Há uma idéia que é hoje consenso entre quase todos os teóricos da Filosofia Política. Todos chegaram a conclusão que o Socialismo, com sua proposta de estabelecer um modelo de relações econômicas entre as pessoas baseado na supressão da propriedade particular e de arranjos políticos fundamentados na igualdade política, acabou. E com isso, também entrou em
colapso a idéia de uma democracia igualitária. Somente dentro de algumas gerações, talvez, a humanidade encontrará energia para voltar a propor um modelo alternativo de pensamento político. O fato é que hoje, somente temos uma visão hegemônica para os arranjos políticos e econômicos. A democracia liberal, com sua proposta de economia de mercado e institucionalização da liberdade, venceu.
A hegemonia do pensamento liberal põe, entretanto, um grave problema para os intelectuais. Isto é, na falta de um pensamento alternativo, como fazer a crítica da democracia
liberal? De uma forma geral só nos resta como caminho, a via das críticas menores, das pequenas escaramuças, incursões ofensivas parciais e ficamos perdidos no chamado cinturão de proteção e nos ataques às teses secundárias que protegem o miolo, o ‘hard core’, do pensamento democrático liberal.
O debate na Filosofia Política, entretanto, não chegou ao seu fim. E a busca pela grande objeção capaz de acertar o centro do pensamento liberal se torna cada vez mais intensa. Nesse esforço, os intelectuais tem encontrado inspiração na retomada das grandes questões fundamentais do espírito humano.
O fato é que existem dois conceitos que, desde a origem da chamada civilização ocidental e cristã, estiveram na agenda das preocupações intelectuais das pessoas e foram objeto de muitas investigações. Trata-se das idéias de Verdade e Justiça. O que é a Verdade? Em que condições o nosso conhecimento pode ser considerado verdadeiro? E ainda, o que é a Justiça? Quando é que nossas ações podem ser consideradas como justas? Conhecer e Agir; idéias e ações; epistemologia e ética, parecem expressar duas dimensões importantes da existência humana.
O conceito de Justiça tornou-se particularmente importante desde o início do século XX. E os parâmetros do debate contemporâneo sobre Justiça foram estabelecidos por Hans Kelsen. Na sua obra "Teoria Pura do Direito", Kelsen alega que a discussão sobre a Justiça não pertence ao mundo das discussões da Ciência do Direito. Entretanto, ele constrói toda uma teoria da Justiça. Ocorre que, num primeiro momento, a "Teoria Pura do Direito" e as possibilidades de uma Ciência Positiva do Direito, ocupam os debates na Filosofia Política do início do Seculo XX. Posteriormente, as idéias de Kelsen sobre a Justiça ocupam o cenário dos debates, posto que não se consegue entender o Direito somente através de uma Ciência Pura do Direito. Nós precisamos da idéia de Justiça. Por outro lado, o conceito de Justiça pode ser entendido a partir de reflexões sobre o indivíduo, ou de considerações sobre a sociedade. Isto é, a Justiça pode se expressar na preservação da liberdade dos indivíduos, ou na construção das condições de uma vida social bem sucedida. É nesse sentido que vem o debate entre Liberais (Isaiah Berlin, John Rawls, Robert Nozick, R. Dworkin) e os Comunitaristas (M. Walzer, M. Sandel, J. Habermas e C. Taylor).

"Teorias da Justiça" e uma disciplina com a qual se pretende introduzir os alunos nesse debate.

sábado, 16 de julho de 2011

10. TEMA 7 - LIBERALISMO E PROJETO ILUMINISTA

Caros Alunos,
Após ler os capítulos Cap. I, XVIII e XX  do livro: "Justiça de Quem? Qual Racionalidade?" , de Alasdair MacIntyre disponível em:

http://www.4shared.com/document/5fqooQwz/JusticaDeQuem.html?
escreva seus comentários e envie para o Blog. Vc. tem até o dia 23 de setembro, segunda-feira,  as 24:00hs., para realizar essa tarefa.

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177 comentários:

  1. MacIntyre tece criticas pesadas as atuais correntes derivadas do liberalismo e do ilumísmo afirmando, que o ideal almejado de posição neutra e de uma verdade final e comum não existe :

    "A conclusão do capítulo anterior foi que é uma ilusão supor que há uma posição neutra um lugar na racionalidade em si, que forneça recursos racionais suficientes para a pesquisa independente de todas as tradições.
    Aqueles que sustentam o contrário adotam,abertamente,o ponto de vista de um tradição, enganando-se a si mesmo e talvez a outros, ao supor que a sua posição é uma posição neutra, ou,então, estão simplesmente errados.Não é um conclusão sobre a verdade,quanto sim,a exclusão dela, e, dessa,forma,do debate racional."

    Afirmando que que a verdade ,mais pragmática e não a final, deve ser encontrada por meio do debate entre diferentes tradições que compartilhem um ideal de melhora. Ressaltando a Insuficiência da busca pela posição neutra e verdade comum,ignorando as tradições, fragmentou a ética comprometendo o debate a apenas um jogo de sedução e convencimento onde os participantes procuram mostrar a seus adversários a sua superioridade teórica carecendo de argumentos pragmáticos.
    Confesso que achei extremamente interessante as propostas de MacIntyre, ainda que não compreenda todas suas referências, o retorno a um ideal de desenvolvimento comum é bem agradável,ainda sim não compartilho do seu nível valorização as tradições, como na parte em que cita a defasagem que algumas faculdades sofreram quando retiram o critério para seus docentes de perspectivas religiosas comuns dizendo que a pequena comunidade com perspectivas comuns e sólidas debateria de forma mas eficiente.Por outro lado a sua comparação dos liberais com sofistas foi excelente.

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  2. MacIntyre começa o texto estudado questionando nosso senso de justiça, nos mostrando que o que temos como justiça quase sempre não é o que outro tem. Existem conflitos de opiniões e interesses, culturas que afetam as concepções de justiça. Ele propõe uma concepção de racionalidade para a pesquisa moral que melhor esclareça os conflitos das várias formulações morais, ou seja, um conceito de racionalidade que nos ajude a compreender as visões conflitantes de justiça e de racionalidade prática que se revelam nas nossas avaliações morais. Para achar a concepção ideal de justiça, a ideia é que se use a racionalidade, mas em qual racionalidade devemos nos basear?

    O autor diz que é com a racionalidade da tradição. A tradição é a condição necessária para racionalidade. As muitas tradições diferem nos catálogos de virtudes, nas concepções do eu, nas cosmologias metafísicas e no modo como se chegou à concepção de justiça. Para ele a compreensão humana é constituída no interior de tradições e são elas que constituem o substrato a partir do qual se constroem as razões do homem e de sua ação no mundo em que vive. MacIntyre busca uma visão da tradição como portadora de uma dinâmica na qual o conflito tem um lugar necessário na sua constituição.

    “.. a partir de debates, conflitos e da pesquisa de tradições socialmente encarnadas e historicamente contingentes, as disputas referentes à racionalidade prática e à justiça são propostas, modificadas, abandonadas ou substituídas, mas não há nenhum outro modo de se realizar essa formulação, elaboração, justificação racional e crítica das concepções da racionalidade prática e da justiça, a não ser a partir de uma tradição particular, através do diálogo, da cooperação e do conflito entre aqueles que habitam a mesma tradição.”

    MacIntyre articula a questão de que o Iluminismo fracassou em dar uma resposta coerente acerca dos conceitos e dilemas morais de uma maneira geral. A resposta deles era que a tradição poderia ser substituída pela razão como fundamento da ética e da política. Ele critica a concepção liberal individualista, já que esta, nas suas diversas nuances, ainda carece de uma defensibilidade mais consistente, o Iluminismo teria privado uma formulação da pesquisa moral vinculada a uma tradição social e intelectual.
    Na opinião do autor, os liberais partem dos sentimentos morais, que são transitórios, e tentam convencer as pessoas sobre as questões morais que um ou outro acreditam que são certas. Eles utilizam argumentos nem sempre racionais, por isso não chegam a conclusões racionais. Não há discussão, então não há racionalidade, acaba sendo um debate político e de coerção. MacIntyre afirma que ética não é ter o sentimento correto e, sim, encontrar o ideal fixo com base na racionalidade humana.

    MacIntyre retoma como sua fundamentação a ética aristotélica das virtudes e é a partir do reconhecimento dos limites humanos que ele faz sua tese. Ele conclui que a sua tradição, no encontro com outras tradições, mostrou capacidade de superação e expansão a partir de seus próprios recursos, confirmando assim a racionalidade da mesma.

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  3. Segundo Macintyre os debates morais tendo como base as emoções (senso moral) não são válidos. Pois se assim ocorrer, o debate acaba não existindo, ele se torna uma disputa de imposições, sobre qual emoção deve prevalecer sobre a outra. Se tornando assim um debate de conquistas, um debate incomensurável, que não levaria a lugar algum. Isso vai contra a teoria de Rawls, que acreditava que todos têm um senso moral, e que os debates deveriam ocorrer a partir desse senso moral que reside em cada um de nós.

    O autor propõe ainda um resgate às tradições Aristotélicas, onde o objetivo do debate era construção do ser humano, a construção de um ideal de natureza ética. Para Macintyre as pessoas se acham justas se apoiando somente em seu próprio senso de aprovação (seus sentimentos morais), porém esses sentimentos são mutáveis, e assim sendo a ética se torna descartável. Portando debates não deveriam se apoiar em sentimentos.

    Para o autor a ética deve se basear em um ideal fixo, algo que todos devemos nós espelhar e tentar chegar próximo. Só assim um debate racional seria possível, e só assim o debate ético deixaria de ser incomensurável. Esse ideal fixo de preferência deveria ocorrer em comunidades pequenas (como a da Grécia Antiga de Aristóteles, a qual Macintyre propõe o resgate), pois para se alcançar esse ideal seria necessário um “diagnóstico” de toda comunidade. Porém hoje em dia o que ocorre não é uma redução das comunidades e sim um aumento delas.

    Macintyre critica a moralidade racional do iluminismo, pois segundo ele, para responder uma pergunta como, ”o que é justiça?”, seriam apresentadas diversas resposta conflitantes, deixando assim a aspiração do iluminismo de adequação de todos os seres racionais, cada vez mais distante. Portanto para o autor “o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir”.

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  4. A teoria de justiça de Macintyre critica principalmente a de Rawls, pois para Macintyre as pessoas devem ter o mesmo ideal e não o mesmo senso moral como acreditava Rawls, assim ele será o autor que adicionará a ideia de comunidade na discussão em busca da justiça. Semelhantemente a Dworkin, ele também se prendia nos tipos de narrativa do qual o Direito derivava. Ele dá extrema importância à história, às tradições e retoma as ideias aristotélicas do "dever ser" para se chegar a um consenso do que é justiça. Ele nos fala que a falha iluminista ao tentar construir uma ética racional culminou na transferência para a filosofia dessa responsabilidade.

    O autor diz que que as convicções morais não passam de sentimentos morais e que o debate travado entre os diversos sentimentos não visa a obtenção da verdade e sim perpetuar o sentimento de um sobre o do outro. Ele critica os liberais dizendo que eles não buscam a verdade e sim dizer que sua liberdade/igualdade é o modo certo de se viver/ser. Nesse debate de sentimentos o que ocorre é apenas a modificação do estado emocinal dos outros, para que prevaleça o daquele que é o interlocutor. Para Macintyre isso é incomensurável, pois nunca haverá um consenso sendo que os dois sentimentos tem medidas diferentes. Outro fator que o autor alega é de que estes sentimentos mudam, portanto a noção individual de moral também muda. Esse debate emotivo acaba sendo político, pois visa apenas a convencer o outro de que um determinando ponto de vista é melhor.

    Macintyre diz que deve-se levar em conta as tradições de cada comunidade e suas concepções de racionalidade, pois cada comunidade entende a racionalidade de um modo diferente. Ao se apoiar nas tradições, na história a ética e a moral se tornam valores imutáveis e é este valor imutável que seve ser fixado. Daí se dá a ideia de Aristóteles do "dever ser" que é aquilo que deve ser discutido, o que deve ser fixado como ideal certo. Ele também pontua que esse debate coletivo em busca de uma finalidade deve ocorrer de preferência em comunidades pequenas.

    Partindo a ideia o "dever ser" comum ele fala em sua Teoria dos Princípios da prática, que consiste em dizer que apenas nas práticas sociais o indivíduo pode se reconhecer como membro de um grupo, pode compreender sua tradição e sua narrativa de vida. As vantagens internas, que seriam as virtudes e das vantagens externas, que seriam coisas obtidas a partir das virtudes. Essas virtudes estariam diretamente ligadas ao tipo de vida que o indivíduo possui dentro de sua comunidade definindo sua identidade.

    Assim, Macintyre conclui que cada pessoa não pode ser considerada autônoma no sentido libera l pois a comunidade em que vive lhe assegura sua identidade, portanto quando ela busca por algum bem, essa busca é "realizada dentro de um contexto definido pelas tradições das quais a vida do indivíduo faz parte." (MACINTYRE, 2001, 374).

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  5. A racionalidade no pensamento coletivo
    MacIntyre é um crítico das formas individualistas de pensamento utilizadas frequentemente no iluminismo - com sua pretensão de criar uma ética universal – e no pós-iluminismo – com o relativismo, que enxerga todas as diferentes éticas como questões de escolha pessoal; não sendo nenhuma delas superior a outra em qualquer aspecto.
    As primeiras críticas são um ataque ao impasse que geram as discussões guiadas pelas duas formas de pensamento supracitadas. Seguindo-as, nenhum debate chega a resultado algum, pois não passam de defesas de intuições morais – emotivismo – sobre determinado assunto. Diferentes intuições geram diferentes premissas iniciais de argumentação, que são incomensuráveis entre si, portanto, o resultado de tais discussões será inevitavelmente um impasse, não terá conclusão racional.
    Para impedir que ocorram tais impasses, as premissas iniciais não devem basear-se em tais intuições morais – que são de natureza individual –, mas sim no contexto histórico em que tais julgamentos do fato em questão são realizados – a cultura, tradição, e o trajeto desta ao longo da história, que acabou consolidando as concepções morais que se tem hoje. Levando-se em consideração a cultura e não as intuições morais, leva-se em conta a sociedade, as ações dos indivíduos em conjunto, e seu papel na construção da identidade e tradição de cada indivíduo, e não concepções individuais, como faz o iluminismo e sua “razão pura” como única forma de se chegar à verdade.
    É possível de se chegar a uma conclusão racional em um debate quando cada uma das partes tem consciência do processo de construção de suas concepções morais e, desta forma, buscam respostas a questões em comum não por meio de um posicionamento que pressupõe que sua concepção é a correta e as demais erradas, fechando-se para as demais formas de pensamento, mas da busca de uma unidade, partindo-se em busca de um fim comum. Logo, para MacIntyre, a conclusão racional é obtida por meio de um processo coletivo.

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  6. MacIntyre é um comunitarista, adepto da filosofia aristotélica, que atentou para a necessidade de introduzir a ética no discurso político. Vai contra a ideia de Rawls e seus seguidores que partem do indivíduo e seus interesses para chegar a uma formulação do que seria o interesse geral.
    Sugeriu que era necessário um ponto de vista ético teleológico para formular um acordo com o qual a adesão a normas morais permite a uma pessoa alcançar o bem estar, não por si mesma, mas em comunidade com os outros. Essas normas não são meros meios para a realização do bem, mas são parte do que o que é bom.
    A partir deste ponto de vista, MacIntyre afirma que devemos abrir mão dos julgamentos subjetivos e de nossos sentimentos ao elaborarmos normas para o bem estar comum pois nossos sentimentos e preferências pessoais podem negar nossa humanidade em comum com os demais, o que resultaria em rivalidade ideológica ao invés de um ponto de vista comum.
    Para chegar no que é bom para uma comunidade, devemos levar em conta a tradição da mesma, pois a moral muda de acordo com o contexto histórico, e deve-se partir da análise de comunidades pequenas ( small is beautiful) para se chegar a pontos de vista comuns que revelam interesses gerais, não se pode portanto, levar em conta apenas o indivíduo.

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  7. Macintyre propõe em seu livro Justiça de Quem? Qual racionalidade? Uma compreensão da racionalidade que nos auxilie a entender as diferentes visões conflitantes de justiça e racionalidade que se manifestam em nossos juízos morais.
    O pensamento de Macintyre vincula-se de maneira crítica ao pensamento iluminista. A aspiração central do Iluminismo é a ambição por uma racionalidade, que necessita da aderência de todos os seres racionais a determinados princípios que independem de qualquer tradição. De acordo com o autor, é necessário buscar um tipo de concepção que o Iluminismo eliminou, mas que seja este passível de oferecer os recursos, sejam eles conceituais e teóricos imprescindíveis para resgatar argumentos convincentes em temas como justiça e justiça racional: “O que pretendo mostrar é que aquilo para o que o Iluminismo nos cegou, e que agora precisamos recuperar, é uma concepção da pesquisa racional incorporada numa tradição; uma concepção de acordo com a qual os próprios padrões da justificação racional avultem e façam parte de uma história na qual eles sejam exigidos pelo modo como transcendem as limitações e fornecem soluções para as insuficiências de seus predecessores, dentro da história dessa mesma tradição.” MACINTYRE, p.18.
    Assim, de acordo com Alasdair para existir a racionalidade se faz necessário a existência da tradição. As diferentes tradições ajudam a compor as várias concepções de virtudes e ideais de cada comunidade. Nesse contexto, a racionalidade possui um caráter social coletivo, ou seja, a racionalidade do debate moral só se faz possível se as partes sociais e os indivíduos forem considerados como membros de uma mesma comunidade. Este deve ser um debate intrinsecamente racional coletivo, assim como o era na Grécia antiga quando a discussão moral levava em conta a narrativa, ou seja, o contexto social vivido pelos indivíduos na sociedade.
    É importante ressaltar que para Macintyre o debate moral não deve ser um debate emotivista, ou seja, deve-se excluir deste debate emoções individualistas.

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  8. Faz crítica ao iluminismo,pois segundo ele, o iluminismo nos privou de um entendimento da composição da busca moral ligada a uma tradição intelectual e social. Alasdair é favorável a tradição aristotélica, por considerar como a melhor perspectiva para o entendimento dos erros, pois através da ética aristotélica das virtudes como uma tradição de pesquisa racional é que assume a qualidade de racionalidade de uma ética superior.
    MacIntyre é contra a modernidade liberal, e ao seu foco privilegiado no indivíduo vai contra as diversas formas pós-iluministas.
    Para Alasdair MacIntyre o entendimento humano é construído no interior das tradições e são estas que compõe o modo a partir do qual se montam as razões do homem e de seu modo de viver.
    Ele cita em uma parte de sua obra: “Todo raciocínio acontece dentro do contexto de algum modo de pensamento tradicional, transcendendo por intermédio da crítica e invenção, as limitações do que até então se pensava dentro daquela tradição. Descubro que faço parte de uma história e isso é mesmo que dizer, em geral, quer eu goste ou não, quer eu reconheça ou não, que sou um dos portadores de uma tradição.”
    Deste modo só existe racionalidade prática dentro das tradições. Esta tradição é o centro da formação do caráter do sujeito moral e através da reflexão sobre os vícios e virtudes, amadurece. Ele considera o papel da justiça na sociedade a partir da consideração de um debate sobre as concepções do justo.
    Então a tradição é uma peça fundamental da compreensão racional no meio prático, e esta racionalidade prática não existe fora das tradições, sendo a tradição é o berço da racionalidade.

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  9. Alasdair MacIntyre segue uma corrente intelectual diferente de seus expoentes contemporâneos no diálogo sobre Justiça. De maneira muito sutil, deixa claro em alguns trechos de sua obra "Justiça de Quem? Qual Racionalidade?", que acredita que a aplicação da Lógica é necessária à formulação de um pensamento sobre justiça, no entanto, a Lógica quando incorporada a uma argumentação emotivista, é utilizada como uma arma para convencer o interlocutor de que um determinado comportamento é o correto e que esse comportamento seria o comportamento mais justo. Então, Alasdair coloca que devemos não nos prender a tradições históricas de uma determinada cultura, mas sim, saber observar as raízes históricas de uma determinada cultura, deixando de lado preconceitos emotivistas, procurando compreender essa cultura e dialogar com a mesma de maneira a encontrar um ponto comum. Ao mesmo tempo, o autor não sugere que tal pensamento se estenda ao mundo todo, aparentemente, limitando sua concepção de justiça à pequenas comunidades - onde é possível sugerir que um acordo é encontrado de maneira mais fácil.
    Então, seria possível sugerir que Macintyre tem um ar "inescapável" às tradições? Sim, é possível, da mesma aneira que uma sociedade que tem como epicentro cultural a fuga de tradições, também estabelece uma nova tradição, então, todos estão sujeitos a um certo tipo de tradição.
    Com isso, o escocês diz também que a tal da tradição deve ser questionada, devemos poder aprender com outras tradições à nossa volta, de maneira que os comportamentos tradicionalmente realizados deixem de ser realizados com um ar de mistério por trás dos mesmos e seja compreendido o racionalismo - ou falta de - em tal ato. Por fim, Macintyre coloca que a única maneira de compreendermos um certo grupo cultural é através da compreensão de “dentro” da tradição desse grupo.
    As problemáticas introduzidas pelo autor, no entanto, parecem apelar ao argumento da “justificação” da existência humana, e no entanto, não há nenhuma “norma” que diga ou justifique que animais humanos devem existir ou continuar a existir.
    Pensando de uma maneira um pouco mais crua e transferindo esse pensamento “cru” para uma ideia mais dinâmica: o Homo sapiens necessita de uma certa quantidade de nutrientes para sua sobrevivência. Há uma quantidade virtualmente infinita de maneiras com as quais nosso corpo biológico pode ser nutrido - de arroz com feijão a Big Macs. Essa plasticidade comportamental – que pode ser projetada em diversos outros comportamentos – permite que a história e a cultura desempenhem seu papel, modulando a escolha, a necessidade biológica, não nos ajudando a escolher a esfera sócio-cultural. Além de que, uma justificativa de escolha arbitrária não é amortizada pelo fato de que nós vivemos aqui e agora e não no passado ou no futuro. A impressão gerada por situações desse tipo, é a de que Macintyre “também quer comer um pedaço do bolo (no sentido da necessidade não-relativista de haver um grupo de pessoas que quer ouví-lo)”.

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  10. Macintyre parte sua teoria da crítica que faz a teoria dos liberais, principalmente de Rawls. Para ele a concepção de que devemos elaborar um contrato para reger a justiça e a sociedade e que esse contrato deve ser feito seguindo a posição original, pautada pelo véu da ignorância, está errada. Em uma situação como essa, o que, na visão dele ocorre, é um debate para colocar qual a melhor concepção de moral ou quem está mais certo que o outro. Não existe um consenso, e sim um movimento de convencer o outro de que sua ideia é melhor que a dele.

    Macintyre propõe que devemos então trabalhar a racionalidade da tradição, uma vez que as concepções morais e de justiça das pessoas estão diretamente ligadas a cultura e tradição. Assim ele ressalta que as concepções pessoais de cada indivíduo não devem ser abandonadas como Rawls propõe, e sim consideradas para que não haja disputa de concepções rivais e sim se encontre um eixo comum a essas disputas que permitam que elas convivam.
    Esses eixos comuns são identificados nos princípios fundamentais de cada concepção moral, de cada cultura e de cada sociedade. Devemos então trabalhar no sentido de atingir esses ideais comuns.
    Nesse contexto proposto, é considerado que este exercício é mais facilmente exercitado em comunidades pequenas, porém, não se exclui a possibilidade de se fazer isso em nível mais amplo.
    Os temas particulares da elaboração de leis, por exemplo, devem então ser discutidas se são encaixadas ou não nestes eixos comuns, e se então estão de acordo de modo a promover este objetivo comum.
    Macintyre coloca que neste exercício, pode-se inclusive abrir mão de uma tradição, mas ainda sim esta deve ser considerada, uma vez que outra tradição se inicia e passa a ser adotada.
    A teoria de Macintyre inicia assim uma nova correte de pensamente em relação as teorias da justiça, que será conhecida como a corrente dos comunitaristas.

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  11. A maneira como a justiça geralmente é discutida sobre determinado assunto, se dá da seguinte forma, um grupo toma uma certa posição e outro grupo toma outra posição, e então, baseada em suas convicções os grupos debatem entre si, demonstrando seus argumentos. Segundo a lógica herdada pela tradição iluminista, ambas as partes demonstrariam seus argumentos, e os melhores argumentos “venceriam” a disputa, o que McIntyre considera, é que este caminho, geralmente acaba fugindo de uma disputa racional e acaba se tornando algo partido do emocional, onde os agentes acabam levando suas crenças e convicções e não abre mão delas, tornando assim a discussão como algo incomensurável, então a discussão se torna apenas uma disputa política.

    Por ver que este tipo de discussão baseada em princípios iluminista não dá conta de melhor discutir o problema da justiça, McIntyre parte por argumentar que o problema da justiça tem que ser tratado como antigamente, recorrendo assim a princípios aristotélicos. McIntyre então acha que ao se tratar o problema da justiça, devemos então recorrer a um determinado debate que leve em consideração as tradições de determinada sociedade, então comparando duas sociedades com modos de vida diferente entre si, devem ser analisados pontos favoráveis a uma conciliação entre ambas.

    Levando em consideração esta questão da tradição das sociedades, MacIntyre se afasta da visão de liberdade individual, e se preocupa então com modos de vida de forma mais comunitarista. Em sua teoria, muitas vezes parece muito Relativismo, porém, não é isso que ele propõe, na verdade ele não está dizendo no caso que ambas comunidades estão certas, e sim, que é possível encontrar pontos equivalentes, e é a partir destes pontos que se pode fazer um arranjo afim de melhor discutir o tema da justiça, quando se trata de duas comunidades, com visões conflitantes.

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  12. Na sociedade contemporânea existe uma grande variedade de questões relativas as exigências e permissões da justiça, e para essas perguntas indivíduos e grupos opostos nas sociedades propõem respostas opostas e incompatíveis, é a partir dessa consideração que MacIntyre começa sua argumentação. Quando consideramos as respostas apresentadas a esse tipo de questões, percebemos que há nesse caso uma grande diversidade de julgamentos sobre os assuntos, há concepções de justiça diferentes e em desacordo umas com as outras. Nossa sociedade não é uma sociedade de consenso, mas de divisão e conflito. Até mesmo o debate sobre a racionalidade – esta poderia nos levar a encontrar uma visão de justiça que aceitaríamos se nossas ações fossem guiadas por ela – é aparentemente tão múltiplo, diverso e difícil de tratar quanto as discussões sobre a justiça.
    Os argumentos, passaram a ser compreendidos em alguns meio não como expressão da racionalidade, mas como armas capazes de dominar aqueles que não tem tanta fluência ou articulação dialética. Vivemos numa cultura na qual a inabilidade de se chegar a conclusões comuns sobre a justiça e a racionalidade prática coexistem com a utilização, por parte de grupos sociais em oposição, de conjuntos de convicção rivais e conflitantes que não são embasadas na justificação racional. Nos debates atuais, os argumentos não são racionalmente justificáveis, nem é a intenção de que sejam muitas vezes, os argumentos são emotivistas e intencionam convencer e alterar as convicções dos outros. Cada um considera que sua visão é melhor e tenta mudar a dos que pensam diferente.
    O Iluminismo e nenhum outro autor da história subsequente conseguiu diminuir a extensão da divergência sobre um ideal de justificação racional. Daí principalmente que decorre a inabilidade dentro de nossa cultura de unir a convicção e justificação racional.
    MacIntyre tentará mostrar do que o Iluminismo nos privou, e que de que necessitamos recuperar: uma concepção de pesquisa racional incorporada numa tradição; de onde os padrões da justificação racional façam parte de uma história. Nem todas as tradições, evidentemente, tem uma fundação racional, então o esforço iluminista de negar a tradição se mostrou certo em alguns casos, mas essa consideração obscurece para si mesmos e para os outros, a natureza de alguns dos sistemas que tão veementemente recusaram.

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  13. CONT...
    A própria racionalidade é um conceito com uma história: há racionalidade e não-racionalidades, assim como há justiças e não-justiças. Poderia -se dizer que aqueles que criticam os Iluministas por sua incapacidade de resolver argumentos opostos que envolvem princípios que as pessoas racionais deveriam concordar, também, ao os confrontar com uma diversidade de tradições, cada uma com suas especificidades e racionalidade, deve também ter uma consequência igual de discordância.
    Porém, “uma vez que a diversidade de tradições tenha sido devidamente caracterizada, teremos uma explicação da diversidade dos pontos de vista melhor que as propostas pelo Iluminismo ou seus herdeiros; e o reconhecimento da diversidade de tradições de pesquisa, cada uma com seu modo específico de justificação racional, não implica necessariamente que as diferenças entre tradições rivais e incompatíveis não possam ser racionalmente solucionadas.”
    Não se implica que o que se diz numa tradição não possa ser ouvido por outra. Tradições que em alguns pontos diferem radicalmente, podem compartilhar crenças em outros. Porém, há casos nos quais a incompatibilidade e incomensurabilidade lógicas podem estar presentes. Quando uma tradição estrutura suas teses em conceitos tais que impliquem na falsidade das teses sustentadas pelas outras tradições. Não há um conjunto de padrões independentes de justificação racional através dos quais as questões entre tradições adversárias possam ser decididas.
    Mas, não é como se essas tradições não compartilhassem algum padrão, todas as tradições que MacIntyre trata dão alguma autoridade à lógica, na teoria e na prática. Se não fosse assim os adeptos não poderiam discordar como fazem. Porém, os pontos em que concordam são insuficientes para resolver as discordâncias.
    Dessa forma, muitos chegam à conclusão que nenhuma disputa entre tradições adversárias pode ser decidida racionalmente. Esta posição é chamada de “objeção relativista”. A objeção oposta a ela chamamos “perspectivista”.

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  14. CONT 2...
    A objeção relativista se baseia na negação de que o debate racional entre tradições, assim como a escolha racional entre elas seja possível; a objeção perspectivista questiona a possibilidade de se reivindicar a verdade a partir de qualquer tradição. Nessa posição, a perspectivista, em vez de interpretar as tradições rivais como modos mutuamente exclusivos e incompatíveis, devemos compreendê-las como fornecendo perspectivas diferentes e complementares de abordar realidades sobre as quais nos falam. Essas duas visões são as imagens especulares invertidas do Iluminismo. Porém, enquanto os segundos se veem como opostos dos primeiros, não percebem que são na realidade seus herdeiros. Nenhuma das duas visões conseguiu perceber o tipo de racionalidade possuída pelas tradições.
    “A racionalidade de uma pesquisa constituída pela tradição e constitutiva dela é, essencialmente, uma questão do tipo de progresso que ela faz, através de vários estágios bem definidos.” São três: 1. as crenças, textos e autoridades relevantes ainda não foram questionados, 2. vários tipos de inadequações foram identificadas, mas ainda não foram solucionadas, 3. há rações a tais inadequações, resultando numa série de reformulações, reavaliações, novas formulações e avaliações. O resultado desse terceiro estágio deve ser uma diferença radical entre os pressupostos presentes e passados.
    Sobre várias questões, em algum momento, pode-se descobrir numa tradição em desenvolvimento, que alguns dos mesmos problemas e questões estão sendo discutidos numa outra tradição, e áreas definidas de concordância ou discordância podem se desenvolver. Vários elementos das teorias da pesquisa racional variarão de tradição para tradição. “E serão, em parte, essas diferenças que resultarão em outras conclusões distintas e opostas, como os da justiça e da racionalidade prática. Entretanto, até certo ponto, a medida que uma tradição de pesquisa racional é efetivamente uma tradição de pesquisa racional, ela tenderá a reconhecer o que compartilha com outras tradições, e, no desenvolvimento de tais tradições, padrões característicos comuns, senão universais, aparecerão.”

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  15. Alasdair MacIntyre criticava a tentativa de construção de uma ética racional pelo Iluminismo, dizendo que os debates baseados na ética deveriam, na verdade, a ideia de que a racionalidade depende do contexto das tradições resgatadas na história, dando enfoque aos debates da Grécia Antiga. Essa posição dele em relação aos liberalistas acabou se enquadrando na ideia de Comunitarismo, tornando, então, MacIntyre um comunitarista. Ainda em um contexto mais geral sobre o filósofo em questão, é importante destacar sua ideia de que, quanto menor uma sociedade, melhor. Ou seja, quanto menor, mais fácil de controla-lá e maiores as chances de fazê-la a mais justa possível.

    Para a elaboração de sua tese, Alasdair MacIntyre dizia que os seres humanos, através das relações sociais e dos contextos históricos, definem o modo de vida que vão seguir. Essa ideia servia para critica Rawls, dizendo que ele a abordava de modo fraco (o que acaba sendo, também, uma crítica aos liberalistas). Cada indivíduo defende seu interesse, seu modo de vida, e possui um conceito de sentimento moral diferente, além de ter um conceito diferente de justiça, baseando-se em diferentes argumentos. Estes argumentos, são utilizados em debates de modo que um indivíduo tenta sobrepor seu interesse sobre o interesse do outro. Isso é condenado por MacIntyre, considerando esse aspecto como uma posição emotivista. Ou seja, o debate entre sentimesntos morais é criticado por ele. É preciso, então, transformar o debate, através da racionalidade, em algo que vise chegar a uma verdade, ou seja, não utilizar a questão emotiva nesses debates (não utilizar as questões dos sentimentos que estão por trás dos modos de vida dos indivíduos)

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  16. Segundo o autor, as diversas teorias de justiça são conflitantes, pois respondem à pergunta “isso é justo?” e para cada uma dessas teorias, a resposta será diferente. Mais ainda, a maneira de fazer justiça difere: uns admitem direitos naturais inalienáveis, outros admitem contrato social e outras formas ainda de relacionar a justiço com os outros bens do homem. Como discutir a justiça, então, sem deixar-se levar por emoções? O autor vai mostrar que a resposta óbvia que nos ocorre – a racionalidade – também é bastante problemática pois, da mesma maneira que com a justiça, cada grupo teórico e/ou prático tem um conceito diferente sobre o que é ser racional. E este debate conflitante entre crenças, ideias e moral impede que se chegue aos princípios fundamentais da justiça.
    Uma alternativa apontada por MacIntyre é olharmos para aquilo que foi rejeitado pelo Iluminismo e que ainda o é até hoje: a tradição, mais especificamente, a pesquisa constituída pela tradição e constitutiva da tradição. Isso significa que as discussões acerca da justiça tem contexto histórico e são cíclicos, retomados e reinterpretados, autor após autor, século após século, surgindo de um antagonismo com a escola anterior, rejeitando a tradição e, ao mesmo tempo, por essa rejeição tornar-se algo tão natural, tornando-se uma nova tradição, como é o liberalismo hoje, uma tradição em nossa cultura.
    Para concluir o debate, o autor mostra diferentes tradições de pesquisas, escolas teóricas, etc, e conclui que “as reivindicações rivais da verdade de tradições conflitantes de pesquisa dependem, para serem justificadas, da adequação e do poder explicativo das histórias que os recursos de cada uma delas permitem a seus adeptos escrever.”.

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  17. Em seu texto MacIntyre defende o debate entre pequenos grupos para se chegar á um consenso criticando a ética iluminista. Geralmente em debates há a presença de dois ou mais grupos com ideais completamente opostos e aparentemente impossível de se chegar a uma conclusão com cada lado tentando impor sua ideia com argumentos baseados muitas vezes nos sentimentos e crenças, sendo assim este debate resultaria apenas em uma disputa política, onde aquele com mais e melhores argumentos venceria apenas ganhando a disputa intelectual sobre o outro e não chegando a um consentimento.
    MacIntyre defende o debate de um ponto de vista aristotélico, onde ele seria realizado se baseando nas culturas e tradições da sociedade, argumentando que um único indivíduo pode mudar de ideia rapidamente sendo altamente influenciado pelos sentimentos, contextos históricos e atuais e não pela racionalidade, confrontando a tradição que é um costume da sociedade e é praticada e desenvolvida por muito tempo; o debate deve ser realizado por poucos indivíduos, contrário ao que acontece hoje com as sociedades apesar de distantes fisicamente, estão muito próximas devido as atuais tecnologias que permitem um debate "mundial". Com um grupo menor é mais fácil se chagar aos pontos comuns de ambos e assim começar uma aproximação entre as propostas aparentemente inconciliáveis e resultando em um maior bem estar da sociedade

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  18. Macintyre é considerado um comunitarista ao extremo. Ele critica os filósofos do projeto iluminista, que se preocuparam em encontrar uma justificativa racional para as ações humanas, mas que não conseguiram dar conta dos problemas que emergiam com a modernidade. Além disso, os iluministas acabavam sempre adotando posições emotivistas, o que deveria ser evitado, segundo o autor.

    A afirmativa de que “o debate ético tem que partir dos sentimentos morais” não passa de uma estratégia de convencimento, sem comprometimento com a verdade e com a condição humana, ou seja, não passa de uma discussão sobre como convencer os outros que a minha moral é melhor em relação à sua. Deve-se levar em conta o fato de que as concepções morais não devem ser examinadas através dos sentimentos que estão por trás delas, e sim pela coletividade dos indivíduos.
    É a racionalidade que vai dizer o que é justo ou não para uma determinada sociedade, assim, segundo Macintyre, a racionalidade e a objetividade da discussão sobre a moralidade só é possível se os segmentos sociais e as pessoas forem considerados como membro de uma sociedade, de preferência, pequena.

    As teorias políticas liberais valorizam o individualismo em relação ao grupo social, esse fato gerou críticas por parte dos comunitaristas.
    O autor é um crítico de Rawls, que dá pouca atenção ao fato do ser humano pertencer à sociedade e ao fato de que é no contexto social que o ser humano escolhe seu modo de vida. Segundo Rawls, as pessoas não encontram impedimentos para realizar suas escolhas, havendo uma “pluralidade de concepções”, o que fica evidente em sua teoria sobre a “justiça como equidade”, onde as pessoas, racionais, sob um véu de ignorância, adotam a postura original para decidirem quais princípios de justiça seriam melhores para garantir liberdades para todos os indivíduos, que seriam garantidas através da elaboração de um Contrato Social.
    Já para Macintyre, o sujeito não pode realizar suas escolhas sem limitações, pois o que assegura sua identidade é o contexto social no qual está inserido, ou seja, suas tradições, seus costumes e seu modo de vida. Dessa forma, ressalta que as concepções pessoais não devem ser abandonadas, assim como propõe Rawls, e sim levadas em conta, para encontrar as ideias em comum entre os indivíduos. É por isso que Macintyre defende que, para se alcançar a justiça, é preciso partir de pequenas comunidades para as grandes, facilitando a descoberta de ideias em comum entre os indivíduos.

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  19. O futebol é um dos assuntos mais polêmicos em nossa sociedade. Cada qual defendendo seu clube, discussões infindáveis são travadas até se cansar, ou não. Aqui em São Paulo, temos um intenso debate entre os torcedores de Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, principalmente, para se saber qual é o maior e melhor clube paulista.

    Suponhamos uma discussão, seja onde for (numa mesa de bar, na sala de aula, no estádio) entre palmeirenses e corintianos. O grupo de palmeirenses, todos vestidos de verde e branco “até a alma”, batem o pé e defendem inquestionavelmente o Palmeiras, enquanto que os corintianos, trajados de preto e branco “até a alma” também, brigam e defendem inquestionavelmente o Corinthians.

    Inconscientemente - ou nem tanto - os palmeirenses buscam os melhores argumentos que lhe sejam favoráveis. “O Palmeiras eliminou o Corinthians duas vezes na Copa Libertadores, uma em 1999, outra em 2000”; “O Palmeiras conquistou a Libertadores antes do que o Corinthians”; “ O Verdão é o maior campeão nacional, com 8 títulos brasileiros e 2 Copas do Brasil”; entre outros, são alguns dos argumentos utilizados, mas ocultam alguns fatos que lhe são desagradáveis, tais como o fato de o Palmeiras ter sido rebaixado à segunda divisão nacional em 2002 e ter sido o único grande paulista a perder uma final de Campeonato Paulista para um time do interior, em 1986, para a Inter de Limeira.

    Também de forma inconsciente – ou nem tanto – os corintianos realizam o mesmo exercício. Apresentam, com o “peito estufado”, a sua defesa. “O Corinthians conquistou a Libertadores de 2012 de modo invicto”; “O Corinthians é o maior campeão paulista, com 26 títulos, ante os 22 do Palmeiras”; “Os corintianos são em 30 milhões, mais do que os 16 milhões de palmeirenses”; entre outros, costumam ser alguns dos argumentos recorridos, porém escondem que o Corinthians também foi rebaixado à segunda divisão brasileira em 2007, bem como que o Corinthians perde no confronto histórico geral para o Palmeiras em número de vitórias: 117 alvinegras contra 121 alviverdes.

    CONTINUA...

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  20. CONTINUAÇÃO:

    Como foi dito, cada parte revela dados que lhes favorecem, e não revelam os que lhes prejudicam, tudo com o intuito de vencer a disputa de quem é o melhor. Não há preocupação com a verdade e a relevância dos fatos e dados. Trata-se somente de um confronto de “emoções à flor da pele”. Assim, não se chega ao ideal da verdade, apesar de sabermos, de modo unânime, que o Palmeiras é mesmo o melhor e maior clube desse país – veja-me sendo emotivo, não necessariamente racional.

    E essa á a tônica que permeia muitas das discussões morais e éticas em nossa sociedade. Um exemplo é a sobre o aborto, tema tão polêmico como divergente. Em uma divisão forçada entre defensores e opositores às práticas abortivas, argumentos emotivos são construídos com o fim único de fazer prevalecer sua própria visão do que seria o correto. Tendemos a não aceitar um diálogo com os adversários, pois isso pode representar uma derrota de argumentação, ou ainda uma contaminação de seus ideais individuais pelos ideais dos rivais. Em outras palavras, nos debates contemporâneos, existe a tendência de uma pessoa defender algo para satisfazer seu próprio ideal, não se considerando necessariamente o que é o ideal para o conjunto discutido.

    Macyntire propõe, grosso modo, que não ajamos dessa maneira emotiva e em certa largura egocêntrica; ajamos sim tendo em vista o que é verdadeiro e ideal para alguém ou algo, mesmo que isso atinja e vá em direção contrária a suas próprias visões e opiniões. Devemos, num debate sobre o aborto, buscar defender o que é o ideal para a mulher e o feto, mesmo que o que seja ideal seja a prática do aborto em qualquer circunstância e período da gestação, e mesmo que vá contra a sua opinião individual de que o aborto é injustificável e danoso para qualquer ser humano.

    Não sei até que ponto isso pode ser real ou irreal, aplicável ou inaplicável, tendo em vista que é da natureza do discurso do homem imprimir suas marcas pessoais e individuais, mesmo que em pequeníssimo grau. Somente o fato de uma pessoa falar de futebol e não de aborto já indica parcialidade de discurso. A imparcialidade é inalcançável e utópica, diria eu, todavia é importante ter em mente que devemos cultivar o compromisso com o ideal e a verdade das coisas e fatos, mesmo que isso atinja os seus mais profundos egos e “verdades individuais”.

    Assim sendo, estaremos mais próximos do compromisso ético e moral com a “Verdade”.

    ASENCIO, Leonardo Dworachek

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  22. Na página 12 do texto de Macintyre há a frase:“Como devemos escolher entre visões opostas e incompatíveis de justiça que porfiam por nossa adesão moral, social e política?” Ele diz que para entender o que é justiça, precisamos primeiramente aprender o que a racionalidade exige de nós na prática. Porém é uma questão que tem várias respostas de vários grupos, nem sempre a noção de justiça para alguém é a mesma para outra pessoa, há visões diferentes do que seria justo. Assim a racionalidade exige que devemos primeiramente nos desinvestir da adesão a qualquer uma das teorias em debate e também abstrair de todas as particularidades da relação social em cujos termos fomos acostumados a compreender nossas responsabilidades e interesses. Somente desse modo chegaríamos a um ponto de vista neutro, imparcial, universal.
    Critica o Iluminismo, “ os pensadores do iluminismo , assim como seus sucessores, mostraram-se incapazes de entrar em um acordo sobre quais eram precisamente os princípios que seriam considerados irrecusáveis por todas as pessoas racionais.- Consequentemente, o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível de atingir. É daí, principalmente que decorre a inabilidade, dentro da nossa cultura, de unir convicção e justificação racional.” Argumenta então a favor da racionalidade da tradição, pois é o que se baseia a forma de ver e guiar as ações do homem.

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  23. MacIntyre formula sua teoria com base na crença de que um debate moral deve ser realizado em pequenas comunidades, associações de indivíduos membros de um mesmo segmento social e com um ideal em comum ao menos, cerceando sempre um discurso com racionalidade e objetividade com o intuito de checar e admitir ou não modos de vida do qual irá se moldar.
    Diferente dos liberais clássicos, Alasdair MacIntyre é um autor comunitarista, não no sentido de propor uma nova corrente de pensamento político, mas no sentido de propor uma nova forma de discutir teorias e ideias; ou seja, para ele, o ser humano precisa ser entendido no contexto das relações sociais do qual se associa. Este é um obstáculo que M. vê nos debates liberais clássicos, que segundo dele, precisa ser superado, a discussão deve ser envolta em um campo de construção social não estabelecido sob conceitos e concepções emotivistas. Os modos de vida não devem ser examinados através da singularidade de emoções individuais para a construção de um debate Ético, mas sim em um debate forjado em cima de concepções mais comunitaristas, que sejam os mais abrangentes possíveis. Deve-se levar em conta a maneira como cada sociedade concede o debate racional de sua comunidade, suas tradições e particularidades. Alega que todos os autores anteriores a ele são devedores quanto a maneira dos indivíduos de se obter justiça, trabalhando com abstrações. Condena o debate emotivista, pois esse tipo de discussão leva a uma luta de convencimento de que um sentimento moral de um indivíduo é “melhor” ou superior ou ainda, mais importante do que o do outro. Ou seja, não deve haver um prevalecimento de sentimentos, pois nesta luta não há superioridade.
    O debate do qual M. quer se posicionar é exatamente em respeito a esse, toda a argumentação moral levará a um confronto de modos de vidas diferentes do qual não leva, não constrói consensos. A utilização de artifícios emotivos não traz validade a esse tipo de discussão.
    Uma discussão que não deve ocorrer é a discussão emotivista que leva em consideração, sobretudo, sentimentos morais e costumes. Veja que uma vez que as emoções fazem parte das concepções, costumes e tradições individuais, elas não conseguirão ser descartadas e, mesmo sendo um debate racional, a tal racionalidade não consegue se afastar das próprias emoções. Isso deve ser admitido para que o problema possa ser entendido e então uma melhor forma de debate, no caso o comunitarista, seja admitido. O tipo de discussão que não deve ser feita é o tipo de discussão política – a que leva ao discurso emocional, e não ético – que leva a uma discussão racional. Desta forma, o caminho para o debate proposto pelo autor seria a maneira de se chegar a um consenso mínimo a partir de associações de indivíduos com um bem em comum, e não com uma avaliação ou um consenso emotivista.
    Encontrar o modelo ideal das relações e a necessidade de uma mudança de estratégia que deverá ocorrer - eis o cerne da discussão.

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  24. Existem diferentes conceitos de justiça que em muitos casos entram em confronto o que faz surgir um debate moral sobre diversas questões. Em um debate moral cada grupo defende sua tese segundo sua construção social e sua formação intelectual, assim no confronto de ideias cada um apresenta a sua carregada de seus sentimentos próprios, onde alguns são comuns ao grupo a que pertence, e tenta provar a superioridade de sua ideia chegando a um debate inconclusivo, que muitas vezes recorre a dialética erística.
    MacIntyre apresenta uma posição contrária a este debate, para ele o debate moral deve acontecer dentro da racionalidade e da objetividade, o grupo que possui indivíduos com características em comum, pode começar um debate com outro grupo e a partir desse confronto de ideias racional, que deixa de lado a vaidade de mostrar a superioridade de sua ideia, pode se chegar a um consenso. Então, a construção de uma moral começaria de um debate racional entre pequenos grupos, estes construiriam argumentos racionais buscando pontos em comum entre eles para haver um consenso, partindo do pequeno para um bem maior.

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  25. Alasdair MacIntyre nos diz que há interesses, opiniões e anseios que influenciam no que se trata de justiça. E reflete que o Iluminismo fracassa, ao mostrar uma resposta coerente acerca dos conceitos e dilemas morais de uma maneira geral, não sendo eficiente no que defendia.

    MacIntyre tenta descrever a razão das diferentes concepções de justiça que são constituídas em diversos critérios de racionalidade, onde nos oferece a idéia de que a tradição poderia ser substituída pela razão como fundamento da ética, da epistemologia, da filosofia política e moral, resultante principal do mundo contemporâneo.

    "Todo raciocínio acontece dentro do contexto de algum modo de pensamento tradicional, transcendendo por intermédio da crítica e invenção, as limitações do que até então se pensava dentro daquela tradição. Descubro que faço parte de uma história e isso é mesmo que dizer, em geral, quer eu goste ou não, quer eu reconheça ou não, que sou um dos portadores de uma tradição."

    MacIntyre recupera o conceito de racionalidade das tradições, utilizado o termo pesquisa racional. De modo que ao mesmo tempo afirme que nem toda tradição forja uma história de pesquisa racional, já que os pensadores do Iluminismo, apesar de estarem parcialmente certos, associaram tradição com antítese de pesquisa racional.

    Toda tradição é irracional na sua estrutura, é passado de geração para geração na base de histórias, lendas, contos que não se discute de forma alguma.

    Conclui-se que uma tradição é sempre parcialmente constituída por um argumento e pelo exercício das virtudes relevantes da ordem moral e intelectual. Porém, em determinada situação de desenvolvimento da tradição, quando há crise ou confrontada com outra tradição rival e incompatível, alguns destes princípios não respondem às indagações, e assim reconhecem que eles não servem mais, então estes princípios são abandonados e os teóricos da tradição se lançam na formulação de novos argumentos e teorias que forneçam continuidade ao propósito.

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  26. Macintyre propõe uma concepção de racionalidade para a pesquisa moral que esclareça mais adequadamente os conflitos das várias formulações morais em competição, isto é, um conceito de racionalidade que nos ajude a compreender as visões conflitantes de justiça e de racionalidade prática que se revelam nas nossas avaliações morais, bem como na pesquisa moral da filosofia acadêmica.Segundo essa concepção, o Iluminismo nos privou de uma formulação da pesquisa moral vinculada a uma Tradição social e intelectual. Porém,mesmo aqueles que defendem um debate neutro a respeito das questões morais, portanto abstraído de todas as particularidades sociais, já aderiram a uma concepção de racionalidade e de justiça, que é aquela construída pela sociedade liberal. Segundo Macintyre, “o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir”, isso confirma-se pelas divergências continuadas e crescentes dentro da pesquisa moral acadêmica herdeira das filosofias do Iluminismo.

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  27. Alasdair MacIntyre é considerado um comunitarista radical. Ele inicia seu texto elencando as diferentes formas de abordar justiça, como a visão de cada um sobre justiça é diferente da do outro, sendo afetada pelo contexto em que o individuo vive. Assim, MacIntyre critica a concepção utilitarista da Justiça, defendida pelos liberais. Os conflitos entre as diferentes visões de moral não são levados em conta. No geral, o proposto e aceito pela maioria é o que prevalece. O autor aponta que o utilitarismo está ligado ao emotivismo, ou seja, a formação de um senso de moral e justiça fica condicionado a sentimentos e emoções individuais, e quando se realiza um debate, o que ocorre é a tentativa de convencimento de uns a outros de que suas opiniões são melhores, de imposição de princípios morais. Dessa forma, o debate se realiza segundo morais pré-determinadas, e pelos sentimentos individuais, em detrimento da busca da verdade da Justiça.

    MacIntyre propõe então a realização de um debate racional, entre membros de pequenas comunidades, que tenham em mente o mesmo objetivo: a compreensão de visões diferentes e a busca de como essas visões podem se relacionar. Para ele, devem ser levadas em consideração no debate, as tradições de cada comunidade. A racionalidade teria então um caráter social, e partiria do coletivo, da maneira em que os membros comunidade determinam um senso de moral à cada situação. Estabelecer-se-ia então, um compromisso com a racionalidade e com a busca da verdade, nos debates realizados nas comunidades. Esse discussão não procuraria estabelecer uma comparação de sentimentos individuais, mas da procura da melhor forma de estabelecer justiça nas relações interpessoais. Uma discussão que se apoie nas tradições tem mais validade do que uma discussão baseada em sentimentos. Sentimentos são inconstantes, incertos, com tendência a variação constante, e tornam a ética descartável. Tradições, principalmente em pequenas comunidades, tendem a se manter constantes, estabelecendo valores imutáveis de moral e ética, em que deve se basear a noção de justiça.

    Seguindo essa lógica, MacIntyre regressa a Filosofia antiga, e resgata a ideia de “dever ser” de Aristóteles. Assim, o debate buscaria responder o que deveríamos ser, abandonando-se os sentimentos na busca pelo ideal. Para ser moral, deve-se buscar o ideal moral, não sentimentos morais individuais. O ideal não oscila, é aquilo que “deve ser”, sem alterações. Estabelece uma ética onde não importa o sentimento certo, mas o comportamento certo, baseado no ideal fixado. Essa discussão confrontaria diferentes noções de justiça, presentes dentro de pequenas comunidades, a partir da argumentação e da procura de inconsistências, para constituir o ideal do dever ser.

    Assim, MacIntyre situa as questões que devem ser levados em consideração para a ocorrência de um debate racional, pontuado principalmente pela busca do ideal, fundamentado pelas tradições presentes em cada comunidade, tais quais são constituintes do caráter individual dos participantes do debate.

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  28. Já de inicio MacIntyre aborda o conceito de justiça como amplo, que possibilita diferentes interpretações, sendo por vezes conflitantes, demonstrando desta forma que a sociedade em que vivemos não é de absoluto consenso, mas de divisões e conflitos, sendo estes inicialmente oriundos dos próprios indivíduos que tentariam convencer os demais de que o seu sentimento moral é o melhor.

    Outro aspecto está acerca da racionalidade prática, que também apresenta dualidades, mas, que filosofia acadêmica moderna é capaz de analisar e articular os diferentes pontos de vista de forma mais clara e influente.

    O autor expressa que o Iluminismo influenciou fortemente para a condição da sociedade atual, pois a razão tomou o lugar da autoridade e da tradição, mas que segundo ele, nem os próprios iluministas e seus sucessores foram capazes de entrar em um consenso sobre os fatores necessários para todas as pessoas racionais. Para MacIntyre, o Iluminismo privou o desenvolvimento de algumas concepções, as quais deveriam ser recuperadas através de uma concepção racional embasada na tradição, pois para ele, a pesquisa racional é inseparável da tradição na qual se está inserido.

    MacIntyre expressa que fatores como a cultura, a tradição e a edução são fatores de influência para a concepção da ideia de justiça, e sugere que para efetivação de uma sociedade justa as condutas devem ser feitas em pequenas comunidades.

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  29. MacIntyre inicia sua abordagem mostrando que há diversas interpretações e/ou concepções sobre o que é ou como é abordado a justiça, e deixando claro que todas são divergentes, um total desacordo uma com as outras.
    Também comentou sobre o Iluminismo, dizendo que apesar de ter sido um período importante para a racionalidade humana, onde o homem tomou consciência que é um ser racional, deixando de lado a grande influência de suas tradições, no entanto, MacIntyre revelou que na verdade, o Iluminismo impediu que a tradição e influências culturais de fato influenciam na construção de identidade do indivíduo, tendo também papel importante na busca de soluções sobre o que é verdade ou o que deve ser justiça.

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  30. O livro “Justiça de quem? Qual racionalidade?” de Alasdair MacIntyre, inicia-se através de várias perguntas referentes à justiça como “ A justiça permite grande desigualdade de renda e propriedade?”, “É justo permitir o aborto legal?” ou “Quando é justo entrar em guerra?”. Partindo desse pressuposto MacIntyre afirma que algumas concepções de justiça atribuem o conceito de mérito como objeto central; algumas apelam aos direitos humanos inalienáveis e outros para o contrato social. É colocado também que muitos indivíduos são levados (por meio da educação) "...a adotar não um modo coerente de pensar e julgar, mas uma visão construída a partir de um amálgama de fragmentos sociais e culturais herdados tanto de diferentes tradições das quais nossa cultura originalmente proveio (puritana, católica, judaica)..." (pág.12).

    Partindo do princípio de que para ter conhecimento sobre a justiça é necessário antes aprender o que a racionalidade exige de nós em prática, MacIntyre apresenta-nos diferentes concepções acerca do que é "ser racional". A primeira visão está vinculada a agir baseado em cálculos de custos e benefícios levando em consideração o curso de ações possíveis e suas consequências; a segunda está relacionada a agir sob restrições, na qual a pessoa racional seria imparcial e não privilegiaria seus interesses pessoais; e o terceiro é o agir de maneira a alcançar o último e verdadeiro bem dos seres humanos.

    Ao longo do livro MacIntyre tece sua teoria baseando-se em concepções como o do Iluminismo, onde "...o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir." (pág.17). No que diz respeito ao capítulo XVIII (A racionalidade das tradições), é introduzido várias concepções de racionalidade prática e justiça como nos exemplos dados pelo autor: a tradição aristotélica, a agostiniana, a escocesa e até mesmo a do liberalismo. É informado que tais tradições possuem histórias diferentes, no que se refere às suas relações umas com as outras e que "...as disputas referentes à racionalidade prática e à justiça são propostas, modificadas, abandonadas ou substituídas, mas não há nenhum outro modo de se realizar essa formulação, elaboração (...), a não ser a partir de uma tradição particular..." (pág.376). Rawls é abordado na obra de MacIntyre em uma passagem onde é comparado à Hume, na qual concordavam (Hume e Rawls) em excluir a possibilidade de aplicação do conceito aristotélico de merecimento na estruturação das regras da justiça, porém discordavam entre si a respeito de um tipo de igualdade que poderia ser exigido pela justiça. Um interessante ponto abordado pelo autor encontra-se na pág. 419, que após desenvolver as ideias relacionadas às tradições, ele afirma que uma característica presente em todas as tradições que haviam sido abordadas até então na obra era a de que todas sobreviveram de modo a não se tornar apenas formas de vida prática possíveis, mas reais, no domínio da modernidade.

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  31. Alasdair MacIntyre critica a posição Iluminista que não leva em consideração as tradições das comunidades no debate ético. Assim, ele critica também os liberais, que priorizam o individualismo, não valorizando a sociedade como um todo.
    Para ele, os debates éticos devem admitir que a racionalidade depende do contexto das tradições resgatas no contexto histórico das sociedades. A racionalidade e objetividade nos debates morais só podem ser alcançados quando os indivíduos e as estruturas que compõe a sociedade são considerados como integrantes de uma comunidade, que, de preferência, deve ser pequena.
    Condena a atividade emotivista - que resulta em uma luta para convencer que os seus sentimentos são melhores que os sentimentos dos outros - pois faz com que o debate se torne sobre sentimentos morais, o que não ajuda na construção de um consenso e também não ajuda na racionalidade.
    As concepções dos modos de vida dos indivíduos não podem ser baseadas nos sentimentos morais que estão por trás dessas concepções, elas devem ser baseadas na coletividade, na cultura, na comunidade. Deve-se analisar os modos de vida que cada comunidade considera legítimo.
    MacIntyre defende a racionalidade da tradição, pois as escolhas dos modos de vida dos indivíduos e suas concepções de moral e justiça são baseadas na sua cultura, tradições, no contexto histórico da sua comunidade. Assim, ele considera que não devemos abandonar os sentimentos morais dos indivíduos, mas é preciso considerá-los de uma maneira que seja possível encontrar um objetivo comum entre os indivíduos que possuem sentimentos morais e tradições diferentes, para que esses possam conviver de maneira que não seja necessário a exclusão de um determinado modo de vida. Esse exercício, é mais facilmente aplicado em sociedades pequenas, mas também é possível em sociedade grandes, quando se analisa as associações entre os indivíduos buscando o objetivo comum e maior que existe entre eles.

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  33. Professor, como era de costume nas outras postagens, iria fazer esta ontem por volta das 20 horas. A energia caiu por conta da chuva e só tive acesso a internet agora.

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    Conceitos importantes para a atualidade podem ser extraídos do pensamento de Alasdair MacIntyre. Estes conceitos são uma quebra de ordem até então imposta, em que várias questões polêmicas não podem ser simplesmente debatidas. Primeiramente as pessoas devem aceitar que independente da opinião, sempre terá um emotivismo moral presente, este baseado em fragmentos de raciocínio por lados opostos. Da mesma forma, tem-se a incomensurabilidade, em que as posições morais são discutidas com base em premissas diferentes e incompatíveis.

    Tem-se o uso da linguagem da moralidade para obter suas próprias preferências, e que para resolver este problema (chamado de impasse nos debates), é necessário um acordo comum sobre o argumento fundamentado, da mesma forma que ocorre nas ciências em um acordo sobre definição e prática científica. Na ausência desse acordo comum, ocorre o fracasso das discussões.

    MacIntyre engloba conceitos de Aristóteles, em que os preceitos morais são incorporados em um contexto social. Dessa forma ele crítica o que ocorre por exemplo uma visão baseada em extremo iluminismo nas universidades. Ele critica que antigamente tinha-se a presença da teologia, mas o iluminismo por supostamente ser considerado superior, acabou abolindo uma boa parte da teologia nas universidades. Assim vários professores novos que eram contratados acabavam tendo seus próprios emotivismos morais com base no iluminismo somente.

    Ele considera a ocorrência de um debate racional, em que ambos os lados apresentem em conjunto o que talvez mais concordam entre si. Se chegar nesse ponto comum, o emotivismo moral, ainda existente, seria anulado por conta desse acordo entre as duas partes.

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  34. MacIntyre, comunitarista, critica o liberalismo e a posição emotivista. Ele coloca que a posição emotivista é caracterizada pela tentativa do interlocutor de defender uma posição moral, que envolva sentimentos pessoais e o fato do mesmo não fazer uso de uma discussão ética, mas de valores. É importante diferenciar julgamentos morais, derivados de valores estritamente morais e os que guardam algo de objetivo, esses últimos, são válidos, desde que tenham certo teor de racionalidade e lógica. As escolhas, portanto, tem valor quando são feitas livremente.
    A discussão ética, quando ele recorre à Aristóteles, que propõe um debate sobre o ideal de vida humano a partir do ponto de vista ética, seria fundamental para se chegar a um debate coerente em que fosse levado em conta características em comum de membros de uma comunidade, e de preferência uma comunidade pequena. MacIntyre afirma que existe uma dependência entre a moralidade e a estrutura social. Ele propõe que há uma racionalidade presente na tradição e que esta, está estritamente ligada aos modos de enxergar os ideais de direito, de justiça e de mundo que cada um tem para si.
    Na questão levantada em sala sobre a “Lei da Burca” dentro da sociedade francesa, mostra-se os dois “lados da moeda”. Será que uma minoria muçulmana deve-se privar de usar a burca por imposição do Estado Francês e deixar de praticar suas tradições, deixar de fazer aquilo que acredita que se é correto ou será que este está certo o Estado Liberal Francês, laico em proibir o uso da mesma, alegando ser por questões de segurança?
    Para MacIntyre, discussões desta natureza devem ser resolvidas partindo de uma tradição particular, através do diálogo, de um acordo negociado entre os membros que habitam essa mesma tradição, levando em conta os ideais em comum dos que estão inseridos no contexto.

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  35. Alasdair fala sobre concepções de justiça, diz que os julgamentos são feitos com base na moral e nos valores e não com a ética necessária. Ele tem antipatia ao mundo liberal capitalista e acredita que a filosofia e vida moderna são caracterizadas pela ausência de um código moral coerente e que a grande maioria das pessoas não tem um propósito em suas vidas.
    Ele considera os liberais individualistas, pois defendem diferentes modos de vida e se apoiam na emoção para expor seus sensos de justiça. O debate não pode ser emotivo, mas racional e dentro de um grupo. O conceito de justiça não pode ser compreendido fora do contexto social, não seria uma ética válida.
    Alasdair MacIntyre faz um resgate das tradições morais. Ele defende a tese de que as tradições são o lugar próprio da racionalidade, e não negação desta como propunha o iluminismo que instaurou um novo significado ao termo tradição que passou a ser considerado um elemento negativo, que transporta em seu seio uma autoridade não justificada. A tradição é para ele fundamental no entendimento racional, isto é, ele afirma que não existe racionalidade prática fora das tradições. Apesar de existirem diferentes tradições, o diálogo e a cooperação entre os que habitam a mesma tradição pode ajudar a encontrar um ponto em comum com as outras tradições, onde indivíduos e grupos têm direito de exercitar sua liberdade, construindo os mundos onde querem viver sem se esquecer do igual direito de todos de exercerem a mesma liberdade, pois é preciso se compreender que todas têm perspectivas diferentes de ver a realidade e assim se chegaria a um senso de justiça comum.

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  36. Alasdair Macyntire admite a complexidade que o debate sobre justiça possui e resgata as tentativas que se passaram para se estabelecer um senso de justiça. Nessa linha, defende que o modo que se tem usado para realizar esse debate é falho, na medida em que as pessoas tentam construir uma ética racional baseada na posição emotivista.

    Nessa crítica ao método Iluminista do estabelecimento dessas ideias, o autor mostra que ao se discutir ética e justiça da forma emotivista, gera-se a intenção de se colocar uma posição moral sobre outra. Com isso, o debate gerado fica apenas na esfera das posições morais individuais, inviabilizando assim a busca por uma verdade comum; essa prática, por fim, não constrói um consenso e não ajuda a racionalidade.

    Para evitarmos esse caminho no debate sobre a justiça devemos, primeiramente, abolir os sentimentos morais da discussão e tentar nos basearmos nas concepções históricas, na cultura e nas relações estabelecidas nas comunidades para que resgatemos os modos e tradições de uma sociedade e, através disso, buscarmos entender os modos de vida correspondentes à racionalidade daquela comunidade.

    Levando em conta que o ser humano só é concebido no contexto das relações sociais, Macyntire coloca questões primordiais para discussão de temas polêmicos que envolvem a justiça e as relações sociais. No caso da utilização ou não da burca por mulheres muçulmanas na sociedade francesa, esse aspecto emotivista de discussão aparece com frequência, fazendo com que não se chegue a um consenso sobre o tema. Os dois lados, tanto o dos que defendem a liberdade das mulheres para utilizarem a burca como aqueles que defendem a sua proibição, constroem esse debate defendendo posições morais individuais na tentativa de que suas ideias “vençam” e se sobreponham sobre a dos outros.

    Segundo as posições do autor, enquanto as pessoas não mudarem o modelo de debate, enquanto não tentarem olhar para os aspectos das comunidades na busca de um objetivo comum, não haverá uma discussão coerente sobre justiça.

    *Desculpe pelo atraso.

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  37. MacIntyre vê na sociedade várias maneiras de se entender justiça entre os vários grupos diferentes existentes, o que leva por vezes a conflitos entre os mesmos por serem incompatíveis entre si. As discussões entre os grupos e os diversos assuntos debatidos são sempre carregados de emoções e indivíduos tentando impor suas vontades aos outros. Seria então necessário livrar-se da subjetividade e da emoção dos julgamentos para que possa haver um debate onde se consiga chegar a algum ponto de consenso.

    Para MacIntyre, deve-se então estabelecer um objetivo, um ideal humano único o qual se deseja atingir, partindo não das intuições subjetivas, mas sim de certo consenso, encontrando pontos em comum entre indivíduos, depois entre pequenos grupos e comunidades, através de um debate moral e racional, construindo assim condutas justas. Seria necessário começar o debate por pequenas comunidades justamente por ser mais fácil superar eventuais discrepâncias de ideias, para que a discussão se torne mais controlável e para que não abra a possibilidade de seguir dois caminhos na discussão e posturas justificacionistas. E a partir disso pode-se estender o debate para grupos maiores, encontrando novamente os pontos em comum para que se atinja o ideal antes definido.

    Para MacIntyre, portanto, não é impossível estabelecer, por exemplo, o conceito de justiça a todo o mundo, mas sim de que é necessário que a discussão comece de baixo, isto é, entre pequenos grupos e não em grandes sociedades, para que a discussão seja mais controlada e possibilite eventualmente se chegar a um consenso coletivo que possa se estender a todos.

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  38. Para Macyntire o pensamento liberal de Rawls é falho, até por que ele defendia uma visão comunitarista. Uma das maiores criticas feitas por Macyntire é a relacionada com as discussões e/ou debates feitos por algumas pessoas, principalmente para discussões que tomam um rumo emotivo, ou seja, ele condena o debate justificacionista, onde cada lado tenta justificar a validade e superioridade de seus sentimentos morais.
    Como disse acima, nesse tipo de discussão cada um tenta justificar seus sentimentos morais, tentando mostrar o valor legítimo deste. Mas o maior problema presente nesses debates é que não a uma racionalidade, e nem mesmo conseguimos chegar a um consenso.
    Na visão de Macyntire a racionalidade e a objetividade do debate moral são possíveis somente quando os indivíduos forem considerados como membros de comunidade, e principalmente em uma comunidade pequena. Pois em comunidades menores existe maior possibilidade de se chegar a um consenso racional, e também de se obter um debate que não seja emotivo.

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  39. Macyntire a inicia afirmando que a nossa sociedade é uma sociedade de divisões e conflitos, a partir daí questiona: "Como devemos escolher entre visões opostas e incompatíveis de justiça que porfiam por nossa adesão moral, social e política?".
    É natural responder com base nos padrões de justiça aos quais nossa racionalidade nos leva. No entanto, uma concepção de racionalidade é tão complexa quanto a de justiça.
    Macyntire afirma que aquele senso de justiça pressuposto por alguns autores é um senso emotivista. Sendo assim, os debates propostos por estes autores não partem de argumentos racionais em busca da verdade, mas sim, partem de sentimentos em busca de defender suas próprias emoções morais.
    Ele propõe que nos inspiremos em Aristóteles e nos pensadores medievais, pois estes nos levaram a discussões que consideram o modo de vida particular de cada comunidade, a maneira como eles enxergam as coisas. A pergunta que nos levaria a verdade é "como deveríamos ser?", ao invés de "o que sou?" que consiste em uma discussão de sentimentos. Para Macyntire ser ético não é ter o sentimento certo, mas o fim certo, tal como diria Aristóteles.

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  40. [Atrasado] MacIntyre inicia o texto apontando as diversas concepções de justiça que há em cada indivíduo, sendo esta formada por fatores econômicos, sociais e políticos. Porém, tal pluralidade gera conflitos e a fim de encontrar uma “justiça comum” é necessário ter claro o conceito de racionalidade, tendo em vista que apoiar-se em tradições para formular o conceito de justiça de uma sociedade só colocaria grupos que pensam de maneiras diferentes em conflito e, na visão do autor, não haveria como mediar tal situação. Para tal MacIntyre critica os valores emotivos que muitas vezes se sobrepõe a razão ao determinar valores morais e éticos em uma sociedade.

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  41. [Atrasado]O ideal liberal de neutralidade em torno dos princípios de justiça (ética, direito, moral) é muito criticado pelos comunitaristas, visto que ocorre um mascaramento de uma teoria individualista de bem, ao passo que a neutralidade liberal não é, de fato, neutra, diante das concepções éticas.
    Alasdair MacIntyre surge usando como argumento principal, contra a teoria liberal deontologica, que a pretensão de neutralidade de justificação não é uma posição moralmente defensável, pois, por exemplo, a tentativa do iluminismo de justificar o conceito moral que seja livre de tradições históricas, éticas e de uma visão teleológica de natureza é muito problemática, já que, para MacIntyre são estes os três pontos fundamentais para poder existir uma concepção de justiça.
    Fica claro que Maclntyre acredita que não é possível fazer justificação de normas universais sem levar em consideração os valores particulares numa sociedade que é pluralista.
    Há ainda de se pensar que o argumento dos liberais de pretensão de uma neutralidade e tolerância ética justificadas moralmente é um encobrimento do fato do liberalismo ter como base uma concepção de “vida boa a ser adotada”; pretendiam superar todas as tradições, no entanto, acabam se tornando mais.
    O liberalismo vale dentro de uma determina cultura, a ocidental, e ainda dentro desta, só vale para aqueles que compartilham sua teoria de bem, sendo assim, ela é uma teoria excludente.
    Os liberais se apoiam em uma teoria que parte de pontos que não são neutros, como afirma a teoria, mas que são sempre liberais.

    Alasdair MacIntyre, como comunitarista, visa não partir de um ponto dito “certo” ou pré determinado como os liberais fazem, mas sim que haja uma discussão sobre o “como deveríamos ser?”, deixando de lado as emoções morais que nos tiram o foco do debate, para que seja feita uma discussão que considere um todo, que não seja excludente.

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  42. Perdão pelo atraso.
    MacIntyre é um autor comunitarista, o qual contesta o liberalismo, positivismo, utilitarismo, dialogando com os liberais clássicos, porém é importante ressaltar que ele faz a crítica ao liberalismo dentro da própria concepção liberal.
    MacIntyre defende a construção de uma ética racional baseada nos costumes e tradições de em uma pequena sociedade, criticando fortemente o discurso emotivista, o qual o interlocutor impõe seus sentimentos morais sobre o outro, e é exatamente isto que o autor critica, diz que os modos de vida têm de ser analisados através de um esforço coletivo, em busca da verdade e por meio disso é possível identificar os modos de vida legítimos e ilegítimos, sendo que para fazer tal análise é levado em conta a tradição e os costumes, ou seja, o processo histórico desta sociedade, por isso que para MacIntyre a justiça é pluralista, onde há várias interpretações e significados sobre justiça.
    Outro ponto importante a ser levado em conta na construção da ética racional é adotar inicialmente ao debate a melhor essência do ser humano, encontrando um ponto em comum, um consenso para conseguir discutir moralmente sobre determinado aspecto, assim como foi feito sobre a burca em sala de aula.

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  43. * comentário atrasado 3 *

    Eu acho interessante a perspectiva de Maclntyre sobre a importância da tradição e da comunidade em um debate ético. Por exemplo, se vamos debater se o sistema de cotas para negros é ético ou não, devemos considerara construção histórica da atual situação dos negros, e o nosso papel nessa construção histórica, e sem essa consideração o debate se torna pobre e simplista.
    Sobre a critica que Maclntyre faz ao debate "emotivista", eu até concordo que devemos abrir mão de CERTAS subjetividades para não corromper o debate. Mas a proposta dele de um debate objetivo e racional me parece muito falha. Em primeiro lugar esse "racional e objetivo", livre de emoção e relativismo, não existe pois não existem fatos morais e a construção da moral sempre será em alguma medida subjetiva. A abstração de tudo que é subjetivo, bem como do desejo de supressão de outros modos de vida em favor de um ideal, resultaria no abandono da moral. Além disso, essa "razão' muito facilmente se torna uma forma de tirania ainda mais perigosa do que a subjetividade que pretende se impor. Se dizemos aos outros "estamos sendo racionais", muito possivelmente o que dizemos a nós mesmos é " queremos que isto seja a lei". Nos debates "objetivos e racionais" o que mais aparece é a razão como falácea, o argumento ad ratio...
    A razão não define o ser humano, é apenas um aspecto, e a falta das demais dimensões na filosofia e na ciência tem sido um grande problema da modernidade.

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  44. (ATRASADO) O autor demonstra em seu texto que a justiça pode ter diversas formas de interpretação dependendo do ponto de vista de cada indivíduo, sendo que o mesmo molda sua interpretação a partir de suas experiências de vida.
    Maclntyre enxerga que para superar tamanha diversidade de ideias e encontrar uma justiça comum a todos, a justiça deve ser fundamentada em conceitos puramente racionais. Portanto o autor é contra as situações em que as emoções se sobrepõem a razão.

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  45. (Comentário ATRASADO)

    Alasdair Macintyre critica o projeto iluminista de construir uma ética racional, pois esse método iluminista acaba por adotar uma posição emotivista, posição esta que Macintyre condena fortemente.

    Segundo Macintyre, os debates guiados pela posição emotivista não respeita a racionalidade, esse tipo de debate se transforma em uma disputa de preferências morais, na qual se busca sobrepor uma posição moral sobre outra. Esse tipo de debate, portanto, não acarreta em uma busca por um consenso, logo, é falho.

    Para Macintyre os debates em ética precisam resgatar a ideia (grega e medieval) de que a racionalidade depende do contexto das tradições da sociedade, da cultura, das concepções históricas. A racionalidade e a objetividade do debate moral só são possíveis se os segmentos e os indivíduos forem considerados como membros de uma comunidade, o autor ainda acrescenta que de preferência, membros de uma comunidade pequena. Fica evidente a preocupação do autor em enfatizar que o ser humano é um ser social, não sendo possível, portanto, abandonar as influências que os indivíduos recebem da comunidade em geral na hora de um debate. Tal visão claramente vai contra o conceito do “véu da ignorância” de Rawls.

    Em linhas gerais, pode-se concluir que as concepções morais não devem ser examinadas pelos sentimentos individuais que estão por trás (posição emotivista) e sim pelo coletivo, ou seja, pelas relações dentro da comunidade. Só assim o debate sobre justiça será efetivo e coerente.

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  46. Alasdair Macintyre é mais um dos considerados comunitaristas, evidencia de tal classificação é o fato do autor ser completamente contrário e descrente no projeto iluminista. Para ele a forma como os iluministas discutem ética e justiça não é eficaz, pois nessa lógica os indivíduos são guiados por emoções e sentimentos, em prol de "vencer" no debate. Discutir justiça sob essa ótica apenas permite que as pessoas "lutem" somente visando o interesse próprio deixando de lado a Verdade. Para Macintyre o debate deve ser permeado pela racionalidade, pois assim pode se chegar mais próximo de uma Verdade comum.
    Além disso, devem ser levadas em conta as tradições históricas e culturais de uma sociedade, sendo isso algo fundamental na discussão.
    Atualmente, parece-me que certos assuntos deixam de lado tais tradições como por exemplo a questão do dia da consciencia negra e ,segundo Macintyre, a discussão afasta- se da verdade.
    Para exemplificar essa ideia de Macintyre vo postar aqui o texto de um professor de filosofia da UFABC, sobre esse video aqui que foi muito valorizado por muita gente :

    http://www.youtube.com/watch?v=BqipVJ0FDQE&sns=fb

    Por Fernando Costa Mattos:
    "Desde ontem, está circulando pelo Facebook - com grande sucesso - o seguinte vídeo com uma entrevista do Morgan Freeman sobre o significado de uma data comemorativa em homenagem à consciência negra. Ele condena a iniciativa e, por isso, foi celebrado entre os que, por aqui, condenam o 20 de novembro como dia da consciência negra. Quer dizer, então, que o Morgan Freeman virou autoridade no assunto? E que o modo de acabar com o racismo é "não falar sobre ele"? O fato de não haver um mês da consciência judaica nos EUA seria um argumento contra a existência de um mês da consciência negra? Não compreendo o raciocínio. Os judeus foram escravos nos EUA? Não. Na Alemanha, onde foram vítimas do holocausto, há uma série interminável de museus e memoriais em homenagem a eles, e a palavra de ordem é falar, sim, sobre o assunto - para jamais esquecê-lo. O mesmo vale, parece-me, para a questão negra em países como os EUA e o Brasil: é preciso falar e falar e f
    alar sobre a escravidão - para não esquecê-la. E é preciso falar e falar e falar sobre a situação atual dos negros, ainda muitíssimo inferior à dos brancos no Brasil (como comprovam todas as estatísticas disponíveis) - para não esquecê-la e, sobretudo, para fazer algo a respeito (como, por exemplo, o sistema de cotas nas universidades públicas, tão questionado pelos brancos ricos). Por que celebrar com feriado a Proclamação da República, se já somos (supostamente) republicanos há mais de cem anos? Não deveríamos parar de falar a respeito? Afinal, o risco de sucumbirmos a golpes anti-republicanos é muito pequeno (tão pequeno quanto o risco da segregação racial nos EUA, que há 50 anos ainda contava com apartheid em diversos estados). Por que celebrar com feriado a Independência do Brasil em relação a Portugal? Não deveríamos parar de falar a respeito? Afinal, já somos um país soberano há quase duzentos anos - sem qualquer dependência em relação aos países centrais do capitalismo. Ora, ora! Por que não paramos de estudar história nas escolas (e substituímos os professores de história pelos artistas de cinema como autoridades no assunto)? Afinal, para que falar do que já passou? Vamos parar de falar e fingir que não aconteceu."

    Para finalizar, Macintyre achava que quanto menor uma sociedade mais fácil de se organizar em torno da ética e da justiça.

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  47. [ATRASADO] - Peço desculpa pelo atraso
    MacIntyre, tido como um comunitarista, faz críticas aos liberais, principalmente à John Rawls, uma vez que os mesmos não dão uma atenção ao contexto histórico-social do individuo, e nem evidenciam como relevante o aspecto de comunidade, levando assim a discussão para um âmbito iluminista, trabalhando com abstrações e transformando o debate ético em um confronto de sentimentos morais, de emoções, fazendo com que o debate seja efetuado através da utilização de estratégias para convencer o leitor de qual argumento é melhor, de qual sociedade é melhor, de qual costumes são melhores que os outros, entre outros aspectos, e assim não se chega a consenso nenhum.

    Para o autor (MacIntyre), o ser humano é conhecido por meio de sua contextualização, de seus princípios fundamentais, por sua comunidade, assim se faz necessário acontecer um debate permeado por um discurso racional e objetivo, o qual resgata as idéias gregas e medievais de se formar um debate ético baseado no conceito de que a racionalidade depende do contexto das tradições resgatadas através da História, com isso se chega ao encontro de pontos comuns em pequenas comunidades, e posteriormente em grandes comunidades, e assim explorá-los de forma a encontrar um consenso comum a todas as sociedades, sobre o ser humano em si, e não sobre o que poderia ser melhor modo de vida, e por conseguinte excluir os outros, mas sim ver a diferença entre eles e nela encontrar pontos em comum, que possibilita uma acordo.

    Concluindo, MacIntyre é um divisor de águas entre os liberais e os comunitaristas, visto que em sua teoria é evidente a sobreposição da comunidade diante do individuo, e não o contrario, assim o mesmo começa criticando os liberais clássicos e depois expõe sua teoria de modo que a mesma não cometa o erro de promover um debate moralmente emotivo, mas sim um debate ético, racional e objetivo, visando a encontrar pontos comuns entre as comunidades, e também entre os indivíduos.

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  48. [Atrasado]O autor preocupa-se em observar quem possuiria a virtude da justiça para se fazer cumprir as leis, bem como a natureza da conexão entre justiça e as leis.
    Para se discutir justiça, para se julgar algo, é necessário uma visão racional, e esta se dá através da imparcialidade, da abstração de preceitos e concepções pessoais, só assim e analisando friamente as raízes do problema e da discussão é que se pode chegar a alguma conclusão. Os diferentes modos de se enxergar a razão e os modos de pesquisa, são debatidos por toda a história, e para cada linha de pesquisador haverá um único modo correto, da mesma forma é a justiça e se aparelho. Quem pode garantir que as decisões tomadas pelo juiz é a mais justa ou correta se as leis em que ele se baseia foram feitas por outros humanos e pensadas para aderir a maioria dos casos, mas nem sempre a todos estes. Como definir se essas decisões foram racionais? A verdade estaria ligada a um jogo de argumentações aonde quem possuir a mais concreta e plausível torna-se o certo?
    Pois bem, as grandes discussões do mundo atual que originam guerras ou disputas acirradíssimas devem-se principalmente à falta de concordância de pontos de vista, da falta de abrir mão de sua concepção e de acreditar que apenas um é o dono da verdade.
    A partir do momento em que se tem muito conhecimento sobre determinada área ou se gasta muito trabalho e tempo em certa pesquisa, cria-se uma espécie de fé e adoração deste propósito defendido. É ai que mora o perigo, pois na maioria das vezes os olhos acabam sendo cegados pela racionalidade e tudo o que fala é a emoção e a verdade que se carrega em si, ou seja, por mais que as evidências mostrem que há outras alternativas, outros meios ou outras soluções, aquele defensor não as verá como plausíveis, argumentará e se possuir uma boa retórica se fará acreditar que sempre estivera certo. De fato, até pode ser que esteja certo, porém a partir do momento em que não se permite acreditar que pode haver outro modo, deixa de ser apto a participar de uma discussão produtiva.
    Se observarmos o padrão humano, veremos que este é em sua essência egoísta, relembrando o que foi dito em Hobbes, aonde o homem seria genuinamente ruim. Talvez não ruim no sentido de apenas fazer o mal, mas em pensar primeiramente em si mesmo. Sendo assim, é mais confortável para ele que o que se acredita seja verdade e que esteja ele no caminho certo. É o caso por exemplo do aborto. Do ponto de vista da mãe, seria a melhor solução caso ocorresse uma gravidez indesejada, afinal, ter que carregar um fardo para o resto de sua vida não seria algo desejável. Entretanto, do ponto de vista teológico e até moral, com qual direito alguém pode tirar a vida de outrem, se existem diversos métodos anticonceptivos. Caso o aborto fosse legalizado, haveria a possibilidade de aumentar as DSTs, uma vez que caso ocorresse a gravidez, bastaria fazer um aborto. Mas há casos especiais e que é necessário se debruçar sobre eles, como o estupro ou o caso de a criança por em risco a vida da mãe. Ninguém pode obrigar outra pessoa morrer para dar a vida a alguém que também pode nascer morta.
    Questões de cunho moral dificilmente entrarão em consenso, pior ainda pode-se falar em alguma verdade. Ao se analisar a argumentação de ambos os lados, pode-se perceber que há pontos em comum e possíveis concordâncias nos pontos de vista. Em tudo na vida é necessário fazer concessões e abrir mão de alguma coisa.

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  49. [continuação]O diálogo portanto, desde que seja racional e esteja aberto a uma solução, é o melhor caminho para se pôr fim às divergências. Não que se vá deixar de acreditar no que está sendo defendido, mas é aberta a possibilidade de se chegar a algum lugar que não seja a morte de todos. Quando se está aberto a conhecer o que o outro defende, e tentar entender suas crenças, talvez crie-se até certa simpatia ou ao menos a compreensão do porque do ato, não que isso justifique nos casos de atrocidades como chacinas ou atentados, mas ao se conhecer as razões, as ações ganham sentido e um possível entendimento.
    Desta forma, para MacIntyre discordâncias sempre ocorrerão, até mesmo para se definir o que se trata de uma discussão racional ou não, porém o diálogo aberto a novas concepções e uma argumentação concreta é o único meio de se resolver grandes dilemas e debates e quem sabe assim poupar tanto sangue que hoje é derramado por falta compreensão. No caso de métodos de pesquisa, cada adepto continuará seu método de análise, criticando os demais e mostrando os pontos fortes do seu. Isso nunca mudará e sempre haverá discordâncias, porém toma-se como verdade e é escolhido um como modelo pelo maior número de adeptos que este possui. Sendo tudo provisório e nada definitivo, o certo e o errado são provisórios, bem como as argumentações que os cercam também. Os julgamentos mudarão conforme os anos e a razão pode até sofrer alterações, mas esta nunca pode deixar de estar ao lado das decisões.

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  50. Macintyre é um comunitarista que parte em Retomada da Ética Aristotélica, de São Tomás de Aquino e influenciado pelos Escoceses também.
    Comenta que temas como o aborto, por exemplo, são discutidos de forma tão radical que impossibilita as maneiras contrárias de entender as crenças de fundo aos princípios fundamentais. (pág 13 - Justiça de Quem?).
    Para debatermos, precisamos fundamentar filosoficamente o que estamos dizendo. Pois a Filosofia consegue sistematizar de uma melhor maneira aquilo que pensamos. Contudo, isso não quer dizer que através de debates filosóficos chegaremos a um consenso, pois os próprios professores de Filosofia só conseguem argumentar melhor, identificar melhor questões centrais a serem debatidas que as pessoas comuns e conseguem ter uma boa base argumentativa, mas não conseguem chegar a um consenso em diversos temas da Filosofia. Ao contrário, divergem tanto que são até radicais em temas como a justiça, por exemplo. Torna-se praticamente um embate político.
    Os argumentos muitas vezes são utilizados como arte de retórica e arma contra aqueles que não manejam muito bem este artifício. Saber argumentar não quer dizer que se está sendo racional. Na verdade em uma discussão, muitos estão interessados apenas em ganhá-la e mais nada. Deve-se tomar cuidado com isso, pois quando se toma esse caminho a racionalidade fica distante do que se estava buscando.
    O mesmo aconteceu ao quanto ao liberalismo, Macintyre diz que virou uma arena de embates entre liberais: radicais, conservadores e liberais. O que importa aqui, é o que ocorre, como já foi mencionado acima, na Filosofia. Muitas discussões e embates tornam-se disputas políticas e as pessoas tem como único objetivo ganhá-los. Restando quase nenhum espaço para se falar do liberalismo em si, ou seja, da crítica do liberalismo.
    Para se chegar a um denominador comum sobre racionalidade e justiça, segundo uma tese filosófica, é necessário se despir de todo o preconceito (no sentido geral), para então olharmos para as diversas tradições com uma visão mais imparcial possível. Aqui, eu ouso a dizer que, pode-se até mesmo lembrar de Descartes quando comenta em suas Meditações que sentia falta de viajar, pois viajar era como ler um livro, onde se conhece outras culturas e você começa a expandir os seus horizontes. Descartes queria também, assim, como menciona Macintyre, se livrar até dos preconceitos incutidos nele desde a sua mais tenra idade.
    Entretanto, se ao invés da racionalidade, utilizarmos de subjetivismos e escolhas pessoais, não será possível estabelecer um denominador comum quanto ao senso justiça e racionalidade em uma comunidade. Dentro dela é necessário, ao se buscar o que é verdadeiramente bom a ela, que se levar em conta, as tradições e filosofias. Isso implica em sempre considerar fatores como: a cultura, a ordem social, os conflitos que emergem e os contextos históricos. Só assim, é possível entender os fatores que envolvem cada comunidade.
    Contudo, as discordâncias entre as visões conflitantes são suficientemente essenciais.
    Propõe que, assim como Aristóteles que só construiu a sua concepção de justiça e de racionalidade prática baseado na Polis grega, devemos tomar isso como exemplo para construir a nossa racionalidade prática baseada na comunidade também.
    Aqui, Macintyre, ao contrário de Rawls, propõe uma visão que olhe a comunidade e não apenas o individualismo (visão iluminista que pretendia chegar a uma ética comum). E criticava também à visão que veio depois do Iluminismo: o relativismo. Este propunha que cada indivíduo poderia se estabelecer com a sua própria ética.

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  51. Continuação:

    Portanto, considera que só através da racionalidade podemos chegar ao melhor senso do que é bom a todos, pensando na comunidade. Por isso, propunha a busca por uma racionalidade quanto aos temas ligados à justiça.
    Entretanto, só é possível chegar a uma racionalidade comum, aos membros que compartilham as mesmas tradições, neste caso de uma mesma sociedade (onde os aspectos históricos, culturais e filosóficos são partilhados e levados em consideração).

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  52. MacIntyre questiona o senso de justiça, nos mostrando que o que temos como justiça quase sempre não é o que outro tem, pois existem conflitos de opiniões e interesses que pode afetar tal definição. Ele propõe então uma concepção baseada na racionalidade para a pesquisa moral, que possa esclarecer esses conflitos. Para achar a concepção ideal de justiça, a ideia é que se use a racionalidade, mas em qual racionalidade devemos nos basear?

    O Autor acredita que é a racionalidade da tradição, como condição necessária para a racionalidade, que diferem a virtudes , no eu e na metafísica é o modo como se chegou à concepção de justiça. Para ele a compreensão humana é constituída no interior de tradições e são elas que constituem a razão do homem e de sua ação no mundo em que vive.
    MacIntyre busca uma visão da tradição como portadora de uma dinâmica na qual o conflito tem um lugar necessário na sua constituição.

    “.. a partir de debates, conflitos e da pesquisa de tradições socialmente encarnadas e historicamente contingentes, as disputas referentes à racionalidade prática e à justiça são propostas, modificadas, abandonadas ou substituídas, mas não há nenhum outro modo de se realizar essa formulação, elaboração, justificação racional e crítica das concepções da racionalidade prática e da justiça, a não ser a partir de uma tradição particular, através do diálogo, da cooperação e do conflito entre aqueles que habitam a mesma tradição.”

    Para Alastair o iluminismo fracassou em tentar dar repostas coerentes acerca dos dilemas morais. A ideia de que a tradição poderia ser substituída por uma razão como fundamentos de estruturação de uma sociedade, para ele é falha, já que não usa a tradição para explicar, ou tentar compreender o social e o intelectual; do mesmo modo que a concepção liberal possui suas falhas, já que existe um dificuldade em ser o defensor de tais teorias individuais, defende que há uma falta de racionalidade nessa linha de pensamento, já que tende a defender que todos querem as mesmas coisas, sem um discussão mais aprofundada.
    MacIntyre afirma que ética não é ter o sentimento correto e, sim, encontrar o ideal fixo com base na racionalidade humana, coloca que existem limites humanos, retomando a ética aristotélica das virtudes. Termina colocando que a tradição foi a unica que encontrou capacidade de ao entrar em contato com outras tendências, conseguiu realizar uma superação e expansão, a partir de seus próprio recursos. ai sim, mostrando a capacidade racional humana.

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  53. MacIntyre argumenta que as concepções rivais e totalmente incompatíveis da justiça são o resultado de formas rivais e totalmente incompatíveis da racionalidade prática.

    Ele sugere que era necessário um ponto de vista ético para formular um acordo com o qual a adesão a normas morais permite um indivíduo alcançar o bem estar, não apenas sozinho, mas em conjunto com outros indivíduos. Essas normas não são simples formas para a realização do bem. A partir deste ponto de vista, MacIntyre afirma que devemos abrir mão dos julgamentos subjetivos e de nossos sentimentos ao elaborarmos normas para o bem estar comum, pois nossos sentimentos e preferências pessoais podem negar nossa humanidade em comum com os demais, o que resultaria em rivalidade ideológica ao invés de um ponto de vista comum.

    O autor também critica a moralidade racional do iluminismo, pois segundo ele, para responder uma pergunta como, ”o que é justiça?”, seriam apresentadas diversas resposta conflitantes, deixando assim a aspiração do iluminismo de adequação de todos os seres racionais, cada vez mais distante. Portanto para o autor “o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir”.

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  54. Alasdair hace una crítica a la Ilustración , ya que según él, la Ilustración nos priva de una comprensión de la misión moral, ligada a una tradición intelectual y social. Pero incluso aquellos que abogan por un debate neutral sobre las cuestiones morales , lo abstrae de todas las peculiaridades sociales y se han unido a una concepción de racionalidad y justicia , que es la construida por la sociedad liberal.

    Él está a favor de la tradición aristotélica , ya que la considera cómo la mejor perspectiva para la comprensión de los errores , porque a través de la ética aristotélica ve la virtud como una tradición de investigación racional, que es la calidad de la racionalidad que presupone una ética superior. Está en contra de la modernidad liberal y tiene un interés especial en que el individuo vaya en contra de las diversas formas que surgen despues de la Ilustración.

    Argumenta que el entendimiento humano se construye dentro de las tradiciones y que éstos son los que constituyen el orden de partida para fijar la razón del hombre y su manera de vivir. Así que sólo hay racionalidad práctica dentro de las tradiciones, entendiendo por tradición la formación del carácter central del sujeto moral a través de la reflexión sobre los vicios y virtudes . Entonces la tradición es la piedra angular de la comprensión racional en forma práctica , lo que la racionalidad práctica no existe fuera de las tradiciones , y la tradición es el lugar de nacimiento de la racionalidad.

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  55. MacIntyre é um critico do iluminismo e de todo o individualismo que veio com ele. No livro “Justiça de Quem? Qual Racionalidade?” ele propõe que voltemos à racionalidade da tradição, uma vez que ele é adepto a escola Aristotélica. Com o iluminismo a racionalidade é o centro de ambição dos indivíduos e o que não for escoltado por ela deve ser abandonado, incluindo muitos princípios tradicionais.

    Rawls, em sua teoria aponta que se houvesse um véu de ignorância os indivíduos poderiam tomar decisões que seriam as melhores para beneficiar a liberdade da sociedade, garantidas por um contrato social em que todos decidiram sem a intenção de se beneficiar. MacIntyre discorda fortemente, pois para ele não dá para o sujeito fazer escolhas totalmente descolado de seu contexto social, suas tradições e costumes. Por mais que a tradição possa ter surgido de forma “irracional”, ela é passada de geração em geração e adotada por um coletivo como a melhor conduta moral. De alguma forma a tradição é cercada por uma ética que a legitima e faz com que ela, para a comunidade, torne-se imutável e uma boa base para a justiça. A tradição não é única entre comunidades diferentes, mas ela pode se valer da racionalidade para que haja, certo, consenso entre diferentes visões de justiça, lembrando que não existe uma, mas varias racionalidades que podem interpretar as tradições.

    Macintyre é um comunitarista que aponta alguns argumentos de porque a justiça não pode ser fruto apenas da racionalidade, mas sim tem de se considerar a vida em comunidade e suas implicações para o que se pode considerar justo ou não.

    Rebeca D'Almeida - 21032410

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  56. MacIntyre afirma que os conceitos de justiça variam de indivíduo para indivíduo. Ele, então, demonstra uma maneira racional que sirva para compreender as diferentes concepções de justiça. A racionalidade usada é a da tradição, pois, o autor afirma que a compreensão humana se dá nas tradições que ainda constituem parte da razão humana. “A racionalidade das tradições está conectada com as teses que constituem uma tradição. Apenas com o conhecimento dos primeiros princípios poderemos chegar à conclusão de como resolver os conflitos entre tradições rivais. Esse conhecimento será importante para possibilitar o resgate da ética das virtudes dentro de um ambiente social contemporâneo tão mais complexo do que o da sociedade aristotélica”.

    Para ele, os debates que se utilizam de argumentos não racionais, não são válidos, pois não chegam a uma conclusão racional, acabam sendo coercitivos, de certa forma, uma emoção sendo imposta sobre outra, sem que haja um debate racional de fato. A ética buscaria, então, um ideal baseado na racionalidade humana, pois os indivíduos distinguem o que é justo baseado em seu próprio senso moral, mas estes são mutáveis. Para basear-se nesse ideal fixo, deve-se fazer uma análise da sociedade, buscando algo que seja ideal, que todos devem seguir.
    O autor ainda critica o Iluminismo, pois seu legado é “a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir”. Essa corrente “não obteve sucesso em sua tentativa de justificar a moralidade, devido à desconexão existente entre o seu conceito de natureza humana e os conceitos de normas e preceitos morais que os pensadores do iluminismo tiveram”.

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  57. MacIntyre mostra como as concepções de justiça podem variar entre os membros da sociedade, devido à inúmeras questões externas, que determinam o fenótipo de cada indivíduo. Um dos principais fatores externos e que modificam tais concepções é a cultua. Para conseguir assimilar as diferentes concepções de justiça, de modo que não gerassem discussões e conflitos, por não haver um consenso entre essas diferentes visões, seria necessário a utilização da razão, da racionalidade.

    MacIntyre acredita que essas condições externas, o fenótipo de cada indivíduo, não pode ser ignorado e sim entendido e visto como meio para busca de uma alternativa coletiva, atingindo ideais coletivos, comuns, visando uma conciliação. Claramente se afasta das ideias do liberalismo, tendo em sua teoria pontos fundamentalmente comunitarista.

    Portanto, deveríamos deixar de lado questões emocionais, tendo como princípio básico os fatos, a veracidade, através da racionalidade, não deixando de lado as questões externas que moldam cada indivíduo de diferente maneira. Assim, seria possível um debate entre as diferentes sociedades, buscando valores coletivos, pontos comuns.

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  58. MacIntyre foca sua crítica na construção da moral baseada em uma racionalidade extremamente individualista, fruto do pensamento iluminista, defendendo que as discussões éticas deveriam basear-se em uma razão que considerasse o contexto histórico em que o objeto de estudo ocorreu, o que englobaria tradições, costumes, formas de pensamento, etc.
    O autor, de orientação comunitarista, desenvolve sua teoria, afirmando que o tamanho das sociedades também deveriam ser considerados, sendo, sociedades menores mais fáceis de haver controle sobre a justiça, tornando-a mais favorável.
    O pensador acreditava que as pessoas são fortemente influenciadas na tomada de decisões, pela sociedades, pwlo contexto em que vivem. Ele, ainda, faz duras críticas à Ralws, alegando que o indivíduo não vive para suprir unicamente seus interesses, , através de uma moral diferente dos demais. Portanto, crítica também a ideia liberal de justiça, que defendia um ser humano individualista, que tenta, constantemente, sobrepor seu interesse sobre o próximo. 
    Essa linha de pensamento é chamado, por MacIntyre, de 'emotivista', criticando esse  debates, que sempre resultam em impasses, pois utilizam um sentimentalismo moral. O debate - livre de questões emotivas -, para chegar àlgum lugar, deve ser guiado pela racionalidade, em busca da verdade; além de considerar a influência que a sociedade e o contexto histórico exercem sobre os indivíduos.

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  59. MacIntyre surgiu com uma metáfora para explicar exatamente por que é que o debate moral na sociedade de hoje é tão aguda e tão raramente leva a um consenso, por que, em outras palavras, a sociedade parece totalmente incapaz de chegar a um acordo básico suficiente em matéria de ética que lhe permita lidar com o caos moral que nos rodeia.
    para MacIntyre é a capacidade de manter a integridade de sua própria posição. E isso é difícil sob as regras atuais: o que se considera um conflito com o liberalismo é tomado pela cultura maior, como um conflito dentro do liberalismo
    MacIntyre assume a unidade do liberalismo, o capitalismo laissez-faire, o marxismo, e o utilitarismo não apenas como prova de sua metáfora de ficção científica, mas também como um ponteiro para a alternativa teleológica que é, acredita ele, a única solução para a esquerda.

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  60. Macintyre, em seu trabalho, critica o iluminismo e o liberalismo. Para ele, as emoções não podem pautar os debates morais, pois disso só resulta um embate no qual uma estará sempre tentando se sobrepor a outra, sem chegar a algo concreto e final que seria o objetivo ética. Diante disso, é necessário que haja um ideal fixo para pautar as discussões, algo que seja comum a todos e não relativo para cada um, isso permitiria eliminar a subjetividade. Essa ideia de ideal faz referencia a Grécia antiga, mais precisamente ligadas às ideias de Aristóteles, como por exemplo, a do “dever ser “ na qual as pessoas devem ter um ideal comum e devem buscar se aproximar disso. O autor valoriza o papel das tradições, da historia e acha importante respeitar a diferença entre cada comunidade, pois acredita que quando dentro de contexto, no caso, uma comunidade, é esta que ira moldar os ideais do individuo.

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  61. Arthur El Reda Martins
    RA: 11002610
    Email: art.erms@gmail.com

    MacIntyre se aproxima um pouco de Dworkin na oposição ao positivismo no Direito de uma forma geral. As normas devem ser obedecidas mas não de forma cega e mecânica, a justiça é um conceito que deve ser elaborado a partir de um ideal fixo e comum, e não imposto por debates desnecessários. A sua crítica aos liberais é a de que o que eles defendem na verdade é um padrão que tentam impor, e não de fato uma busca pelo verdadeiro valor do que é certo. Como podemos lidar com visões conflitantes do que é justiça levando em conta que utilizamos para isso diferentes tipos de racionalidade?
    O autor então aborda seu conceito de racionalidade de tradição. Devemos voltar nosso pensamento para a história e seus acontecimentos e a partir daí tentar situar o momento em que vivemos ‘...a partir de uma tradição particular, através do diálogo, da cooperação e do conflito entre aqueles que habitam a mesma tradição’.

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  62. Alasdair MacIntyre em seu livro "JUSTIÇA DE QUEM? QUAL RACIONALIDADE?", vem na direção de fazer uma crítica ao projeto liberal como um todo. Dizendo que há algo errado, que o liberalismo é calcado no indivíduo e que não levar as tradições das comunidades no debate ético é errado, criticando a posição dos liberais em considerar mais o individual do que a sociedade como um todo. O autor faz defesa do coletivo, dizendo que o coletivo é relevante e que não existe indivíduo sem comunidade, a comunidade vem primeiro. Ele é crítico do liberalismo, mas não rompe com as ideias de que é possível ter justiça dentro de uma sociedade liberal.

    Ele critica a posição emotivista, que segundo ele faz com que o debate se torne sobre sentimentos morais, já que é uma tentativa da pessoa de defender uma posição moral envolvendo sentimentos pessoais e o fato do mesmo não fazer uso de uma discussão ética, mas de valores, o que não ajuda na construção de um consenso e também não ajuda na racionalidade, pois as concepções dos modos de vida dos indivíduos NÃO podem ser baseadas nos sentimentos morais que estão por trás dessas concepções, elas devem ser baseadas na coletividade, na cultura, na comunidade. Para ele, um debate só é racional e objetivo quando os indivíduos e as estruturas que compõe a sociedade são integrantes de uma comunidade, preferencialmente pequena, e as escolhas feitas no debate só são válidas quando feitas livremente.

    Para ele, havia um projeto tradicional de como se obter justiça dentro da sociedade que vinha dos pensadores antigos (Aristóteles). Para um debate coerente, MacIntyre diz que a visão Aristotélica é necessária para que se chegue a um ideal de vida humana vista do ponto ético, levando em consideração as características em comum de membros de uma comunidade.

    Ele defende a racionalidade da tradição, dizendo que a escolha no modo de viver e as concepções de moral e justiça são baseadas na cultura, tradições e no contexto histórico da comunidade do indivíduo. Não devendo abandonar os sentimentos morais individuais, mas que se deve achar um objetivo comum entre os indivíduos diferentes, para que ambos possam viver sem a exclusão de um determinado modo de vida.

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  63. MacIntyre apresenta a interessante ideia (com a qual eu concordo) de que a moral do indivíduo é formada por seu contexto (histórico-social) e experiências pessoais. É possível perceber um afastamento das ideias do liberalismo e do individualismo (na valorização do grupo, ao invés do indivíduo), e uma clara associação com o comunitarismo. Também podemos ver uma contrariedade à razão iluminista, que adota uma posição emotivista (que não respeita a racionalidade, segundo ele). Propõe umas perspectiva racional na resolução dos problemas, baseada na Tradição.

    O autor parece-me mais 'real', menos utópico, ao considerar as experiências e contextos individuais, pois acredito que esses formam nossa moral, caráter, ideias.

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  64. Para MacIntyre aqueles que herdaram o cânone homérico ficaram com um dilema sobre o que constituía justiça. Foi excelência, uma justiça fundada sobre uma certa teleologia para que cada pessoa em sua determinada posição deveria funcionar? Ou foi a justiça fundada sobre a eficácia, o que funciona melhor para mim? A justiça fundada na excelência existe antes da elaboração de leis, de fato, as leis devem ser criadas para servir a justiça. Com uma justiça fundada na eficácia, o sentido de justiça é constituído pelo ato do próprio legislar. A elaboração de leis e justiça andam de mãos dadas.

    Estas duas concepções de justiça produzem duas diferentes concepções de racionalidade prática. A resposta "o que eu devo fazer?" Depende muito de como você entende a justiça. Dentro de um quadro que prioriza excelência, uma boa razão pode ser dada sem referência aos custos ou benefícios para o indivíduo que faz a pergunta. Você deve fazer a coisa certa, independentemente de o ajudar ou prejudicar. No entanto, se você priorizar a eficácia, então a sua resposta deve fornecer algum benefício atraente ou custo relacionado à ação. O que devo fazer? Qualquer que me traga mais prazer ou me ajudar a evitar mais dor.

    A tese de MacIntyre é que estes dois entendimentos conflitantes de justiça e racionalidade são expressos em sistemas políticos oponentes que dão prioridade a um sobre o outro, e é a polis como a personificação societária destas diferentes concepções de justiça que ele então se volta.

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  65. Macintyre critica o posicionamento emotivista dos iluministas na discussão de ética e justiça, pois desta forma gera-se apenas um debate de convencimento moral, ou seja, qual posicionamento moral individual é melhor, um sobrepujando o outro. Não construindo um consenso, uma verdade comum, para a sociedade.
    O autor afirma que é a racionalidade, excluído dos sentimentos morais, que dirá o que é justo ou injusto para uma determinada sociedade. Neste debate sobre justiça devemos ainda tomar como parte integrante a maneira como cada sociedade dispõe o debate em sua comunidade, seguindo as suas tradições e particularidades, pois cada concepção individual pode ser importante para a busca de um ponto em comum a todos, gerando assim uma forma coerente de discussão de justiça.

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  66. Macintyre é um comunitarista, e portanto, não consegue e vê de forma impossível analisar o homem somente como indivíduo a despeito de sua liberdade individual.
    Uma de suas grandes críticas é em relação ao Iluminismo, justamente por esta desconhecer as tradições e não levá-las em conta em suas análises.Pois as pessoas tem influência das tradições e seus valores baseados nelas, não há como desconsiderá-las, como foi a proposta do liberalismo como o mercado sendo o máximo expoente desta quebra de barreiras em direção as diversas formas de viver, muito bem representadas no mercado.No entanto, Macintyre considera até mesmo o liberalismo como uma tradição, mesmo que está tenha surgido para acabar com a mesma, e isto torna bastante paradoxal e conflitante sua análise tanto quanto como ele vê a sociedade pós iluminismo e liberal.Pois ele entende que as divergências constantes das sociedades pluralistas advém da falta de uma análise visando as tradições, contudo ele não entra no mérito da questão para julgar qual o posicionamento correto, pois assim como Taylor, acredita que a linguagem e a bagagem cultural de cada pessoa interferi no seu pano de fundo e portanto em suas decisões, e por fim, não se preocupa ou não consegue chegar a uma conclusão que fuja do relativismo.
    Para mim, a análise de Macintyre só interessa por incluir mais parâmetros para se julgar o que é o certo ou a justiça, como Taylor também faz, contudo, Macintyre relativiza e muito, toda a história como simplesmente um jogo de tradições, e não estabelece nenhum valor maior, em comum com outras culturas, só problematiza-os.E estende o liberalismo para todos os aspectos da vida humana, partindo da economia(mercado) para valores, o que não há como se fazer, haja vista as influências de grandes tradições que não perdem seus valores centrais e até marginais como é o caso do fundamentalismo islâmico, já que as tradições continuam de forma incosciente na sociedade por gerações.

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  67. MacIntyre é um autor comunitarista. Ele critica o projeto liberal, mas não rompe com a ideia da possibilidade de existência de justiça na sociedade liberal. Podemos resumir brevemente o pensamento desse autor da seguinte maneira: MacIntyre diz que o liberalismo é uma “tradição” nas sociedades, mas que no início do período moderno (séc XVI e XVII), houve um problema que gerou certa maneira “pervertida” de pensar.

    O autor em questão é o primeiro que nos trás a visão da comunidade no estabelecimento da justiça. Segundo ele, o projeto moderno iluminista gerou uma cultura que dá espaço a não existência de consenso único sobre princípios morais, trazendo “debates intermináveis” sobre o tema, além disso, esse projeto transformou o debate ético em expressão do emotivismo. É possível fazer uma contraposição entre tal projeto e o projeto tradicional vindo da reflexão moral dos gregos (com ponto de partida em Aristóteles).

    MacIntyre atribui à racionalidade empregada pelos modernos - que se baseia no formalismo e nos critérios lógicos de veracidade – a definição de “problema existente no projeto moderno”, pois diz que tal racionalidade não chega mais à sabedoria, mas apenas à verdade.

    Para o autor, há uma variedade muito grande de conceitos sobre o que é justiça (conceitos até mesmo conflitantes). MacIntyre diz que para entender a justiça temos que compreender o que é racionalidade. Temos que construir, segundo ele, um novo modelo racional sábio, resgatando sentido para o ser humano. Assim, com tal construção, chegaremos à virtude através da caminhada em direção à essência do ser humano. Em outras palavras, precisamos de uma construção coletiva que pense sobre o que é o humano para chegarmos às virtudes e à justiça.

    Podemos dizer que MacIntyre critica o projeto moderno no sentido em que, segundo ele, um indivíduo pode ser racional e injusto ao mesmo tempo, justamente por conta do modelo racional das sociedades liberais, (e isso se deve a problema que surgiu em tal modelo, como já havíamos comentado no início do comentário) já que não há relações entre a prática e a razão no projeto moderno.

    Assim, podemos afirmar que MacIntyre diagnostica a razão abstrata como o problema que surgiu no modelo liberal. A razão, segundo ele, deve estar atrelada ao contexto histórico, diferentemente daquilo que os modernos buscavam para a racionalidade. O autor em questão expõe a “racionalidade das tradições” e nos diz que se faz necessária a interpretação de diferentes tradições para que possamos dialogar com indivíduos inseridos em tradições diferentes daquelas que fazemos parte, sem que haja sobreposição e imposição de uma tradição sobre a outra.

    Ingrid Desihiê Antoniori
    RA: 21004712

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  68. Alasdair Macintyre era um comunitarista e tinha como principal alvo de críticas o liberalismo. Para ele a individualização e consequente valorização do indivíduo no liberalismo era algo considerado errado, pois ele não levava em conta a sociedade.
    A sociedade era considerada de extrema importância, pois seria ela a responsável por moldar o indivíduo, ela estava intrinsecamente ligada a ele, pois será nessa sociedade que estarão presente as tradições, ou seja, crenças e sensos comuns que o indivíduo acaba por absorver e exercer de certa forma.
    Essa racionalização focada na sociedade que Macintyre considerava que deveria ser seguida, era contrária a ressaltada no liberalismo, no qual diziam que haveria algo ainda acima do indivíduo. Com racionalidade do presente nas relações dos indivíduos em prática mais senso de justiça, as comunidade acabavam por se organizar com crenças comuns, com uma identidade sendo criada, assim eles compartilhariam das tradições e religiões.
    Essa ideia de se possuir uma tradição, e senso comum a uma comunidade acaba por não conseguir separar-se do indivíduo, pois mesmo quando este irá criticar uma outra tradição, que lhe é estranha, ele ainda a fará sob a ótica da comunidade a que ele está inserido, sendo assim, suas ideias sempre estarão vinculadas a comunidade.
    Indivíduo e comunidade para Macintyre estão interligados como já foi afirmado anteriormente, porém ainda há outro aspecto que se conecta a esses dois, o do contexto histórico.
    O tempo passa, as gerações mudam, e principalmente as tradições, crenças e ideias mudam. Com isso as comunidades como os indivíduos também são influenciados, estando eles em constante mudança. Então indivíduos estão extremamente interligados as comunidades, como as comunidades estão interligados ao contexto histórico, logo indivíduo e contexto histórico estão conectados e influenciando-se mutuamente a todo o momento.
    Podemos estão esboçar um resumo das principais críticas de Macintyre ao liberalismo e ao iluminismo, na valorização do indivíduo e sua desvinculação com a sociedade, sendo ele egoísta e a tradição sendo irrelevante.

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  69. MacIntyre em sua obra "Justiça de quem? Qual racionalidade" tenta resgatar o pensamento aristotélico e do filósofo Thomás de Aquino para apresentar uma teoria que se baseia na idade média e no renascentismo.
    O autor critica o projeto iluminista e o retrata como um fracasso que cegou a sociedade. Através disso, o mesmo estabelece a necessidade de recuperar uma concepção de pesquisa racional que se incorpore numa tradição; "...Uma concepção de acordo com a qual os próprios padrões da justificação racional avultem e façam parte de uma história na qual eles sejam exigidos pelo modo como transcendem as limitações e fornecem soluções para as insuficiências de seus predecessores, dentro da história dessa mesma tradição" (MacIntyre)
    Essa tradição no qual ele recorre constantemente para o embasamento da sua teoria, é composta por "crenças fundamentais", que são as responsáveis por gerar o ponto de vista de uma tradição particular.
    A tradição, como MacIntyre a coloca é a geradora da capacidade de um ser humano de pensar, raciocinar, investigar e pesquisar, pois a racionalidade é interna a ela. Em suma, são acopladas e responsáveis pelas capacidades morais do ser humano, no qual esse nasce dentro desse contexto, em uma tradição específica; entretanto existe a possibilidade da discussão dessa determinada tradição, como também das tradições em geral, com o objetivo de estabelecer uma melhor compreensão do ser humano sobre o seu meio, como também quanto a si mesmo.
    As discussões de tradição podem estar ligadas a uma crise epistemológica que pode acabar por aperfeiçoar determinada tradição, é importante destacar que para o autor o que mantém uma tradição viva são essas discussões, dialógos e a abertura para questionamentos.
    Com essas ideias, MacIntyre institui uma teoria comunitarista que visa formar comunidades que detenham as mesmas tradições ou se esforcem para aperfeiçoa-las em conjunto.

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  70. Alasdair Macintyre, comunitarista, em seu livro "Justiça de Quem? Qual Racionalidade?", tenta responder à pergunta: como devemos escolher entre visões opostas e incompatíveis de justiça que porfiam por nossa adesão moral, social e política?
    Para responder essa pergunta, e evitar debates intermináveis, resultado do projeto moderno e iluminista que pretendia estabelecer um conceito de racionalidade independente do contexto histórico e social, Alasdair traz o conceito de racionalidade coletiva, resgatando o pensamento aristotélico, pois para saber o que é justiça devemos primeiramente aprender o que a racionalidade exige de nós na prática.
    As tradições aristotélicas, agostiniana, a mistura escocesa de agostinismo calvinista e aristotelismo renascentista e o liberalismo têm uma história narrativa sobre o que são racionalidade prática e justiça. A partir de debates, conflitos e da pesquisa de tradições socialmente encarnadas e historicamente contingentes, as disputas referentes à racionalidade prática e à justiça são propostas, modificadas, abandonadas ou substituídas, mas não há nenhum outro modo de realizar essa formulação, elaboração, justificação racional e crítica das concepções da racionalidade prática e da justiça, a não ser de uma tradição particular, através do diálogo, da cooperação e do conflito entre aqueles que habitam a mesma tradição.

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  71. Este comentário foi removido pelo autor.

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  72. As propostas de Alasdair MacIntyre utiliza as teorias políticas e morais da Grécia antiga para formular seu ponto de vista, que é baseado na tradição, que partem das ações e costumes de determinado grupo inserido na sociedade.
    É contrário as ideias de Rawls por indica a racionalidade liberal de Rawls, que tem como pressuposto o indivíduo a frente da sociedade, visão contrário da sua, que parte do comunitarismo que onde tradições definem os indivíduos, ou seja, privilegia a sociedade como definidora das práticas individuais
    Ele parte da teoria aristotélicas mas visa renovar a concepção de tradição, antes dita, prática e narrativa humanas. A narrativa de MacIntyre busca o pleno florescimento e a ética baseada nas virtudes com ênfase na importância da tradição, que mostra as práticas transmitidas pelas gerações e que define o indivíduo a busca do bem-viver. Dessa forma, suas escolhas e concepções morais são baseadas na cultura e história da comunidade em que o indivíduo se insere, porém sem abandonar os sentimentos morais individuais.

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  73. Os conceitos centrais da teoria da justiça desenvolvida por Alasdair MacIntyre são: prática, narrativa e tradição. MacIntyre é um defensor da ética clássica das virtudes. Seu pensamento caracteriza-se por assimilação das teorias morais e políticas dos gregos antigos, transpostas aos tempos modernos.

    O emotivismo constitui o principal alvo da crítica deste autor à modernidade: “Todos os juízos valorativos e, mais especificamente, todos os juízos morais não são mais que expressões de preferência, de atitude ou de sentimento.” (After Virtue: 11-12).

    Para achar a concepção ideal de justiça, a ideia é que se use a racionalidade; qual racionalidade? A da tradição. MacIntyre faz uma crítica ao modelo da racionalidade nas sociedades liberais: um indivíduo pode ser racional e injusto ao mesmo tempo. Para explicar essa possibilidade, recorro ao seguinte trecho, retirado de artigo de Luiz Bernardo Leite Araujo:
    “Estabelece-se, na cultura liberal, segundo MacIntyre, uma cisão entre o raciocínio prático e a ação: é possível ao sujeito de um raciocínio prático afirmar uma premissa para a persecução de um desejo e, no entanto, não agir convenientemente segundo as conclusões. Com isso, segundo os padrões dessa cultura, uma pessoa pode ser inteiramente racional sem ser justa. A prioridade da racionalidade é exigida de modo que as regras da justiça possam ser justificadas através do recurso à racionalidade.(...) para que alguém seja racional, não é necessário que apresente uma disposição de ocupar-se com a justiça como tal.”

    A estratégia defendida por MacIntyre é a da reformulação da tradição aristotélica visando tornar compreensíveis e racionais nossas atitudes e engajamentos morais e sociais. Os conceitos básicos apresentados por Alasdair MacIntyre na reconstruída concepção aristotélica da moralidade são, como mencionados anteriormente, os de narrativa, prática e tradição.

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  74. De acordo com Alasdair MacIntyre , o mundo contemporâneo se encontra em estado de grave desordem grave, marcado pela barbárie e no qual predomina um vocabulário incoerente do ponto de vista moral. A moral, aliás, nada mais seria que um disfarce para explosões arbitrárias de emoções que levam à manipulação das pessoas.
    Para MacIntyre , cada tradição elabora sua compreensão de mundo a partir de elementos que são produzidos e transmitidos pela comunidade. Assim, o “bem” só pode ser vislumbrado quando o indivíduo faz parte de uma tradição onde ele pode encontrar e mensurar, de maneira racional, que “bens” são necessários para sua vida, mas mantendo uma relação que prioriza hierarquicamente os “bens” necessários para sua comunidade.

    João Lucas

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  75. Alasdair MacIntyre é considerado o mais importante autor comunitarista, um crítico ferrenho das práticas liberalistas, algumas vezes visto até mesmo como reacionário. Conservador, MacIntyre desaprova e refuta a racionalidade deontológica liberal através da qual as ações justas devem sobrepor-se ao benefício geral, defendendo ou posicionando-se, dessa maneira, na vertente teleológica utilitarista que aprova o benefício geral sobre o justo.

    MacIntyre centra sua crítica na impossibilidade consensual que proporciona as sociedades liberais ocidentais. Para ele, o individualismo, a fragmentação comportamental, a atomização, o emotivismo e, de uma forma geral, toda a amálgama que constitui o multiculturalismo liberal dificulta a harmonia social e o consenso a respeito da Ética e da Justiça. Segundo o autor, o Iluminismo e seus filósofos seguidores – alguns citados são Rousseau e Kant além de alguns escoceses e ingleses – teriam sido incapazes de alcançar um acordo a respeito dos princípios que podem ser reconhecidos como moralmente irrecusáveis para todo ser racional. Pelo contrário, somente teriam disseminado concepções rivais e totalmente incompatíveis, as quais seriam, segundo MacIntyre, resultado de concepções também incompatíveis do que ele denominou de racionalidade prática.

    MacIntyre critica, na mesma linha, a racionalidade formal empreendida pelos filósofos liberais, uma vez que, segundo o autor, as discussões acabam por tornar-se intermináveis e incapazes de prover soluções para o debate ético e jurídico.

    Dessa maneira, seria necessário então buscar uma nova concepção a respeito da pesquisa racional empreendida, que fosse, nesse momento, pautada em uma tradição única. Isso porquê MacIntyre argumenta que os iluministas abandonaram a tradição acreditando ser ela incompatível com a razão. Todavia, MacIntyre revela que, na realidade, só há racionalidade através da tradição única e do consenso.

    O que MacIntyre propõe é que é possível alcançar uma sociedade homogênea e harmoniosa; que os dilemas atuais podem ser solucionados através de debates internos e externos à cada tradição. Ele argumenta que apesar da incomensurabilidade das éticas morais, existem várias maneiras em que as tradições rivais poderiam unir-se de forma racional, especialmente através da "crise epistemológica" – como explicaria Thomas Kuhn – de determinadas tradições obsoletas. Contudo, MacIntyre defende que os problemas e dilemas sejam resolvidos conjuntamente, comunitariamente.

    Indo além, o autor critica a suposta “atemporalidade” do contexto histórico proposto pelos liberais quando, na realidade, este deveria permanecer em uma linha temporal contígua em que uma uniformidade moral deveria ser partilhada. Alterações dentro de uma tradição só deveriam ser possíveis através do consenso e da participação geral, sendo adotadas por todos, como acontecia, por exemplo - supostamente -, nas pólis gregas defendidas por Aristóteles.

    E é justamente a tradição filosófica aristotélica – mais especificamente aquela aperfeiçoada na Renascença por Tomás de Aquino – em que se apoia MacIntyre. Ele defende a necessidade de retomar-se os valores e a racionalidade greco-tominos, praticados nas sociedades pré-liberais, anteriores às revoluções burguesas dos séculos XVII, XVIII e também do XIX.


    (continua)

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    Respostas
    1. Em geral, os comunitaristas defendem que o ser humano não é autossuficiente – necessitando, portanto, viver em comunidade – e é formado e reformado pelo seu meio, uma vez que está inserido nele. Entretanto, poder-se-ia indagar: como então proceder à instituição de um plano comunitarista nas sociedades atuais liberais, forjado através da tese macintyreana? Como unir as diferentes tradições, como alcançar um consenso sem o uso da violência? Ou, indo além, aprovaria MacIntyre o uso da violência para que a uniformidade fosse alcançada, como aconteceu nos casos do nazismo alemão e da comunidade guianense analisada em sala de aula? Até que ponto seria permitido o Estado ou um líder civil instituir determinados valores como corretos e universais? A violência, a coação e a desigualdade poderiam justificar-se em nome da coesão, em um padrão utilitarista? E, principalmente, seriam duradouros e eficientes tais arranjos sociais comunitários?

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  76. Alasdair MacIntyre é um dos primeiro filósofos que se declara comunitarista, desse modo ele defende que os interesses coletivos devem ser a prioridade e não o individuo, como muitos liberais defenderam. MacIntyre crítica a implementação do projeto racionalista Iluminista na sociedade Moderna pelo caos que se apresenta sobre os diversos critérios de justiça e a falta de consenso e unidade em que se encontra a sociedade liberal atual.

    A crítica desse autor reside no facto de enxergar o fracasso que o projeto Iluminista condenou à sociedade. Para ele a racionalidade iluminista usa-se de critérios para qualificar as questões como verdadeiras ou falsas, sendo formal e pautada na lógica. O problema dessa concepção é que há um paradoxo moral em que busca-se valores universais (a verdade) e ao mesmo tempo aceita que não há apenas uma verdade (relativismo), assim, a sociedade atual encontra-se dividida e incoerente diante de seus conceitos morais. Os conceitos morais tornaram-se expressão do emotivismo, onde os juízos morais e valorativo apenas expressam sentimentos, atitudes e preferências, o que impossibilita o consenso sobre princípios morais.

    MacIntyre propõe um novo modelo de racionalidade que resgata a racionalidade dos Clássicos, especialmente aristotélica. Essa racionalidade vê as questões morais e seu tratamento como parte de uma tradição da comunidade.

    Ele admite que possa haver diferenças e contradições entre as concepções morais, mas propõe o diálogo, sem imposição de alguma parte, para que se resolva as diferenças. O amadurecimento moral de uma pessoa ou comunidade se dá pela reflexão do tipo de vida que se leva e pela construção de uma narrativa própria em função da quartos atos podem ser julgados como vícios ou virtudes. Para a racionalidade aristotélica a comunidade deve sempre buscar a virtude e a sabedoria, e não a determinação da verdade, com a sociedade liberal atual procura. a justiça social reside na sabedoria e não na racionalidade formal que admite que uma pessoa seja racional, sem ser justa, estoque não há vínculo entre a razão e a prática.

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  77. Ao entrarmos em contato com a teoria de justiça proposta por Alasdair MacIntyre, encontramos algumas conceituações importantes para o autor, sendo a prática, narrativa e tradição. No desenvolver, MacIntyre se mostra defensor da ética clássica de virtudes, e seu pensamento se mostra uma síntese das moralidades e políticas da Grécia antigas, com a situação dos dias de hoje, e toda a dinâmica atual.

    Ao criticar o "emotivismo" das atuais correntes reflexivas, afirma que “o debate ético tem que partir dos sentimentos morais” não passaria de uma espécie de convencimento, desprendido de valores verdadeiros e humanos. Ao propor esse cenário, mostra que devemos levar em consideração a imparcialidade com que lidas com concepções morais, não tendo emoções por trás do processo, e primar pela coletividade dos indivíduos. A razão que ditará a justiça, e a objetividade da discussão sobre a moralidade apenas se dá como possível se as pessoas forem consideradas pertencentes a sociedade.

    Ao criticar as teorias políticas liberais que valorizam o individualismo, MacIntyre assume sua posição comunitarista. O autor é crítico a John Rawls, pois o mesmo dá pouca atenção ao contexto social que o indivíduo escolhe seu modo de vida. Na teoria de Rawls, indivíduos não encontrariam impedimentos às suas escolhas pois há “pluralidade de concepções”, e na teoria sobre a “justiça como equidade”, que colocam as pessoas como racionais, sob um véu de ignorância, adotando a posição original ao decidirem os princípios de justiça que seriam melhores para garantir liberdades para todos os indivíduos, futuramente, propondo um contrato social.

    Macintyre expõe, assim, que o sujeito não pode realizar suas escolhas sem certas limitações, já que o que assegura sua identidade seria o contexto social no qual está inserido. Portanto, dá importância ao fato de que as concepções pessoais ditam questões essencias à sociedade, ao contrário que propõe Rawls, pois devem ser levadas em conta para propor acordos entre os indivíduos. Macintyre vê, numa espécie de sucessão, do menor para o maior, o crescimento da justiça, o que abre espaço para a discussão de ideiais semelhantes entre as pessoas dessas comunidades.

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  78. Jonatas Silveira de Souza
    RA: 21040912

    Tanto a discussão como o texto foram bem interessantes neste tema – talvez o texto tenha sido um dos mais complicados. Macintyre apresenta, de fato, uma teoria bem conservadora. Mais conservadora que algumas que lemos anteriormente (considerando que o liberalismo pode ser conservador). Ele faz uma dura crítica ao que foi construído a partir do projeto liberal. Pois para ele nos deixou sem resposta para várias questões. A sua solução seria voltarmos, de maneira a mudar ponto em que estamos para uma racionalidade sábia (Aristotélica). Partindo do que temos agora. Quando nos tratamos de assuntos polêmicos não conseguimos chegar a verdades absolutas, pois a cultura que construímos é marcada por discordâncias e dissonâncias internas e intermináveis. O debate da moralidade, da ética por trás das ações se tornou “emotivista”, atomizado.

    Provocação: Macintyre diz que não conseguimos chegar a um consenso claro, uníssono, mas ao discutirmos o caso de Jim Jones e os atos praticado pela mãe que da do veneno ao filho e se mata logo após vê-se que há quase que um consenso que isto é errado para os participantes do debate – por mais que haja um argumento racional daquela comunidade por trás dos seus atos cometidos. Se levássemos essa mesma questão para a população brasileira – que tem uma tradição cristã – a resposta seria, também, de uma represália a tal ato. Se fossem questionadas as pessoas habitantes da Europa, Continente Americano, Oceania, África, provavelmente a maioria optaria que está é um ato a ser reprovado. Existem certos valores que ainda se sustém. Por mais que algumas instituições tradicionais venham mal das pernas – vide o casamento, ou até mesmo a família – não elimina uma tradição liberal já construída e que, a meu ver, não irá se perder por mais que a racionalidade moderna avance. Um exemplo é o novo crescimento das religiões cristãs, como vemos no Brasil e em outros países. Um outro ponto é: se herda parte de sua Teoria de Khun, então existem momentos que temos respostas concretas, período curto, logo depois temos anomalias. Sei que a discussão aqui não deveria ser retirada da aula, mas sim do texto, mas em temas controversos, como o autor coloca (aborto, por exemplo) existem respostas diversas e concordo com ele que deveriam haver respostas mais claras.

    Na percepção que possuo, o Capitalismo aceita (ou coopta) todas as formas para vendê-las, mas na esfera pessoal ainda existem algumas concordâncias. O capitalismo pode ser esquizofrênico, mas existem tradições anteriores ao mesmo que ele não consegue romper, no máximo consegue capitalizá-las, no sentido de que as transforma em uma maneira de se produzir valor material. Mesmo com essas críticas, a análise de Macintyre é muito válida. Além de sua boa capacidade argumentativa, apresentada no livro “Justiça de Quem?” ser um exemplo de crítica ao modelo que vivemos nos dias de hoje.

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  79. Alasdair MacIntyre faz uma crítica ao Iluminismo e aos filósofos que seguem essa linha de pensamento, pois o autor acredita que eles davam maior atenção em buscar uma justificativa racional para todas as ações humanas e que o Iluminismo necessita a adesão do homem a certos princípios que não são dependentes de qualquer tradição, e um dos problemas foi que não conseguiram acompanhar o surgimento de novas questões que vinha com a modernidade e também adotavam posições emotivistas. Para MacIntyre, o Iluminismo impediu que o homem pudesse ter um conhecimento da composição da busca moral junto a uma tradição social e intelectual, sendo assim o autor acredita que a tradição aristotélica seja a melhor perspectiva para a compreensão das falhas, porque é através da ética aristotélica das virtudes como uma tradição de pesquisa racional que é possível assumir a qualidade de racionalidade de uma ética superior. Portanto, para MacIntyre é preciso que exista a tradição para que possa existir a racionalidade, a tradição é importante na formação das várias concepções de virtudes e dos diferentes ideais para cada comunidade. É necessário que se tenha um debate racional que seja voltado para a procura do ideal, e que seja fundamentada pelas tradições existentes em cada comunidade.

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  80. Mcintyre reforça como foi falho o projeto iluminista ao pretender dar respostas universais a tudo. Sua crítica parte indicando que as discussões no campo moral falham em encontrar um ponto de partida comum e passam a ser guerras de sistemas onde a imposição de um sobre o outro tem um peso político, senão emocional, mas nunca racional.
    Para Mcintyre a racionalidade é socialmente-historicamente construída, ou seja, tem sentido diferente em culturas e sociedades distintas, por esta ocasião o autor confere peso a tradição. O projeto iluminista falha porque tenta buscar o que há de universal nas coisas e por achar que pode dar conta da incomensurabilidade e contingencia presentes ao nosso mundo. Tal projeto insiste, por uma euforia conferida pela ciência mas de forma distinta dela, a teorizar sobre o que não pode saber e impor tal universal às pessoas como se esse fosse algo natural. Por esse motivo existe tanta confusão na descrição do que é certo.
    A solução para Mcintyre é recorrer a tradição, que no nosso caso a grega e é pedra fundamental para discussão acerca da moral e ética, a partir dela que podemos nos pôr a refletir, não emocionalmente, mas racionalmente. Pois nossa racionalidade foi construída a partir dela e nossa história de certa forma também.
    Foi isso que entendi, Mcintyre busca resolver os impasses morais conferindo autonomia à comunidades na descrição do que é o ideal moral ou não.

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  81. [Atrasado]

    Alasdair MacIntyre apresenta uma teoria inovadora na linha de pensamento estudada até aqui. Com um conceito comunitarista promove uma retomada aos valores Aristotélicos que São Thomas de Aquino escreve na época do Renascimento. Para que isso ocorra, MacIntyre procura definir o que seria o "bem" para depois desenvolver a justiça, para que o leitor entenda também recorre a discussão - não definida- da racionalidade prática. O debate da racionalidade, por não haver respostas, deixa a deriva aqueles que procuram uma explicação mais profunda e dá apenas dois recursos a recorrer: racionalidade como uma argumentação formal e metodológica e a racionalidade pautada em tradições, consensos comum (seitas, igrejas).

    A racionalidade que compõe a melhor condição de justiça seria então aquela que é proveniente do consenso, da coletividade de uma comunidade, baseada na tradição. MacIntayre coloca esse ponto como necessário para que haja uma noção da racionalidade da prática mais comum, de acordo com as necessidades e costumes de uma comunidade.

    Ao tentar fazer críticas a sociedade liberal e fragmentada, o autor promove um debate de dualidade, não conseguindo chegar a uma conclusão em determinadas questões. Por considerar experiências, conhecimentos pessoais, tradições e as diversas formas como um caráter se forma, acaba por parecer contraditório a própria crítica a sociedade liberal. A forma como a teoria tenta construir uma relação e "acordos" que sejam ligados as comunidades é uma forma utópica e que demanda uma grande mudança de comportamento e de pensamento de uma sociedade, para que seja alcançada a coletividade sugerida por MacIntayre.

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  82. Para o autor, Macintyre, não há possibilidades de se considerar válido um debate cuja base principal se dá através de aspectos emocionais. Se destacada tais características, o determinado debate é considerado inexistente, já que acabará por se tornar uma luta de imposições, na tentativa de sobrepor emoções. Dessa forma acaba indo contra a teoria de Rawls, que acreditava que todos são dotados de um senso moral, sendo esse o motivo da estruturação dos debates. Para Macintyre se assim estruturado, o debate acaba por se tornar um que visa conquistas, ou seja, incomensurável que não nos proporciona objetivo nenhum, isso porque as pessoas se acham justas se apoiando somente em seu próprio senso de aprovação, sendo esses sentimentos mutáveis, tornando portanto a ética algo descartável.

    Macintyre também vai contra as ideias iluministas, isso porque acredita que o iluminismo nos privou de entendimento da racionalidade que só se dá através através da tradição, questão que considera fundamental no entendimento de uma de suas referências principais, Aristóteles. Cujas obras apresenta uma melhor perspectiva na busca do entendimento dos erros e proporciona através da ética aristotélica das virtudes, a qualidade de racionalidade de uma ética superior.

    Para o autor, o entendimento humano é construído no interior das tradições e através das mesmas que se dá a composição das razões humanas e seu modo de agir e viver. É considerado um autor que defende o comunitarismo/consenso e através do mesmo que se é encontrada a racionalidade. Essa questão comunitarista está inteiramente ligada a questão da tradição que Alasdair tanto defende. Pois a tradição é considerada o centro da formação do caráter do sujeito moral. Sendo assim, a tradição é o fundamento da compreensão racional no meio prático, gerando por consequência o entendimento de que a tradição é o centro da racionalidade.

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  83. Primeiro autor genuinamente comunitarista, Alasdair MacIntyre foi um crítico implacável do projeto liberal, sem contudo romper com essa escola.
    O autor diz que no início da modernidade, houve um distúrbio que deturpou o sentido da moralidade gerando o .vale tudo na moral como um resultado desse distúrbio, que causou ainda, a perda da linha de pensamento dos clássicos (principalmente o pensamento Aristotélico) linha que separava a essência da existência, onde para a sua essência se traduzir na sua existência o caminho seria obrigatoriamente a ética.
    O modelo introduzido pela modernidade, a racionalidade parcial, que coloca como oponentes a verdade e a sabedoria, sendo a sabedoria o tipo de conhecimento sobre o mundo que considera os caminhos trilhados para se chegar a esse conhecimento, e inclui aspectos da realidade que vão além da capacidade de satisfazer critérios.
    Os instrumentos de análise das questões racionais foram alterados, em algum momento perdeu-se a exatidão do verdadeiro se contrapondo ao falso.
    Na história do pensamento, surge uma nova racionalidade que interfere nos julgamentos éticos, onde o debate moral persegue valores reais e só encontra valores relativos.

    Alexandra Saphyre de Oliveira RA: 21072812

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  84. Maclntyre critica o projeto liberal, pois segue uma linha comunitarista, entretanto não rompe com a ideia da possibilidade de existência de justiça na sociedade liberal. Ele é um defensor da ética clássica das virtudes.

    Para ele o liberalismo é uma tradição nas sociedades , porém no inicio da modernidade ocorreram problemas que geraram uma maneira pervertida do pensa.

    Segundo Maclntyre os debates morais que levam como base as emoções não tem validade, pois pode ocorrer num debate uma imposição de emoções que prevaleçam sobre as outras. Com isso, o debate passaria a tornar-se uma debate de conquistas que não levaria a lugar algum.

    O autor também nos trás um resgate as tradições Aristotélicas, em que o objetivo do debate era a construção do ser humano. Para Maclntyre, as pessoas se consideravam justas apenas quando se apoiavam em seu sendo de aprovação, porém esse senso é mutável o que gera um descarte da ética.
    Assim, os debates não devem apoiar-se nos sentimento. Um debate racional só se tornará possível se o debate ético deixar de ser incomensurável.

    Para finalizar, segunda a visão de Maclntyre a razão deve estar atrelada ao contexto histórico, diferentemente daquilo que os modernos buscavam para a racionalidade.Assim, para ocorrer um diálogo entre indivíduos inseridos em tradições e culturas diferentes, devemos interpretar essa tradição para que não haja sobreposição das tradições umas sob as outras.

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  85. Este comentário foi removido pelo autor.

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  86. O britânico Alasdair MacIntyre é um pensador liberal que, embora teça críticas ao projeto liberal, não nega a possibilidade de se alcançar à justiça numa sociedade liberal. MacIntyre inaugura o modelo liberal de justiça que privilegia um olhar voltado para a sociedade e apresenta o liberalismo como uma “tradição”, propondo que no início do período moderno (séc XVI e XVII), certos “desvios de percurso” originaram uma maneira “pervertida” de se pensar.

    Alasdair faz uma análise do projeto moderno iluminista. Segundo MacIntyre, o projeto criou uma cultura que abriu espaço à não existência do consenso único no que diz respeito aos princípios morais, originando “debates intermináveis” que tem como consequência indesejada o emotivismo. Mas, para MacIntyre, o grande problema deste projeto moderno está na racionalidade que ele adotou, uma vez que ela se baseia nos critérios lógicos de veracidade e no formalismo, e, com isso, Alasdair diz não ser mais possível chegar à sabedoria (necessária à construção de um novo modelo racional sábio capaz de “dissecar” o conceito de justiça), mas apenas à verdade. Este novo projeto permite a um indivíduo ser racional e injusto ao mesmo tempo devido à falta de relações entre a prática e a razão.

    Por fim, vê-se que MacIntyre diagnostica a razão abstrata como um grande problema do pensamento liberal. A razão, segundo ele, deve estar atrelada ao contexto histórico, de forma a se chegar à “racionalidade das tradições” onde se faz necessária a interpretação de diferentes tradições para que haja dialogo com indivíduos inseridos em diferentes culturas, buscando evitar uma sobreposição e imposição de uma tradição sobre a outra.

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  87. Alasdair MacIntyre diferente dos autores estudados até então, apresenta uma nova linha de raciocínio, pautada na crítica ao liberalismo. O Comunitarismo argumenta-se contra as ideias liberais centradas no indivíduo, caracterizando tais teorias como antropológicas fracas, isso pelo fato do sujeito liberal ser fragmentado e atomizado. Do ponto de vista normativo, questiona-se o princípio moral deontológico com a valorização da liberdade individual e a sobreposição do “justo” sobre o “bem”, assim, a própria sociedade instigaria às práticas individualistas e egocêntricas, consequentemente interferindo negativamente para a identidade dessa sociedade.

    Defendendo os valores dos gregos antigos, MacIntyre alegará a necessidade da volta ao raciocínio aristotélico. Criticando veemente os adeptos Iluministas, se refere à pluralidade cultural da sociedade liberal como comprometedora de sua própria harmonização, desse modo, o autor define o contexto histórico como o ponto de partida para a desestruturação da racionalidade.

    Para MacIntyre a racionalidade tem grande importância, pois através desta que se formará um consenso dentro de um grupo. A comunidade é a maior expressão da coletividade e por isso o “bem” está pautado no consenso regido dentro da mesma. A tradição se torna, portanto, imprescindível para a formulação de um consentimento baseado nos costumes daquele povo, pois não há como se desvencilhar da época e do lugar ao qual se está inserido.
    Logo, há uma critica a atemporalidade moderna, uma vez que a partir dos Iluministas houve uma reestruturação de ideias forjada na ruptura do pensamento antigo.

    Entretanto, o autor acredita na possibilidade de retomada ao “raciocínio abandonado” pelos pensadores pós-modernos através do consenso obtido pelas discussões e acordos entre os membros de uma sociedade, homogeneizando e estruturando as características daquele grupo de acordo com as próprias necessidades e determinações dos mesmos. Aparentemente pode parecer uma utopia se chegar ou mesmo aceitar esse tipo de sociedade, principalmente pelo fato de sermos integrados ao sistema liberal. Exemplos como os discutidos em sala sobre a seita nos revelam que, embora nos pareça ser um absurdo o caso de Jim James, há uma certa racionalidade se o enxergarmos do ponto de vista comunitarista, o que acaba nos colocando em uma posição de impasse sobre a aceitabilidade de determinadas ações quando observadas sobre duas visões diferentes.

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  88. MacIntyre propõe que não vivemos em uma sociedade de consenso sobre o que é a justiça, mas de conceituações divergentes sobre a natureza da mesma. Mas isto ocorre também devido os conflitos inerentes na sociedade, já que muitos indivíduos tiveram o seu raciocínio influenciado pela educação que tiveram. Eles não conseguiriam deste modo pensar de maneira coerente e muito menos de fazer julgamentos, apenas seguir o que lhes foi ensinado pela cultura de onde foram criados e também de acordo com o período histórico. Mas então qual seria o meio de escolher a conceituação de justiça entre o amplo leque oferecido? Dizer que o único modo de fazer isto é com o uso da racionalidade e deixá-la guiar o indivíduo pode ser um tiro pela culatra, já que criaria outro conflito, sobre a definição do que seria a racionalidade e a sua natureza.

    Um indivíduo só conseguiria obter auxílio de dois tipos de suportes para a solução de discordâncias generalizadas: uma seria vinda de pesquisas e discussões da filosofia moderna, e a outra seria fornecida por sociedades com algum tipo de organização em torno de crenças comuns, sendo estas religiosas ou não. Entretanto chega-se a mais um problema. Quem recorre à filosofia moderna consegue apenas encontrar uma maior variedade de argumentos e se localizar melhor entre as visões antagônicas, mas isto faria apenas chegar a uma definição mais exata da discordância do que obter um caminho para a solução do problema. Quem recorre ao conjunto de crenças não faz uso de argumentos bem fundamentados, acreditando mais nas pessoas deste meio. Isto os leva a uma arbitrariedade na decisão.
    O desenvolvimento desta sociedade que não consegue chegar a conclusões comuns sobre a justiça, mas faz uso de definições conflitantes sem o embasamento na racionalidade é fruto do Iluminismo. Grande objeto da crítica de MacIntyre, os valores pregados pelos iluministas não permitiram chegar a conclusões de grandes divergências. Eles não conseguiram oferecer soluções coerentes e ficaram presos nas discussões morais individuais, sem nunca encontrar um consenso geral.
    O único meio que MacIntyre encontra para solucionar este impasse seria com o resgate das tradições morais e a sua racionalidade, já que não se pode separar a influencia da cultura do meio na formação do indivíduo e de seu ponto de vista. Isto só pode ser feito sem que haja a sobreposição de uma cultura sobre a outra.
    Não é possível chegar a uma conclusão sem levar em consideração o contexto histórico que ela se encontra, muito menos sem o contexto cultural.

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  89. Alasdair McIntyre parte da idéia de compreensão de uma sociedade inteira e não da idéia do individuo em si.
    Ele critica o abandono do pensamento clássico de Aristóteles pelos pensamentos a partir de Hume e vê os ideais iluministas que partiram disso como os problemas de incompreensão que enfrentamos hoje. Defende que diferentes tradições geram diferentes idéias de correto o que cria os conflitos atuais. Os ideais iluministas defendem a busca pela razão absoluta e por nisso fazem com que diferentes visões (fora dessa idéia de racionalidade) sejam tidas como erradas e devem ser modificadas.
    Alasdair acredita que nenhuma sociedade pode impor suas idéias a outra e que a resolução dos conflitos deve ser feita por meio de dialogo (lembrando que dialogo seria a maneira de transmitir a informação para a outras sociedade segundo suas tradições e costumes, podendo ser pelo dialogo propriamente dito ou danças e desenhos) de modo que ambos os lados vão abertos para compreender as idéias dos outros e assim chegar a uma conclusão desse conflito.

    Guilherme N A Melo

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  90. Alasdair Macintyre questiona o senso de justiça, expondo que ela muda de uma pessoa para outra por influência de diferentes culturas e, por conseguinte, diferentese opiniões. O que é proposto pelo autor é resolver as desavenças entre culturas e opiniões diferentes com uma concepção ideal de justiça, baseada em uma racionalidade que auxilie na compreensão das visões conflitantes. Essa racionalidade é uma racionalidade da tradição. O autor acredita que o homem constrói sua compreensão nas tradições, e são essas tradições que levam à razão do homem.

    Macintyre ainda mostra sua oposição ao iluminismo e ao liberalismo. A crítica ao iluminismo parte do ponto em que o autor coloca que o iluminismo fracassou ao responder de uma forma coerente sobre os dilemas morais de uma maneira geral. Os iluministas acreditavam que a tradição poderia ser substituída pela razão, como um fundamento da ética e da política. Com isso, o iluminismo impediu uma formulação da pesquisa moral baseada em tradições sociais e intelectuais.
    No que concerne aos liberais, o autor acredita que eles partem seu pensamento dos sentimentos morais, mas eles são transitórios. Dessa forma o pensamento liberal procura fazer com que as pessoas se convençam de que as questões morais que uma pessoa acredita são certas e que as de outras pessoas são erradas. Contudo, os argumentos liberais nem sempre são racionais, e, por conta disso, não se chega a uma conclusão racional. Sendo assim, sem uma conclusão racional, não há como haver uma discussão, e forma-se um debate coercitivo por parte dos liberais. Macintyre afirma que ética não é o sentimento correto, mas sim encontras o ideal fixo com base na racionalidade humana.
    Macintyre constrói sua tese com base na ética de Aristóteles das virtudes, reconhecendo os limites humanos. A conclusão do autor é que a sua tradição, quando encontra-se com outras tradições, se mostra capaz de expandir-se a partir dos seus próprios recursos, o que confirma a sua racionalidade

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  91. Alasdair MacIntyre, defensor da ética clássica das virtudes, tem ideais que se afastam do liberalismo e possui conceitos centrais em sua teoria: narrativa, prática e tradição, mas afirma que estes variam de pessoa para pessoa devido às diversas questões – tal qual a cultura - que acabam por determinar seus respectivos fenótipos. Basicamente, para que haja assimilação de tais variações é necessário que nos guiemos pela racionalidade – da tradição.

    Acredita que as questões emocionais devem ser colocadas de lado, pois enxerga os juízos de valor como expressões de preferência, atitude ou sentimento, logo, os debates que envolvem o emotivismo não são válidos, pois não se atinge uma conclusão racional. Sugere a reformulação da tradição de Aristóteles de maneira a tornar tais atitudes racionais, já que os indivíduos distinguem justiça de acordo com sensos de moral individuais.


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  92. MacIntyre é conhecido por ser um autor com bases comunitaristas, ou seja, ela prioriza a comunidade ao invés de priorizar o individual. Vale salientar que o comunitarismo não é uma corrente que discorda do liberalismo – a base do comunitarismo é o liberalismo – porém, diferentemente de outros liberais, tendo Rawls como maior exemplo , ele vai contra a ideia de que se deve partir do individual para chegar no interesse geral.

    O autor também discorda de Rawls, e em certa forma de Hume, de que os debates morais que tem como base as emoções não são válidos, pois ele acaba se tornando uma imposição de opiniões pessoais, sem base racional. Ética para MacIntyre tem que ser um valor baseado na razão, pois as emoções são mutáveis, e se a Ética for baseada nas emoções também será mutável, se tornando inválida.

    Um debate, segundo MacIntyre, seria válido apenas se fosse baseado na racionalidade e na objetividade,e ainda mais, se e somente se os indivíduos fizessem parte de uma comunidade, preferencialmente pequena. A razão pela qual MacIntyre prioriza comunidades, especificamente comunidades pequenas é que neste tipo de comunidade existe uma maior possibilidade de se chegar a uma conclusão racional, não se utilizando das emoções.

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  93. Alasdair Macintyre é contra as ideias iluministas, e defende a ética clássica das virtudes.
    Os conceitos centrais da teoria da justiça dos livros de Alasdair são: prática, narrativa e tradição.
    A critica ao Iluminismo foi por valorizar o individuo e não levar em conta a sociedade que o cercava. As sociedades continham os costumes, as tradições, sua própria cultura, e vivendo nelas o ser humano era guiado para agir dentro daquela determinada cultura, portanto a sociedade é muito importante para as ações dos indivíduos. Assim podemos ver que sociedade e indivíduo estão interligados e também estão interligados ao contexto histórico, no qual muda a cada geração, mudando o jeito daquela sociedade pensar, mudando, portanto os indivíduos. Alasdair defende os interesses coletivos ao invés dos individuais.
    Os conflitos existem, pois no mundo existem diferentes tradições, e essas tradições nos levam a racionalidade. Essa questão foi tirada dos pensamentos de Aristóteles sendo um dos maiores inspiradores de Alasdair.

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  94. Hoje as questões de justiça, quando são debatidas no âmbito do debate público, não são vistos como temas de pesquisa racional, mas apenas como a exigência de da aceitação ou não aceitação de premissas que são incompatíveis. Isso se deve ao projeto moderno iluminista, que busca princípios universais, então podendo ser aceito por toda a pessoa racional independente de qual cultura ela pertença, para que a partir destes e de uma forma de justificação racional, apenas formal, possamos julgar cursos de ações como justos e injustos, racionais e irracionais, etc.
    Entretanto os iluministas não conseguiram chegar a um acordo de quais seriam estes princípios, e assim gerando pontos de partida diferentes que daí acabaria por gerar julgamentos diferentes sobre o que seria justo ou injusto. Alem disso esta ideia de que seria necessária esta posição supostamente neutra, acabou nos cegando para outro tipo de compreensão, o que MacIntyre chama de pesquisa racional incorporada numa tradição.
    Esse tipo de pesquisa racional surgiria dialeticamente e historicamente, a partir de um grupo de crenças especificas, as articulando, ou seja, o tipo de racionalidade dependeria da tradição a qual ela pertence, e consequentemente o conceito de justiça também. Assim desta dependência surgiria a critica que os iluministas fariam às pesquisas racionais baseadas na tradição, em que esta pesquisa existiria apenas com a função de justificar estas crenças, e que por serem incompatíveis nunca poderiam conversar entre elas. No entanto ele mostra que determinada pesquisa racional baseada na tradição possa não conseguir resolver problemas em relação aquela tradição e, assim entrar no que ele chama de uma crise epistemológica, neste momento se um outra tradição conseguir a partir de seu padrão de racionalidade resolver este problema e ainda explicar porque a outra tradição não conseguiu o individuo poderá assim mudar de tradição.

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  95. Alasdair Macyntire critica o iluminismo e seu consequente individualismo. Em seu livro, reforça a complexidade do tema justiça e defende que o método atual de debate é errado, uma vez que as pessoas baseiam a ética em emoções.

    Em sua crítica ao método Iluminista de estabelecer ideias, Macyntire demonstra que se discutindo ética e justiça da forma emotivista, acaba por se colocar uma posição moral sobre outra. Assim, o debate proveniente acaba por se limitar às posições morais individuais, impedindo algo mais comum, ou seja, não consegue chegar a um consenso nem desenvolver a racionalidade.

    Na tentativa de não seguir essa vertente de debate sobre justiça, Macyntire defende que devemos eliminar sentimentos morais da discussão e passar a nos basearmos em outras concepções, como a história, a cultura e as relações estabelecidas em comunidades, de forma a restar a idiossincrasia (os modos e as tradições) da sociedade, podendo assim entender a racionalidade envolvida no modo de vida de certa comunidade.
    Uma vez que o ser humano só é concebido no contexto das relações sociais, Macyntire coloca questões primordiais para discussão de temas polêmicos que envolvem a justiça e as relações sociais. Em muitos debates, o aspecto emotivo da discussão impede que se chegue a um consenso, baseando o debate em posições morais individuais, na tentativa de vencer impondo suas ideias.

    Para o autor, só será possível haver uma discussão sobre justiça quando as pessoas abandonarem o modelo atual de debate e passarem a buscar um objetivo comum, a partir de aspectos das comunidades.

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  96. Alasdair MacIntyre é um filósofo escocês comunitarista. Critica o iluminismo e analisa as suas consequências para a sociedade.
    Para ele, a ética contemporânea está desordenada. Os conceitos sobre o que é moral e o que não é estão perdidos, são incoerentes. A diversidade cultural está afastando as pessoas no sentido em que está cada vez mais difícil encontrar um consenso entre os indivíduos de diferentes comunidades até sobre os mais banais assuntos.
    Segundo ele, “Habitamos, portanto, uma cultura na qual a inabilidade de se chegar a conclusões comuns e racionalmente justificáveis sobre a natureza da justiça e da racionalidade prática coexiste com a utilização, por parte dos grupos sociais de oposição, de conjuntos de convicções rivais e conflitantes não-embasadas na justificação racional”. Desta forma, percebe-se a necessidade observada por MacIntyre de se estabelecer uma certa racionalidade a fim de se lidar com as diferentes concepções de justiça.

    O Iluminismo, em sua tentativa de difundir o debate público baseado em padrões e métodos de justificação racional, visava a substituição da autoridade e da tradição pela razão. O problema é que a ideia de racionalidade difundida pelos Iluministas não possuía uma definição universal, o que acabou causando discórdia entre quais seriam os princípios que deveriam ser considerados irrecusáveis por todas as pessoas racionais. Desta forma, MacIntyre ressalta sua tese de que o Iluminismo, ao invés de esclarecer as ideias humanas, acabou cegando-nos.

    O filósofo defende a ideia de que se deve reformular a tradição aristotélica, a fim de tornar inteligíveis e racionais as atitudes e engajamentos morais e sociais dos seres humanos.

    MacIntyre acredita que o amadurecimento moral de uma pessoa se dá pela reflexão pessoal sobre sua vida e seus atos. A propensão para se realizar atos moralmente condenáveis se configura como “vício”, enquanto a propensão de agir moralmente seria a “virtude”. Uma sociedade justa seria uma sociedade virtuosa.

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  97. MacIntyre, enquanto comunitarista, defende que a comunidade, ou seja, o coletivo, é mais importante que o individuo. Propõe um modelo de racionalidade que resgata as tradições e a racionalidade dos Clássicos. Sobretudo resgata a racionalidade aristotélica, para a qual a comunidade deve sempre buscar a virtude e a sabedoria, e não a verdade. E admitindo que haja diferenças entre as concepções morais, MacIntyre propõe o dialogo como meio para resolver essas diferenças.

    Ele critica a implementação do projeto de racionalidade iluminista na sociedade moderna, uma vez que, enquanto a racionalidade iluminista busca valores universais ao mesmo tempo em que aceita que não há apenas uma verdade, vê essa racionalidade como paradoxal e, portanto, problemática. Para MacIntyre, então, o problema do liberalismo está em ter como fim a verdade e não a sabedoria, e em permitir que uma pessoa seja racional sem que seja justa.

    Ainda para ele a justiça é a sabedoria. Dessa forma, é apenas pela reflexão sobre o tipo de vida que se leva e pela construção de uma narrativa própria – pela qual os atos podem ser analisados e julgados como vícios ou virtudes -, que uma pessoa amadurece moralmente.

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  99. É considerado comunitarista pelo fato de ser totalmente descrente e contrário ao projeto iluminista, pois neste os debates sobre ética e justiça são acabam por levados por sentimentos e emoções e ser extremamente individualista, não levando em consideração o contexto da comunidade e o período histórico, sendo que, para ele, a comunidade vem a frente do individuo, pois não existe individuo sem comunidade. Mesmo criticando o projeto liberal não rompe com a ideia de ser possível fazer justiça em uma sociedade liberal. Para que se chegue a um ideal de vida humana deve-se olhar para a comunidade e buscar uma unidade dentro dela, os pontos em comum entre seus membros, por isso para MacIntyre é mais simples um chegar em um consenso sobre justiça em uma sociedade pequena. Para que se chegue ao ideal a sociedade é necessário que se olhe a tradição pois ela é peça fundamental na compreensão racional do meio pratico e o a racionalidade surge da tradição.

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  100. Alasdair MacIntyre no primeiro capítulo do livro “Justiça de quem? Qual Racionalidade?”, mostra que a justiça pode ser encarada de diversas maneiras de acordo com as particularidades culturais de cada país, então como decidir que “tipo” de justiça é correto? Segundo o autor, o debate filosófico pode fornecer meios para alcançar uma definição mais precisa de justiça, entretanto a crença de que a racionalidade pode fornecer uma visão imparcial da justiça como pensavam os iluministas, foi refutada pelo autor.
    MacIntyre argumenta que as concepções incompatíveis da justiça são resultado de tradições socialmente consagradas e delimitadas de investigação racional, e as tradições por sua vez, são argumentos estendidos ao longo do tempo em que certos acordos fundamentais são definidos e redefinidos. O autor considera que apesar das críticas dos pós-iluministas (perspectivistas e relativistas), ainda há certo direcionamento de forma consciente ou não para uma tradição, assim qualquer investigação racional irá fatalmente estar relacionada com uma tradição.
    O objetivo do autor é mostrar que a contextualização histórica da tradição, da ordem social e do conflito, juntamente com o conhecimento das concepções específicas de cada autor a cerca da justiça e da racionalidade, podem levar a uma compreensão mais completa, ou seja, sem considerar o conhecimento filosófico como autônomo e atemporal. Isso não significa que não devemos abandonar a ética aristotélica pois não estamos inseridos no mesmo contexto de Aristóteles, apenas quer dizer que as teorias devem ser entendidas de acordo com os interesses, necessidades e formas de organização social, específicas de cada contexto histórico.

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  101. Critico ao projeto Iluminista, que estabeleceu a racionalidade como o principio universal a ser aceito por qualquer indivíduo racional independente da sua cultura, MacIntyre nos mostra que tal projeto não conseguiu alcançar as respostas que se propunha a trazer a sociedade frente aos que estava posto até então. Colocando a racionalidade como um ponto de partida neutro, os iluministas não conseguiram estabelecem quais seriam os princípios que ditariam as escolhas morais da sociedade, gerando assim diversos pontos de partida e que acabam por trazer consigo conflitos internos de interesses e de moralidade, não auxiliando-nos a estabelecer o que é moral e o que imoral de fato.

    MacIntyre coloca que seguir este projeto fez co que a sociedade não enxergasse uma outra compreensão, chamada por ele de pesquisa racional incorporada numa tradição. Essa forma de pesquisa trás consigo noções dialéticas e históricas que orientariam o tipo de racionalidade a partir das tradição, ligada também as questões de crenças específicas. Com isso a justiça estaria ligada a tais tradições.

    Apesar de ser uma das diretrizes criticas pelos Iluministas, que entendem que tal noção serve apenas para justificar algumas tradições, MacIntyre mostra que ao haver o encontro de duas tradições diferentes, um diálogo se estabelecerá a fim de se encontrar uma tradição que seja a ideal, mais próxima do que seja ideal a todas as sociedades.

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  102. [ATRASADO]

    “Retomar a tradição aristotélica das virtudes é o único remédio eficaz para evitar o esquema conceitual da modernidade, que encontra na posição nietzscheana mais um momento representativo. A estratégia defendida por MacIntyre é, portanto, a da reformulação da tradição aristotélica com vistas a tornar inteligíveis e racionais nossas atitudes e engajamentos morais e sociais.”

    Alasdair MacIntyre é um escocês, defensor do comunitarismo. Sua tese pode ser dividida em duas partes principais. Uma primeira, onde faz uma crítica à modernidade e ao modelo iluminista, e uma segunda, onde defende a retomada de uma ética das virtudes, baseada nas ideias de Aristóteles.

    A crítica a modernidade e ao modelo iluminista toma a direção de mostrar a inviabilidade e a própria inviabilidade dos métodos e sistemas adotados. Na modernidade surgiram tantas ideias opostas sobre o que é o bem e o que é ético, sistemas que são diametralmente opostos, mas que parecem conviver nos nossos dias. Mas essa diferença entre eles é visto como um mal estar, por não resolver e nem apresentar soluções reais às questões éticas. Não é possível entender e aceitar, ao menos logicamente, a existência de duas ideias opostas como verdadeiras. E o pluralismo com suas ideias de universalidade acabam aceitando essa ideia.

    Na modernidade, com a defesa do individualismo, aceita-se tudo. Aceita-se que todos os indivíduos são livres para escolher os modos de vida que lhe parecessem melhores. E em vista disso a esfera pública é sacrificada em prol da privada. Essa ideia acaba por aceitar que uma pessoal racional não seja justa. Uma incoerência lógica, na perspectiva macintyreana.

    O próprio relativismo dos temos modernos é visto com maus olhos por Macintyre, que defenderá uma visão bastante antiga, mas que de alguma forma resolve muitos dos ‘problemas modernos’. E aqui nesses problemas podem ser enquadrados os problemas pós modernos também, que são tão tolerantes quanto os modernos. Mas é exatamente essa tolerância, sem uma orientação para um fim que incomoda o escocês.

    A noção de fim é importante para Macintyre e ele a retoma dos clássicos, de Aristóteles. Aristóteles vê no homem um telos*, um fim. Esse fim pode ser compreendido como algo a ser realizado. E dentro desse contexto o autor propõe que o bem deve ser alcançado. Não apenas no final da vida, mas na realização da própria vida. O fim não é uma ideia de desfecho, mas de processo, algo que ocorre e que realiza a felicidade humana, por estar de acordo com a sua própria natureza.

    A realização desse telos, segundo Macintyre, só pode ser realizada em sociedade, dentro da comunidade. O homem não deve ser compreendido como um ser isolado. Suas ações se realizam em sociedade e afetam diretamente a vida dos outros, sendo assim, a ação humana deve ser orientada para uma vida de ‘boa convivência’. Essa vida, que seria a vida virtuosa, proposta à todos os indivíduos, permitiria a realização da felicidade social.

    A proposta de Macintyre me parece plausível e dignificante do homem. É fato que os homens não são seres isolados e que suas ações interferem diretamente na vida dos outros indivíduos. E se é assim, é necessário que se coordene as ações de um modo a, além de evitar conflitos, formar uma coalizão. As diferenças individuais podem ser respeitadas, mas a vida pela e para a comunidade tomam resoluções distintas e promissoras quando pensadas para uma sociedade.

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  103. Alasdair MacIntyre critica o iluminismo e seu consequente individualismo, no primeiro capítulo do livro “Justiça de quem? Qual Racionalidade?”, mostra que a justiça pode ser encarada de diversas maneiras de acordo com as particularidades culturais de cada país. Para que se chegue ao ideal a sociedade é necessário que se olhe a tradição pois ela é peça fundamental na compreensão racional do meio pratico e o a racionalidade surge da tradição
    Dessa maneira, o autor critica dois tipos de posições presentes no debate de justiça, são eles: Os iluministas e também os liberais, pois não levam em consideração as tradições e a sociedade existentes, respectivamente.
    Outra crítica feita por Macintyre é direcionada aos emotivistas, condenando-os pois utilizam-se da emoção para convencimento da superioridade de seus sentimentos perante o de outras pessoas. Isso resulta no caminho de decisão do que é justo, indo no sentido contrário ao da racionalidade. Ele critica a implementação do projeto de racionalidade iluminista na sociedade moderna, uma vez que, enquanto a racionalidade iluminista busca valores universais ao mesmo tempo em que aceita que não há apenas uma verdade, vê essa racionalidade como paradoxal e, portanto, problemática. Então, o problema do liberalismo está em ter como fim a verdade e não a sabedoria, e em permitir que uma pessoa seja racional sem que seja justa.
    Desse jeito, o autor defende que não devemos abandonar as diferentes moralidades dos indivíduos, mas que devemos encontrar uma meta comum entre diferentes moralidades e costumes, para que nenhum povo ou costume seja menosprezado, e portanto, todos consigam conviver bem.
    O filósofo defende a ideia de que se deve reformular a tradição aristotélica, a fim de tornar inteligíveis e racionais as atitudes e engajamentos morais e sociais dos seres humanos.
    MacIntyre acredita que o amadurecimento moral de uma pessoa se dá pela reflexão pessoal sobre sua vida e seus atos. A propensão para se realizar atos moralmente condenáveis se configura como “vício”, enquanto a propensão de agir moralmente seria a “virtude”. Uma sociedade justa seria uma sociedade virtuosa.

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  104. [atrasado]
    Macintyre propõe a retomada de uma visão antiga/aristotélica de racionalidade, a racionalidade sábia. Critica assim, a visão predominante a partir do iluminismo, uma racionalidade que aceita preceitos técnicos. Por exemplo, nesta visão atual predominante, não existe uma ideia propriamente dita do “que é ser moral”, o que indicaria uma sociedade com diversas identidades, impossível de estimar uma moralidade. Assim, dentro dessa visão, torna-se impossível discutir moral.

    A saída então, seria uma nova visão, para a partir daí, voltar a discutir o comportamento humano. Para isso, voltava-se para a sabedoria do ponto de vista aristotélico, construído, segundo Macintyre, a partir de três preceitos: (1) reconhecer a existências de desejos que sobrepõem às ações individuais; (2) definição pessoal do que somos. A visão do que eu gostaria de ser, também forma o que sou; (3) uma forma que canalize o fato de eu possuir objetos que me desejem paixão - suprindo essa necessidade - definindo-me a partir de paixões que se aproximem de modos de vida corretos.

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  105. MacIntyre é um autor comunitarista. Ele critica o projeto liberal, mas não rompe com a ideia da possibilidade de existência de justiça na sociedade liberal. Podemos resumir brevemente o pensamento desse autor da seguinte maneira: MacIntyre diz que o liberalismo é uma “tradição” nas sociedades, mas que no início do período moderno, houve um problema que gerou certa maneira “pervertida” de pensar.
    MacIntyre vê na sociedade várias maneiras de se entender justiça entre os vários grupos diferentes existentes, o que leva por vezes a conflitos entre os mesmos por serem incompatíveis entre si. As discussões entre os grupos e os diversos assuntos debatidos são sempre carregados de emoções e indivíduos tentando impor suas vontades aos outros. Seria então necessário livrar-se da subjetividade e da emoção dos julgamentos para que possa haver um debate onde se consiga chegar a algum ponto de consenso.
    No debate sobre a justiça devemos, primeiramente, abolir os sentimentos morais da discussão e tentar nos basearmos nas concepções históricas, na cultura e nas relações estabelecidas nas comunidades para que resgatemos os modos e tradições de uma sociedade e, através disso, buscarmos entender os modos de vida correspondentes à racionalidade daquela comunidade.

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  106. Alasdair MacIntyre é um autor comunitarista, que discorda do liberalismo, conversando com os liberais clássicos, o que é importante destacar que ele faz crítica ao liberalismo dentro da concepção liberal e critica também a posição emotivista. Nessa ultima ele coloca que há uma tentativa do interlocutor de defender uma posição moral, envolvendo os sentimentos pessoais, não fazendo assim uso de uma discussão ética, mas sim de valores.
    Em sua discussão ética, ele volta a Aristóteles, que nos propõem um debate sobre um ideal de vida humana do ponto de vista ética, é de grande importância que para se chegar a um debate coerente que se levasse em conta as características em comum dos membros da sociedade/comunidade, dando preferência a de poucas pessoas, uma pequena comunidade. Alasdair nos diz que há uma dependência entre moralidade e estrutura social. Então ele propõe que haja uma maior racionalidade intrínseca na tradição e que está absolutamente ligada com os modos de enxergar os ideais de direito, justiça e de mundo que cada individuo têm contigo.

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  107. *atrasado

    Alasdair MacIntyre é um autor crítico do iluminismo moderno, acredita que em certo momento da história política, os indivíduos se focaram em encontrar o sentido de justiça pautado na busca por algum tipo de verdade e desta forma o debate moral passou a se relacionar com expressões de emoção,etc. Portanto MacIntyre propõe um retorno as noções políticas dos gregos antigos, para que se possa traçar uma nova trajetória na noção de justiça, desta vez pautada em conceitos que são sustentados por uma comunidade no geral, pois a racionalidade ao seu ver, é algo que se constroi no contexto da coletividade, deste modo a noção de justiça não mais seria pautada no liberalismo que fragmenta e permite noções de ideal das mais diversas formas.MacIntyre sustenta um caráter portanto, comunitarista e para tal promove uma retomada aos valores aristotélicos. Critica o liberalismo justamente por ter um ideal que convive com a possibilidade de existir uma série de discondâncias morais que são pautadas em debates intermináveis, o que de fato gera a necessidade desse debate pois a sociedade se alimenta dele para elaborar a sua ideia de justiça.E deste modo a sociedade moderna vê o sistema jurídico e a suprema corte como meio de resolução de todas as imperfeições geradas por esse embate de opiniões distintas, quando ela na verdade reflete toda a desorganização gerada pela falta de compartilhamento dos princípios morais.Para o autor é importante compreender que as ações devem ser julgadas como virtudes ou vícios levando em consideração todo o contexto em que são realizadas, e ter em vista que diferente de como é visto, a racionalidade não indica que a ação é de fato justa.Essa racionalidade representa na verdade a tradição do grupo e só é alcançada por meio do diálogo que ocorre naturalmente de modo que se chegue a um consenso.No entanto, a teoria de MacIntyre apresenta um ideal aparentemente utópico, justamente por propor que tantos indivíduos com tantas particularidades consigam alcançar essa racionalidade comum, o que nos coloca numa posição de embate pois ao mesmo tempo que analisamos algumas comunidades com comportamentos que para outras comunidades são inaceitáveis,existe em si algum tipo de racionalidade presente em suas ações, assim como analisado em sala de aula casos como a seita religiosa de Jim Jones.

    Raquel Ribeiro Rios

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  108. Carolina Fátima de Oliveira e Marques Paula
    RA 21006412

    MacIntyre é um dos críticos ao liberalismo e ao iluminismo contemporâneo. Ele critica o ideal de posição neutra e de verdade final e comum, uma vez que, durante a busca dessa verdade, ignoram-se as tradições. Um dos pontos fortes da sua linha de pensamento, inclusive, são as tradições, que contribuem para que se alcance um ideal. Contudo, essas são “esmagadas” e esquecidas.
    A justiça também é abordada em suas obras. Para Alasdair, cada indivíduo possui sua própria noção de justiça. Essas noções se conflitam, uma vez que as pessoas possuem interesses divergentes e estão ligadas a uma cultura. Assim, para que esse conflito seja esclarecido, é necessário que usemos a racionalidade. A racionalidade, por sua vez, também possui aspectos conflitantes, e é aí que se encaixa a tradição. A racionalidade da tradição influi na compreensão das ações do homem.
    MacIntyre demonstra interesse pela ética aristotélica, ou a ética das virtudes. A questão central da ética aristotélica é lidar com o conhecimento e os hábitos que desenvolvemos a fim de vivermos da melhor maneira possível. Por ser comunitarista, MacIntyre valoriza as ações em grupo em detrimento das ações individuais. Ele acredita que, para sermos boas pessoas, não devemos somente seguir regras.
    Dilemas morais são então levantados segundo seus pensamentos. Aborto e eutanásia são exemplos. Cabe ao homem decidir pelo fim da vida de outro ou de sua própria vida? A mulher pode decidir pela vida do feto que nascerá considerando o fato de ser a dona de seu próprio corpo?

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  109. Macintyre parte sua teoria da crítica que faz a teoria dos liberais,
    principalmente de Rawls. Para ele a concepção de que devemos elaborar
    um contrato para reger a justiça e a sociedade e que esse contrato deve
    ser feito seguindo a posição original, pautada pelo véu da ignorância,
    está errada. Em uma situação como essa, o que, na visão dele ocorre,
    é um debate para colocar qual a melhor concepção de moral ou quem está
    mais certo que o outro.Assim ele ressalta que as concepções pessoais
    de cada indivíduo não devem ser abandonadas como Rawls propõe,
    e sim consideradas para que não haja disputa de concepções rivais e sim
    se encontre um eixo comum a essas disputas que permitam que elas convivam.
    Esses eixos comuns são identificados nos princípios fundamentais de cada
    concepção moral, de cada cultura e de cada sociedade. Devemos então trabalhar
    no sentido de atingir esses ideais comuns.
    Nesse contexto proposto, é considerado que este exercício é mais facilmente
    exercitado em comunidades pequenas, porém, não se exclui a possibilidade de se
    fazer isso em nível mais amplo.
    Os temas particulares da elaboração de leis, por exemplo, devem então ser
    discutidas se são encaixadas ou não nestes eixos comuns, e se então estão de
    acordo de modo a promover este objetivo comum.
    A teoria de Macintyre inicia assim uma nova correte de pensamente em relação
    as teorias da justiça, que será conhecida como a corrente dos comunitaristas.

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  110. Alasdair MacIntyre é um filósofo declarado comunitarista, sendo assim, ele defende que os interesses coletivos devem ser a prioridade, e não o interesse individual, como é defendido por muitos liberais. MacIntyre também critica a implementação do projeto de racionalidade iluminista na sociedade moderna, pois a racionalidade iluminista busca valores universais ao mesmo tempo em que aceita que não há apenas uma verdade, vista assim, por MacIntyre como paradoxal, portanto problemática.

    MacIntyre vai propor um novo modelo de racionalidade que irá resgatar a racionalidade dos Clássicos, principalmente aristotélica. Tal racionalidade vê as questões morais e seu tratamento como parte de uma tradição da comunidade. Para ele pode haver diferenças entre as concepções morais, mas ele propõe o diálogo, sem imposição de alguma parte, para que se resolva as diferenças. Para MacIntyre a justiça é a sabedoria, dessa forma, é apenas pela reflexão pelo tipo de vida que se leva e pela construção de uma narrativa própria que uma pessoa amadurece moralmente.

    Dessa forma conclui-se que as concepções morais não devem ser examinadas pelos sentimentos individuais, e sim pelo coletivo, ou seja, pelas relações da comunidade, só assim o debate sobre justiça será efetivo e coerente.

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  111. Alasdair MacIntyre, crítico radical do iluminismo moderno, tem seu pensamento caracterizado por uma apropriação das teorias morais e políticas dos gregos antigos aos nossos tempos. Critica o projeto iluminista moderno por ser marcado por discordâncias morais profundas que geram embates intermináveis. O caso do aborto é muito emblemático deste problema, onde não há algum ponto dentro deste projeto que determine o quanto é ético ou não a ação do aborto. Cita que essa falta de consenso torna impossível o consenso moral nas sociedades pluralistas. O emotivismo é a principal critica de Alasdair a cultura da modernidade. Ele defende que para haver um consenso deve se pautar os debates em um caráter racional e objetivo, deixando a vaidade de tornar sua ideia como sendo a melhor fora do embate, tentar chegar a pontos comuns de interesse em diversos pequenos grupos, para a posteriori abortar temas gerais.

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  112. MacIntyre mostra-se um defensor das virtudes e do pensamento grego antigo que trata sobre a moral e a politica clássica, relacionando a ética clássica, a dinâmica da estrutura social atual. Primeiramente o autor se ocupa de críticar o individualismo, como era muito ressaltado nas teorias liberais, como na crítica que faz a pouca atenção que se dá ao contexto social histórico que imerge os indivíduos dentro de uma sociedade no momento de tomadas de ações e escolha da modos de vida, que assim se põe na teoria proposta por Rawls. Para MacIntyre o liberalismo, que é uma “tradição” que se encontra nas sociedades, cometeu um erro no início do período moderno e acabou por criar um certo "pervertimento" na meneira de se pensar as coisas dentro desse paradigma estabelecido nesse século. Segundo este , período moderno, que se dá por um projeto de modernidade iluminista, acabou por gerar uma sociedade qual dá a possibilidade de não esxistencia de um único conseso sobre aquilo que seriam os princípios morais, não fundamentando respostas ao debate ético, fazendo com que esse se tornasse apenas uma expressão do emotivismo. A crítica ao "emotivismo" do pensamento moderno da atualidade, MacIntyre colo que “o debate ético tem que partir dos sentimentos morais” não passaria de uma espécie de convencimento e não estariam diretamente alinhados aos verdadeiros valores humanos. A criação de bases morais deve-se ser feita de modo imparcial, não de forma emotiva, primando pela coletividade do indíviduo, sendo a razão aquilo que apontará a justiça e apenas é possivel pensar isso em indíviduos imersos em um contexto social.
    Podemos, então, colocar o autor como um comunitarista.
    A racionalidade deve ser volta a uma forma que se volte ao cumprimento das virtudes humanas, sendo então necessário que se formasse coletivamente o conceito daquilo que seria o ser humano. A formulação de conceitos morais fixos faria que a racionalidade não caia no erro de tomar certos caminhos ou escolhar sem uma certa limitação, já que isso assegurará a identidade, o humano, no qual o contexto que este esta inserido (o conceito de humano, ou de indentidade, é construida dentro de um contexto social).
    Assim o autor coloca o conceito de racionalidade das tradições, já que a racionalidade deve-se pautar numa tradição (entende-se contexto social), fazendo que possamos compreender que nossa racionalidade é (deve ser) pautada dentro de uma tradição (contexto social) e que outros povos podem possuir outra racionalidade pautadas em outras tradições, podendo assim existir o dialogo entre os povos sem que haja sobreposição e imposição da tradição de um povo sobre o outro.

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  113. Depreende-se da leitura da obra “Justiça de quem? Qual Racionalidade?” de Asladair MacIntyre que existem inúmeras concepções conflitantes de justiça e que nossa sociedade está inserida em um cenário de divisão e conflitos no que concerne a natureza da justiça.

    MacIntyre adota a posição de que para se entender o que é justiça, deve-se, primeiramente saber o que é a racionalidade. Para se chegar a racionalidade, o autor parte do pressuposto de que a racionalidade iluminista é insuficiente para dar conta de todos os conflitos existentes na humanidade e propõe algo fora dessa visão iluminista. Segundo MacIntyre, o iluminismo busca um ideal de justificação racional que foi impossível de se atingir e por isso surge uma pergunta crucial para fundamentar sua teoria da justiça: Há algum tipo de compreensão que pode nos oferecer os recursos teorias para recuperarmos a convicção que temos a cerca de assuntos como a justiça, e a justificação racional?

    A partir desde momento ele deixa claro que para poder responder essa questão, não podemos nos aprisionar sem querer nos padrões iluministas. Pois já se sabe que do ponto de vista do iluminismo qualquer visão alternativa que não seja fundamentada em seus princípios vai ser considerada incapaz de chegar a qualquer conclusão concreta, e será simplesmente rejeitada.

    Neste momento, torna-se crucial descobrir qual é esse tipo de compreensão da racionalidade que o iluminismo nos privou. MacIntyre então propões uma concepção de pesquisa racional incorporada em uma tradição.
    Para que o conceito de pesquisa racional inseparável da tradição social na qual ele está incorporado , não seja mal compreendido, precisamos ter em mente quatro considerações: Justificação racional, contexto histórico, questão da diversidade e a pesquisa racional constituída pela tradição, que serão explicados a seguir.

    1. O conceito de justificação racional que mais se adéqua a pesquisa é essencialmente histórico. Justificar é dizer como o argumento chegou ao ponto em que está.

    2. Aquilo que deve ser justificado é diversamente concebido. De acordo com as teorias iluministas o que está em oposição são doutrinas rivais que podem ter sido elaboradas em épocas e lugares diferentes, e que a posse ou a falta de justificação racional é independente de sua origem histórica. Em contraposição, o que a pesquisa constituída pelas tradições reivindica é com que precisão ela foi apresentada, quais são as particularidade linguísticas, o que foi negada na época em que foi formulada. Tudo deve ser compreendido dentro de seu contexto histórico.

    3. Iluministas dizem: “ vocês criticam nossa incapacidade de resolver as discordâncias entre argumentos opostos, mas vocês querem nos confrontar com uma diversidade de tradições, cada uma com seu modo especifico de racionalidade. É claro que a consequência deve ser a mesma incapacidade de resolver as discordâncias radicais. Para isso, a resposta dos adeptos a teoria da racionalidade das tradições seria : “ quando você reconhece as racionalidades das tradições, tem-se uma explicação melhor dos pontos de vista. E o reconhecimento da diversidade de tradições de pesquisa, cada um com seu modo específico de justificação racional, não implica necessariamente que as diferenças entre tradições rivais e incompatíveis não possam ser solucionadas de maneira racional. O problema da diversidade não é abolido, mas ele é transformado, com o intuito de viabilizar uma solução.

    4. É crucial que o conceito de pesquisa racional, esteja vinculado à suas exemplificações. Pois toda tradição traz consigo um tipo distinto de visão da justiça, cada uma é parte de seu contexto histórico e de sua cultura.

    Deste modo, pode-se absorver desses pontos que as tradições são fornecedoras de perspectivas diferentes e complementares do mesmo mundo, e sendo assim, nenhuma tradição pode negar a legitimidade outras, pelo contrário, elas devem dialogar.

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  114. MacIntyre é, até o momento, o autor mais 'radical' em relação à modernidade e ao projeto liberal. Suas críticas atacam diretamente tal projeto, sobretudo suas bases no Iluminismo.
    De acordo com este autor, o liberalismo moderno caracteriza-se justamente por discordâncias fundamentais em relação ao justo e ao bom, de modo que não se consegue solucionar tais discordâncias. Logo, o que reina na modernidade é a própria escolha individual, a justificação do indivíduo para suas ações, ou seja, o indivíduo consegue, através somente do uso de sua própria racionalidade, escolher aquilo que é justo e bom para ele. O autor ainda dirá que: " As questões disputadas concernentes à justiça e à racionalidade prática, são, portanto, tratadas no domínio público, não como um assunto de pesquisa racional, mas como exigindo a afirmação e a contra-afirmação de conjuntos de premissas alternativas e incompatíveis."
    Essa problemática da falta de solução às disputas relativas à racionalidade prática e à ética iniciaram-se no projeto Iluminista, que acreditava que " a justificação racional deveria lançar mão de princípios inegáveis a qualquer pessoa racional e, portanto, independentes de todas as particularidades sociais e culturais". Porém, os iluministas e seus sucessores "mostraram-se incapazes de entrar em acordo sobre quais eram precisamente os princípios que seriam considerados irrecusáveis por todas as pessoas racionais".
    Deste modo, MacIntyre defende que nós retornemos à tradição aristotélica, a da ética das virtudes, pois " na tradição aristotélica o que a educação virtuosa ensina é que meu bem, como ser humano, é o mesmo para outros com os quais estou ligado em uma comunidade. As virtudes individuais, aqui, são as que levam o indivíduo a tomar o bem público, anterior e caracterizável independentemente da soma dos interesses e desejos individuais, como referência para seu comportamento. Não há possibilidade de buscar o meu bem e antagonizar um outro que também procura seu bem, porque o bem não é meu nem dele, o bem não é uma propriedade privada. A amizade, a forma fundamental de relacionamento humano envolve, precisamente, partilhar bens. Nesta perspectiva, o egoísta é alguém que cometeu um erro fundamental." (Oliveira, 2005).
    O que MacIntyre propõe é algo totalmente radical e, para mim, inusitado: que resgatemos na história um outro tipo de racionalidade prática e, portanto, de justiça; que nós paremos de insistir no erro da modernidade, que quebra, desconstrói, dilacera a comunidade em detrimento do individual e que, ao mesmo tempo, confunde e divide o indivíduo com a multiplicidade de escolhas, com a falta de solução acerca do que é de fato justo, o que é virtuoso.

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  115. Para formular sua teoria da justiça, Alasdair MacIntyre, o primeiro comunitarista estudado neste curso, faz uma crítica ao projeto iluminista e defende a restauração da tradição aristotélica da ética das virtudes com a justificativa de que a racionalidade clássica trata das questões morais inseridas na comunidade, e não por sentimentos individuais. MacIntyre também critica o modelo liberal justamente pela sua valorização do indivíduo.

    "A racionalidade das tradições está conectada com as teses que constituem uma tradição. Apenas com o conhecimento dos primeiros princípios poderemos chegar à conclusão de como resolver os conflitos entre tradições rivais. Esse conhecimento será importante para possibilitar o resgate da ética das virtudes dentro de um ambiente social contemporâneo tão mais complexo do que o da sociedade aristotélica".

    A racionalidade das questões morais e, consequentemente da busca por justiça, segundo MacIntyre, está no debate, na discussão coletiva, levando em conta o contexto social vivido naquele momento e excluindo o debate emotivista individual, assim como nos mostra a história antiga grega.

    "(…) a partir de debates, conflitos e da pesquisa de tradições socialmente encarnadas e historicamente contingentes, as disputas referentes à racionalidade prática e à justiça são propostas, modificadas, abandonadas ou substituídas, mas não há nenhum outro modo de se realizar essa formulação, elaboração, justificação racional e crítica das concepções da racionalidade prática e da justiça, a não ser a partir de uma tradição particular, através do diálogo, da cooperação e do conflito entre aqueles que habitam a mesma tradição.”

    Camila Almeida A. de Souza
    ccamila@aluno.ufabc.edu.br

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  116. Macintyre descarta os debates morais com base nas emoções, pois em sua concepção, o debate não ocorreria de fato, se tornando uma disputa entre as preferencias pessoais dos indivíduos, em que uma poderia prevalecer sobre a outra. Oque rebateria a teoria de Rawls, onde ele acredita no senso moral de cada individuo, e que as decisões seriam tomadas a partir de um consenso deste.

    O autor acredita que as atitudes tomadas somente pelas próprias emoções torna a ética descartável, pois nossos conceitos podem mudar e oque consideramos certo hoje, pode não valer para o amanhã.

    Por este motivo, ele estabelece que a ética deve ser baseada em um ideal fixo, em que todos os indivíduos deveriam se orientar por estas indicações, daí seu resgate das tradições Aristotélicas, na qual a avaliação de toda a comunidade seria necessário.

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  117. A principal crítica de Macintyre ao liberalismo é a falta de consenso moral que ele perpetua entre debates complexos na sociedade.

    Macintyre critica ferrenhamente o projeto iluminista moderno que determinou o ideal da razão e da natureza humana como universal. Segundo ele a ética contemporânea encontra-se num estado de grave desordem. Cultura marcada por dissonâncias profundas e debates intermináveis gerando controvérsias que não chegam a consensos morais. Exemplos: justiça das guerras, o direito ao aborto e a natureza da liberdade, oposição entre doutrinas éticas e políticas influentes como o kantismo e o utilitarismo ou, mais recentemente, o liberalismo igualitarista de John Rawls e o liberalismo proprietarista de Robert Nozick.

    Para ele esse conflito é culpa do projeto iluminista que pretendia estabelecer um conceito de racionalidade independente do contexto histórico e social e de qualquer compreensão finalista da natureza humana.

    O iluminismo encontra sua alternativa, segundo Macintyre, em Nietzsche, naquela concepção emotivista do sujeito que determina o valor moral na escolha individual, de uma ética abstrata, característica da modernidade liberal. Macintyre propõe uma nova visão de ética que se baseia em virtudes, na continuação na tradição através de práticas formadas e transmitidas de geração para geração que vão definir a busca individual do bem-viver.

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  118. O liberalismo é o foco da tese de Macintyre, de maneira que a liberdade individual e a valorização do indivíduo como elemento primordial da sociedade seriam prejudiciais a comunidade e de certo ponto faz uma crítica ao liberalismo, usando argumentos de que nossa liberdade individual é colocada em ausência de um consenso moral num estado liberal, e a valorização da comunidade e do pensamento coletivo seriam uma forma de prevalecimento da tese "o bem sob o justo", vinda da teleologia grega, e com isso fundamentou suas teses comunitaristas, e fez sua crítica ao liberalismo.
    Também fundamentou críticas ao iluminismo, já que os debates de teses iluministas não atingem consensos racionais , já que valorizam a liberdade do indivíduo de pensar e de manifestar suas verdades. Dessa forma, o esquecimento da comunidade e da coerção que a mesma pratica sob o indivíduo é fatual, e dessa maneira, as crenças comuns são ignoradas, o que não é uma realidade, já que a comunidade, de fato, influi na liberdade do indivíduo.
    A retomada do pensamento Aristotélico e de conceitos abordados por Tomás de Aquino, Macintyre mostra que o comunitarismo é ainda a forma de legitimar o prevalecimento das condutas que fazem um bem comum sobre a justiça, de maneira que o liberalismo seria uma forma de desordem e de completo abandono dos consensos morais e racionais, o que seria um agravante da situação de injustiça do mundo.

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  119. [ATRASADO]

    MacIntyre tece criticas pesadas as atuais correntes derivadas do liberalismo e do ilumísmo afirmando, que o ideal almejado de posição neutra e de uma verdade final e comum não existe :
    "A conclusão do capítulo anterior foi que é uma ilusão supor que há uma posição neutra um lugar na racionalidade em si, que forneça recursos racionais suficientes para a pesquisa independente de todas as tradições.
    Aqueles que sustentam o contrário adotam,abertamente,o ponto de vista de um tradição, enganando-se a si mesmo e talvez a outros, ao supor que a sua posição é uma posição neutra, ou,então, estão simplesmente errados.Não é um conclusão sobre a verdade,quanto sim,a exclusão dela, e, dessa,forma,do debate racional."
    O autor diz que é com a racionalidade da tradição. A tradição é a condição necessária para racionalidade. As muitas tradições diferem nos catálogos de virtudes, nas concepções do eu, nas cosmologias metafísicas e no modo como se chegou à concepção de justiça. Para ele a compreensão humana é constituída no interior de tradições e são elas que constituem o substrato a partir do qual se constroem as razões do homem e de sua ação no mundo em que vive. MacIntyre busca uma visão da tradição como portadora de uma dinâmica na qual o conflito tem um lugar necessário na sua constituição.
    Macintyre critica a moralidade racional do iluminismo, pois segundo ele, para responder uma pergunta como, ”o que é justiça?”, seriam apresentadas diversas resposta conflitantes, deixando assim a aspiração do iluminismo de adequação de todos os seres racionais, cada vez mais distante. Portanto para o autor “o legado do Iluminismo é a provisão de um ideal de justificação racional que se mostrou impossível atingir”.
    Assim, Macintyre conclui que cada pessoa não pode ser considerada autônoma no sentido libera l pois a comunidade em que vive lhe assegura sua identidade, portanto quando ela busca por algum bem, essa busca é "realizada dentro de um contexto definido pelas tradições das quais a vida do indivíduo faz parte." (MACINTYRE, 2001, 374).

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  121. A preocupação com o reestabelecimento, nos dias atuais, de um consenso entre os homens nas questões concernentes à moral e, naturalmente, à justiça, é central no pensamento do filósofo escocês Alasdair MacIntyre.

    O Iluminismo, com suas aspirações de liberdade individual (que vieram a possibilitar, por sua vez, o modelo liberal atual), seria o responsável por essa incoerência existente entre os homens na medida em que, na tentativa de romper com as tradições das derivava, buscou definir princípios de racionalidade que se pretendiam universais. Acontece que, nesta busca, foram surgindo diversas teorias conflitantes acerca desses princípios, as quais que nunca chegaram a uma conclusividade, até os dias de hoje, quando postas em debate. Isto gerou uma situação onde, dentro de um mesmo contexto social, é possível se defender diversas e inúmeras posições baseando-se em perspectivas particulares sobre algo, dado o grave estado de confusão, gerado pela multiplicidade de concepções acerca da moral e da justiça, em que nos encontramos.

    No intuito de propor uma saída desta situação, o autor se vale da defesa de uma tradição da qual nós somos herdeiros: a tradição aristotélica (dentro da qual está inserida a ética clássica das virtudes) - onde o conceito de justiça, bem como o de racionalidade, eram definidos no âmbito dos contextos histórico e social da comunidade, através do debate público, e compartilhados por seus membros.

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  122. Com a leitura do texto “Justiça de quem? Qual racionalidade?” de MacIntyre, ficam evidentes as inúmeras concepções conflitantes de justiça que existem na sociedade.
    Para o autor, o entendimento de justiça só é possível se houver o conhecimento do que é a racionalidade. A racionalidade explicada pelo autor parte da ideia de que a racionalidade iluminista é insuficiente para lidar com os conflitos existentes nas sociedades e propõe um novo conceito de racionalidade. MacIntyre faz o questionamento: Há algum tipo de compreensão que pode nos oferecer os recursos teorias para recuperarmos a convicção que temos a cerca de assuntos como a justiça, e a justificação racional?
    E para responder a essa questão, nós não podemos nos apegar aos padrões iluministas. Do ponto de vista do iluminismo, qualquer visão alternativa que não seja fundamentada em seus princípios vai ser considerada incapaz de chegar a qualquer conclusão concreta, e será simplesmente rejeitada.
    Com as rejeições impostas pelo iluminismo, torna-se cada vez mais necessário descobrir qual é essa compreensão da racionalidade. O autor então propõe que esta é uma concepção de pesquisa incorporada à uma tradição. E para que a proposta do autor não seja mal entendida, ele faz quatro considerações, como: Justificação racional, o contexto histórico, a questão da diversidade e a pesquisa racional constituída pela tradição.

    As tradições, segundo MacIntyre, são fornecedoras de diferentes perspectivas e que estas são complementares do mesmo mundo. Nenhuma tradição pode negar a legitimidade de outras, como no exemplo apresentado pelo grupo, que por mais que seja revoltante a situação das meninas na África Subsaariana que têm o clitóris removido, não devemos menosprezar, e sim buscar entender os motivos daquela cultura e tradição, para assim, haver um diálogo.

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  123. Alasdair Macintyre considerava que os debates morais que tinham como base as emoções (senso moral) não eram válidos. Isso por que, se o debate ocorrer dessa maneira, ele acaba não existindo, pois se torna uma disputa de imposições, onde uma emoção deve prevalecer sobre outra. Portanto, torna-se um debate de conquistas, que não chega a lugar nenhum. Tal análise vai contra a teoria de Rawls, que supunha que todos os indivíduos possuem um senso moral e que os debates deveriam ocorrer de acordo com esse senso moral existente em todos os homens.

    Além disso, Macintyre propõe uma volta às tradições Aristotélicas, cujo principal objetivo do debate era a construção do ser humano. De acordo com o autor, os indivíduos se consideram justos levando somente em conta seu próprio senso de aprovação (sentimentos morais), porém tais sentimentos são mutáveis e, portanto, a ética se torna irrelevante. Dessa forma, os debates não deveriam se apoiar em sentimentos.

    O autor defende que a ética deve apoiar-se em um ideal imutável, no qual todos deveriam se espelhar e buscar alcançá-lo. Somente dessa forma um debate racional seria possível. Para se alcançar esse ideal fixo seria necessário um “diagnóstico” de toda a comunidade e, por isso, um debate racional só seria possível em comunidades pequenas. Porém, o que ocorre atualmente é o aumento das comunidades e não a redução.

    Macintyre também critica a moralidade racional do iluminismo, pois apresenta diversas respostas conflitantes para o que seria a justiça, deixando o anseio do iluminismo de adequação de todos os seres racionais cada vez mais distantes.

    Portanto, de acordo com o autor, as concepções morais não devem ser analisadas pelos sentimentos individuais, e sim pelo coletivo, ou seja, pelas relações da comunidade, somente dessa forma o debate sobre justiça será efetivo e coerente.

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  124. O autor, que é seguidor da escola filosófica Aristotélica, elabora criticas em sua tese ao Iluminismo, devido ao Individualismo que este causou após o seu surgimento. Por isso o autor propõe que devemos nos basear na racinalidade tradicional. Após o Iluminismo, a racionalidade passou a ser aquilo que todos os indivíduos querem, e para isso, muitos princípios que antes eram tidos como invioláveis, foram e são deixados de lado.

    Para Maclntyre todas as decisões tomadas pelas pessoas, devem ser basedas nos contextos em que esta está incerida, ou seja, questões economicas, sociais, culturais, e tudo aquilo que pode influenciar nas decisões individuais. Este ponto vai contra a teoria de Rawls, que defende o Véu da Ignorância para que as pessoas possam tomar as decisões corretas.

    Ao defender a tradição, o autor defende aquilo que é antigo, aquilo que pode ser irracional, porém faz sentido. Se uma coisa é imutável durante muito tempo, provavelmente isto significa que aquilo é daquele jeito por ser o melhor jeito, ou não!

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  125. A questão fundamental para MacIntyre é a percepção de que o Iluminismo fracassou em dar uma resposta coerente acerca dos conceitos e dilemas morais de uma maneira geral. Falhou, pois, aquilo que ele prometeu não desempenhou. Ao contrário o que é visto é uma interminabilidade dos debates, das controvérsias, das alocuções, exatamente porque as diferentes concepções de justiça estão constituídas na verdade em diversos critérios de racionalidade.

    Toda tradição é irracional na sua estrutura, toda tradição e algo que se passa de geração para geração na base de histórias, lendas, contos que não estão sujeitos ao debates, às discussões, a uma pesquisa. MacIntyre diz que os pensadores Iluministas estavam certos em alguns casos, porém defende a idéia que estavam errados em entender tradição como algo que se opunha a racionalidade, obscurecendo para si mesmos e para outros a natureza de pelo menos alguns dos sistemas de pensamento que tão veementemente rejeitaram.

    Desta forma, uma tradição para MacIntyre é uma argumentação, desenvolvida ao longo do tempo, na qual certos acordos fundamentais são definidos e redefinidos em termos de dois tipos de conflito: os conflitos com críticos e inimigos externos à tradição (...) e os debates internos, interpretativos? e, além disso, uma tradição é mais do que um movimento coerente de pensamento, ela é um movimento, ao longo do qual, seus adeptos tornam-se conscientes dele e de sua direção e, de modo autoconsciente, tentam participar de seus debates e dar prosseguimento às suas pesquisas.

    Conclui-se que uma tradição é sempre parcialmente constituída por um argumento sobre os bens cuja busca dota essa tradição com o seu objetivo particular. Onde dentro de uma tradição a busca dos bens estende-se para além de uma gênese. Sendo o que sustenta uma tradição é o exercício das virtudes relevantes da ordem moral e intelectual. As virtudes encontram o seu objetivo não apenas amparando as relações sociais necessárias a alcançar os bens internos a uma prática, e não apenas sustendo uma forma de vida individual na qual o indivíduo busca o seu próprio bem, mas também sustendo as tradições que equiparam às práticas e à vida individual o seu conjunto.

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  126. MacIntyre retoma os estudos baseado na concepção moral Aristotélica, onde a variância do conceito moral de cada indivíduo é constante ao passar do tempo, logo, torna-se descartável. Sendo assim, ele busca excluir os sentimentos em suas análises, retomando o conceito/essência do ser humano.

    Sendo o primeiro autor comunitarista, ele defende o “coletivo”, incrementando o conceito na discussão sobre justiça. Diferentemente de Rawls, que acreditava em uma “homogeneidade” do senso moral de cada indivíduo na sociedade, ele defende a busca pelo mesmo ideal.

    Em sua obra Justiça de quem? Qual racionalidade? Ele propõe uma análise da racionalidade humana, buscando entender as distintas visões da racionalidade humana, bem como da justiça, da qual é conduzida de maneira consciente ou não no âmbito de uma tradição.

    O debate da Filosofia da moralidade, após o Iluminismo, ofuscou a concepção dantes empregada, isto é, a busca por uma racionalidade. O que MacIntyre buscava era “uma concepção da pesquisa racional incorporada numa tradição”. Sendo assim, observa-se uma racionalidade prática somente no âmbito de uma tradição.

    Em suma, acredito que o autor buscou transmitir um conceito da qual uma concepção moral válida seguiria uma análise baseada na lógica - pautada na filosofia Aristotélica – da qual só faria sentido englobada em uma tradição vigente.

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  127. MacIntyre começa sua obra mostrando-se um crítico violento do Iluminismo e de suas ramificações, dizendo que tudo isso levou à uma excessiva valorização do indivíduo e que vários direitos invioláveis foram deixados de lado, inclusive a racionalidade na hora de debater. Para resolver, ele propõe a volta à ética aristotélica para termos um debate racional.

    Segundo ele, o principal defeito do Iluminismo foi pretensamente se definir universal, mas permitir o surgimento de muitas teorias particulares que praticamente travam o debate, pois uma pessoa pode se defender várias vezes utilizando teorias particulares que caibam em casos específicos.

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  128. Maclntyre deve ser analisado levando em conta o fato de ele ser um autor comunitarista. Sua crítica é direcionada ao projeto liberal, embora não desacredite que a sociedade liberal possa ser justa. Para Maclntyre o liberalismo se mostra como uma tradição, e o problema foi a forma um tanto pervertida de se pensar que acabou sendo adotada no período moderno.

    O projeto iluminista é o responsável pelos debates intermináveis sobre a moral, pois há a possibilidade de não existir um consenso estabelecido sobre o tema. Na verdade, o debate acabou se tornando uma clara expressão do emotivismo. Mactlntyre confronta esse cenário com a reflexão moral tradicional, dos gregos, começando por Aristóteles.

    Um problema para o autor é que a racionalidade moderna chega sempre à verdade, mas não à sabedoria, devido aos critérios de lógica e veracidade que fomentam esse tipo de pensamento. Essa mesma racionalidade constrói uma ampla gama de conceitos de justiça, para Maclntyre são conceitos em demasia, alguns até contraditórios, sendo que para entender justiça devemos entender primeiro o que é racionalidade. Outro ponto crítico é o fato de sistema moderno permitir que um indivíduo possa ser, ao mesmo tempo, racional e injusto, isso decorre da falta de relação entre a prática e a razão nesse sistema. Para Maclntyre o modelo liberal fez surgir a razão abstrata, que é um problema. A razão, contra o que esperam os modernos, deve estar vinculada ao contexto histórico.

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  129. A teoria de MacIntyre segue o caminho da justificativa racional ética de viver a política na modernidade, logo após a idade média. A religião não fundamentava mais a forma de agir dos indivíduos, assim, a filosofia passa a se responsabilizar por essas questões, já que com o fim do projeto Iluminista não existe mais um acordo sobre a natureza humana.

    O projeto filosófico dos iluministas, que nasceu na modernidade, pretendia dar justificativas racionais a moralidade. Utilizando-se de três pontos chaves para isso: o caráter moral, o caráter filosófico e o caráter sócio-político. Segundo MacInture, o grande erro cometido pelos iluminista foi desconsiderar a moralidade a partir da condição sócio histórica do sujeito, isso quer dizer que com a chegada da modernidade suas teorias se desatualizaram.

    Na visão de MacIntyre o indivíduo não pode ter autonomia no sentido liberal pois o que define sua identidade é o contexto social ao qual vive. Para o autor, a prática e vivência do sujeito com a comunidade dá a ele possibilidade de identificar os bens da sociedade e buscar seus próprios.

    A concepção do “eu”, entendida por MacIntyre, é a de um sujeito que não pode considerar independente sua busca por bens individuais com relação aos outros, todos estão ligados a um bem comum ao desconsiderarmos suas preferências. Com a ética das virtudes, MacIntyre procura unir a vida humana de maneira a possibilitar, a superação de problemas iluministas, da racionalidade pautada em princípios individualistas, compreendendo a tradição da pesquisa racional.

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  130. Alasdair MacIntyre produz uma obra com uma espécie de adaptação da filosofia produzida pelos gregos, aos dias de hoje. O autor critica fortemente as discordâncias sobre a moralidade que resultaram com o passar do tempo, a modernidade passou a ser pautada por grande emoção, que segundo o autor, não passam de expressões de preferencia e sentimento, e tornar-se-iam inúteis, por serem apenas disputas de interesses pessoais.
    É um autor que critica o Liberalismo o Iluminismo por acreditar que são tipos de filosofia politica onde há ausência de consenso moral por distinções entre concepções de bem e mal, e pela grande valorização do indivíduo, e consequentemente de valores que não caracterizam um debate ético. Então, é necessário retornar as ideias aristotélicas, retomando a ideia de que o coletivo é mais importante que o individuo.

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  131. Este comentário foi removido pelo autor.

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  132. MacIntyre critica a impossibilidade de consenso moral nas sociedades ditas pluralistas e a consequente não resolução da crise epistemológica do liberalismo, propondo o retorno à racionalidade prática da tradição aristotélica das virtudes, em que o ser humano possui uma essência que define o verdadeiro e correto fim da ação humana.

    Para o autor, que critica o liberalismo de John Rawls e sua ideia de "véu de ignorância", não há indivíduo sem comunidade. O sistema jurídico aparece como mero pacificador, e não como executor da justiça. A juridificação das relações sociais é sintoma de uma sociedade incapaz de atingir um consenso racional e ocultação da profundidade dos conflitos.

    O liberalismo é, para o autor, uma tradição sem tradição, pois baseia-se em supostos princípios universais e abstratos da razão e se mostra inábil em concluir seus debates sobre suas próprias bases e, ao mesmo tempo em que oferece liberdade de escolha para o indivíduo, é incapaz de incorporar essas escolhas na vida pública, dado que todos os pontos de vista possuem o mesmo peso. Ocorre, portanto, uma cisão entre o raciocínio prático e a ação: uma pessoa pode ser inteiramente racional sem ser justa, o que, segundo a tradição clássica, seria um absurdo.

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  133. McIntyre entende que o rumo que a sociedade tomou após o iluminismo foi um rumo que afastou a sociedade da razão. O positivismo falhou pois tentou buscar dar uma resposta universal a tudo e esta falha custou à sociedade o distanciamento da razão.
    A sociedade se distanciou da razão pois, para o autor, as teorias morais partiram do mesmo ponto em comum nesta busca por responder a tudo, o que acarretou em um efeito onde as teorias competem entre si e tentam se sobrepôr umas as outras. As pessoas param de olhar para os argumentos pela razão, buscando encontrar uma verdade e passam a fazer uma escolha moral por um viés politico ou muitas vezes emocional.

    McIntyre conceitua racionalidade como processo histórico, portanto, para ele a racionalidade vai se diferenciar numa comparação entre culturas e sociedades distintas. O que dá o caráter comunitarista de sua teoria.

    Por fim, o autor propõe uma retomada dos estudos gregos baseados em Aristóteles que se seguiram na tradição escolástica por São Tomás de Aquino. Pois o resgate da forma de ver o mundo dos gregos, do consenso de coletividade da comunidade. Assim, se chegaria a real justiça.

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  134. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312


    Em sua obra, o autor Alasdair MacIntyre afirma que para definir a concepção ideal de justiça, deve-se basear esta na racionalidade. Ele defende que a racionalidade é pautada pela tradição. A racionalidade por ele abordada, é referente à escola aristotélica, comunidade que busca a virtude e sabedoria, e não a verdade.
    MacIntyre tece críticas ao Iluminismo. Tal movimento histórico valorizava o indivíduo e ele priorizava o coletivo. De forma paradoxal segundo MacIntyre, a racionalidade iluminista busca valores universais ao passo que aceita a não existência da verdade única. Portanto, a problemática do Iluminismo para MacIntyre consiste em ter a verdade como um fim, e não a sabedoria, e também a possibilidade do indivíduo ser racional sem ser justo.
    A respeito de justiça, Alasdair MacIntyre baseia-se na cultura, tendo essa como pilares as concepções históricas e as relações sociais estabelecidas dentro da comunidade, a fim de resgatarmos suas tradições, que servirão de base para compreender a racionalidade local.

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  135. Alasdair MacIntyre caracteriza-se por ser um dos primeiros filósofos comunitaristas. Em sua obra “Justiça de quem? Qual racionalidade?” o autor concretiza uma crítica ferrenha ao projeto liberal iluminista da sociedade moderna, uma vez que a racionalidade iluminista pretende universalizar a concepção de juízos valorativos e morais, mas aceita que não existe apenas uma verdade. Para ele este projeto é, portanto, problemático e demonstra insuficiência para resolver diversas questões e ainda, visa como fim a verdade e não a sabedoria e permite atos racionais sem que sejam justos. Nesse sentido, MacIntyre propõe um resgate à Ética Clássica grega, sobretudo a aristotélica, ao afirmar a necessidade de ter como fim a sabedoria e a virtude, e não a verdade.

    “Quanto ao que concerne à natureza da justiça, nossa sociedade não é uma sociedade de consenso, mas de divisão e conflito.” Tais desacordos internos de uma comunidade surgem a partir dos diversos modos de pensar que nossas culturas influenciam. Sendo assim, são criadas diversas visões de justiça, que por sua vez são construídas a partir de um “amálgama de fragmentos sociais e culturais”.

    Para entender o que é justiça, é preciso, primeiramente, entender o que é racionalidade. MacIntyre afirma que o Iluminismo propôs um ideal de justificação racional impossível de se atingir. Dada esta proposição, o autor questiona a existência de um tipo de compreensão que nos ofereça recursos e teorias para recuperarmos a convicção que temos sobre assuntos como justiça e a justificação racional. Para respondermos tal questão, não podemos nos basear nos padrões iluministas, uma vez que se chegarmos a uma visão que não se baseie em seus princípios esta não será considerada concreta e, portanto, será descartada.

    Cabe então a questão sobre qual tipo de compreensão de racionalidade que o Iluminismo nos privou. A respeito disso, o autor sugere uma concepção de pesquisa racional incorporada em uma tradição e, para que o conceito obtido em uma determinada tradição não seja mal compreendido, quatro pontos devem ser levados em consideração: justificação racional, contexto histórico, questão da diversidade e a pesquisa racional constituída pela tradição.

    “Se há uma multiplicidade de tradições adversárias, cada uma com seus modos internos de justificação racional, esse próprio fato implica que nenhuma tradição pode oferecer às pessoas que não aderiram a ela boas razões para excluir as teses de seus adversários.” As tradições, portanto, fornecem perspectivas diversas e complementares de abordar as realidades do mundo. No entanto, não devem ser interpretadas como modos incompatíveis e mutuamente exclusivos de compreender o mesmo mundo, de modo que devem dialogar entre si.

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  136. Alasdair Macintyre, autor do livro " Justiça de quem?Qual racionalidade?" É um defendos de uma adaptação da ética de conduta presente no período grego clássico da antiga Grécia para o contexto socio-politico atual, e também um defensor das ideias comunitaristas, ou seja, para obter um diagnóstico preciso das demandas sociais é necessária uma análise da sociedade como um todo e suas liberdades coletivas e seu contexto total, e não cada indivíduo e sua forma de individualidade e expressão de individualidade.
    Diz também que todo senso moral individual é formado pela influência, o contexto envolvendo o povo que o cerca e a época histórica na qual vive, vai contra a forma que o ideal iluminista foi disseminado, e impantado, alegando que esse vai contra os princípios racionais do comportamento humano.
    Também é claramente um tradicionalista, pois, como já dito, acredita que a moral e a érica de conduta individual são fruto do contexto social, da forma como o indivíduo se insere e age na sociedade, logo acredita que a tradição e a cultura são de extrema importância pois são a principal fonte de influência sobre a sociedade, logo são as duas diretrizes que transmitem as ideias e padrões de comportamento a serem seguidos

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  137. Alasdair MacIntyre, filósofo comunitarista, elabora uma crítica ao projeto liberalista difundido na sociedade moderna.

    O autor defende que a concepção de justiça deve ser construída a partir da racionalidade e esta, por sua vez, deve basear-se na tradição. Assim, propõe que a racionalidade adotada deve assemelhar-se a Escola Aristotélica na medida em que busca resgatar a essência dos fins éticos, que são buscar a virtude e a sabedoria, e não a verdade como proposto pelo Iluminismo.

    As diversas visões sobre justiça presentes numa comunidade se dão a partir de fragmentos sociais e culturais presentes em cada indivíduo. Uma comunidade é, portanto, plural no sentido de que cada indivíduo possui suas influências culturais, gerando assim uma sociedade marcada pelo conflito de visões acerca de diversos aspectos.

    MacIntyre defende que a noção de justiça deve ser alcançada a partir de uma racionalidade baseada nas tradições, já que essas proporcionam perspectivas diversas e complementares para abordar as realidades daquilo que se fala. Com isso, fica claro que há necessidade de diálogo entre as tradições, de maneira que uma não se sobreponha a outra, nem que uma negue a legitimidade da outra.

    Nesse sentido, o autor propõe que as concepções morais de uma sociedade devem ser construídas pelo coletivo, para que o debate seja então coerente e efetivo.

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  138. MacIntyre, de acordo com o texto, começa discorrendo sobre a concepção de justiça das pessoas: o que alguns têm por justo, pode não o ser para outros. A justiça também está submersa no jogo de conflitos e interesses. Ele é um autor comunitarista, e ele critica os autores liberais dentro da própria concepção liberal. Critica também o emotivismo, pois diz que quando somos levados por emoções, discutimos valores, e não a ética da ação em si.
    Sua tese pode ser dividida em duas partes: na primeira, ele critica a modernidade e o modelo iluminista, e a outra é onde ele defende a retomada de uma ética das virtudes, onde ele se baseia em Aristóteles para tal – e é por isso que ele é considerado também como tendo uma perspectiva aristotélico-tomista – por ter uma noção de finalidade.
    A primeira crítica se faz em relação à inviabilidade do sistema adotado, da modernidade – pois nesta surgiram muitas ideias opostas e diferentes sobre o que é ético e o que é o bem, e e elas estão presentes no nosso dia-a-dia – ainda que sejam opostos. E essa diferença é vista com maus olhos justamente por não apresentar soluções plausíveis o bastante para serem reais às questões éticas que nos atormentam, já que não dá para pensar em duas coisas opostas como sendo ambas verdadeiras, ainda mais se tratando de justiça. Para entendê-la, devemos entender o que é a racionalidade em primeiro lugar.
    O pluralismo moderno e pós-moderno, por esse lado, acaba sendo ruim nesse ponto de vista. Isso porque, com a defesa do individualismo e das diferentes ideias como sendo plausíveis, nada pode ser descartado – e, se tranferirmos esse conceito à esfera da comunidade, isso pode ser prejudicial no ponto em que o público acaba tendo de ceder em favor do privado – e, para esse problema, MacIntyre defende uma visão antiga, mas que acabaria com muitos dos dilemas encontrados na modernidade. A tolerância ao extremo, sem uma orientação que levará a um determinado fim incomoda o autor.
    A finalidade de MacIntyre é aquela defendida por Aristóteles – a de ver, no ser humano, um fim, que pode ser compreendido como algo que deve ser realizado – e, nesse caso, o bem deve ser alcançado para a realização da vida, e não só no seu final. E esse bem deve ser realizado dentro da comunidade, não apenas individualmente. Cada ação que fazemos repercute na nossa sociedade – logo, deve prevalecer a ideia da boa convivência.
    E para mim, realmente o individual não deveria anular o coletivo. Deveria haver uma distinção do limite entre os dois, e este deveria ser o guia das nossas ações.

    Carolina Carinhato Sampaio
    RA: 21011912

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  139. MacIntyre é um autor comunitarista, o qual contesta o liberalismo, positivismo, utilitarismo, dialogando com os liberais clássicos, porém é importante ressaltar que ele faz a crítica ao liberalismo dentro da própria concepção liberal.
    Uma das maiores criticas feitas por MacIntyre é a relacionada com as discussões e/ou debates feitos por algumas pessoas, principalmente para discussões que tomam um rumo emotivo, debates que não partem de argumentos racionais em busca da verdade, mas sim, de sentimentos em busca de defender suas próprias emoções morais.
    Na visão de MacIntyre a racionalidade e a objetividade do debate moral são possíveis somente quando os indivíduos forem considerados como membros de comunidade, e principalmente em uma comunidade pequena.

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  140. Em sua teoria comunitarista, Alasdair MacIntyre critica as ideias liberalistas, que são focadas no indivíduo. O autor argumenta que a ética atual está em desordem, com conceitos perdidos ou incoerentes; afirmando que a pluralidade cultural têm impedido que os indivíduos entre em consenso quanto aos mais básicos conceitos. Para MacIntyre, essa desordem só pode ser resolvida com o estabelecimento da racionalidade, de forma que se possa lidar com as diferentes concepções de justiça.

    Em sua critica ao Iluminismo, MacIntyre afirma que, na tentativa de expansão dos debates intelectuais pautadas em um racionalismo não-conceituado, o Iluminismo acabou por tornar extremamente improvável que se chegasse a um consenso sobre o que deveria ser considerado como princípio fundamental por todos os indivíduos. O autor ressalta que, ao tentar esclarecer as ideias humanas, o Iluminismo "cegou" os indivíduos em sua racionalidade. Como solução a tamanha discórdia, MacIntyre propõe que se retome a tradição aristotélica, juntamente com seu conceito de "bem", de forma que se trace um caminho único para as divagações humanas.

    Por fim, MacIntyre argumenta que é através da reflexão pessoal que o indivíduo pode se desenvolver moralmente. Dessa forma, atos moralmente condenáveis são caracterizados como vícios, e atos moralmente corretos são virtudes. Uma sociedade justa é, portanto, uma sociedade moralmente virtuosa.

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  141. Poucos filósofos exerceram uma influência tão poderosa na crítica contemporânea do liberalismo como Alasdair . Escocês radicado nos Estados Unidos tem na sua trajetória intelectual um passado de militância marxista com inúmeros duelos tanto entre os adeptos do marxismo como com os seus inimigos. Contudo, seu amadurecimento intelectual o fez reestruturar sua idéia de ação política abandonando a plataforma marxista de luta de classes, aproximando-se de uma revolução comunitarista. Declarando-se agora um aristotélico-tomista, MacIntyre fez uma virada intelectual buscando uma nova fundamentação teórica na retomada da ética das virtudes. Porém, mesmo tendo mudado de perspectiva teórica, um ponto ainda pode ser claramente percebido em seus escritos, a saber, a recusa radical do capitalismo e do que ele entende ser sua expressão moral: o liberalismo. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como principal objetivo analisar o nível das críticas do filósofo escocês ao liberalismo, mapeando até que ponto elas conseguem fornecer uma alternativa às ordens sociais liberais. Para isso, esboçamos no primeiro capítulo um panorama geral dos atuais debates entre liberais e comunitaristas procurando clarificar a posição de MacIntyre em relação aos pensadores comunitaristas. No segundo capítulo, desenvolvemos a narrativa de decadência do mundo moderno como MacIntyre explicita em sua obra "Depois da Virtude" (1981). No terceiro, explicitamos as críticas do filósofo escocês às principais teorias liberais da justiça que existem na contemporaneidade, a saber, as de Rawls, Nozick e Dworkin. Quanto ao quarto capítulo, expomos o diagnóstico negativo de MacIntyre em relação às noções liberais de cidadania, política, mercado e poder. No quinto e último capítulo explicitamos a alternativa que MacIntyre oferece às ordens sociais liberais contemporâneas, ou melhor, procuramos tornar claro que tipo de sociabilidade o escocês pensa como superior às implementadas no mundo liberal moderno.


    MacIntyre, pretendia estabelecer um conceito de racionalidade independente do contexto histórico e social e de qualquer compreensão finalista (teleológica) da natureza humana.

    Ele explica que a sociedade liberal moderna e individualista rejeita qualquer tradição, mas ela própria se configura como uma tradição de pensamento, uma vez que é tão excludente quanto qualquer tradição fechada em torno de seus próprios padrões de racionalidade.


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  142. Este comentário foi removido pelo autor.

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  143. No debate acerca das conceituações da justiça, o filósofo MacIntyre defende que um ato deve ser analisado de acordo com seu contexto, ou seja, levando-se em conta questões, por exemplo, culturais, religiosas que acabam permeando e justificando certos comportamentos sociais.

    Seu debate se fundamenta como uma reação aos filósofos iluministas, pois devido à sua visão comunitarista, não crê que as soluções relacionadas a certos problemas sociais devam ser únicas, imutáveis e estáticas, como uma receita de bolo. Por esse motivo, defende um debate racional ligado à tradição, afinal, o período iluminista emergiu com problemas tão complexos que a razão por si só não era suficiente para resolvê-los.

    A respeito da complexidade dos debates, logo no começo de seu texto, MacIntyre expõe a dificuldade de se obter uma única opinião sobre os fatos quando se tem um grupo com grande número de pessoas. Isso demonstra a diversidade existente numa sociedade, o quão complicado é a busca por uma opinião comum.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo - 21007812

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  144. A confusão de valores e de morais que permeia nossa cultura foi muito bem apontado por Alasdair McIntyre. Discussões infinitas como a questão do aborto ou a pena de morte mostram, segundo ele, que existe uma miscelânea de conceitos e valores confusos de épocas e culturas diferentes e que não se ajustam. Essa confusão atrapalha sobremaneira o trato com assuntos diversos que ficam sem uma solução, sendo taxados simplesmente de “polêmicos”.

    Achei interessante a valorização que faz da tradição e a crítica ao racionalismo puro, duas coisas que são muito consideradas hoje em dia. Qualquer tipo de reflexão que saia da esfera do racionalismo puro é taxada de “subjetiva”, “dogmática”, ou “ilusória”. E podemos citar muitas antigas civilizações altamente avançadas no campo da moral como os gregos, romanos, indianos ou chineses, nas quais a tradição desempenhava importante papel nas questões sociais. O racionalismo é sempre desejável, mas deve ter um embasamento em valores tradicionais consagrados pelo uso e que sirvam como referência.

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  145. Alasdair Maclntyre é um pensador que segue as ideias comunitaristas, Alasdair é um crítico do liberalismo e a posição emotivista. Alasdair criticava os liberalistas principalmente no sentido de estes priorizarem o individualismo, e não valorizarem todos os indivíduos de uma sociedade, a sociedade como um todo.

    Alasdair acreditava que a visão de cada indivíduo sobre justiça é diferente a cada indivíduo, sendo que essa visão seria modifica, conforme o contexto em que esta inserido tal indivíduo, o pensador criticava então, a visão utilitarista de justiça dos liberais.

    A visão individualista dos liberais que ia de encontro aos pensamentos de Alasdair, este que acreditava, diferentemente de Ralws que, um indivíduo não pode realizar suas escolhas sem limitações, sendo que o que assegura a identidade de cada indivíduo é o contexto social em que esse esta inserido, sendo levados em conta, seus costumes, tradições, suas ideias e seu modo de vida.

    Alasdair ressaltava que as concepções pessoais não devem nunca serem esquecidas, e sim devem ser levadas em consideração, e assim encontrar ideias em comum entre os indivíduos.

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  146. MacIntyre é um crítico do Iluminismo, ele ressalta que a tentativa feita de se justificar a moralidade não obteve sucesso, pois considera desconexa a relação entre o conceito de natureza humana e das normas e preceitos morais elaboradas pelos iluministas.

    O autor considera inválidos os debates que não possuem argumentos racionais, pois sua conclusão também não seria racional. Ele propõe que se analise a sociedade para que se chegue a algo que todos devam seguir e que seja ideal, pois os indivíduos utilizam de seu senso moral para distinguir o que é justo e este senso é mutável, enquanto este ideal deve ser fixo.

    MacIntyre parte da visão de que os conceitos de justiça se estabelecem de forma individual, por isso variam tanto. Portanto ele ressalta a importância da racionalidade para se compreender as diversas concepções de justiça. O autor acredita que a racionalidade é constituída em parte pelas tradições. Para ele ela possibilita a compreensão humana. É necessário que se conheça o princípio das tradições rivais para que se possa chegar a uma conclusão sobre como resolver os conflitos existentes. O conhecimento dessas tradições também será importante para que se possibilite o resgate da ética das virtudes em um ambiente social contemporâneo.


    Marina Müller Gonçalves
    R.A.: 21082512

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  147. [ATRASADO]

    Alasdair MacIntyre é um autor que rompe com as correntes de pensamento vista até agora. Ele incita a retomada dos valores clássicos Aristotélicos, e procura levantar a discussão sobre a racionalidade prática, começando com a definição do que é o bem. Sobre a questão da racionalidade, ele propões que existem dois meios de determina-las: pela racionalidade determinada pelas tradições e culturas (senso comum), e pela racionalidade formal, metodológica, e são apenas por esses meios que quem procura respostas sobre justiça e sociedade pode encontra-las. Sendo um autor comunitarista, MacIntyre acredita que o meio mais adequado de justiça provém do consenso, ou seja, o que a tradição determina, e a comunidade aceita. Assim, a noção de racionalidade prática precisa ser pautada nas necessidades da comunidade como um todo.

    MacIntyre não é conclusivo em suas discussões, nem propõem soluções à elas, mas faz um grande crítica a sociedade liberal que, em sua teoria, está cada vez mais fragmentada. Analisando por uma visão geral, é difícil imaginar, sem pensar em uma possibilidade utópica, a sociedade liberal adequada a um sistema comunitarista como o proposto por MacIntyre, porém, existem exemplos atuais como o mostrado em aula, onde Jim James conseguiu reunir um número relevante de pessoas, que viveram numa sociedade completamente comunitarista. Isso coloca em questão, se é ou não possível manter uma sociedade nesse tipo de organização social, e com tal ideia de justiça.

    Beatriz Luzia de Campos Manocchi
    RA: 21076512

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  148. Alasdair MacIntyre aborda o conceito de justiça como amplo, as visões sobre justiça assumem diferentes aspectos baseados em diversas interpretações. Tece uma critica a concepção utilitarista, pois essa não leva em conta os conflitos resultantes entre as diferentes visões sobre moral, e no geral o aceito seria o proposto pela maioria. MacIntyre critica o iluminismo pois esses se preocuparam em encontrar uma justificativa racional para ações humanas porem não conseguiram compreender os problemas da modernidade. Alem disso, diz que os iluministas adotavam posições emotivistas na discussão da ética e da justiça, gerando a partir disso um debate pautado no convencimento moral, não na construção de um consenso.
    Para MacIntyre, o caminho a ser seguido seria o da racionalidade, mas da racionalidade com base na tradição. Elementos como a cultura e a tradição seriam fatores necessários de influencia para a construção de um consenso.

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  149. MacIntyre inicia sua abordagem mostrando que há diversas interpretações e/ou concepções sobre o que é ou como é abordado a justiça, e deixando claro que todas são divergentes, um total desacordo uma com as outras.
    Também comentou sobre o Iluminismo, dizendo que apesar de ter sido um período importante para a racionalidade humana, onde o homem tomou consciência que é um ser racional, deixando de lado a grande influência de suas tradições, no entanto, MacIntyre revelou que na verdade, o Iluminismo impediu que a tradição e influências culturais de fato influenciam na construção de identidade do indivíduo, tendo também papel importante na busca de soluções sobre o que é verdade ou o que deve ser justiça.

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  150. MacIntyre é um crítico do iluminismo e escreve a obra "Justiça de quem? Qual a racionalidade?". MacIntyre é um autor comunitarista que critica o sistema liberal, mas acredita na ideia que é possível a existência da justiça nesse tipo de sociedade. Para o autor, o liberalismo é uma tradição nas sociedades que durante o período moderno gerou um problema na forma de pensar dos indivíduos.
    Para o autor, que possuí ideias semelhantes a da escola Aristotélica, temos que voltar a racionalidade da tradição, afirmando que a forma de compreensão acontece nas tradições que fazem parte da razão humana. Em que para compreender as diversas formas de concepção da justiça, é necessária a utilização da razão para que assim não houvesse conflitos.
    Mas, para MacIntyre a justiça não pode ter origem apenas na razão, tendo que levar em conta a comunidade e as suas implicações para o que se pode ter como justo ou injusto. Para o autor, o iluminismo trouxe a racionalidade como ambição humana, sendo abandonado príncipios fundamentais e tradicionais.
    Para o MacIntyre, os conceitos de justiça irão variar entre os indivíduos, então ele aponta um modelo racional para a compreensão das diferentes concepções de justiça. Sendo que, os debates que acontecem sem a utilização de argumentos racionais não são válidos, pois não possuem uma racionalidade em sua conclusão, sendo apenas fruto de emoções e coerções, completamente irracional. Porém para o autor, uma mesma pessoa pode ser racional e injusta, devido a sociedade liberal em que foi criada e a forma como a racionalidade é vista depois do iluminismo.
    Para o autor, para que não haja imposição de culturas, temos que interpretar diferentes tipos de tradições para que se possa compreender os indivíduos que fazem parte de sociedades diferentes, em que se tem tradições diferentes.

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  151. Alasdair MacIntyre é um comunitarista, sendo assim, acredita que a comunidade possui mais importância que o indivíduo e que o indivíduo depende da comunidade para ser identificado como tal. A crítica se direciona a visão tradicionalmente liberalista, de ver os indivíduos como seres atomizados dentro da sociedade.

    Em sua obra, “Whose Justice? Which Racionality?”, o autor faz uma perspectiva histórica sobre os modos como a justiça e a racionalidade foram concebidas. Partindo de Aristóteles – que é o autor que parece mais agradá-lo – e passando pela escolástica (St. Agostinho e São Tomás de Aquino), e por diversos outros autores, como Hume, Hutcheson e Kant, fará toda uma abordagem sobre o modo como eles encaravam aqueles conceitos. Ele dirá que cada um desses autores pertence a uma tradição. Ao fim dessa análise, conclui MacIntyre, que a modernidade trouxe sérios problemas ao modo como as pessoas encaram o mundo.

    Existe na modernidade uma ‘aceitação de tudo’. A modernidade reduziu a racionalidade à mera opinião. As diferentes tradições e o ‘pluralismo’, pautado na defesa do ser individualizado/atomizado, gera um mal estar, que permite aos indivíduos escolherem o modo de vida que lhes pareça melhor. O grande ponto, porém, é que essa escolha envolve muitas vezes a prática de se aceitar que existam duas ideias opostas sejam tomadas como verdadeiras, uma incoerência do ponto de vista lógico. Mas isso não parece ser um problema para a sociedade moderna – MacIntyre discordará dessa visão.

    O autor é um crítico da modernidade e afirma que o pluralismo e a transformação da racionalidade em opinião geram distúrbios grandes. Ele permite, por exemplo, que uma pessoa seja racional sem ser justa. Essa irracionalidade da tradição moderna leva MacIntyre a fazer uma retomada de

    um conceito antigo, proposto em Aristóteles. Para Aristóteles, o homem possui um fim. Esse fim é algo que deve ser realizado, e na opinião do autor, esse algo é o bem. Dessa forma, o fim do homem é o bem. Esse bem, devendo ser realizado, não deve ser pensado como algo a se realizar no fim, como se fosse uma indicação de caminho. Esse fim deve ser realizado durante a vida, através de ações virtuosas, de ações éticas. O homem é virtuoso quando age com virtuosidade.

    Mas essa virtuosidade só pode ser encarada dentro um contexto social, dentro de um grupo. A virtuosidade implica em ações que afetam o próximo de maneira positiva, e quando o homem realiza esse telos (fim), há uma espécie de harmonização – algo que não parece haver dentro das sociedades modernas. A boa convivência e a felicidade da comunidade, da polis, eis o que uma ética das virtudes pode gerar.

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  152. A teoria de MacIntyre segue o caminho da justificativa racional ética de viver a política na modernidade, logo após a idade média. A religião não fundamentava mais a forma de agir dos indivíduos, assim, a filosofia passa a se responsabilizar por essas questões, já que com o fim do projeto Iluminista não existe mais um acordo sobre a natureza humana. Ele conceitua racionalidade como processo histórico, portanto, para ele a racionalidade vai se diferenciar numa comparação entre culturas e sociedades distintas. O que dá o caráter comunitarista de sua teoria.
    Na visão de MacIntyre o indivíduo não pode ter autonomia no sentido liberal pois o que define sua identidade é o contexto social ao qual vive. Para o autor, a prática e vivência do sujeito com a comunidade dá a ele possibilidade de identificar os bens da sociedade e buscar seus próprios. Com a ética das virtudes, MacIntyre procura unir a vida humana de maneira a possibilitar, a superação de problemas iluministas, da racionalidade pautada em princípios individualistas, compreendendo a tradição da pesquisa racional.

    Victor Pinho de Souza

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  153. MacIntyre é um autor comunitarista, que levava em consideração o pensamento de Aristóteles, chamando atenção para a necessidade de introduzir a ética clássica nas virtudes. Mesmo sem cortar os laços com o a escola, MacIntyre foi um crítico do projeto liberal.

    Os conceitos centrais da teoria da justiça de Alasdair são: prática, narrativa e tradição. O autor vai contra a ideia de Rawls e seus seguidores que partem dos indivíduos e seus interesses para chegar a uma proposição do que seria de interesse geral. Ele critica o projeto iluminista sabendo que o iluminismo busca proposições universais, onde nao se é admitido que existam diferenças entre visões morais, onde a "discussão" não teria fim.

    Para MacIntyre, a decisão do que é justo deve ir de acordo com a racionalidade. O modo de vida das pessoas deve ser "decidido" de maneira coletiva a partir do modo de viver e da cultura de uma determinada população.

    A partir deste ponto de vista, MacIntyre afirma que devemos abrir mão dos nossos sentimentos ao criarmos regras para o bem estar social, pois nossas preferências pessoais podem "ir contra" nossa humanidade em comum perante aos outros, o que levaria a uma rivalidade, ao invés de um "bem estar" social.

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  154. Alasdair Macintyre é um crítico à teoria de John Rawls, pois enquanto o segundo acredita que os indivíduos devem possuir o mesmo senso moral, aplicado na construção do contrato social, o primeiro acredita que devem ter o mesmo ideal. Ele resgata algumas ideias Aristotélicas, como o conceito de “dever ser” para se alcançar o consenso sobre os princípios de justiça.

    O autor também defende que os debates morais não devem ser apoiados em sentimentos, uma vez que as discussões se limitariam a uma disputa política sobre quais emoções devem prevalecer sobre as outras (geralmente prevalecendo as do interlocutor), em vez de serem pautadas pela busca da verdade. Para Macintyre, esses debates nunca chegarão a qualquer consenso, uma vez que sentimentos têm medidas diferentes e não são imutáveis. Portanto, a noção individual de moral também muda.

    Além disso, deve-se considerar os valores de cada comunidade e suas diferentes concepções de racionalidade. O fundamento na ética, na moral e nas tradições, por exemplo, tornam os valores imutáveis, e são eles que devem ser debatidos. Essa concepção retoma os ideias do “dever-ser” de Aristóteles, pois leva em conta que apenas nas práticas sociais as pessoas podem se reconhecer como integrantes de uma comunidade e, dessa forma compreender suas narrativas e valores.

    Danielle Romana Bandeira Silva
    RA: 11060011

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  155. Macintyre acusa o liberalismo de pressupor uma incoerente e inatrativa concepção de indivíduo, de ser cometido com uma forma de ceticismo sobre a possibilidade de racionalidade ou objetividade em questões morais, de deturpar e subestimar a importância da vida comunitária para a identidade e integridade do indivíduo e de ser muito menos neutro do que afirma entre concepções concorrentes da “ boa vida” para seres humanos.

    A forma de “boa vida” não é a mesma para todos os indivíduos, não apenas pelo fato de que diferentes indivíduos vivam em diferentes circunstâncias sociais, mas também porque todos nós abordamos nossas circunstâncias como portadores de uma identidade social particular, afinal, eu sou filha de alguém, pertenço a uma nação, sou membro de uma organização, entre outros aspectos particulares. Assim, há herança do passado da minha família, da minha cidade, da minha tribo, da minha nação, uma variedade de débitos, heranças, legítimas expectativas e obrigações, os quais constituem um dado da vida, meu ponto de partida moral. A ideia não é que alguém não possa se rebelar contra as identidades históricas e/ou sociais , mas sim que, ao fazer isso, está se adotando um modo de reconhecê-las. Não obstante, depois de se rebelar, estará negando o menor particular conjunto de circunstâncias.
    Um ponto central da herança social será a adesão de uma pessoa ao que MacIntyre chama de tradição, a qual é constituída por um conjunto de práticas, sendo um modo de entendimento de sua importância e valor. É também o meio pelo qual as práticas são moldadas e transmitidas pelas gerações, podendo ser religiosas, morais, econômicas, estéticas ou geográficas. O entendimento comum encorporado em tais tradições não é hegemônico ou estático, pelo contrário, em uma tradição saudável, esse entendimento será tema de constante debate a qualquer momento do tempo.

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  156. Macintyre teve a percepção de que o iluminismo fracassou em dar uma resposta eficaz à respeito dos inúmeros dilemas morais de uma maneira geral. Muito pelo contrário, segundo o autor, vivemos em uma sociedade contraditória, conflitante a sem consenso, onde o que na realidade se existe um interminável campo de debates provocados por concepções diferentes de justiça.
    O autor crítica o iluminismo justamente por achar ser ele o causador de tantas contradições, pois nos forneceu a idéia de que a tradição poderia ser substituída pela razão como um princípio fundamental da ética e da política.
    Deste modo, apresentou uma alternativa para tal problemática estabelecida pelo iluminismo, que seria uma busca por uma racionalidade inserida dentro da tradição, formando assim, um vínculo entre ambas. Macintyre diz ser irracional a direção que seguimos desde o pós iluminismo.
    Ele defende a idéia de uma pesquisa racional inserida em uma tradição, mas ao mesmo tempo não atribui à toda tradição uma certa racionalidade.
    Afirma ser toda tradição irracional no que diz respeito à sua estrutura, pois é algo que se passa dde geração à geração por meio de histórias que não foram discutidas e até mesmo debatidas. Mas, não é por conta disto que as tradições são opostas à racionalidade, como defendia o iluminismo, pois elas são responsáveis por fornecer linhas de pensamentos importantíssimos, que eles rejeitaram. Desta maneira, o autor propôs um rebuscamento da racionalidade clássica, a qual afirmou ser extremamente bem formulada e utilizada durante o período renascentista. Para o autor, deveríamos ter tendido a seguir as direções de tal racionalidade, sendo assim, não estaríamos inseridos em um contexto de constante desacordo entre as inúmeras concepções de justiça existentes.

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  157. Alasdair Macintyre não concorda com o pensamento iluminista, pois essa teoria privilegiava o indivíduo e não levava em considerção a sociedade. O autor possui os conceitos de prática, narrativa e tradição. Os indivíduos tinham a tendência de seguir os costumes e tradições de sua sociedade, dessa forma vemos a ligação dos dois e sua ligação a história que muda conforme o tempo. Há a existência de conflitos, pois no mundo há várias tradições diferentes e que estão em constante mudanças.

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  158. Comunitarista, adepto da filosofia aristotélica, MacIntyre é contra a ideia de que se deveria partir do que uma pessoa pensa para chegar ao interesse geral. Ele sugere que ao invés disso, seria melhor um ponto de vista ético teleológico para criar, com normas morais que permitissem uma pessoa a alcançar o bem estar, não apenas individualmete como também em grupo. Essas normas não são apenas meios para se realizar o bem, mas constituem o que é bom.
    MacIntyre afirma também que devemos abrir mão dos julgamentos subjetivos e de nossos sentimentos ao elaborarmos normas para o bem estar comum porque nossos sentimentos e preferências pessoais podem negar nossa humanidade em comum com os demais, e isso resultaria em rivalidade ideológica ao invés de um ponto de vista comum.
    Para chegar no que é bom para uma comunidade, devemos levar em conta a tradição da mesma, pois a moral muda de acordo com o contexto histórico, e deve-se partir da análise de comunidades pequenas para se chegar a pontos de vista comuns que revelam interesses gerais, não se pode portanto, levar em conta apenas o indivíduo.

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  159. MacIntyre, um autor comunistarista, afirma que no início do período moderno, a tradição liberalista das sociedades começou a gerar uma perversão sobre uma forma de como conduzir o pensamento, criticando este projeto liberal ainda que tolerando e supondo a ideia de que poderia haver justiça dentro deste. Porém só tolerando, uma vez que o autor afirma que este projeto deu espaço a criação e estabelecimento de um conceito único sobre princípios morais, transformando debates éticos em expressão de um emotivismo, onde a racionalidade para os modernos se basearia apenas em critérios lógicos de veracidade e todos seus formalismos, constituindo verdades na sociedade, não mais sabedoria. Neste “sistema” os indivíduos poderiam ser racionais e injustos ao mesmo tempo, uma vez que não existem laços entre prática e razão neste projeto.

    Fora estas críticas e exposições de problemas existentes neste projeto iluminista moderno, MacIntyre nos traz a tona a posição de comunidades no estabelecimento e “criação” da justiça, expondo a existência de diversas conceituações acerca desta, e que, para compreendermos a justiça era necessário justamente estabelecer bases sobre a racionalidade, construindo um modelo racional sábio, não “verídico”, resgatando sentidos as pessoas chegando através de virtudes a essência humana, em uma construção coletiva chegando as virtudes e a justiça, expondo assim a racionalidade das tradições.

    Com estas colocações, MacIntyre chega a conclusão que esta razão abstrata que é o real problema do projeto liberal, uma vez que a razão deveria sempre estar relacionada também a contextos históricos, uma vez que devemos interpretar e dialogar com diferentes tradições sem ultrapassar e exceder limites de uma com a outra.

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  160. O autor Alasdair M é um autor comunitarista e se basea muito na critica dos resultados do iluminismo e crítica essa racionalidade e tradição que se dá as sociedade liberais.Primeiro a concepção de racionalidade se é coletiva ou não e também sobre a questão do que é ser moral ou não.Propõe então outro modelo racional, justiça e comportamento que vise o conhecimento aristotelico de outra forma,para ele é fundamental um teoria que de conta das paixões bem como a definição de ser humano visando a ideia da comunidade.É necessário pautar melhor o que são certos fundamentos da racionalidade e etica e também melhor defini-los construindo verdades e conceitos melhor esclarecidos.

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  161. Alasdair Macintyre é um filósofo comunitarista crítico do modelo liberal existente na sociedade atualmente. Para ele, o mundo contemporâneo está “marcado por discordâncias morais profundas”, que acabam por criar “debates intermináveis” e torna possível que, na sociedade atual, uma pessoa seja racional e injusta ao mesmo tempo.

    Luiz Bernardo Leite Araújo, ao falar sobre a visão que Macintyre possui da modernidade, escreve: “A filosofia moral ‘reflete com tamanha fidelidade os debates e as discordâncias da cultura que suas controvérsias revelam-se tão insolúveis quanto os próprios debates políticos e morais’, tornando vã a esperança de consenso moral nas sociedades ditas pluralistas. Elas são dominadas por um conflito endêmico resultante do fracasso de um projeto que pretendia estabelecer um conceito de racionalidade independente do contexto histórico e social e de qualquer compreensão finalista da natureza humana. (...) Incapaz de atingir um consenso racional, de resolver seus conflitos no interior do espaço público, a modernidade só pode apelar às regras e aos procedimentos de seu sistema jurídico”

    Macintyre acredita que a perda da visão Aristotélica sobre a natureza humana e a racionalidade seja a responsável pelos problemas na modernidade, e esta perda resulta em um modelo novo de racionalidade, que seria o emotivismo. Desta forma, ele defende que a melhor estratégia que possuímos para tornarmos novamente racionais nossas atitudes morais é uma reformulação das ideias aristotélicas, e cujos conceitos principais seriam narrativa, prática e tradição.

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  162. Lívia Maria Cianciulli
    21012612

    ATRASADO!!!!



    A esperança no consenso moral das sociedades ditas pluralistas é vã dadas as inexoráveis discordâncias culturais. Esse tipo de debate dialoga de forma muito semelhante aos debates de cunho moral e político. A concordância entre as partes conflitantes seria um mero acordo, uma troca de favores, e não uma compreensão mutua e plena das adversidades alheias. A sociedade contemporânea é fruto desse sistema que procurava quitar as discordâncias acerca da moralidade através de um sistema racional que se propunha atemporal e amplo o bastante para solver essas arestas. Segundo Macyntire, fracassou.
    O autor propõe uma retomada ao conhecimento aristotélico, no qual a proposição chave é a de que a Racionalidade deve ser sábia e não técnica. Essa racionalidade proposta pelo autor é mais coletiva do que individual sendo que as comunidades que criam suas sabedorias, indo além de critérios formais, sendo esta sábia na medida em que traduz as especificidades das comunidades. O mundo liberal teria apostado em modelos de racionalidade presos a sistemas de valores que não refletem as sociedades, modelos que tornaram a propria sociedade inconsistente por romper com a natureza humana. Natureza esta que, segundo aristoteles, tem os fins e virtudes como a excelência de caráter que permitem ao ser humano realizar seus próprias ambições usando suas virtudes como instrumento e fim em si mesmas.
    Seria necessário construir Verdades Absolutas a fim de quitar os relativismos da genero Humano, quitar a atomização do Ser Humano. Segundo o autor, em linhas gerais, a solução seria uma nova interpretação da Vida, sem abandonar o mundo Liberal e recuperando uma Etica de virtudes. Na sociedade moderna é possível ser verdadeiro sem ser justo ao se afirmar racionalmene attitudes. Em sociedades comunitaristas, opostamente ao que se ve nas Liberais, o Bem age sobre o Justo.
    Quando critica a teoria liberal, Macyntire aponta para sua maior falha: a desconsideração da comunidade na formação e vida dos indivíduos.

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  163. [atrasado]

    MacIntyre desenvolve críticas pesadas aos modelos decorrentes dos pensamentos liberal e iluminista, propondo um retorno às tradições morais e políticas aristotélicas.

    Inicialmente, destaca que há diferentes formas de abordar a justiça; os indivíduos têm concepções diferentes acerca da Justiça dado que os contextos em que cada um deles vive são diferentes - podemos enxergar aqui seu caráter comunitarista. Essas diferenciações devem ser consideradas para a construção dos ideais de Justiça e para a tomada de decisões dos indivíduos. Daqui parte sua crítica, também forte, à teoria proposta por Rawls. Para MacIntyre, o indivíduo não pode fazer escolhas destituído de suas concepções morais, de seu contexto social, seus costumes e tradições.

    Outra crítica à Rawls pode ser observada quando o autor alega que as discussões morais baseadas nas emoções (ou seja, no senso moral) não são válidas, pois o debate de fato não existe, visto que elas tornam-se disputas de imposições, nas quais a emoção prevalece. Rawls defendia que cada um de nós possui um senso de justiça, anterior à nossa própria existência em sociedade, onde o diálogo na posição original se sustentaria.

    Assim, MacIntyre propõe um novo modelo de racionalidade baseada nos clássicos, especialmente na tradição aristotélica, a qual enxerga as questões morais e seu tratamento como parte de uma tradição da comunidade. Seriam realizados debates racionais em pequenas comunidades que compartilhassem do mesmo objetivo de compreender diferentes interpretações da justiça e relacioná-las, levando em conta suas tradições. Dessa forma, a racionalidade assumiria um caráter social, partindo do coletivo.

    Danielle Bello
    RA: 21022112

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  164. Macintyre trabalhou a ideia de que a racionalidade do ser humano está inserida no contexto de uma tradição e são nessas diferentes tradições que o indivíduo constrói seu senso moral e seu modo de viver. A partir dai o autor mostra que, diferente do que Rawls pensava, não devemos partir do indivíduo numa "posição original e sob um "véu de ignorância" para depois descobrir o interesse geral. Para Macintyre esse tipo de análise não é válido pois ao elaborarmos as normas de uma comunidade devemos levar em conta seu contexto histórico. É nesse ponto que entra sua crítica ao iluminismo pois mesmo que ele concorde com a ideia de que a racionalidade é o ponto chave para a criação de normas justas, para ele, o iluminismo esqueceu de que a racionalidade só existe perante uma tradição, é nela que os cidadãos irão compor suas concepções de virtudes, valores e senso moral.
    Portanto para a criações das normas, tendo em vista que a racionalidade tem um caráter coletivo, é necessário um debate moral onde os sentimentos e o lado emotivo de cada um não deve estar presente e sim a razão. Porém deve se ressaltar que o debate só se torna válido quando todos pertencem a uma mesma comunidade pois esses indivíduos estão inseridos num mesmo contexto histórico.

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    1. Atrasado devido a motivo explicado ao professor (assalto)

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  165. MacIntyre compreende a função daquilo que se entende por "justiça" nas sociedades liberais, de antemão, por meio de um debate não finalizado acerca das concepções elaboradas acerca daquilo que é tido como "justo". Essas concepções, por sua vez, são resultado de formas contrárias, incompatíveis (e, portanto, em alguma medida incomparáveis, a rigor) da racionalidade prática.

    O autor, contudo, não abandona o debate sem deixar respostas acerca do processo pelo qual obter-se-á um maior grau de justiça e tampouco rejeita a racionalidade como meio pelo qual as respostas a respeito daquilo que é "justo", "bom" ou "desejável".

    Alasdair MacIntyre propõe a obtenção da concepção ideal de justiça viabilizada pela racionalidade e pela tradição. Seu ponto de vista é sustentado pela tradição aristotélica, à qual almeja a reformulação com o objetivo de racionalizar a conduta humana para melhor compreendê-la.

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  166. MacIntyre, originalmente um filósofo afeito ao modo de raciocínio da tradição analítica anglo-saxã, passa a reconhecer a importância dos aspectos hermenêuticos das questões éticas influenciado pela leitura de Kuhn.
    A filosofia posterior de MacIntyre é, essencialmente, uma adaptação da noção kuhniana de paradigma, substituída pela noção de "tradição moral". Assim, MacIntyre observa que a específica tradição moral vigente hoje no ocidente (oriunda do iluminismo e de suas propensões cientificistas) revela-se atualmente em crise, -- isto é: revela-se sistematicamente incapaz de lidar com as questões e dificuldades morais que se põem ao homem ocidental.
    Isso se deveria, segundo minha leitura de MacIntyre, sobretudo ao fato de que essa tradição iluminista, por se pretender universal e fundada numa racionalidade neutra e científica, seria incapaz de reconhecer a si mesma como tradição (no que MacIntyre se aproxima muito de Taylor). Como solução para essas dificuldades, MacIntyre propõe a recuperação de outra tradição moral ocidental -- a tradição aristotélico-tomista, cuja moralidade se funda epistemologicamente na noção de virtudes intrinsecamente contextuais, em oposição às normas pretensamente universais da tradição iluminista.

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  167. São variados os conceitos de justiça que, em muitos casos entram em confronto o que faz surgir um debate moral sobre diversas questões. Quando num debate moral cada um dos grupos defende sua tese de acordo com a sua construção social e sua intelectualidade, assim no confronto de ideias cada um apresenta a sua cheia de próprios sentimentos, onde alguns são comuns ao grupo do qual faz parte, e tenta provar a superioridade de seu ideal chegando a um debate incerto, que muitas vezes retoma a dialética erística.
    Já MacIntyre apresenta uma posição inversa a este debate. Para o autor, o debate moral deve acontecer no âmbito da racionalidade e da objetividade. Assim o grupo que possui indivíduos com características similares, pode iniciar um debate com outro grupo e a partir desse confronto de ideias racional, que deixa de lado a vaidade de mostrar a superioridade de seu ideal, pode se chegar a uma concordância. Logo, a construção de uma moral começa de um debate racional entre pequenos grupos, estes construem argumentos racionais buscando pontos que coincidem entre eles para que haja um consenso, partindo assim do ‘pequeno’ para algo maior.

    Gabriela Petherson
    21035812

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  168. Comunitarista, o autor foi um crítico ferrenho ao iluminismo moderno e ao individualismo pregado pelas vertentes liberais. Alasdair MacIntyre socorre os preceitos apresentados por Aristóteles acerca da ética das virtudes, pois aborda as questões morais presentes na comunidade e, portanto, não se limita à apenas aos sentimentos individuais.

    MacIntyre afirma que os debates providos de embasamento emocional são inválidos, pois ao adotar crenças, os argumentos fugiriam do âmbito racional, de forma a deixar questão discutida incomensurável, na qual nenhuma das partes envolvidas abriria mão de suas convicções. Além disso, argumentos que se sustentam à base de sentimentos são mutáveis e, deste modo, são incapazes de alicerçar um debate moral. Deste modo, as discussões se tornam apenas um mero jogo de convencimento, o qual consiste apenas em persuadir a outra parte de que seu ponto de vista é melhor.
    Portanto, segundo MacIntyre, o debate deveria ser pautado em um ideal fixo baseado na racionalidade humana. Logo, o autor insere o conceito de “Racionalidade das Tradições”, o qual leva em conta as tradições, os valores, o contexto e a singularidade de cada comunidade. Ao embasar-se nas tradições e não nos sentimentos, os valores tornam-se imutáveis e, portanto, passíveis de debates, pois desta forma existe a possibilidade de um diálogo entre comunidades sem que haja sobreposição e imposição da tradição de um povo sobre o outro.

    Matheus de Almeida Rodrigues - 21039712

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  169. [ATRASADO]
    Alasdair MacIntyre apresenta um conceito comunitarista, e retoma os valores Aristotélicos que São Thomas de Aquino escreveu no Renascimento.

    Ele da apenas dois recursos para se recorrer caso você queria uma explicação mais profunda: racionalidade como argumentação formal, e racionalidade pautada em tradições.
    A racionalidade que seria a melhor condição de justiça, seria aquela vinda do consenso, da coletividade de uma comunidade baseada na tradição. MacIntyre coloca esse como um ponto necessário para que haja uma prática mais comum da racionalidade.

    Ao criticar a sociedade liberal, ele tenta mostrar que a forma como discutimos justiça, liberdade e como vemos o mundo pela ótica liberal, não está levando a lugar nenhum, apenas discussões que não tem fim, mas apesar de ele mostrar o grande problema das discussões liberais, ele não propõe realmente como mudar esse quadro e realmente serem mais práticos.

    Rafael de Souza Cabral
    RA: 21072412

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  170. Como podemos perceber, a principal proposta de MacIntyre, é retomar a discussão e o arcabouço de investigações propostas no iluminismo, sendo que tais não foram finalizadas. Assim, determina como sendo a justiça nas sociedades liberais uma dessas discussões. Assim, como toda a forma de investigação, segundo o autor, abandonou a racionalidade prática, ele se propões a expor esta fraqueza do debate, e firma que a racionalidade ainda é o ponto por onde o hmem pode obter respostas para a questão da justiça. Ou seja, o idealismo e a busca pela justiça universal são pontos a priori de sua teoria. Buscando até mesmo na tradição antiga, através de Aristóteles , uma forma de racionalizar o debate.

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  171. Macintyre propunha o retorno da tradição segundo as preposições de
    Aristóteles e São Tomás de Aquino. No fim da idade média a religião era
    mais importante que a filosofia na elaboração das ações humanas, as
    pessoas não tinham liberdade tampouco autoridade moral em suas ações. As concepções de verdade e racionalidade das tradições são contrarias as
    cartesianas e engelinas, para ele o iluminismo fracassou e faz-se , necessário retornar as tradições, porque toda tradição racional,como
    tal, começa com a contingencia e a positividade de um conjunto de
    crenças assim a racionalidade da tradição e inevitavelmente anti
    cartesiana. A justificativa racional realizada pelas tradições será ao
    mesmo tempo dialética e histórica, cada tradição buscará alcançar um
    lugar e no fim haverá um conjunto de histórias rivais e independentes. As questões levantadas pelo autor questionando o que ele
    considera o fracasso normativo do iluminismo alegando preposições
    racionalistas , ao meu ver não se sustentam e também o autor não
    demostra como se daria este retorno as tradições e a ética
    aristotélica. tampouco parece-me convincente em comprovar os benefícios
    que este retorno a estas concepções seria construtivas. Ao meu ver, o
    autor parece muito mais preocupado em questionar os supostos malefícios
    do Iluminismo do que em comprovar em que ponto este possível retorno as
    tradições seria viável e positivo.

    Josias Adão.

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