensar - além de unir pontos da sociologia e da filosofia em sua obra e prezar a importância da linguagem no contexto social.
    Ele é pragmático, e vê uma enorme falha na crença cega de que o progresso técnico-científico e que o capitalismo seriam a chave para resolver os problemas do mundo. Sua ideia de linguagem considera que estamos sempre inseridos em um ambiente, e que muitas das nossas ações serão influenciadas por este. Essa ideia o faz criar o conceito de “ação comunicativa” – esta referente às interações entre os indivíduos de uma sociedade – enquanto a “ação racional” é toda aquela que é conduzida a um determinado fim.
    Ao prezar a linguagem,e, ao mesmo tempo criticar as tendências pós-iluministas, ele diz que o debate em torno de questões sobre a justiça deve ser considerado importante – não só a ideia de que o que importa é apenas o fim. A finalidade não é o mais importante – e ele crê em uma mudança gradual na sociedade, o que seriam as suas ideias reformistas, através da discussão e questionamento dos valores e questões sobre justiça existentes em uma determinada sociedade.
    Habermas, assim como Sandel, critica Rawls no que concerne à impossibilidade de se chegar a “posição original” e da efetividade do “véu da ignorância” fora da utopia da teoria. Para ele, a construção de consensos por meio da linguagem e da análise de contextos e discussões formam a base necessária para o estabelecimento de uma justiça que tenha a participação de toda uma sociedade.

    Carolina Carinhato Sampaio
    RA: 21011912

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  80. Jurgen Habermas também é um comunitárista e se destaca dos outros por sua teoria da Ação Comunicativa. O homem se expressa por meio da comunicação, aonde ele mostra os desejos, opiniões e gostos. Nesse processo de expressão ele exercita a razão. Para Habermas a comunicação se dá por três formas: o objetivo físico, o social e o do subjetivo. Devido às desejos e individualidades de cada individuo, sempre haverá conflitos e com esses conflitos geram acordos, que aparecem por meio da comunicação exercita pela razão que sendo comunicativa ela defende a liberdade. Pode também acontecer de os acordos serem provisórios, mudando com o passar do tempo, tendo que as opiniões e desejos mudam, então consequentemente seria feito novos acordos. Fica-nos claro que para Habermas, é por meio da comunicação que chega-se em um bem comum e que através da linguagem chegamos em consensos importantes para dar estrutura a uma Teoria de Justiça.

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  81. Jonatas Silveira de Souza RA: 21040912

    Habermas é um autor que se coloca como um outsider na discussão que temos desenvolvido. Não no sentido de tratar de outros temas, mas pelo fato de tratar do que vínhamos vendo até agora com uma abordagem muito diferente da comunitária e da liberalista. Ele é um herdeiro da Escola de Frankfurt, da Hermenêutica e vem de uma crítica da visão analítica que vem sendo defendida, majoritariamente pelos autores liberais, da tradição de Locke, Hobbes, entre outros importantes autores mais recentes dessa visão que vimos – principalmente Rawls. A sua herança da hermenêutica é muito clara na sua teoria da “ação comunicativa”, a ação comunicativa consiste na interação entre as pessoas por trocas linguísticas, válidas dentro de um sistema normativo que denotam uma preocupação com a constante validez e correção das normas e valores instituídos por determinado grupo social – ai pode estar o motivo de Habermas ser considerado um autor comunitarista.

    Para ele, o homem é necessariamente observador e participante, interagindo através de mundos “objetivo, subjetivo e social”, estruturando diálogos através da interação entre diferentes grupos sociais e assim definindo formas recíprocas de conduta. Há claramente o espaço para conflitos dentro dessa espaço da ação comunicativa. Quando há um conflito ocorre pode-se chegar a duas ações possíveis: negociação por meio da comunicação, e agressão, a falta de comunicação, os objetivos conquistados por meio da força simplesmente. Percebe-se, dentro os autores que trazem uma solução para os conflitos de dialoga da ação social e as suas formas de dominação nas suas fatias do mundo social, Habermas crê que o melhor não é a força, mas sim um diálogo democrático e bem estruturado é muito mais favorável as partes envolvidas do que simplesmente um conflito onde um dos lados prevalece perante o outro. Vemos aqui que fica clara a visão democrática da sociedade, onde o melhor para todos os indivíduos é a argumentação como meio de se alcançar o bem comum (...)” Aproximação com os autores que crêem na democracia e na participação das pessoas na esfera pública, no debate aberto e racional para se alcançar um objetivo comum e consensual – chega a se aproximar de Rawls com essa crença na racionalidade guiando o debate na esfera pública.

    Neste embate a justiça irá garantir que ocorra o debate e o monitora, para que o interesse de todos seja garantido sem nenhum tipo de injustiças, deve haver a garantia da ação. Para tanto a “ação comunicativa” não deve sofrer interferências de outras áreas como economia – que vem, cada vez mais ditando as regras do jogo na sociedade moderna - ou ciência (crítica ao positivismo exacerbado), não ao ponto de se tornar restrita ao ponto de vista global de uma sociedade, é de suma importância no sistema democrático manter uma esfera de discussão pública com a garantia de uma situação ideal de fala. É importante ressaltar as noções de “sistema” e “mundo da vida”, na qual o primeiro trata da racionalidade que busca fins (como o mercado, o trabalho – herança da teoria Marxista), já o segundo abarca as ações sociais coordenadas por normas e valores comunicativamente estabelecidos

    A teoria Habermasiana chega a ser uma das mais completas e diferentes das que vimos até então, tanto pelas suas heranças que vão da Escola de Frankfurt, da Filosofia social alemã (aproximação com Webber), Hermenêutica, com a Teoria Kantiana e mais recentemente com o pragmatismo. Isso faz com que sua teoria seja algo complexo e que seja uma ferramenta de extrema capacidade interpretativa da sociedade moderna.

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  82. Em sua Teoria da Ação Comunicativa, Jurgen Habermas, parte do princípio de que os homens são capazes de ação, e para tanto se utilizam da linguagem para se comunicarem com os seus pares, buscando chegar a um entendimento. O autor constrói a sua teoria sobre as linhas do pensamento marxista, de que o conhecimento racional é um instrumento de dominação. Ele diferencia dois tipos de racionalidade que são a instrumental e a comunicativa. A instrumental seria a utilizada para a dominação tanto das pessoas quanto das relações sociais. A comunicativa é a que gera uma comunicação entre os indivíduos, com o entendimento de ambos, sem a dominação.

    A linguagem sob o ponto de vista do autor é concebida como o elo de integração entre os indivíduos como forma de garantir um processo democrático nas decisões coletivas, onde através de argumentos e contra-argumentos, livres de coerções, os sujeitos buscam conseguir acordos. Para ele ação comunicativa seria a base para se ter justiça. O autor propõe um modelo ideal de ação comunicativa, em que usando a linguagem comunicativa as pessoas interagem e organizam-se socialmente, buscando o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna.

    Neste sentido, a razão comunicativa propiciaria um autoconhecimento, fruto da liberdade e entendimento alcançados através das condições de uma socialização comunicativa dos indivíduos. Sendo assim, a justiça deve ser baseada nos consensos construídos através da linguagem, modos de vida e o conhecimento que armazenado através da sua cultura.

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  83. Junger Habermas é um filósofo alemão, pertencente à Escola de Frankfurt. Com tendências marxistas, Habermas formula sua Teoria da Ação Comunicativa, argumentando que nossas ações e diálogos possuem um nível intrínseco de racionalidade.
    Habermas afirma que a sociedade está em um perpétuo amadurecimento da racionalidade, de forma que a linguagem é fruto e reflexo dessa racionalidade em que são baseadas as interações sociais. O autor separa a sociedade moderna em dois grupos: a esfera sistêmica, a qual pertence a ação racional, e a esfera do mundo da vida, no quais as ações são direcionadas pelos padrões comunicativos e pela interação entre indivíduos, ações que não são necessariamente guiadas pela racionalidade.
    Habermas separa também a situação real da fala e a situação ideal da fala, uma vez que nem tudo aquilo que vem à mente é dito, com o intuito de manter uma boa convivência. A situação real da fala é pertencente ao cotidiano, quando os indivíduos dizem apenas aquilo que é socialmente aceito, o que é considerado moral. A situação ideal da fala se dá na ausência de "coeção social", quando se pode falar igual e livremente em um discurso ou conversa, nesse caso, a racionalidade determina as conclusões da fala individual.
    Habermas afirma que existem 3 dimensões do mundo:
    1. mundo subjetivo: diz respeito aos estados mentais da consciência;
    2. mundo objetivo: mundo real, das coisas em si mesmas;
    3. mundo social: reprensentante das esferas culturais, científicas e artísticas de uma sociedade.
    Para Habermas, as condições propostas por Rawls (posição original e véu da ignorância) não fazem sentido, afirmando que um procedimento mais viável garante a justiça em torno das esferas públicas e que monitorasse o debate entre os indivíduos. Dessa forma as pessoas podem confabular sobre os princípios da justiça de forma livre autônoma.

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  84. Jurgen Habermas apresenta uma teoria chamada de “teoria da razão comunicativa” que se baseia na racionalidade como instrumento de emancipação social. O autor diferencia a racionalidade instrumental da racionalidade comunicativa, pois a primeira é considerada instrumento da dominação e a segunda considerada instrumento da liberdade.
    Habermas também diferencia o mundo em duas esferas: a esfera da vida e a esfera “sistêmica” (esfera do sistema). Na esfera da vida as relações simbólicas mediadas pela linguagem, e a capacidade de construir consensos podem ser os caminhos para alcançar a razão comunicativa e, portanto, a emancipação social.
    Relacionar este autor com os demais vistos até aqui parece mais simples quando se tem em vista o pensamento de Habermas a cerca da democracia. Segundo o autor, na democracia a razão comunicativa se expressa de diversas formas através do debate entre os cidadãos, assim a justiça depende do exercício constante do poder comunicativo. Para que este seja constante, deve-se pensa-lo como base da estrutura administrativa do Estado.
    O mérito de Habermas está na capacidade do autor de pensar na racionalidade humana de maneira nova, não apenas no indivíduo que através da sua consciência pensa nas normas jurídicas e decide através da razão prática qual deve ser adotada (como foi visto em Rawls), para o autor, a razão comunicativa é a que melhor se adapta às sociedades atuais, pois se baseia na pluralidade de indivíduos, que através de procedimentos discursivos chegam a um consenso, ou norma jurídica. Assim, a norma deve estar baseada nos argumentos apresentados e racionalmente estruturados.

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  85. O filósofo alemão, Habermas, diferentemente dos outros estudados até aqui, não faz uma análise das relações sociais com uma visão analítica da sociedade. Em sua obra, nota-se influências marxistas. O autor acredita em uma sociedade dividida entre o mundo da vida e o sistema. O primeiro seria uma parte de comunicação inerente ao sistema, nele, ocorreria debate e a construção de conceitos importantes como justiça e ainda envolve cultura sociedade e o indivíduo. Segundo a Teoria da Ação Comunicativa, que Habermas acredita, os indivíduos visam ser compreendidos como emissores, buscando sempre um receptor para sua mensagem. Essa comunicação vai ocorrer devido a ligação de três mundos, o subjetivo (mundo dos sentimentos), objetivo (físico) e social (relações sociais). Esse mundo pode servir de ferramenta para quebra de um paradigma, mudança de padrões de vida presentes na sociedade.
    O segundo está relacionado ao material e sua reprodução que só ocorre devido aos meios adequados e fins (chamamos de lógica instrumental) e as relações de poder hierárquico (política), além da economia.
    Ele ainda critica Rawls e sua teoria devido aos mesmos conceitos tão criticados por Sandel e Walzer, o véu da ignorância e a posição original. Para ele, não se pode ter um indivíduo na posição original, sob o véu, pois ele não seria autônomo para entrar em uma sociedade e seus princípios.

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  86. Habermas tem seu pensamento formada a partir da escola de Frankfurt e suas ideias são um pouco distintas em relação aos autores que vimos em sala. Ele faz uma crítica a teoria de Rawls, especificamente ao “véu da ignorância”, onde temos que nos privar de todos pensamentos e opiniões passadas para chegar a um senso de justiça. Para Habermas, o véu da ignorância acaba criando leis e regras que tem que ser seguidas por toda a comunidade, resultando assim em uma generalização, o que restringe, e muito, as liberdades individuais de cada um.


    Habermas sustenta seu pensamento na ideia de Teoria da ação Comunicativa, na qual ele diz que as relações pessoais são concebidas através da comunicação (fala), e que por conta disso diferentes opiniões e diferentes desejos são formados dentro de cada ser. Para resolver este embate de opiniões e desejos, Habermas sugere a criação de acordos, que se dão novamente a partir de diálogos interpessoais.

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  87. Habermas estudada as relações sociais a partir de uma visão hermenêutica, ou seja, interpretativa; e não analítica, como é o caso da maioria dos autores. Dessa forma, procura entender as situações presentes buscando a essência dos fatos.

    Habermas entende que é preciso compreender as relações de produção para poder analisar a sociedade. Isso é claramente uma herança marxista. O grande problema, segundo ele, é a dominação, a opressão que transformava os indivíduos em objetos no processo de produção. Ou seja, é o Fenômeno da “coisificação”, tão comum nas sociedades capitalistas e que deve ser combatido.

    Para ele há dois tipos de razão: razão instrumental e razão comunicativa. Cada qual serve a um propósito:
    A Razão Comunicativa é o instrumento da liberdade, que permite que o individuo se liberte do fenômeno da coisificação a partir da tomada de consciência sobre os processos de dominação aos quais está submetido – essa consciência já é um fator importante para emancipação do individuo-; além de possibilitar o diálogo, instrumento fundamental para se consolidar uma sociedade sem opressão, porque é através do dialogo que podemos mostrar os níveis de dominação aos quais estamos submetidos e argumentar contra eles.
    Já a Razão Instrumental é a ferramenta da dominação, através dela apenas seguimos o que é imposto, sem tomarmos consciência da opressão.

    Habermas diz ainda que a sociedade é dividida em duas esferas: a esfera sistêmica – constituída pela razão instrumental; e a esfera do mundo da vida – constituída pelas relações entre as individualidades e onde se constrói consensos a partir do dialogo. É nesse sentido que Habermas faz uma defesa da democracia como um sistema justo, porque é nela que, segundo ele, essa segunda esfera é passível de existência, onde se criam espaços públicos que permitem a discussão sobre as opressões e através das quais se chega a um consenso. E é através dela que os indivíduos são entendidos e tratados não como objetos, mas propriamente como indivíduos e que têm suas individualidades respeitadas.

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  88. Na obra "Teoria da Ação Comunicativa", Habermas concebe a ação comunicativa (a comunicação livre, racional e crítica, própria da democracia deliberativa) como alternativa à razão instrumental (que produz a objetificação de uns pelos outros conforme sua posição social, entre outros fatores), tendo como produto a dominação. O autor faz uma complexa crítica a Rawls, dando uma grande importância à linguagem e mostrando que a própria ideia da posição original e do véu de ignorância foram concebidas lançando mão do conhecimento que temos hoje, sendo assim impossível a aplicação do sujeito imparcial, não influenciado pelo social, que contribuiria para a redução das desigualdades de bens espontaneamente. Ficam claras, portanto, a influência do pensamento marxista no modo de entender as relações sociais e o total apoio à democracia.

    A opressão é um problema que devemos sanar, e que pode trazer a razão emancipatória (ou seja, comunicativa) como solução, através da substituição da razão instrumental por essa. Habermas teoriza sobre dois mundos: o 'Sistema' e o 'Mundo da Vida', abrangidos pela razão instrumental e pelas ações - racionais e comunicativas, respectivamente. O homem é observador e participante, interagindo através das planos 'Objetivo', 'Subjetivo' e 'Social', nos quais estrutura diálogos e define formas de conduta.

    A Justiça entra, dessa forma, no papel de asseguradora e monitoradora do debate, na busca de fazer com que todos sejam ouvidos e haja a garantia de ação, pois direitos devem ser exercidos. Para tanto, componentes do Sistema - como a Economia, por exemplo - não devem se sobrepor à ação comunicativa, para que haja a discussão pública em um sentido participativo, rumando à situação ideal de fala.

    É interessante observar as implicações do posicionamento deontológico e de defesa do diálogo através da ação comunicativa no pensamento do autor: reprova-se a democracia vazia, de mera escolha de dirigentes, sem participação efetiva da sociedade na administração de seus governos; e reprova-se a guerra como solução moral, o que vai na contramão do posicionamento de Walzer sobre o mesmo assunto.


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  89. Jürgen Habermas, em "Teoria da Ação Comunicativa", questiona a maneira como Rawls apresenta sua teoria da justiça, afirmando que o problema central está no conceito de "posição original". Segundo ele, a posição original não é capaz de alcançar reciprocidade de perspectivas entre os cidadãos sobre o que é igualmente bom para todos.

    Além disso, a concepção de justiça para Rawls estabelece que a autonomia dos cidadãos se constitui através de direitos, entretanto, Habermas defende não ser possível que "direitos" sejam associados a bens, objetos de posse, mas que devem, sim, regular as ações entre os indivíduos.

    Essa autonomia estaria associada a uma consciência coletiva, mas essa consciência não é universalmente válida. Em resposta a isso, à teoria rawlsiana, Habermas propõe uma teoria que dá lugar à discussão, ao debate. Pautada em uma razão comunicativa, a busca pela justiça asseguraria a todos "vez e voz", aproveitando as concepções morais individuais ao possibilitar a chegada a um consenso.

    Camila Almeida A. de Souza
    ccamila@aluno.ufabc.edu.br

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  90. Jurgen Habermas é considerado um autor comunitarista, um de seus mais importantes estudos foi a chamada teoria de ação comunicativa que ajudou no progresso dos estudos da filosofia moral e direito. Ele defende a importância e a continuação do debate no âmbito teórico, pois isso levará avanços na prática, expressas por normas mais abrangentes e mais justas. Para que seja possível, é necessário que se discuta, estude os pontos em conflito para que se possa chegar a um consenso. Portanto, ao afirmar que esse processo leva a melhores conclusões, Habermas também afirma que não existem verdades que sejam absolutas. Habermas segue a linha da chamada democracia deliberativa, na qual é importante levar em conta a decisão de todos os indivíduos de uma comunidade por meios de uma representação indireta, e também se aprofunda nos conhecimentos dos indivíduos que estão sendo representados utilizando-se de instrumentos como o debate e o diálogo.

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  91. Habermas também se destaca entre os comunitaristas. O autor critica Rawls, pois na medida em que é estabelecido o contrato social, ocorre, por parte de muitos indivíduos a quebra de suas respectivas autonomias, isso relaciona-se também com outro ponto defendido por Habermas no qual os direitos além de estabelecidos devem ser exercidos. Seu trabalho, a Teoria da Ação Comunicativa, valoriza o papel da comunicação e do debate teórico, através do qual são expressas as mais diferentes opiniões e formas de pensamento. Quando faz isso, o ser humano pratica sua razão, uma vez que dentro da sociedade tais questões irão sempre variar de individuo para individuo, a razão permite a elaboração de acordos que irão servir ao bem comum e a liberdade de todos.

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  92. Habermas é um autor comunitarista, mas traz uma nova abordagem em sua teoria. Há uma divisão entre duas esferas, que seriam o Sistema e o Mundo da Vida. O Sistema esta relacionado as relações materiais e institucionalizadas, o Mundo da Vida é a esfera de reproduções simbólicas, como a linguagem. No Mundo da Vida, teríamos maior liberdade de expressão e pensamento, de modo a através de uma visão subjetiva elaborar criticas, e chegar a um entendimento comum sobre o fato. Assim sendo, através da sua Teoria da Ação Comunicativa, diferente de Rawls, para Habermas o necessário para se chegar a um consenso sobre justiça não seria a elaboração de contratos mas sim a utilização de recursos linguísticos como as discussões para se chegar a um entendimento.

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  93. Habermas baseia-se num marxismo cultural, onde o instrumento de dominação é o conhecimento racional, explicitando a importância da comunicação. De acordo com o autor, há duas razões a ser usadas em uma comunicação: a instrumental e a comunicativa. E primeira é criada à partir de mensagens confusas no intuito de enganar o receptor através da conversa, sendo usada como um instrumento de dominação por parte do emissor. A segunda seria um diálogo mais claro para que ambos possam ser compreendidos.
    Há racionalidade dita pelo autor, ao aplicada no conceito comunicativo, ocorre uma divisão em duas esferas de discução: o sistema e munda da vida. O sistema seria a parte mais institucionalizada, em que ocorre as relações de produção amterial. O mundo da vida seria o lugar disposto no sistema, onde há discuções sobre o sistema, com relações de produção simbólica através da linguagem. Esse mundo da vida também é composto por 3 fatores: a cultura, a personalidade e a sociedade, os quais exercem grande impacto nas discuções.

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  94. Jurgen Habermas pode ser encaixado junto aos pensadores comunitaristas, mas com uma linha de pensamento voltada para as ideias marxistas. Habermas baseou seus maiores esforços e trabalhos, na construção de um novo sistema comunicativo dominante, fazendo análises e buscava modificações no sistema comunicativo existente. Além de sua análise e tentativa de modificações do sistema comunicativo, Habermas focava também seu trabalho em analisar o mundo da vida, um mundo concreto, algo que seria não institucionalizado, algo como o dia-a-dia dos indivíduos de uma sociedade, esse mundo seria como um lugar onde houvessem, discussões, debates, e a prposição de ideias, pois para isso nos seria possível na dimensão do sistema.

    Com isso para Habermas, o mundo da vida permitiria aos indivíduos uma troca de ideias, posicionamentos e convicções, levando em consideração o contexto em que vivem, e assim esses indivíduos, seriam capazes de chegar a um entendimento, sendo que a razão instrumental serviria ao mundo como sendo algo que intervisse, de maneira que este mundo necessitasse de ser controlado e que não produz esses consensos.

    Sendo assim com a possível afirmação do mundo da vida, Habermas acreditava que os indivíduos de uma sociedade, com a pluralidade de vozes, pudessem chegar a consensos, com a troca de convicções e debates de ideias e posicionamentos isso seria possível, tendo a particpação de todos e podendo chegar à justiça de forma racionalizada.

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  95. Habermas se destaca entre os comunitaristas por sua Teoria da Ação Comunicativa. O ser humano se expressa através da comunicação, mostrando seus desejos, gostos, opiniões etc. Neste processo exercita-se a razão (dividida entre comunicativa, que resguarda a liberdade, e instrumental que gera dominação). Em Habermans a comunicação se dá em três esferas: a do objetivo físico; a do social; e a do subjetivo. Bem, por conta dos desejos e individualidades de cada pessoa, há sempre conflitos e estes conflitos geram acordos e eles surgem através da comunicação exercitada pela razão que quando é comunicativa defende a liberdade. Há também de se considerar que os acordos podem ser provisórios, podem mudar com o tempo, visto que as opiniões e desejos mudam de acordo com desenrolar de cada sociedade, então, seriam feitos novos acordos consequentemente.

    Fica claro então que, para Habermans, ao que parece, é através da comunicação que chaga-se a um bem comum e que a linguagem trás consensos importantes para dar estrutura a uma teoria de justiça.

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  96. Para Habermas, é por meio da ação comunicativa que se caminha na direção de uma sociedade mais justa. Segundo o autor, através do debate alicerçado na razão podemos entrar em consensos e assim promover uma estrutura mais igualitária e que favoreça o bem comum.
    A teoria de Habermas se baseia na observação de que os atos de comunicação são sempre os mais executados pelos indivíduos e, deste modo, sua proposta é a de que todos os cidadãos possam ter iguais condições para colocar suas posições nos debates públicos, de forma a promover maior autonomia e pluralidade dentro do regime democrático.
    Portanto, o autor defende a democracia como sistema ideal para o bem estar e o bom convívio humano. Foi na democracia que ele se formou e ela é sua principal inspiração de estudos, de forma que é baseado em suas experiências dentro do regime democrático que Habermas formulou sua teria comunicativa.
    A comunicação é então não somente responsável pela transmissão, mas principalmente pela própria construção dos conhecimentos, sendo através dela que o indivíduos podem criar condições para estabelecerem um mundo melhor para todos viverem e conviverem.

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  97. Habermas sustenta combater a obstinação do materialismo histórico marxista na crítica social. Ele reconhece, como sobreposição de consenso Rawls e na teoria do pluralismo, a viabilidade potencial de uma infinidade de teorias críticas. Necessita de alto-falantes para coordenar a sua ação e busca individual (ou conjunta ) de objetivos , com base em um entendimento comum de que as metas são inerentemente justas. A comunicação inter- subjetiva , então, torna-se a força modeladora por trás de uma reconhecida pluralidade de modos de críticas. Tem uma tendência decididamente linguística , como define atos de fala do que depender de razões e justificativas para suas reivindicações de verdade serem válidas. Ao criar a necessidade de o locutor se justificar , Habermas cria uma definição específica de expressão aceitável que pode ser validamente aplicada. Locutores concordam, porque eles são motivados por justificativas racionais, e seus argumentos são válidos porque eles são justificados.
    Ação comunicativa, no entanto, não é simplesmente limitado ao discurso e chegar a um acordo sobre o conteúdo das normas. Coordenar as ações através do discurso também faz parte da teoria, e uma parte que é particularmente importante.
    Habermas faz uma distinção entre ação comunicativa em um contexto social e ação estratégica. Ação estratégica visa cumprir uma agenda e não vem necessariamente à conclusão mais racional por meio do discurso. O ponto de ação estratégica é convencer os outros a chegar a um acordo sobre uma ação que vai levar ao sucesso para todos os envolvidos. Ações estratégicas são abertas ou ocultas. Se uma ação estratégica está aberta, então todos os participantes do discurso estão cientes da motivação estratégica subjacente. Se ele está escondido, então pelo menos um participante pensa erradamente a ação ser comunicativa quando é conhecido pelo resto por ser na realidade estratégica. Ação comunicativa, por outro lado, não se baseia no sucesso, mas consiste em tentativas de atores para definir cooperativamente no contexto de sua interação, de tal forma a permitir a busca dos planos individuais. É a forma paradigmática da ação social orientada para alcançar o entendimento.

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  98. Em seus discursos Habermas expõe suas considerações sobre as falhas nas teorias rawlsianas. E defende a ética do discurso argumentando que como ponto principal essa teoria dissemina uma relação mais significativa entre o sujeito e o objeto.

    A dedicação intelectual de ambos autores estão direcionadas para um dos principais problemas relacionados a democracia moderna. Um desses entraves é a criação de consenso entre os indivíduos sobre política e democracia. Jurgen Habermas traça um caminho bem diferente ao de Rawls na busco por esse consenso.

    Na visão de Habermas, esse consenso se alcançaria por meio de comunicação linguística entre todos num discurso ideal, que pode ser considerado uma teoria por essência procedimental. Já na teoria de Rawls, a posição inicial que é o não favorecimento de um em detrimento de outro.

    E as diferenças entre as teorias desses dois autores seguem caminhos não convergentes, principalmente com relação a seus objetos teóricos. Na teoria de Habermas existe o adcional de um conjunto maior de elementos, que envolvem questões religiosas, morais ou políticas. Enquanto Rawls lida com teorias puramente políticas em seus estudos.

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  99. A importância que Habermas confere à comunicação e à discussão é muito envolvente. A conceituação da “esfera pública” nos remete à Ágora grega, aos cafés franceses ou às casas de chá chinesas. Locais onde se comentavam, os acontecimentos, se discutiam negócios e política, e muitas vezes se decidiam o futuro de um país.

    Montar a sua teoria social crítica em cima de um sistema racional de comunicação (comunicação racionalista) faz parte de seu esforço para montar um entendimento pessoal e social através do diálogo. È uma visão interessante, que merece uma análise mais aprofundada, inclusive dadas as críticas que recebeu de que seu sistema de comunicação é utópico e idealístico.

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  100. Habermas coloca-se no debate apresentado na disciplina de maneira indireta. Sua teoria é composta por muitos aspectos distintos, podendo ser encarada do ponto de vista sociológico e filosófico. Pertencente a Escola de Frankfurt, está claramente fora do contexto anglo americano exposto no decorrer do quadrimestre. A Escola de Frankfurt é uma escola de filosofia alemã, que possui muitos representantes, todos influenciados fortemente por autores como Hegel, Marx, Freud e Kant. A principal crítica da Escola se dá à ‘razão iluminista’ e às ideias positivistas.

    Uma preocupação central de Habermas é o uso da linguagem e a comunicação entre as pessoas. Os indivíduos, segundo as ideias do autor, estão inseridos dentro de uma linguagem – ideia muito semelhante à de Taylor. A valorização da linguagem levou Habermas a valorizar também o debate, o que depende necessariamente de uma interação social. Essa interação, que pode ser vista como a comunicação, se dá em diversas esferas da vida – política, religião, educação e até mesmo a mídia. Essa interação entre os indivíduos gerará o conceito de “ação comunicativa”. Ela necessariamente ocorre dentro de uma determinada linguagem e entre os indivíduos. Mas Habermas também fala de outro tipo de ação, a “ação racional”, que é a ação que se direciona a um determinado fim.

    Na lógica iluminista, a razão é sempre voltada para um fim, o que inibe a possibilidade de debate. Habermas critica isso. Ele quer fomentar o debate, quer fomentar a interação social, pois acredita que o debate possibilita a ‘libertação dos indivíduos’. É através da comunicação que o ser humano pode tomar consciência de si e dos problemas existentes ao seu redor e consigo mesmo, é através da comunicação, da ação comunicativa, que pode-se construir uma justiça.

    Neste ponto Habermas difere de Rawls. Não acredita o alemão na possibilidade de se desprender de sua linguagem e de se botar em uma ‘posição original’, como propôs Rawls. A construção de uma sociedade justa é gradual e depende da comunicação, pois é essa interação que permite se quebrem valores e convenções sociais dadas na sociedade tal qual ela é hoje, e se construam novos valores e ideais de justiça.

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  101. Embora Habermas sempre contraponha a teoria rawlsiana à sua “ética do discurso”, aquelas críticas não podem de modo algum ser lidas apenas como a reivindicação de um autor em favor de sua própria teoria. Ao contrário, Habermas freqüentemente analisa a “justiça como eqüidade” à luz de seus próprios pressupostos, que apenas em alguns momentos são frontalmente questionados. Habermas se dedica a mostrar que o projeto rawlsiano falha quando não consegue atender às suas próprias reivindicações.
    Ele questiona se Rawls realmente levou a sério o procedimento que propõe, visto que adota um modelo que, partindo de uma posição original, elabora de uma vez por todas os princípios de justiça que os cidadãos se limitarão a receber e vivenciar, sem que possam reconhecer-se como seus autores nem submetê-los a revisão. Questiona também se Rawls conseguiu como pretendia a integração entre a liberdade dos modernos (direitos da autonomia privada) e a liberdade dos antigos (direitos da autonomia pública), uma vez que submeteu o segundo princípio de justiça (que trata de igualdade) ao primeiro (que trata de liberdade). Por último, questiona ainda se Rawls age certo quando renuncia à pretensão de verdade para sua teoria, porque desconfia que a “razoabilidade” da “justiça como eqüidade” já não consegue tomar posição entre aceitabilidade racional com vista à justiça e mera aceitação social com vista à estabilidade.

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  102. Habermas em seu trabalho busca a construção de uma teoria social que tenha a capacidade de interpretar de forma critica a realidade social contemporânea. Para ele, o homem é um observador participante e uma questão importante a ser destacada seria um entendimento da ação comunicativa e suas consequentes implicações ao indivíduo e à sociedade a qual está inserido.
    Sendo um defensor da democracia, propõe uma Teoria do Agir Comunicativo, a qual se baseia no fato de que nossas ações cotidianas são reflexos de processos racionais na natural procura do homem de ser compreendido e passar sua mensagem, isso porque o indivíduo quando em contato com outro, realiza a tentativa de se fazer entendido, para que em geral consiga alcançar certos objetivos individuais, de forma a aceitar sua inserção com os valores comuns na sociedade da qual faz parte.
    Nos apresenta uma distinção entre três mundos, sendo eles os: mundo objetivo, que classifica como a composição física das coisas; o mundo social, no qual se é construído as relações interpessoais, e o mundo subjetivo que se faz compreendido através do patamar sentimental e de consciência de cada indivíduo.
    Logo, o pleno sentido de democracia seria entendido com uma efetiva participação do indivíduo no processo democrático, buscando a discussão e elaboração conjunta e não de forma indireta, por uma representatividade muitas vezes falha.

    Victor Pinho de Souza

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  103. A teoria de Jurgen Habermas se opõe às ideias de Rawls sobre o indivíduo racional na “posição original”, e se baseia na distinção entre racionalidade comunicativa e instrumental, por considerar a comunicação e a linguagem como elementos centrais da racionalidade, sendo impossível se desprender de sua linguagem para se colocar em uma “posição original”, como defende John Rawls. O agir comunicativo seria aquele em que os indivíduos se comunicam para se entenderem e entenderem sobre alguma coisa, de forma a chegarem a consensos. O agir intrumental seria aquele pautado na utilização da comunicação para fins individuais de enganação e dominação.

    
Ele divide o mundo em três concepções:
    1. Objetivo: mundo dos objetos e das coisas físicas, no qual os indivíduos se guiam por um agir teleológico;
    2. Subjetivo: mundo subjetivo, definido pelas relações internas dos indivíduos;
    3. Social: mundo das artes e das culturas, que estabelece o cumprimento de regras e um agir normativo.

    Habermas acredita que agimos pelo modelo normativo, uma vez que somos submetidos a leis, instituições e autoridades, que acabam por modificar nosso comportamento. Para o autor as instituições deveriam ser extintas, de forma que o consenso sobre os princípios que regem a sociedade deveria ser construído pelos indivíduos que fazem parte dela.

    Danielle Romana Bandeira Silva
    RA: 11060011

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  104. Habermas vem contribuir para a discussão acerca da filosofia moral e do direito ao sugerir em sua teoria a ação de cunho comunicativo. Assim como Sandel, porém fora do contexto Estadunidense da discussão, Habermas propõem que é a partir do debate teórico haverá um reflexo para as questões práticas da sociedade através de normas mais justas e abrangentes a realidade das pessoas que compõem a sociedade.

    Para o autor as comunicações que os sujeitos estabelecem entre si, mediadas por atos de fala, dizem respeito sempre a três mundos: O Mundo Objetivo, que é o mundo dos objetos, um mundo tangível, um mundo físico. O Mundo Subjetivo, o mundo da mente, das ideias, da consciência. E o Mundo Social, o mundo da arte, da ciência, onde a expressão do agente se da por um meio cultural.

    Por fim, Habermas postula a ação comunicativa como base para que possa haver justiça. Sendo que a ação comunicativa se dá através da interação do homem com o mundo. Habermas propõe ainda, um modelo ideal de ação comunicativa, em que as pessoas interagem e, através da utilização da linguagem, organizam-se socialmente, buscando o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna.

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  105. Habermas é considerado um autor comunitarista. Defende a democracia, dizendo que os indivíduos são agentes participativos que através da comunicação eles possam debater sobre justiça, defendendo a liberdade de todos.
    Habermas assim como Sandel, Sen entre outros, também critica a ideia defendida por Rawls de posição original e véu da ignorância, onde um indivíduo longe de sua cultura, de sua posição social vai decidir as regras da sociedade. Habermas não concorda com isso, pois, ele acredita na democracia onde todos devam participar das escolhas, essa ideia de escolha não daria certo.
    Ele divide o mundo em três concepções diferentes, a primeira seria do objetivo, onde ele acredita ser a composição física das coisas. O segundo mundo social, onde se da a relação entre as pessoas, e o último seria o mundo subjetivo que seria guiada pelo sentimento, pela opinião de cada indivíduo.

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  106. Jürgen Habermas é mais um autor que segue uma linha oposta à de John Rawls ao propor não uma única teoria da justiça e não considerar um nível alto de abstração nas suas ideias. Habermas faz isso defendendo uma ação comunicativa entre as pessoas. Ou seja, que haja comunicação entre dois indivíduos para que se escute a opinião do outro e se leve em consideração, pois sem isso todos teriam apenas suas opiniões pessoais e não levariam em conta nada do que ocorre fora disso. A ideia não é que isso leve a um ponto em que as pessoas escutem todas as opiniões umas das outras, acatem elas mesmo que por mais opostas às suas ideias, e todos se tornem seres chamados normalmente de "em cima do muro". A ideia é que apenas se leve em consideração a ideia do outro, para não levar ao extremo a sua concepção das coisas. Isso será uma base para que possa haver justiça, pois a ação comunicativa é uma interação do ser humano com o mundo ao seu redor. A justiça ocorre de maneira que as pessoas, utilizando a linguagem, organizem-se de maneira social e busquem um caminho do meio, sem os extremos.

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  107. Habermas tem uma grande preocupação com o uso da linguagem e a comunicação entre as pessoas. Para ele, a linguagem deve ser valorizada pois o ser humano está inserido na linguagem, e não ao contrário. A linguagem leva ao debate, e o debate é algo que depede da interação social, o que leva à chamada ação comunicativa.

    Habermas se opõe muito a John Rawls no que se refere à abstração do mundo concreto. Rawls tem um grau de abstração maior que o de Habermas quando mostra suas ideias de posição original e de véu da ignorância. Habermas não acredita que seja possível se separar da linguagem e chegar a uma posição original.

    Por fim, Habermas defende a linguagem e a comunicação como essenciais para a construção de uma sociedade justa, pois a atuação da linguagem e da comunicação junta da sociedade é o que permite que haja um rompimento com valores pessoais "extremos" e que se abra um caminho entre os extremos para formar novos valores justos.

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  108. Jurgen Habermas sendo uma autêntico discípulo da escola de Frankfurt não poderia ficar restrito ao cenário do que “está dado”, como herdeiro da escola alemã, em contraposição (ou complementação) aos teóricos da escola britânica, vai tentar buscar as causas do cenário atual, como se diz popularmente, vai buscar a raiz dos problemas.
    Para Habermas, cujas teorias vem em oposição a Rawls, principalmente no conceito de posição original, a comunicação seria a única forma de se encontrar o melhor caminho para se estabelecer uma sociedade mais justa e acima de tudo, para atingirmos a racionalidade necessária.
    O autor destaca três subdivisões :
    - Mundo objetivo, o mundo real, tangível , o cenário que temos
    - Mundo subjetivo, o mundo dos pensamentos , das ideias e da consciência
    - Mundo social, o mundo das artes, da criatividade .
    Temos nas teorias de Habermas uma profunda preocupação em fornecer aos indivíduos o direito de se expressarem, de se comunicarem a respeito do que os agride, do que eles anseiam e do que pode ser eleito como prioridade a cada ser humano extrapolando o socialmente aceito.

    Alexandra Saphyre de Oliveira RA 21072812

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  109. Habermas em sua obra "Teoria da Ação Comunicativa" concebe a ação comunicativa, como uma comunicação livre, racional e crítica, própria da democracia deliberativa, sendo alternativa à razão instrumental que produz a objetificação de uns pelos outros, conforme sua posição social, entre outros fatores, tendo como produto a dominação.
    Dá uma grande importância à linguagem e mostra que a própria ideia da posição original e do véu de ignorância foram concebidas lançando mão do conhecimento que temos hoje, sendo assim impossível a aplicação do sujeito imparcial, não influenciado pelo social, que contribuiria para a redução das desigualdades de bens espontaneamente. Ficam claras, portanto, a influência do pensamento marxista no modo de entender as relações sociais e o total apoio à democracia, e sua grande crítica à Rawls.
    O autor emquestão também teoriza sobre o Sistema e o Mundo da Vida, abrangidos pela razão instrumental e pelas ações - racionais e comunicativas, respectivamente. O homem é observador e participante, interagindo através das planos Objetivo, Subjetivo e Social, nos quais estrutura diálogos e define formas de conduta.
    Na busca de fazer com que todos sejam ouvidos e haja a garantia de ação, a Justiça entra no papel de asseguradora e monitoradora do debate, pois direitos devem ser exercidos. Para tanto, componentes do Sistema - como a Economia, por exemplo - não devem se sobrepor à ação comunicativa, para que haja a discussão pública em um sentido participativo.

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  110. Carolina Fátima de Oliveira e Marques Paula
    RA 21006412

    Jürgen Habermas é um filósofo alemão nascido em 1929. É um dos maiores defensores da democracia e um dos integrantes da Escola de Frankfurt. Habermas levanta a questão do papel da razão na emancipação social.

    Sob a ótica da esfera do mundo da vida, na qual a linguagem é responsável por construir consensos, Habermas afirma que o ser humano é materializado, "coisificado". Para que essas relações que nos oprimem sejam destruídas, é necessário que usemos a razão, pois ela revelará essas relações opressivas. A razão é emancipadora e libertadora.

    Habermas é adepto de um viés de pensamento que vai além do que podemos ver, ou seja, ele acredita que as coisas não são o que são, o que vemos. Ele acredita que devamos tentar desvendar o que está por trás daquilo que enxergamos. Para desvendar, usaremos a razão comunicativa, ou seja, aquela que faz uso da crítica e busca libertação.

    Uma das principais obras de Habermas é "A Teoria da Ação Comunicativa". Ao elaborar essa teoria, Habermas fez uso de diferentes linhas teóricas e vertentes. Mesmo sendo representante da Escola de Frankfurt, o filósofo alemão considerava de grande importância a análise de opiniões divergentes, tais como o marxismo, o funcionalismo, a fenomenologia e até mesmo os críticos da Escola de Frankfurt.

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  111. Jurgen Habermas é um pensador que dá ênfase ao regime democrático e à comunicação entre as pessoas que este permite, a qual se expressa na forma de deliberações e debates de razões e argumentos dentro de uma comunidade, sempre na pretensão de se buscar um consenso.

    Em seu pensamento há duas esferas presentes na vida dos seres humanos: a esfera sistêmica (Mundo Administrado) e a esfera do Mundo da Vida.

    A primeira traz consigo uma razão que opera de modo a manter, como a própria denominação dessa esfera sugere, o sistema vigente da sociedade em questão. Esta racionalidade é chamada de instrumental, pois considera os homens enquanto simples meios, dominando-os com violências implícitas, e não enquanto fim (como determina a ética).

    Por outro lado, a segunda esfera também traz consigo uma racionalidade própria que surge como uma reação às violências da esfera sistêmica: a razão comunicativa (ou racionalidade de emancipação).

    Para Habermas, a democracia é o melhor regime do qual a humanidade dispõe, e, portanto, aquele que a leva mais próximo da realização da ideia de justiça, na medida em que é o único que permite o ‘confronto’ entre estes dois tipos de razão, já que a razão emancipadora, bem como os potenciais de emancipação, só são possíveis de existir nas condições que este regime proporciona, isto é, condições de discussão de livre e igualitária.

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  112. Habermas é um filósofo alemão cuja corrente intelectual pertence à Escola de Frankfurt. Sua teoria da justiça foi construída a luz da vertente marxista, na qual destaca que os indivíduos são caracterizados na sociedade segundo o seu papel no processo de produção de riquezas. Habermas analisa a sociedade e nela identifica a opressão como sendo um agravante da modernidade, que deve ser solucionado.
    Para que as relações de opressão sofrida pelos indivíduos sejam sanadas, o autor propõe a aplicação da razão, apresentando assim duas dimensões da ideia de racionalidade: uma libertadora, com caráter comunicativo e que demanda internações sociais, e outra instrumental, que funcionaria como ferramenta auxiliadora da opressão. Em sua análise, Habermas ainda teoriza sobre dois mundos: um que é "Posto" e outro que é "Da Vida". O primeiro se trata da razão instrumental, relacionado à esfera sistêmica. Já no segundo, os indivíduos se tornariam livres e responsáveis pelas próprias ações. Posto isso, há necessidade de distinguir ação comunicativa de ação racional. A ação comunicativa é aquela referente à razão do mundo “da vida” que estimula diálogos em toda a sociedade. Já a ação racional está relacionada aos fins, pois teoriza e estima as finalidades.
    A teoria da justiça de Habermas constrói-se a partir da concepção de que uma sociedade justa é uma sociedade democrática, sob a qual se aplica a teoria do mundo “da vida”, onde se busca o consenso social por meio do qual as pessoas dialogam e debatem de maneira harmônica.

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  113. Habermas, autor vinculado a Escola de Frankfurt, que tinha como principal questão: QUAL O PAPEL DA RAZÃO NA EMANCIPAÇÃO SOCIAL?, se perguntava s há uma razão instrumental que é instrumento da dominação e se há uma razão instrumental que é instrumento da liberdade.
    Assim existem duas esferas em que se desenvolve a sociedade:

    1-A esfera sistêmica: que tem como característica a manutenção do sistema;
    2-A esfera do mundo da vida: que tenta romper (emancipar) a razão. São as relações de reprodução simbólica através de linguagem que constrói consenso.

    Tal vinculação a Escola de Frankfurt, o fez ter leituras de Hegel, Marx, Freud e Engels, perfectiva oposta ao víeis apenas analítico, e sim uma leitura hermenêutica, onde a interpretação e pelo que está além da simples observação.
    Ao diferenciar os tipos de racionalidade, por aquela que liberta e aquela que serve ao interesse da dominação coloca como maior problema a opressão, que torna o sujeito objeto. Esse fenômeno de “coisificação” é muito comum nas sociedades capitalistas e dese ser combatido, a razão permite que o sujeito se liberte desse fenômeno e o dialogo permite o reconhecimento dos níveis de dominação.
    Mas, alerta, que a diferenciação “sistêmica” e “do mundo da vida”, estão entrelaçadas, uma não implica o descarte da outra. O entediamento do “estado das coisas” precisa ser uma conscientização das esferas da vida, que se dá na construção das relações a partir dos diálogos, principalmente nos espaços públicos.
    Portanto, a sociedade democrática é aquela que respeita indivíduos, sendo a democracia deliberativa a resposta para a sociedade.


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  115. Habermas por estar vinculado com a escola de Frankfurt, entra no debate sobre justiça de maneira distinta, ele trata de analisar as teorias sociais aplicadas as democracias nas sociedades capitalistas que são consideradas de grande avanço.Analisando esta sociedades e tendo sempre a democracia como plano de fundo, ele vê na razão e na ação comunicativa, papeis importantes para se produzir sociedades mais justas para se livrar da estrutura de dominação que ele vê por causa da influência de seus antecessores na escola de Frankfurt.Contudo é através deste papel da razão que se dá processo de emancipação social.
    Para esta emancipação social, ele defende a mudança de agir, do estratégico para o comunicativo, pois ambos são modos de agir racionais, no entanto, o 1°agir é individual e não tem consciência social pelos demais, porque não está aberto ao debate, por isso o 2° agir nos dá a possibilidade do debate e de conscientização social e nos encaminha para um consenso, e é através deste consenso que conseguiremos respostas, o que é difícil na tradição hermeneútica, para problemas objetivos, dada a importância da discussão e do debate pública para a construção de uma teoria social congruente que satisfaça as necessidades da sociedade.

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  116. Habermas consegue visualizar e criar, na crítica à razão instrumental, um novo paradigma: a razão comunicativa, ou seja, o autor percebe que a razão instrumental é apenas um tipo de razão, e sua crítica não deve ser direcionada à razão como um todo (como Weber e outros autores fizeram). Habermas "propõe uma tipologia da ação que tenha por base uma compreensão dialógica, relação entre ao menos dois sujeitos capazes de falar e de agir, e um modelo de interação social, o agir comunicativo."
    O que o autor quer acabar com a pressão e a dominação que ocorre por meio da razão utilizada pelo Sistema, para mantê-lo.
    Estes seriam os principais elementos de um modelo organizacional baseado na teoria da ação comunicativa, de acordo com Rezende, 1995:
    " - Libertação do mundo da vida dos imperativos sistêmicos, mediante uma desregulamentação e desmonetarização de suas estruturas (cultura, sociedade, pessoa). Na prática, isto implica em:

    a- Luta contra os imperativos financeiros e burocráticos que regem a produção tanto cultural quanto científica; controle público sobre os meios de comunicação de massa com vistas a garantir uma formação democrática da vontade;

    b- Enxugamento progressivo da tecitura legal que rege as relações entre pessoas enquanto componentes de uma estrutura social normativamente legitimada. Preocupar-se mais com o conteúdo das normas do que com sua processualística. Promover uma moralização dos temas públicos, via discussão política, aberta a todos;

    c- Restringir ao máximo a legislação sobre a família e a escola e empreender a sua desburocratização radical, visando assegurar a formação de uma personalidade autônoma;

    2 - Manutenção dos sistemas econômicos e administrativos guiados pelos mecanismos do mercado e da administração burocrática mas submetidos a controle externo;

    3 - Este controle será exercido por associações espontâneas (vemos aqui as Organizações Não-governamentais, ONGs), organizadas na esfera dos espaços públicos autônomos (vemos aqui a presença dos Conselhos). Fica claro que sua força não advirá de mecanismos formais de poder mas de sua legitimidade;

    4 - Valorização de mecanismos de deliberação coletiva que estimulem o entendimento e não a mera conquista do poder (por exemplo, deliberação por consenso e não por votação)."
    Habermas propõe que o Mundo da vida (esfera regulada pela busca do entendimento através de procedimentos mediados linguisticamente) não seja 'engolido' pelo Sistema (esfera regida por mecanismos diretores auto-regulados como o mercado e o poder administrativo), e que, para que isto ocorra, é necessário a participação pública, o debate, os conselhos populares, de modo a utilizar a ação comunicativa para expandir, fazer compreender e legitimar as ações que irão afetar toda sociedade.

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  117. Habermas agrega uma visão além da usual estipulada pelos seguidores da escola anglo-saxã. Por vir de uma escola filosófica alemã recebeu maior influencia de Kant e Marx. Em sua obra “Teoria da Ação Comunicativa”, é mais um autor que dirige suas críticas a Rawls, em especial ao véu da ignorância e a posição original. Não é possível obter um indivíduo na posição original, já que o pertencimento a um meio social vai além de sua vontade e sofrerá influencias do mesmo. Devido a influencia de sua escola, faz críticas também a aqueles que confiam que o capitalismo e o avanço tecnológico são os únicos meios para as resoluções dos problemas globais.

    No seu trabalho, defende a ideia de que o indivíduo sempre busca ser compreendido ao tentar transmitir uma mensagem, e que os nossos atos são voltados para esta finalidade. Afirma que a sociedade está dividida em três mundos: o mundo objetivo (composição física das coisas), o mundo subjetivo (relativo aos sentimentos) e o mundo social (expressão de todos com debate entre as pessoas). O mundo da vida seria uma reunião de todos os três mundos citados acima.

    Ele também divide a razão em duas áreas: a institucional (cuja finalidade é a dominação da população, fazendo uso de ideias ambíguas e confusas) e a comunicativa (onde ocorre a expressão de ideias claras para compreensão e a construção de ideais). Uma teoria da justiça só poderia ser construída com a livre comunicação e construção de diálogos entre aqueles que compõem a sociedade, para assim ter alcançado um bem coletivo e consenso geral.

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  118. Habermas fez parte da escola de Frankfurt, sendo um autor com uma teoria diferente dos outros autores estudados em sala.

    Habermas possui uma influência do pensamento marxista. Ele defende que a razão é a base de nossas ações, pois estamos sempre buscando justificar o que fazemos e, ao mesmo tempo, "julgar" o que os outros indivíduos fazem. O autor faz uma crítica a Rawls, acreditando que o véu da ignorância dispensa a autonomia e a racionalidade das pessoas.

    Habermas mostra que existem dois tipos de razão, sendo a instrumental (dominação) e a razão comunicativa (liberdade). O processo de razão comunicativa é caracterizado pelo exercício da razão a partir dos desejos, das opiniões e dos gostos. O autor afirma que a comunicação existe em três esferas: a do objetivo físico, a do social e a do subjetivo. Por conta de existirem sempre ideias e pensamentos divergentes, sempre existem conflitos que geram acordos através da comunicação pela razão, ou seja, para Habermas, através da comunicação podemos chegar a um bem comum, assim como a linguagem possui importantes aspectos para a formação de uma teoria da justiça.

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  119. Habermas é um pensador da justiça comunitarista que parte da perspectiva marista para elaborar sua teoria da ação comunicativa, a qual contempla racionalidade, comunicação e ação. Habermas enfatiza a necessidade de se haver debates teóricos, o que propiciaria uma melhora na prática através da implementação das leis justas. Habermas acredita que a comunicação entre os indivíduos estão relacionadas a três mundo: o mundo objetivo que é o mundo físico; o mundo subjetivo que contempla o âmbito da consciência, e por fim o mundo social que consiste nas artes e consciência. O Estado para ele é um sistema político que rege a sociedade a qual por sua vez tem influência direta sobre o sistema político. Deste modo, Habermas critica Rawls por este se fundamentar no conceito do véu da ignorância, indo contra os princípios de liberdade e autonomia dos indivíduos. Pode-se suscitar que Habermas defende um governo pautado na democracia, onde os indivíduos tem liberdade para exercer sua autonomia, pois para ele, para que haja justiça é necessário o fim da opressão e a comunicação entre as sociedades.

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  120. Habermas foi um autor pertencente a escola de Frankfurt e foi fundamental no estudo final da discussões do liberalismo perante sua tradição ermeneutica da filosofia. Foi um critico da sociedade industrial moderna e a justiça moral que é imposta boa ou má. Sua principal questão foi trazuzida como " Qual é o papel da razão na emancipação social"? Sua critica vai ainda alem da opressão como de dominação e também os comportamentos humanos que possam coisifcar os outros, ou seja,a imoralidade pode ser dita como uma das formas de opressão e o individuo nao pode em hipotese nenhuma ser transferido como tendo papel de objeto. Pode ser um objeto de desejo sofrendo diversas violencias. É necessário montar espaços para a razão se encontrar entre as diversas classes de individuos e ter mecanismo que defendam essa razão. O mundo do sistema formal e sua racionalidade não pode então inibiar o mundo da vida, tem que se debater a razão formal e sistematica e também a razão interativa.

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  121. Em sua teoria, Habermas explicita que as ideias de verdade justiça e liberdade estão inseridas em nossa fala do cotiano. Toda comunicação é exercida pela fala entre as pessoas. Nesta questão se tem a participação de três mundos: o social, o objetivo e o subjetivo.
    Segundo a teoria da ação comunicativa
    Segundo a teoria da ação comunicativa, a compreensão linguística é o mecanismo com capacidade para coordenar as ações sociais nas sociedades modernas. Os mecanismos de coordenação e ação são as características presentes na ação counicativa.
    Tal coordenação é entendida como um processo de cooperação para a interpretação de algo.
    O autor fala de ação comunicativa quando os planos de ação se dão por meio de atod de entendimento.
    Para se compreender sua teoria, é necessário ressaltar os conceitos de Racionalidade Instrumental, que seria o modo de agir interligado ao princípio de meios-fins. Ou seja, a intenção de se alcançar determinado fim com o melhor modo possível, tornando as perdas muito reduzidas. A racionalidade instrumental evidencia o poder subjetivo que um indivíduo tem em relação ao outro. Tal racionalidade também se liga à técnica cientifica.
    Já a racionalidade comunicativa foi defendida por Habermas, sendo definida como a capacidade que tem o individuo de interagir em grupo, com interesses semelhantes, com diálogos onde todos participam e são ouvidos. É evidente que há um interesse semelhante entre o grupo.
    O autor também fala sobre o Mundo da Vida, que por sua vez, é composto por três elementos: sociedade, cultura e personalidade. A cultura manifesta-se inserida em cada diálogo, apresenta variações entre as diferentes sociedades. Portanto, daí conclui-se que a teoria da ação comunicativa não apresenta a pretensão de ser universal, mas deseja se adequar à especificidade de cada situação.
    No mundo da vida também se desenvolve um ambiente próprio para que se exista um diálogo, que é entendido como a racionalidade comunicativa. O Estado e o sistema são os locais onde se habita a racionalidade instrumental. Neste lugar há a imposição de um poder sobre o outro, e também existem estratégias em relação aos meios e fins, onde não se é relevante as opiniões dos sujeitos. A invasão da racionalidade intrumental sobre o mundo da vida é entendida como a Colonização do mundo da vida, onde se existe a racionalidade comunicativa. Habermas enfatiza exatamente esta questão, pois segundo ele, é por conta dessa colonização que surgem todos os problemas resultantes do capitalismo.

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  122. Fica claro que Habermas dá grande valor à comunicação e a linguagem, tomando-as como fundamentais para definir a racionalidade, sendo esta o pilar central de suas idéias. Desta forma, foca-se na distinção entre dois tipos de racionalidade: a comunicativa - decisões são tomadas através do diálogo e todos tem o direito de serem ouvidos - e a instrumental (permeada por ideias de meios e fins), ambas levando a um agir condizente.
    Habermas cita a democracia deliberativa como condutora para a teoria da ação comunicativa. Três mundos participam da “comunicação” entre sujeitos:
    1) Mundo Objetivo - mundo dos objetos e coisas físicas.
    2) Mundo Subjetivo - mundo das relações internas de um sujeito.
    3) Mundo Social - mundo das artes e culturas onde prevalece o cumprimento de normas, logo, um agir normativo.
    Segundo Habermas, todos somos adeptos desse agir normativo pois a isso somos induzidos e obrigados por sistema composto por instituições que formatam o comportamento humano. Logo, seria melhor que tais instituições dessem lugar a consensos travados entre as pessoas. A saída, para ele, está no mundo da vida, em sua transformação, que só se concretizaria em uma sociedade regida pela comunicação ideal entre seus integrantes.

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  123. Habermas propõe um modelo de justiça baseado na comunicação.

    Para o autor, existem duas razões, a razão sistêmica e a razão da vida. A razão sistêmica é algo como “o que está imposto” e a razão da vida é o que se desenvolve durante a comunicação. Habermas faz parte da terceira geração da escola de Frankfurt, portanto, trabalha com uma visão neomarxista.

    Para o autor, a pior coisa que pode acontecer ao ser humano é ser oprimido. A emancipação em Habermas é quando se institui o fim da opressão. E para se terminar com a opressão, a razão da vida deve se impôr sobre a razão sistêmica. E para isto acontecer, é preciso haver uma esfera pública de debate. E é nesta esfera que a razão da vida pode se impôr sobre a razão sistêmica.

    Sua teoria é robusta, possui componentes culturais, sociais e políticos e é moldável. A única limitação que enxergo na sua teoria, é a de que existe o pressuposto da democracia. Apenas numas democracia é possível existir uma esfera pública de debate, onde o pluralismo possa conviver pacificamente.

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  124. A comunicação é o ponto fundamental da teoria de Habermas. O autor propõe uma teoria da comunicação como uma teoria crítica da sociedade, de modo que a ação comunicativa entre os interlocutores sociais é analisada segundo suas relações.
    Habermas enuncia que as ideias de verdade, liberdade e justiça estão subentendidas na nossa fala cotidiana e que toda comunicação é mediada por atos de fala entre dois ou mais sujeitos. Nesses atos, estão presentes três mundos: o objetivo (o mundo dos objetos físicos), o subjetivo (o mundo dos estados mentais ou da consciência) e o social (o mundo da cultura, da arte e da ciência).
    Habermas divide a racionalidade em duas partes: a instrumental -aquela usada para a dominação da população – e a racionalidade comunicativa – aquela que proporciona a comunicação entre os indivíduos e proporciona o entendimento e o consenso entre eles. O autor defende que é através da comunicação que se chega à um consenso e ao bem comum, necessário para a elaboração de uma teoria da justiça.

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  125. Este comentário foi removido pelo autor.

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  126. Habermas apresenta uma ideia bastante similar a ideia marxista de infraestrutura e superestrutura. Que é a ideia de que a racionalidade se divide em duas dimensões: O Sistema, que são as instituições de controle, como o governo, mídia, etc. E o Mundo da Vida, que é o mundo concreto, algo não institucionalizado, o dia-a-dia do individuo. Habermas apresenta o mundo da vida como sendo o lugar para as discussões, os debates, a proposição de idéias. Pois segundo ele, na dimensão do sistema isso não seria possível. Para o autor as comunicações que os sujeitos estabelecem entre si, mediadas por atos de fala, dizem respeito sempre a três mundos: O Mundo Objetivo, que é o mundo dos objetos, um mundo tangível, um mundo físico. O Mundo Subjetivo, o mundo da mente, das idéias, da consciência. E o Mundo Social, o mundo da arte, da ciência, onde a expressão do agente se da por um meio cultural. Há também uma distinção para o autor entre Razão Instrumental, que seria um instrumento de dominação, essa racionalidade define-se pela relação meios e fins, pela escolha de meios adequados para atingir determinados fins, pela escolha de alternativas estratégicas com vista consecução de objetivos. E Razão Comunicativa, que proporcionaria a liberdade, a critica e a racionalidade. Habermas postula a ação comunicativa como base para que possa haver justiça. Sendo que a ação comunicativa se dá através da interação do homem com o mundo. Habermas propõe ainda, um modelo ideal de ação comunicativa, em que as pessoas interagem e, através da utilização da linguagem, organizam-se socialmente, buscando o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna.

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  127. Habermas segue uma teoria de Ação Comunicativa que possuiu semelhanças com as ideias apresentadas por Sandel ao defender o debate teórico sobre questões praticas. Através desse debate seria alcançado o conhecimento necessário para a criação de regras e normas justas para a sociedade.
    É feita também uma divisão na racionalidade entre instrumental e comunicativa, sendo a primeira utilizada na dominação das pessoas e relações sociais, enquanto a segunda seria a comunicação entre os indivíduos sem o intuito de um dominar o outro.
    No geral Habermas diz que através da linguagem os indivíduos encontrariam a solução para as questões da vida cotidiana e chegariam a um acordo entre as partes que estariam em conflito. Para isso seria utilizada a racionalidade comunicativa, pois nenhum dos lados poderia vir com o intuito de dominar o outro.
    Assim seria necessária a liberdade para que todos tivessem o direito de debater e discutir entre si a fim de formar os acordos e debates sobre as questões cotidianas. Desse modo a justiça seria baseada nessa ideia de liberdade e conhecimento através da comunicação entre os indivíduos.

    Guilherme N A Melo
    R.A. 21050512

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  128. Junger Habermas argumenta que todas as nossas ações e diálogos possuem nelas algum nível de racionalidade, e é a partir deste ponto que ele formula sua teoria da ação comunicativa, afirmando que a sociedade se encontra num contínuo processo de desenvolvimento da racionalidade de forma a refletir isso em sua linguagem formadas em nossas interações sociais. Para melhor compreensão, Habermans divide a sociedade moderna em dois grupos,a esfera sistêmica, que abrange ações racionais e, a esfera da vida, onde estas ações são direcionadas pelos padrões regentes pelos padrões de relações entre indivíduos, e também divide situações reais e ideais da fala, uma vez que para se manter harmonia na esfera da vida, nem tudo que se pensa pode ser dito, onde a real simboliza o socialmente aceito e o ideal se dá quando se pode falar sem influências da sociedade em um discurso, onde a racionalidade é o determinante para as conclusões da fala.

    Fora a divisão da sociedade, Habermas divide o mundo em subjetivo, estados mentais, objetivo, coisas em si mesmas e, social, representantes científicos, artísticos, etc. de uma sociedade.Com estas proposições, Habermas e sua teoria da ação comunicativa procuram alcançar uma participação igualitária de membros numa sociedade através de ações comunicativas racionais de forma a se chegar a um consenso sobre valores que satisfaçam uma integração social e, consequentemente, princípios de justica, tal como outros comunitaristas, como Walzer e Sandel, procuraram exibir, onde este posicionamento também levou a inevitavelmente ao que parece a criticas as abstrações de indivíduo elaboradas por Rawls, nas mesmas bases de outros autores.

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  129. Habermas assim como Walzer e Sandel faz uma crítica à teoria de Rawls, pois para o autor não é possível que o indivíduo haja sob o véu da ignorância e se desvencilhe de seus princípios e crenças.

    Na obra de Habermas podemos perceber certa influência Marxista, ele divide a sociedade entre dois mundos, o da vida e o do sistema.
    O primeiro seria uma parte em que seriam feitos debates e a construção de conceitos como o de justiça. O segundo seria a economia, as relações de poder e a chamada lógica instrumental.

    Além disso, o filósofo também acredita na Teoria da Ação Comunicativa que visa a comunicação entre os indivíduos estabelecida entre a ligação do mundo subjetivo (sentimentos), objetivo (físico) e social. Segundo essa teoria, a comunicação poderia ser uma ferramenta que impulsionaria mudanças nos padrões existentes na sociedade atual.

    Marina Müller Gonçalves
    R.A.: 21082512

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  130. Jürgen Habermas é considerado um dos principais herdeiros das discussões da Escola de Frankfurt, no entanto, tenta se emancipar do pessimismo quanto às possibilidades da concretização do projeto moderno, como pensado no iluminismo. Para isso, coloca a capacidade emancipatória da razão no debate, e adota o paradigma comunicacional, concebendo assim a razão comunicativa -- a ação comunicativa -- como escape à razão instrumental, tendo em vista uma preocupação em superar a razão iluminista, já que a mesma é presa pela lógica instrumental, que encobre relações de dominação. Ao fazer esse movimento de retomada da essência emancipatória do projeto moderno, percebemos uma preocupação de Habermas em restabelecer junções entre democracia e socialismo. Para Habermas, a sociedade é constituída por duas esferas que coexistem, sendo o que ele chama de “o sistema” e “o mundo da vida”. O primeiro seria regido pela lógica instrumental (ajustamento de meios a fins), incorporada nas relações hierárquicas (poder político) e de intercâmbio (economia). Já o segundo é a esfera de reprodução simbólica, da linguagem, do emaranhado de significados que constituem específicas visões de mundo, sejam elas relacionadas a fatos objetivos, à normas do social ou aos conteúdos subjetivos. Habermas, acerca do direito positivo -- que põe o debate normativo para técnicos, juristas e especialistas --, o considera como mediador entre o mundo da vida e o sistema, e é dessa forma que as sociedades encontrarão justiça, com grande ênfase no agir comunicativo apoiado por vias do direito.

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  131. Partindo do contexto da Escola de Fankfurt e da Teoria crítica, Habermas não admite que o projeto moderno da racionalização se esgote na esfera que outros pensadores da Teoria crítica, como Adorno e Horkheimer, caracterizam como a racionalidade instrumental, o mundo do trabalho, da técnica e da produção que naturalizaria a dominação vigente. Segundo Habermas a transformação social, ou seja, a emancipação dessa ordem vigente que domina e oprimi certos grupos sociais não é realizada através de alterações do próprio mundo da produção e da técnica, mas através de outra esfera, de outra racionalidade que ele identifica: a racionalidade comunicativa.

    Afirmando a importância da linguagem Habermas reconhece a razão comunicativa como instrumento da liberdade. É através do entendimento mútuo, do diálogo, da comunicação, que os sujeitos conseguem atualizar e reconfigurar o mundo. A partir dessa racionalidade é possível questionar o mundo da produção.

    Enxergamos assim uma dualidade: uma esfera que compreende o mundo sistemático (da produção) e outra esfera que compreende o mundo da vida (significados discutidos pelo uso comunicativo da linguagem) que serve de pano de fundo às ações comunicativas: interações simbolicamente mediadas que visam ao entendimento mútuo.

    Habermas deposita suas esperanças no uso da racionalidade comunicativa. É através dela que se atualizam e se alteram sentidos sobre o mundo em suas múltiplas dimensões, podendo reconstruir de forma não opressora a realidade.

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  132. A ideia de Habermas apresenta conteúdo similar a ideia marxista de infraestrutura e superestrutura. Sua ideia se divide em duas dimensões, na qual a primeira seria O Sistema, que seriam os meios de manipulação como por exemplo o governo ou a mídia. A segunda dimensão seria o Mundo da Vida, este seria o mundo cotidiano do individuo, no qual serviria para o debate e proposição de ideias, afinal, na sua opinião na dimensão do Sistema isso não seria possível .

    Habermas também estabelece que a comunicação entre indivíduos , mediadas pela fala, se dividiriam em três mundos: o Objetivo, o Subjetivo, e o Social. Onde o primeiro seria como um mundo físico, concreto. O segundo seria um mundo de ideias e o ultimo um mundo de expressões culturais.

    Para o autor a ação comunicativa seria o principio para que a justiça ocorra. De modo que essa ação comunicativa seria a interação do sujeito com o mundo. Deste modo ele propõem um modelo para que as pessoas se organizem, entrando em consenso de forma livre da coação interna e externa.

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  133. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312

    Jürgen Habermas é um filosofo alemão seguidor da famosa escola de pensadores de Frankfurt.Em livro “teoria da ação comunicativa” Habermas propõe um modelo de justiça, tendo base a comunicação.

    Para Habermas, a razão é divida em duas vertentes: A razão sistêmica e a razão da vida. A razão sistêmica. A razão sistêmica é referente ao que já encontra-se estabelecido. Já a razão da vida é referente ao que se desenvolve durante a comunicação.

    Para Habermas, a opressão do indivíduo é inconcebível. Habermas defende a ideia de emancipação, que é referente ao fim dessa opressão. Para isso, é necessário que a razão da vida se imponha sobre a razão sistêmica, que esta só é possível através da existência da esfera pública do debate.

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  134. Jürgen Habermas apresenta duas definições para a racionalidade. Segundo o filósofo, existe uma razão Instrumental, que é utilizada como instrumento da dominação, e uma razão Comunicativa, que é instrumento da liberdade. Ele também nos apresenta a ideia de que existem duas esferas em que a sociedade se desenvolve, duas dimensões do mundo: A primeira é a esfera Sistemática, que engloba o sistema em si, e utiliza a razão Instrumental; enquanto a segunda é a esfera do Mundo da Vida, o mundo como ele é, e onde encontramos a razão Comunicativa.

    O mundo atual, diz ele, acaba muitas vezes oprimindo os indivíduos. Neste ponto vale lembrar que Habermas faz parte da escola de Frankfurt, que entende opressão como uma “coisificação” do indivíduo, tomar alguém como objeto. O indivíduo em certos momentos pode nem mesmo saber que está sendo oprimido, mas com a ajuda da razão (a baseada na comunicação, presente no Mundo da Vida) passa a entender sua situação e pode ser libertado. O diálogo é o que possibilita a Justiça e consegue resolver os embates existentes entre as diferentes opiniões e desejos dos indivíduos. Este debate deve ocorrer no mundo da vida, e não seria possível na esfera sistemática.

    As críticas de Habermas à teoria de Rawls estão ligadas principalmente à questão da Posição Original e do véu da ignorância. Para Habermas, alcançar a posição original é algo impossível, e ao criar regras que devem ser generalizadas para todos os indivíduos de certa comunidade o véu da ignorância acaba restringindo muito as liberdades individuais dos membros da sociedade.

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  135. Habermas se aproximou de Sandel ao defender que questões práticas devem ser teorizadas, além de diferenciar ações instrumentais (que ele dizia que eram voltadas à dominação) e comunicativas (que não envolviam o intuito de dominar).

    Dizia que a opressão era inconcebível, defendendo a emancipação da mesma via a razão da vida impondo-se sobre a sistêmica, defendendo o debate na esfera pública para que possa-se chegar a mesma.

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  136. RA: 21012612


    A questão inicial para o debate de Habermas é sobre qual seria o papel da Razão na emancipação social, para tanto, o autor explica que existem dois tipos de razão: a instrumental, que garante dominação, e a razão comunicativa, que é um instrumento de Liberdade.
    Segundo esta óptica, a sociedade teria se desenvolvido sob duas esferas: a sistêmica e a do mundo da vida. A primeira é uma alusão a super-estrutura de Marx, ou seja, instrumentos/instituições. A segunda trata da construção de consensos, uma reproducnao simbólica de linguagem que elabora debates e levanta discussões. As leituras hermeneuticas do mundo, que são interpretações feitas por Habermas, considerando suas referências básicas, acabam por aprofundar a ideia de que há debates que se escondem por trás de elementos cotidianos. O questionamento a esses elementos compõe o que o autor chama da razão comunicativa , essencial para que se revelem e destruam opressões multiplas. A razão seria a saída para acabar com as “coisificações” concientizando as pessoas sobre suas condiçnoes de dominação. Essa raΩnao libertadora não é individual, ela é comunicativa, a sociedade espera respostas através do debate que se dá sobre a esfera do mundo da vida, dando-se pela construção das relações na sociedade, especialmente em espaços públicos. Aqui fica explícito o apelo democrático do autor para que toda essa problemática possa ocorrer engenhosamente. A Democracia é o que dá vasão a emancipação dos individuos sendo um sistema politico que admite a individualidade e , portanto, a possibilidade dos cidadãos de intervir em suas próprias vidas.

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  137. Atrasado devido a motivo explicado ao professor (assalto)

    Habermas é um autor comunitarista que leva muito em consideração a comunicação e a razão. Ele diz que essas duas características são fundamentais para vencer o sistema de coerção que é imposto aos indivíduos. O autor propõe uma Teoria da Ação Comunicativa, dizendo que através da comunicação o ser humano demonstra seus desejos, opiniões, etc. Para ele nesse processo podemos observar a presença de dois tipos de razão, a comunicativa e a instrumental a primeira busca a liberdade e a segunda a dominação. Deparamos com a ideia do pluralismo em sua teoria pois Habermas diz que a existência de opiniões, gostos, desejos diferentes para cada indivíduo gera conflitos e esses conflitos só serão resolvidos com acordos e esses só são possíveis através da comunicação que quando provida da razão comunicativa estará sempre defendendo a liberdade.
    Vale lembrar que ele também leva em conta que desejos e opiniões individuais e coletivas podem mudar com o tempo e por isso o debate sobre qualquer assunto sempre deverá estar acontecendo pois se não for assim poderá acontecer a dominação por um estilo de pensamento. E nesse ponto Habermas diz que a razão é o agente emancipador do homem.

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  138. Habermas é um autor que se utiliza da essência das situações para que possa compreendê-las, lembrando que traz um forte traço das tradições marxistas, justamente por seguir ensinamentos da Escola de Frankfurt.
    Para compreensão de fato da sociedade, as atividades desenvolvidas pelos indivíduos e a situação da produção da comunidade como um todo são essenciais. O autor também prioriza muito o debate acerca do diálogo, comunicação como meio para alcance de uma sociedade mais justa.Portanto é de suma importância a existência de um espaço capaz de absorver os debates e alcançar consensos, o que acaba por ser um fator fundamental para definir a racionalidade, esse espaço que absorve os debates pode ser traduzido em democracia. Nesses debates Habermas vê como a possibilidade da criação de relações que não sejam opressivas, e de fato crítica a falha social que ‘coisifica’ os seres humanos. A visão de Habermas é de que individualidades devem ser respeitadas. Como em sua visão a comunicação dentro da democracia é onde esse ideal pode se concretizar, pode-se definir a linguagem como canal aos conhecimentos, já que a partir daí se terão decisões consensuais que trarão benefícios na convivência.

    Raquel Ribeiro Rios
    21008812

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  139. A tese fundamental de Habermas, a meu ver, é a de que os princípios da democracia liberal estariam de algum modo implícitos na própria estrutura da ação comunicativa -- isto é: do discurso orientado para o entendimento mútuo --, complementada pela tese de que a ação estratégica -- isto é: o discurso orientado para a persuasão do outro, e, assim, para o mero exercício discursivo de poder sobre o outro -- seria de algum modo parasitária à ação comunicativa e, portanto, não poderia ser tomada como fundamento do poder político e das estruturas políticas. (Em outros termos, Habermas propõe que existiria um universal "pragmático", implícito na própria lógica do discurso humano intersubjetivo, do qual decorreriam consequências normativas necessárias para a legitimidade das estruturas políticas.)
    Dito muito simplificadamente, a ação estratégica seria parasitária da ação comunicativa porque a ação estratégica pressuporia a ação comunicativa, para poder ser bem-sucedida -- isto é: pressuporia que o interlocutor cresse erroneamente que estar envolvido em uma comunicação orientada para o entendimento mútuo. É esse engodo o que distingue a ação estratégica do mero exercício de violência; no entanto, também é esse engodo o que compromete mesmo aquele que se serve da ação estratégica com a prioridade lógica da ação comunicativa, e, portanto, com a noção de que a ação comunicativa seria a concepção mais originária da racionalidade do discurso humano (em oposição à racionalidade meramente instrumental da ação estratégica).
    Disso decorreriam as muitas consequências normativas pretendidas por Habermas, incorporadas em sua noção de condições ideais de fala em que a ação comunicativa se observaria. Também muito resumidamente, essas condições consistiriam em que todos os concernidos por uma pretensão normativa proposta por alguém pudessem participar igualmente da discussão, e que todos os participantes estivessem igualmente abertos a demandar fundamentos para as alegações dos demais, bem como a ser demandados pelas suas. Habermas entende que discursos que respeitassem essas condições mínimas (condições de um discurso orientado para o entendimento mútuo) poderiam ter pretensão legítima de validade universal para seus resultados normativos.
    Como se pode notar, nesse sentido a proposta habermasiana é muito semelhante à rawlsiana, com a vantagem de superar, ainda que parcialmente, a abstração subjetivista tão criticada em Rawls, substituindo-a por uma abstração intersubjetivista fundada em constatações pragmáticas.

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  140. Habermas é um grande critico da sociedade pós iluminista, influenciado por Horkeimer, Weber e Durkheim. Seu pensamento possui base marxista, tem base na comunicação. O autor considera a linguagem e comunicação como pilares da racionalidade, que são consideradas por ele como pilares da libertação da coerção imposta aos indivíduos que vivem em sociedade. Para ele, também existem dois tipos de razão, a instrumental, que é utilizada como mecanismo de dominação e a razão comunicativa, que serve de ferramenta para libertação. Em sua concepção, somos oprimidos, nos tornando objetos, sem sentido e manipulados, e essa manipulação é inadmissível. O autor critica Rawls ao afirmar que é impossível desvencilhar-se de crenças e concepções, portanto o véu da ignorância seria algo impossível.
    Para Habermas, é possível alcançar um consenso através da comunicação através da razão, pois e a partir disso que se torna possível a transmissão de ideias e opiniões.

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  141. Habermas é um autor comunitarista. Em sua teoria ele diz que há racionalidade é uma forma de dominação e, por isso, faz uma diferenciação entre dois tipos de racionalidades: a instrumental e a comunicativa. A racionalidade instrumental é aquela que é utilizada para a dominação da população e das relações sociais. A racionalidade comunicativa é aquela que gera a real comunicação entre os indivíduos, e que ele acredita ser o que proporciona a liberdade e a crítica, possibilitando assim a construção de consensos e finalmente a justiça.
    O autor faz também a distinção de três mundos: o mundo objetivo, o mundo subjetivo e o mundo social. Mundo objetivo é o mundo dos objetivos e coisas físicas, da reprodução material; Mundo subjetivo é o que compreende as consciências e os sentimentos de cada indivíduo; E mundo social é representado pelas características culturais e artísticas expressa por cada sociedade.
    Habermas se baseia na ideia de que a resposta para construção de uma justiça maior é gerada a partir do diálogo, pois somos seres humanos, com sentimentos, vontades e modos de vida diferentes, então a conversa seria uma ferramenta muito útil para traçar um parâmetro a respeito de justiça que seja bom para todos.

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  142. [Atrasado]

    Habermas vê o mundo através de uma abordagem mais sociológica da justiça, ultrapassando alguns limites impostos pelas teorias liberais, que outros críticos dela não tiveram tanto sucesso em transpor. A sociedade é composta por duas esferas, divididas entre um sistema de relações de reprodução material, e o mundo da vida se dá por meio de relações de reprodução simbólica que depende da linguagem para construir conformidades. O agir comunicativo se se desenvolve dentro da comunidade, afastado de racionalismos institucionalizados pelo sistema. Portanto para Ele a Sociedade Justa é aquela capaz de manter o agir comunicativo individual, a liberdade de expressão.

    Rebeca D’Almeida - 21032410

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  143. Jürgen Habermas é um renomado filósofo alemão e com suas teses baseadas nos estudos da Escola de Frankfurt. Sendo assim, trouxe um novo debate acerca da justiça, adicionando um problema mais contemporâneo, que é a democracia dentro das sociedades capitalistas avançadas, como EUA, alguns países nórdicos e etc.
    Sendo assim, a forma encontrada para trazer justiça às sociedades atuais foi vincular a comunicação às mesmas, pois o problema em voga consiste na exploração baseada na "coisificação" do outro. Por esse motivo, segundo Habermas, a sociedade se torna injusta, pois as instituições e as pessoas agem como dominadores de outros indivíduos, privando-os da liberdade de pensar e argumentar. O conflito também é encontrar onde tais opressões se encontram, visto que, por vezes se encontrem diluídas e omissas dentro do sistema.
    Isto posto, Habermas crê que a razão atrelada à ação comunicativa poderão trazer maior justiças à sociedade, de forma que haja uma emancipação do indivíduo com a finalidade de se libertar das amarras exploratórias, pondo fim à opressão.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo - 21007812

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  144. Dentro dos comunitaristas, Habermas se manteve como o mais conciso. O autor ao falar sobre o mundo da vida, acaba por nos levar a uma abordagem muito mais sociológica de justiça. A inserção desta nova ideia nos debates ajuda a sobressair de alguns limites considerados demasiadamente conservados, mesmo para autores que se encontram confortáveis ao críticar a teoria liberal. A comunicação assume papel principal na teoria de Habermas e torna-se ferramenta extremamente eficiente para caracterizar os sistemas de dominação e as possíveis maneiras de vencê-los.
    O autor busca construir uma teoria social que critique e situe o indivíduo dentro da sociedade em que vive. Para ele, o homem é um observador participante e uma questão importante a ser enaltecida é um entendimento da ação comunicativa e suas implicações ao indivíduo e à sociedade a qual está inserido.
    A característica mais relevante levantada por este autor certamente é o fato de não se poder realizar mudança nas relações culturais sem a transformação das relações de produção. Sendo assim, quaisquer idéias e atitudes contrárias ao sistema, porém produzidas em seu interior, findam por impulsioná-lo ainda mais. Isso posto, ressalta-se a importância do agir pela comunicação, que se desenvolve no mundo da vida, longe da institucionalização da racionalidade promovida pelo sistema existente. Conclui-se então que uma sociedade justa será aquela que mais preservar o agir comunicativo de cada cidadão, ou seja, que mais promover a liberdade de expressão. Apesar da inclinação do sistema a englobar todo o conteúdo que lhe seja oposto, o agir comunicativo exercido constantemente e sem limitações parece ser a única maneira de participar, de maneira uniforme, cada vez mais pessoas nos litígios realizando a emancipação social por meio da razão.

    Gabriela Petherson
    21035812

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  145. Habermas pode ser entendido como um pensador que encontra como contexto filosófico para sua obra as ideias da Escola de Frankfurt. sua obra é marcada por uma opção hermenêutica, caracterizada por um rebuscado processo e ferramentas interpretativas para além do que está dado, em face da perspectiva liberal, permeada em grande parte pela filosofia analítica que se ocupa de estudar os fatos empíricos.

    Sua posição consiste em analisar a sociedade a partir de duas esferas: "sistema" e "mundo da vida". A primeira delas é representada por instituições sociais, poderes políticos e econômicos. Desse modo, é possível compreendê-lo a partir da lógica instrumental, uma vez que esta é incorporada às relações hierárquicas e de troca empreendidas na sociedade.

    O mundo da vida, por sua vez, é a dimensão comunicacional externa ao sistema, pela qual transcorre o debate e firmam-se os acordos, assim sendo o locus da construção das concepções de justiça as quais interessam ao debate que nos é caro.

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  146. Proveniente da vertente intelectual denominada como “Escola de Frankfurt”, Jürgen Habermas possui uma visão hermenêutica sobre o tema em pauta, diferentemente dos outros autores estudados ao longo do curso. Embasou-se nas teorias marxistas para fundamentar sua teoria e ao longo do texto procura atentar-se às questões relativas à comunicação, da mesma forma que Taylor e MacIntyre.

    Habermas, da mesma forma que Sandel, criticará as abstrações pregadas por Rawls. Para ele, não há meio de um indivíduo alcançar a posição original e estar coberto por um véu da ignorância. Habermas argumenta acerca da impossibilidade de um indivíduo se desvencilhar de suas crenças, tradições e etc. para desta forma elaborar uma teoria da justiça.

    Segundo ele, existem duas esferas na sociedade: a sistêmica e a do mundo da vida. A primeira diz respeito às atitudes das pessoas de acordo com a razão e o sistema. A segunda aborda as relações e individualidades entre as pessoas. É nesta esfera que, por intermédio do diálogo em um sistema democrático, poderão haver harmonia no debate entre os indivíduos. O autor alemão argumenta a favor da democracia, declarando que seria nesta situação a qual uma sociedade justa residiria e poderia vir a se desenvolver. É nesta sociedade em que haveria liberdade no que diz respeito ao diálogo entre os seres que nela estão inseridos, para que assim estes possam chegar a um consenso.

    Matheus de Almeida Rodrigues - 21039712

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  147. [ATRASADO]

    Habermas é um dos autores mais notáveis da Escola de Frankfurt, é considerado um comunitarista, e acabou construindo sua teoria influenciado pelo pensamento Marxista, ele foi fundamental para o final das discussões do liberalismo, ele acredita que as ferramentas teóricas são necessárias para a discussão filosófica, mas, não há um conceito centralizador destas ideias, além da própria razão. Elaborou a Teoria da Ação Comunicativa, que mostra a reação das ações humanas graças a grande vontade de se comunicar e ser compreendido. Há a razão instrumental, que é o instrumento para a dominação comunicativa, e há também a razão comunicativa, que é usada como meio de racionalidade. Graças a essas duas teorias Habermas coloca uma comunidade justa, como grandes debates sobre a capacidade de se comunicar.
    Habermas também é um crítico da sociedade industrial moderna, e também fala que não há necessidade de acordos sociais, o que é diferente de Rawls, os consensos estão então pautados em recursos lingüísticos.

    Rafael de Souza Cabral
    RA: 21072412

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  148. [ATRASADO]

    Habermas é um dos representantes da escola de Frankfurt, e defensor de que são necessárias mais ferramentas teóricas para estruturar discussões filosóficas de caráter crítico. Diferente dos outros autores estudados no decorrer do curso, Habermas utiliza uma corrente teoria com influência no pensamento Marxista, tendo também contato com as teorias de autores como Freud e Weber. Sua teoria é baseada na ideia de comunicação, ou seja, por meio da racionalidade todos os indivíduos buscam passar algum tipo de informação, que na maior parte das vezes diz respeito aos seus objetivos pessoais. Estas informações, segundo o autor podem ser transmitidas de duas maneiras: pela racionalidade instrumental (utilizada na dominação e opressão das relações sociais) e pela racionalidade comunicativa (que gera comunicação e entendimento, forma libertadora).

    Segundo Habermas a sociedade se dividida em duas esferas: a primeira é a do Sistema, que diz respeito a adequação dos meios aos fins, sendo assim trata do poder econômico e político que provém da produção material; a segunda se trata da esfera do Mundo da Vida, que é baseada nas virtudes e crenças em comum entre os indivíduos, ou seja, um meio simbólico que atua como plano de fundo da comunicação. Além dessas concepções, Habermas divide o mundo em objetivos, onde trata do sujeito referente aos sentimentos e racionalidades de cada um, e aquele que abriga tudo em sua composição física, o social das relações entre pessoas.

    Beatriz Luzia de Campos Manocchi
    RA: 21076512

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  149. Jurgën Habermas, é um caso à parte dentro da discussão da justiça. Vindo de uma teoria oposta à mais difundida nessa investigação, Habermas é um elo de contato entre a analítica e a hermenêutica, assim como um caminho para que este debate atinga outra possibilidade de desenvolvimento. Habermas é a porta de entrada para a ampliação de discussão do liberalismo e da sociedade organizada como o que é dado agora. Assim Habermas cria toda uma proposta baseada na linguística e na teoria crítica para lidar com a questão da justiça social, criando a noção de razão comunicativa, que seria a forma com a qual a sociedade tange a discussão, ou seja, pela comunicação dentro do ambientes públicos. Tais ambientes estariam inseridos no mundo da vida, que se diferencia do sistema por ser o mundo onde a racionalidade se espelha, onde as informações passam através da comunicação. Assim, a única forma de obter informações sobre o que de fato seria a justiça dentro de uma sociedade é através da observação dessa discussão, deste debate, visualizando todas as formas de consenso, claro que dentro de uma sociedade democrática, que é o mínimo necessário para que tal debate possa ocorrer de forma livre.

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